segunda-feira, maio 23, 2005

A Balada da Plebe

É claro que eu não podia deixar de me juntar ao clima festivo que agita a nação Papoila. Ainda para mais sendo dois dos meus melhores amigos -o Caguinchas e o Dinossauro-, Benfiquistas de gema, talibãs luminosos, acólitos da "Catedral".
Dedicado a todas as "papoilas Saltitantes" e a esses meus amigalhaços em particular, aqui fica:

Balada da Plebe

Batem latas, toinamente
Armam basqueiro e chinfrim
Será fauna, será gente
Gente não é certamente
Tem cascos quem zurra assim.

É talvez a chungaria;
Mas ainda há pouco, há poucochinho
Nem um cabrão destes bulia
Na quieta monotonia
De chocar ovos no ninho.

Quem zurra assim, alarvemente
Num tal destempero da glote?
Que mal se ouve, mal se sente
Instaura uma vontade na gente
De regar chusma a zagalote!

Fui ver. Era Vitória, a Prostituta.
E Milhares delas, Deus meu!
Papoilas saltitantes em catadupa,
Não sobrou artéria enxuta
Choveram dum menstruado céu!

Olho-as através da vidraça
Que plantas vis, que focinhos!
Autorizou Deus esta desgraça
Encheu-se de lixo a praça
A gloriar onze aleijadinhos!

Fico olhando esses vegetais
uma palha toda aos pinotes;
Filhos de incógnitos pais
e da Vitória são mais que mais,
entre anões vesgos e alcagotes.

E ceguinhos, de negro vestidos,
Chilreiam ao longe rouxinóis
do apito, pobres vendidos.
E juízes da liga, fiéis amigos
Com bandeirinhas e cachecóis.

Quem já é perdedor
Que sofra tormentos, enfim!
Mas estas papoilas, Senhor...
Porque deferes tamanho horror?
Vão cagar cães neste jardim!

Em terra de tretas, não foi surpresa.
Resta, profunda, a convicção...
Para o ano vai ser uma beleza:
Para as Paraolimpíadas, com certeza,
Já temos o Paracampeão.


Agora digam lá que eu não sou um bom desportista?!...

PS: E com esta, ó Caguinchas, ficamos quites.

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