sexta-feira, dezembro 30, 2022

Dois mil e vinte e três

Perdão pelo hiato, mas cortaram-me o ciberpio. Após demandas protestativas, lá voltou a net, embora tremelicando. Aproveitando enquanto dura, quero desejar um péssimo 2023 a todos os FDPs deste mundo, que são múltiplos, imensos, imarcescíveis e mais que as mães. Com especial destaque, entre esses, para o Biden, o boneco Zelicoso dele, a Ursula Von der Louca e a paneleiragem anexa da UESSR, a choldra LGHTBQE-A-PQP, os toino-ambientalistas ML, S&M e envazelinados mentais em geral, o desgoverno do Costa (mai-la respectiva desoposição mascarada), o Canibal Soros e quejandos da globo-pandilha, os neo-malthusianistas em geral e por aí fora.


Em contrapartida, e pela lei cósmica das compensações por obra e graça da Nemesis soberana, fica a certeza dum excelente ano para mim, C.A. Dragão, a Marina, o Miguel D, o Muja, o Vivendi, a Fernanda Viegas, o Figueiredo, o Bic Laranja, o Carlos Conde, o Iletrado, o Alma Portuguesa, o Passante,  o JSP, os anónimos de boa vontade, os Monthy Pyton sobreviventes, os dois Beatles que ainda restam, o Billy Gibons, o Ildefonso Caguinchas, a Svetlana e as primas do Donbass, e todos aqueles que ainda acreditam que a pocilga não é o melhor dos regimes. Seremos poucos, mas somos bons. Muito menos, mas muito  melhores que eles, os muitos, piores que maus: péssimos!... Quer os genuínos, quer os de imitação.

Viva a Vida!

PS: E porque o Dragoscópio também sempre foi algo a raiar o Cosmic Rock'n'roll:




terça-feira, dezembro 27, 2022

Prémio por antecipação

 



A criatura em epigrafe foi convocada para o Tesouro. Não poderia ter começado melhor, abichando, logo à cabeça, 500.000 dele. Pura ética republicana, sem sombra de dúvida (já para não falar na refinada moral socialista ou na pulcra deontologia dumocrática), como o otário que paga - a peso de supra-sumidades - estes estafermos já deveria  estar cansado de saber. Porém e dado que, aqui e alhures, a estupidez, além de infinita, é inesgotável, lá vão, chorando e rindo (que é por causa da firme e convicta demarcação à ditadura).

Quanto ao título de indemnização não passa dum eufemismo (ou eufeminismo, quem sabe, nos funambulismos da hora a ferver que para aí zunem). Na realidade, foi a lotaria do Natal - por interposta entidade e isenção de bilhete a concurso.

E não, não senhor, não é um escândalo: é bem feito!

segunda-feira, dezembro 26, 2022

Merry Anti-russian Christmas

 



Um merry christmas também para os russofóbicos implantados, segundo o objecto principal da anglo-histeria do momento (anglo-histeria, essa, infelizmente, extremamente contagiosa à acefalofrenia europosta actual).

sábado, dezembro 24, 2022

Feliz Natal!







     Um Feliz Natal para todos! 




sexta-feira, dezembro 23, 2022

Recapitulando

 Um extenso mas educativo vídeo sobre o Circo da Ucrânia. Agora que chegamos ao fim do ano, uma excelente recapitulação dos acontecimentos. E em língua francesa, para acesso a pessoas um pouco mais civilizadas do que a globo-clientela da glosso-hamburgueria actual. Com especial dedicatória a um contertúlio meu, pouco chegado a inglesices.




quinta-feira, dezembro 22, 2022

Por detrás da folhagem




 Ainda a propósito do timão... Num dos primeiros textos fundadores da civilização que ora se extingue, Hesíodo, nos "Trabalhos e os Dias", de entre os seus preceitos para lavrar a terra, determina:

«De loureiro ou ulmeiro deve ser construído o timão do arado, para que não o corroam os vermes» (...)

Ao reler isto com mais atenção,  não deixei de me surpreender com as qualidades do loureiro. Do ulmeiro já sabia: tradicionalmente,  com a sua madeira deveras tenaz e duradoura, faziam-se as quilhas dos barcos (ou as tábuas dos açougueiros). Ora, do loureiro, são geralmente conhecidos o uso culinário das suas folhas, bem como a simbologia da coroa elaborada com as mesmas - sinal de glória e triunfo nos jogos olímpicos, ou, posteriormente, nos mais diversos certames e concursos. Afinal, não é por acaso que o loureiro é a árvore de Apolo (o grande juiz de atletas, poetas e seus derivados). A própria palavra laurear carrega esse significado original. Pois, registo doravante que também a sua madeira aufere de qualidades nobres, senão mesmo formidáveis. Resistir à corrupção é seguramente uma delas. Teríamos muito a aprender com os loureiros e os ulmeiros (que resistem a séculos de submersão e lutas com as tempestades; ou com os facalhões e cutelos dos magarefes). Entenderíamos que, às vezes, a maior nobreza e  valentia vem de par com a humildade e a perseverança. Claro, isto se tivéssemos a humildade de estudar, tanto nos livros como na natureza; enfim, se tivéssemos a modéstia  de prestar atenção ao que realmente importa, e não apenas, e em exclusivo, a fumos e alaridos com que nos entretêm e nos distraem do essencial.

Não obstante, eu, que tinha o loureiro na conta duma árvore de certo modo frívola e vaidosa, vejo-me na contingência de ter que afinar a opinião. Ainda mais porque tenho um espécime desses aqui na propriedade. Dum vigor e duma vitalidade que pede meças a eucaliptos e acácias (esses invasores dos antípodas). Já por várias vezes o cortei. E ele torna a irromper, com a frondosidade redobrada. Acho que anda há anos a tentar explicar-me qualquer coisa. Hoje, finalmente, suspeito que o entendi.

terça-feira, dezembro 20, 2022

Sem rumo e sem aprumo




 Eu prevarico, tu prevaricas, ele prevarica; nós prevaricamos, vós prevaricais, eles prevaricam.

É, meus amigos, o presente do indicativo do verbo prevaricar. Que, na realidade, não existe na sua plenitude. Quer dizer, na sua conjugação actual é: eu não prevarico, tu não prevaricas, nós não prevaricamos. Só quem prevarica é ele, ou eles. E o pretérito perfeito é a mesma coisa. E então do Futuro é melhor nem falar. Temos assim um verbo coartado e amputado de grande parte da sua dinâmica e faculdade. E lá voltamos nós àquilo que ainda há bem pouco escalpelizei: o acesso universal à corrupção.

Quem tem acesso ao verbo prevaricar? Apenas alguns: uma pseudo elite (na verdade, uma escumalha mascarada de elite, que oscila entre o PS (sem D) e o PS (com D)). E isso quanto a mim é uma injustiça desarvorada e não me hei-de calar. Se no princípio era o verbo, já diz o estimado apóstolo, então é porque o verbo é algo de importante. Que o verbo sirva apenas a alguns é o contrário da lógica de Deus, só para citar um dos suportes da civilização.  E, ainda por cima, Aquele que aufere de direitos de Autor na matéria. Pois, mas agora, no meio do sarrabulho, já não é o verbo: é apenas uma fracção da verbosidade inflamada; e só para uma seita bicéfala de parasitas abivacados ao erário público que dela aufere e a ela tem acesso.

Dou-me até ao trabalho de etimologar e eruditar sobre o assunto. É sabido que no latim tem vários significados congéneres - entre conivência do juiz, traição dos interesses do cliente pelo advogado, incumprimento dos deveres, mas, no fundo, tudo radicando num originário "desviar-se da rectidão, ao lavrar". Porque, bem vistas as coisas "lavrar" ainda hoje se diz tanto de lavrar a terra, como de lavrar autos, ou actas, ou, enfim, palavras. Já referia Plínio (salvo erro, o Jovem), que prevaricava o agricultor que não se inclinava, em pressão, sobre o timão do arado. Com isso queria ele significar que fazia os sulcos tortos. Lavrava, digamos assim, com leviandade e ligeireza. Prevaricar, pressupõe, portanto, uma má acção, no mínimo negligente, preguiçosa; ou, no pior dos casos, vil e corrupta. Prevaricar é "lavrar mal". Todavia, haverá, ainda assim, quem, "bem prevarique" - entenda-se, quem prevarique  em segredo e impunemente? Julgo que sim, e reforça-mo o povo: bem prevarica... quem não é apanhado. Ara, lavra, enfim, escreve tortuosa e retorcidamente, mas fá-lo com tinta invisível... indetectável. O que nos transporta, de supetão, para duas classes de prevaricadores: os que não devem e os que podem. Os que não devem, alguns são apanhados. Os que podem, prevaricam como lhes apetece e a impunidade autoriza, mas, por definição e paradoxo ortodoxo, nunca prevaricam. Donde retiramos outra bela ilacção: quem prevarica sempre nunca prevarica, pelo que nunca pode ser apanhado; quem prevarica às vezes, pode ser incriminado (muitas vezes de acordo com a conveniência daqueles que sempre prevaricam, nunca prevaricando). Estou a ser claro? Como água das fontes ou dos regatos infestados de trutas.

E nós, aqueles que nem ocasionalmente nem permanentemente podemos prevaricar... Qual é o papel que nos resta?

A grosso da manada rói-se de inveja dos que nunca prevaricam que se veja, mas, na realidade, prevaricam à força toda. Imaginam esquemas, ardis e expedientes de modo a emulá-los de alguma forma, feição ou maneira. O menos original dos quais consiste em despejar a prole nas universidades de modo a ver se, por osmose delirante, ela adquire o jeito, alvará ou salvo-conduto.  Mas a coisa, de sabido e comprovado, não é fácil; e em tudo equipara à chusma de espermatozoides ao assalto do óvulo. Outros, podem servir de  testemunhas, escrivães ou até cata-pentelhices (porém, como arguido, nem em sonhos. Ao pé disto, as castas indianas são um festival de Woodstock). E como juiz, ainda menos. Se tanto, como júri avulso, informal e sociocastrado. Ou, vá lá, turba assistente num linchamento mediático. Portanto, tudo somado, aferroa-se-nos a sensação excruciante de que vivemos um regime criptofacínora que faz parecer a pior fase do feudalismo francês uma utopia da Disney. Liberdade, Igualdade, Fraternidade?  Sim, sim... Quando toca a prevaricar, a liberdade é só para alguns, que a açambarcam toda! A igualdade, era o viste-a! Sim, passou aqui, mas ia a correr para servir de capacho, babete e palito ao mesmos da liberdade. E finalmente, quanto à Fraternidade, o último que a mencionou a sério, penduraram-no numa cruz. Depois de o cobrirem de escarros, chicotadas e espinhos. Para lá continua, ao fim destes anos todos. Mas eu teimo em celebrar-lhe o aniversário, todos os anos, por esta altura. Com presépio e tudo. Acho que é a criança que resiste e persiste em mim. A eterna esperança que nunca morre nem me deixa morrer.


PS: Reparem bem que o timão (ou temão), a peça leme com pega de madeira, foi do arado antes de ser do navio. É essa a fundação e hierarquia da palavra. Por outro lado, e em sentido figurado, por analogia, o timoneiro é também o piloto de um povo. O governo devia, em tese, apegar-se com firmeza  ao leme da nação. O problema é quem nem há governo, nem leme, nem nação: o governo abdicou de governar, a nação abdicou de ser nação, o leme voga ao abandono, uma vez que o timão gira ao sabor das luas, correntes e marés. Donde é fácil extrair a seguinte conclusão: falta-nos, enquanto projecto colectivo, um timoneiro, alguém que lavre a direito (ao contrário do pseudo-estado de direito, que nasceu torto e jamais se endireita). Alguém alfabetizado em civilização, ou seja, alguém que saiba ler e escrever na terra. Com letra aprumada e não gatafunhos pueris.  Aramos e navegamos, e palramos sobretudo, hoje, sem rumo. De cabeça no ar e o vento dentro dela, quando não a ventosidade estrepitosa. Vagamos, como o barquito do judeu na barca do Inferno (do grande Gil), à toa, ou seja, rebocados a cordel  por uma europa decrépita em corrida vertiginosa ao abismo.

Sem rumo e sem aprumo. 

 

segunda-feira, dezembro 19, 2022

18, mal contados




Tenho andado metido num tal ciclone de afazeres que até me escapou, vejam lá bem...  Ontem, esta espelunca perfez a bela idade de dezoito anos. Atingiu, por conseguinte, a maioridade e já pode votar. Deve ser por isso que não houve festejo. Ele há esquecimentos que vêm por bem.

Queria ter celebrado... convocada o Ildefonso e a malta da tasca para uma celebração condigna!... Queria, de facto. Queria tanta coisa, uma montanha de projectos. Como quando eu próprio fiz dezoito anos, há muito tempo. Perdidos os projectos, desvanecidas as nuvens de sonhos, fiquei-me com a montanha. E ela comigo. Partilhamos o mesmo cume branco.


domingo, dezembro 18, 2022

Desperegrinação rinotrópica

 

«Jews are leaving Israel in disillusion. They've been leaving for a long time».


Francamente, já não percebo nada disto... Então a ideia não era que migrassem todos para  Israel, a Terra Santa, a única democracia com apartheid e por aí fora? Estão-se a pôr na alheta a propósito de quê? Mas, afinal, é o Supra-povo ou um ió-ió migracoiso? Mas andam ao sabor da virtude ou da lua, como as marés?

Isto até chega a indignar-me. Como é que alguém pode, assim, por mero capricho ambulatório, desdenhar e abandonar o Paraíso (ou, pelo menos, a sua sucursal principal)?...

Mas é tudo fátuo e volátil neste sacana deste mundo?!...

PS: Na volta, o Muja é que tem razão: aquilo do nomadismo cigano está-lhes mesmo no sangue e transporta-os ao babelismo crónico e recorrente.


Pronto. resignemo-nos. Lá vão eles... Banda sonora para a viagem desperegrinante:


E para os mais nostálgicos, ou meramente desiludidos:



sexta-feira, dezembro 16, 2022

De (re)partir a coca





 

 «Segundo The Guardian, foram detados vestígios de cocaína na mansão de Chevening quando Liz Truss tutelava os Negócios Estrangeiros.»

(...)

«O jornal adianta ainda, citando outra fonte, que também havia vestígios de cocaína em Downing Street no tempo em que Boris Johnson ocupava o cargo. »


Percebem-se agora, ainda melhor, as peregrinações frequentes, e tantas vezes súbitas, destes cromos  à Ucrânia. Destes e da restante pandilha global. Além da firme partilha dos valores oxidentais, também o dos stocks generosos de pó branco (passe a redundância). A coberto do suposto apoio, o efectivo abastecimento. 





quinta-feira, dezembro 15, 2022

Happiness is a warm gun


«Se estamos a lutar pela Europa, porque não nos fornecem armas?”, questiona vencedora do Nobel da Paz»

Por amor de Deus, dêem-lhe uma arma e mandem-na para a frente de combate, para ver se ela se acalma!... Ou então cubram-na, que diabo... cubram-na, enquanto ela avança heroicamente, ao assalto!...
Bakhmut, filha, é onde está a bombar! Altamente psicadélico e droguinha da boa. Toda a febra é pouca.

A luta continua!  Zelensko para a lua! O polvo unido jamais será vencido!... 






quarta-feira, dezembro 14, 2022

Chutzpah imarcescível

 Segundo o Dr. Ari Qualquer coisa, "harvard graduate, epidemiologist, e um "proud jewish" (quando virem algum humble jewish avisem-me, quero celebrar):

«Sam Bankman-Fried was arrested in the Bahamas. The young entrepreneur is suffering the wrath brought on by Ye’s antisemitism. We have seen a increase in violence towards Jews in recent years since Trump's election. Now, this modern-day lynching is taking place towards SBF».

Chama-se a isto uma idiossincrasia específica da tribo (daquela - grande - parte especialmente ranhosa da mesma): Chutzpah. Em português, qualquer coisa como "descaramento ufano". Entre nós, os ciganos praticam algo semelhante. Não sei é como lhe chamam. Mas hei-de investigar.

American Pet(a) do Ano

 


E um hino vivo e memorável à estupidez das massas (oxidentais).

terça-feira, dezembro 13, 2022

Clássicos da geoestratreta




"After the victory over communism, we need a split of Orthodoxy and the collapse of Russia, and Ukraine will help us in this, where betrayal is the norm of public morality."
- Zbigniew Brzezinsk, in “The Grand Chessboard: American Primacy and Its Geostrategic Imperatives”
 
Suponho que os russos também leram o livro. Espero que tenham tomado notas. Os doidos varridos não segregam apenas estas fantasias solenes: acreditam furiosamente nelas e adoptam-nas, de enfiada, como evangelho de cabeceira. E o problema não é tirar-lhes estas manias da cabeça (debalde se tentaria); o problema a sério é tirá-los do cockpit.

The Three Categories of Brainwashing

 Há qualquer coisa em George Carlin que, não sei bem porquê, me lembra os Sopranos. Isto é um grande elogio a um grande humorista e a uma grande série. Mas ele, de facto, parece ter saído directo do submundo da mafia para metralhar uma plateia. Com humor sério, vertebrado, negro,  não coninhas. Nos exactos antípodas dos lambe-cricas de serviço à tele-galhofa cá da paróquia. RAPs, Markls e outros caniches de colo mediático.  Não fazem humor: fazem amor com a perna do telespectador incauto. Acariciam-no e aliviam-se nele. Em simultâneo.


Pensando bem, há também em Carlin qualquer coisa dum Mencken oral. 


«When you're born you get a ticket to the freak show. When you're born in America, you get a front row seat.»

   - George Carlin

Ursula Job

 

«Von der Leyen diz que caso de corrupção é muito grave e defende órgão de ética»


Esta babilonária emproada, armada em vestal amnésica, a cagassentenciar* sobre corrupção é o mesmo que a matrona do bordel a armar escândalo com uma das aprendizes menos desembaraçadas. Ou traduzindo noutra imagem mais conceptual e menos gráfica: quando a putrefacção moral snoba a corrupção política. No fundo, mais uma prova acabada de como o tão cantado e lambuzado "projecto europeu" não ultrapassa a mera burrocracia de mamíferos, comissáurios e consciências de aluguer.
Quanto ao "órgão de ética", perdoem-me a brutalidade, mas, sem a menor dúvida, retirou-o momentaneamente do rabo, para o soprar com a beiça. Breve intervalo para a cornetice, enfim. Ursula Job, poderíamos até inventariar, como a nova variedade de "requinte de geovolúpia" (glosando um antigo dicionário), que consiste na chuchadela alternada ao Império de Serviço e à Cleptogogia de Conveniência. 

* - Sim, acabo de inventar. Mas soa-me bem e descreve ainda melhor. 

segunda-feira, dezembro 12, 2022

Sinfonia da Sensatez (em Três Andamentos)



Assistam. Vão por mim. Se no fim acharem que foi tempo perdido podem injuriar-me à vontade. 


1º Andamento:



 

                                                                       2º Andamento



                                                                   3º Andamento: 



domingo, dezembro 11, 2022

Prioridades democráticas




 Num país onde se instaurou um regime de morte politicamente assistida, faz imenso sentido chegarmos àquele ponto grotesco em que uma das grandes prioridades dos assistentes seja a morte medicamente assistida. 

A malta, no fundo, tem o que merece... Até porque, bem medido, acaba tudo a descansar em paz. Só que até lá chegar, e em ritmo frenético, é cada vez mais aquela máxima chunga do antigamente: Na peida é um descanso. Começaram por ser vítimas, mas agora já são aficionados.

A seguir, presumo, vamos ter um qualquer sobressalto altamente moral e liberdadeiro, onde se legislará, com carácter de urgência e desígnio civilizacional, a mudança de sexo das criancinhas abaixo da idade eleitoral. Ou a calibragem de ambas pelos 10 anos de idade, perdoem-me o delírio optimista.

Isso, se antes não estabelecerem a obrigatoriedade cívica do aborto com base no IRS. O bombardeamento mediático já terraplena consciências e tece carpetes, passadeiras vip e cooperativas de imbecilidade colectiva. O sucesso musical do momento é "Portugal, paz à tua alma!"


sábado, dezembro 10, 2022

A Paz, pois claro.

 


«Nobel da paz ucraniana defende que caminho para a paz não passa por baixar armas»


Convenhamos, a criatura transborda de razão. É evidente que baixar as armas não conduz à paz. Sobretudo neste mundo, onde a paz, como não nos cansamos de verificar, constitui estado muito efémero e precário. O ideal mesmo é baixar à terra, ou seja, à sepultura. Uma vez aí, sim, podemos dizer, é uma verdadeira paz. Uma paz eterna.


Os ucranicoisos, liderados pelos Kievitas furiosos, abençoados por estas vozinhas esganiçadas e ávidas de sangue, telecomandados pelos anglossauros beneméritos, estão, decididamente, no bom caminho. Que descansem todos. Em paz. 




sexta-feira, dezembro 09, 2022

Sub-Rogações e intérpretes

 «As funções duplas do padre, o qual é simultaneamente "inspector das coisas vagas" e médico das almas, foram distribuídas no mundo moderno sem padres e são exercidas não por uma classe de homens mas por muitas. Na sua qualidade de administrador de sacramentos e intérprete do mistério circundante, o padre é representado agora, bastante inadequadamente, pelo artista. A extraordinária e bastante desproporcionada importância atribuída pelo mundo contemporâneo aos artistas como tais, sem olhar ao seu mérito, é devida ao facto de o artista ser o evocador daqueles estados emocionais que são o divino. É verdade que o deus que evoca é muitas vezes um deus de paupérrima qualidade. Considere-se, por exemplo, a deidade implícita na novela de maior venda ou a balada popular. Contudo, para aqueles que são constituídos de maneira que sejam capazes de gostar dessa espécie de deus, essa é a espécie de deus de que eles irão gostar. Há uma hierarquia tanto entre os deuses como entre os homens. Aqueles cujo lugar na hierarquia humana é inferior, adoram deuses cujo lugar na hierarquia corresponde à deles. Os padres-artistas que evocam deuses inferiores para adoradores inferiores são eles próprios inferiores. Todavia, seja qual for a qualidade do deus evocado, o acto do artista é sempre sacramental. Ele produz genuinamente um deus de qualquer espécie. Daí a sua importância no mundo moderno. O seu nome está escrito em letra grande nas páginas do Who's Who; os anfitriãos condidam-no para jantar; os escritores tagarelas relatam os seus feitos na imprensa; correspondentes desconhecidos escrevem-lhe acerca das suas almas e pedem-lhe um exemplar da sua fotografia; as raparigas estão dispostas de antemão a apaixonarem-se por ele. Para o artista que goza desta espécie de celebridade, o mundo moderno deve ser um verdadeiro paraíso.

O padre é um confessor, assim como um intérprete de mistérios. O artista pode encontrar meio de desempenhar as suas funções sacramentais, mas falta-lhe a espécie de treino e saber que torna um homem apto a ser um director de consciência. Foi ao advogado e ao médico que o padre legou esta parte dos seus deveres. O médico, e principalmente o especialista dos nervos, ocupa uma posição extraordinária no nosso mundo. O seu prestígio foi sempre elevado, mesmo durante aqueles períodos em que as doenças do espírito eram tidas como estando fora da sua jurisdição. Agora que o exorcista está extinto e o confessor é uma raridade, agora que a psicoterapia se proclama ela mesmo uma ciência e uma arte regular, o prestígio do médico duplicou. A sua posição no mundo moderno é quase a do curandeiro entre os primitivos.

Com o declínio do poder sacerdotal a importância do advogado também aumentou. O advogado da família assume responsabilidade vicarial pelos actos dos seus clientes. Ele é o recipiente dos seus segredos mais íntimos; ele dá-lhes não simplesmente conselho legal mas até moral. Os sacerdotes podem desaparecer; mas o número de pessoas que não gostam de responder pelas suas próprias acções, que se esquivam a tomar decisões e desejam ser conduzidos, não diminui. O director de consciência surgiu como resposta a uma genuína necessidade humana. O médico e o advogado preenchem entre eles o seu lugar vago.»

          - Aldous Huxley, "Sobre a Democracia e outros estudos" 


Realmente, o sr. Huxley, de parvo e mentecapto não tinha nada. É um facto que a nossa época, mais ainda do que qualquer outra, assiste a um proliferar de sucedâneos e imitações de padre. Corrijo, não apenas de padre, mas também de reverendo evangélico e pastor de seita. E, sobretudo, de padrecas. O padreca é uma mistura, assaz espaventosa, de sacristão e beato assanhado. Os novos padrecas? Acima de todos, o jornalista (que já não é apenas o "escritor tagarela", como retrata Huxley; ascendeu a cónego-alcoviteiro, de guarda ao templo-bordel e ao altar da ortodoxia da treta). E que dizer do ambientalista? É a testemunha de Jeová postiça e reciclada. Todavia, sendo tudo isto muito justo, óbvio e interessante, há um mistério que, sobretodos, me intriga. Se abunda, em regime de autêntica praga bíblica, toda uma chusma de faz-de-padres, já os ex-padres, quer dizer, os padres genuínos, em vias de extinção, ou sejam,  os padres da Igreja... fazem de quê? Pode parecer uma interrogação malévola. Mas não é. Não pratico, mas respeito. A religião, entenda-se.  E a prova de que a minha pergunta faz todo o sentido reside no actual Padre-em-chefe. O Papa F., pois. Faz de quê?... Alguém me consegue explicar?



 

quinta-feira, dezembro 08, 2022

A ponta do iceberg

 

O estado geral do palramentarismo europoide. Uma breve e sucinta radiografia. 



 Como eu não me canso de escrever, a democracia, tanto quanto um flagrante embuste, constitui não uma forma de governo, mas de auto-destruição. A começar por ela própria. Negócio e negação, sendo os seus principais eixos dinâmicos, são igualmente parentes chegados e cúmplices. Na cegada.

terça-feira, dezembro 06, 2022

Mictofísica a jacto

 «Os modernos apóstolos do comércio estão a tentar persuadir as pessoas a aceitar o negócio como um substituto da religião. Fazer dinheiro, asseveram eles, é um acto espiritual; a eficiência e a honestidade vulgar são um serviço à humanidade. O negócio em geral é o deus Supremo, a Firma individual é a deidade subsidiária a quem as devoções são directamentte pagas. Para os ambiciosos, para os clamorosamente prósperos e para aqueles demasiadamente envolvidos numa vida esforçada para poderem realizar qualquer pensar esforçado, a adoração do negócio talvez possa preencher a falta de religião genuína. Mas a sua inadequação é profunda e radical. Ela não oferece nenhuma explicação coerente de qualquer universo fora daquele cujo centro é a bolsa de valores; nos momentos de aflição, ela não pode consolar; não compensa nenhumas misérias; os seus ideais são realizáveis demasiado depressa - abrem a porta ao cinismo e à indiferença. As suas virtudes são praticadas tão facilmente que, literalmente, qualquer ser humano que acredite na religião do negócio pode imaginar-se a si próprio um homem verdadeiramente bom. Daí a tremenda auto-satisfação e farisaísmo consciente tão característicos dos devotos do negócio. É uma religião justificatória para os ricos, e para os que se tornam ricos. E mesmo para eles só dá resultado quando os tempos são bons e estão livres de infelicidade pessoal. Ao primeiro sinal de uma tragédia ela perde toda a eficácia; o mais simples colapso é suficiente para a fazer evaporar. Os pregadores deste substituto comercial da religião são numerosos, barulhentos e pretensiosos.»

          - Aldous Huxley, "Sobre a Democracia e outros textos" 

Mais uma vez, é caso para dizer: nem imaginava ele a que extremos haveria de chegar esta banha-da-cobra metida a hóstia!... Esta espécie de "metafísica instantânea e efervescente", por inalação e arroto, a que poderíamos, talvez, taxar de Cripofísica. Ou Mictofísica. A jacto.

sábado, dezembro 03, 2022

Cocó, Ranheta e Facada




 Desde pequeno que ouvi falar nos "Três da vida airada: Cocó, Ranheta e Facada". Isto dos Três, como todos sabemos, há séculos, é um número que tem muito que se lhe diga. Em múltiplos sentidos, para cima e para baixo, da teologia à sexologia, enfim, é toda uma variedade. Mesmo os três mosqueteiros... na verdade eram quatro, mas ficaram na lenda como "os três". Portanto, e resumindo, o 3 é um número com muita força. E não só na vida airada, mas também no mundo cão que nos cerca (sitia e confina), dir-se-ia que lá anda ele a impor a sua influência. Deve ser por isso que os dois excepcionais da História agora viraram três. Desde Fevereiro deste ano, mais precisamente. Já havia "o todo o imperialismo é mau, excepto o Americano"; e também o não menos famoso, "todo o colonialismo (ou apartheid, ou racismo, ou limpeza étnica, etc) é péssimo, excepto o Israelita". Pois, doravante, eis o terceiro: "todo o nazismo é hediondo e repugnante e merecedor da mais severa repressão e censura, exceto o Kievita". Por conseguinte, ao Cocó e ao Ranheta, eis que se junta o Facada. E a quem devemos mais este prodígio, este milagre dos diabos?  Nem mais: a Santo Vladimiro (Putin).

Se pensarmos, entretanto, como também lhe devemos a extinção da Covid e o apagamento de toda a História antes de Fevereiro de 2022, é caso para, no mínimo se lhe erigir uma catedral. Daquelas góticas e abracabardantes.

São Vladimiro, com aquele acto arrojado de purgar a Kievlândia, não iniciou uma guerra: criou o Mundo. Deu início à História e à Civilização, quer dizer, à própria Linguagem e Pensamento. Antes era, como não se cansam de nos enfiar pelas pantalhas e folhas de couve a dentro, o Nada, o Vazio, o Caos inominável. Mesmo o Tempo, não contava. Não existiu. Ainda nem sequer relojoava. Antes do genesis Vladimirífico, tudo não tinha passado duma heteróclita nuvem de fragmentos e vapores a boiar no espaço. Entulho cósmico, em suma. Que para nada interessa à consideração das massas geniais, super-informadas, esclarecidas e psicomusculadas nos ginásios da certeza absoluta.

Lavou-nos, finalmente, de todo o pecado, o grande Taumaturgo. Nada de maçãs ou explosões siderais filhas de pai incógnito. Quatro mil e trezentas guerras, mais duas mundiais de imensa estupidez e fragor. E seus derivados também. Aquela Fria, altamente chata e paranóica, pela pia abaixo. Tudo lavadinho. Mandado para o esgoto do esquecimento e da nulidade. 

Holocautos, holodomores, hologramáticas de fantasia e outras frioleiras que tais?...  Bem, isso foi quando: no tempo em que não havia ainda tempo nem as galinhas tinham perdido os dentes?  Antes da Criação do Mundo?  Temos pena. Nem sequer há palavras.

PS: Dizem-me que os excepcionais detêm o poder exclusivo de inventar, engendrar ou aperfilhar novas excepções... Sim, são eles e os malucos internados no Júlio de Matos.

quinta-feira, dezembro 01, 2022

Autópsia do Palramento, ou Da Cacocracia

 «Conheci membros do parlamento que, fosse qual fosse a sua riqueza ou os seus poderes de arengar era quase certo não serem capazes de entrar sequer para as categorias mais baixas dos serviços públicos ou de progredir no comércio acima da categoria de empregador-copiador.

Seria possível, sem fazer quaisquer mudanças radicais no sistema actual, melhorar a qualidade da assembleia legislativa, exigindo simplesmente do legislador as mesmas provas de competência conforme são exigidas de todo o administrador. Se alguém fosse autorizado a candidatar-se ao parlamento que não tivesse provado ser capaz, pelo menos, de entrar para as categorias mais elevadas do funcionalismo público, o parlamento seria automaticamente expurgado de muitos dos seus piores incompetentes e charlatões. É possível que, se este teste fosse imposto, alguns homens de real mérito poderiam ser excluídos, mas a sua perda seria compensada pela exclusão de uns tantos indivíduos meramente palradores ou meramente ricos ou influentes, de tantos curandeiros e vagabundos ignorantes. Se ao mesmo tempo o direito de votar ficasse dependente da capacidade para passar um teste de inteligência toleravelmente puxado - se ninguém fosse autorizado a participar no governo do País desde que não tivesse pelo menos uma idade mental de quinze anos - é provável que a influência dos demagogos e dos jornais fosse consideravelmente reduzida. Os adultos são mais judiciosos, menos facilmente sugestionáveis, do que as crianças.

Que somente os crescidos-mentais deveriam votar e que ninguém deveria ser autorizado a fazer leis desde que não fosse pelo menos inteligente e bem informado como os homens que as administram - estes são princípios políticos que o senso comum vulgar tem de aprovar. Somente os democratas misticamente mais fervorosos, que consideram a votação como uma espécie de acto religioso, e que ouvem a voz de Deus na do Povo, podem ter qualquer razão para desejar perpetuar um sistema pelo qual pode ser dado poder aos cavalheiros de indústria, aos homens ricos e aos quacres, através do voto de um eleitorado composto em grande parte por Peter Pans mentais, cuja infantilidade os torna peculiarmente susceptíveis às blandícias dos demagogos e às sugestões incansavelmente repetidas nos jornais dos homens ricos.»

          - Aldous Huxley,  "Sobre a Democracia e outros textos" 

Entre nós, e à presente data, todas estas fórmulas - de lhana sensatez de Huxley -, perderiam qualquer hipótese de implementação. Os que administram são os mesmos que legislam e também os mesmos que seleccionam. Nesse aspecto, já não se corre o risco de discrepâncias. Afinal, é um dos efeitos comprovados e universais de décadas de democracia: primeiro, a proliferação e homogeneização da mediocridade; depois a ascensão metódica, quando não meteórica, dos piores. Nesse sentido, a democracia, como já bem tinham bispado os grandes pensadores gregos, é o contrário da aristocracia, quer dizer, é o governo não pelos melhores mas pelos piores. E geralmente até pelos piores princípios, razões e motivos. Nesse sentido, pode ser definida, a dita democracia, como um genuína Cacocracia. Do grego Kakos - (mau, feio, disforme, defeituoso, cobarde...) e kratos - (poder, domínio, governo...). Traduzindo: Mau-Governo. Deficiência dominante. Na realidade, tirania da estupidez, da malignância e da mediocridade.