Algures, abrasado pela tremenda e infindável discussão, o marido decidiu pôr cobro à mesma duma forma rude, firme e peremptória: sacou da pistola e abateu a outra parte, por acaso sua esposa, com três tiros irrefutáveis.
Mais tarde, já no julgamento, o juiz, indignado, interrogou-o em tom áspero:
- Se queria pôr um ponto final na discussão, não tinha uma maneira menos selvática? Responda-me: acha que isto são modos de se colocar um ponto final numa discussão?
O réu, acabrunhado e devastado pelo remorso, mas amigo do rigor, achou por bem contestar:
- Na verdade, meritíssimo, se bem recordo a gramática, não foi um ponto final...
- Não foi um ponto final? - insurge-se o magistrado. - Abate a mulher com três tiros e acha que não é um ponto final?!..."
- Pois, bem vê, excelência... - contrapõe ele. - É como diz, foram três, nem sei o que me deu. Mas, por isso mesmo, não foi ponto final: foram reticências!..."
2 comentários:
malandrão, estás a gostar desta coisa das piadas. eu se fosse da sic dava-te um levanta-te e desgraça-nos.
tens uma consistência impressionante
Normalmente, isto surge como secreção do surreal quotidiano. Ele é com cada notícia...
Mas para contar piadas ao vivo não tenho jeito nenhum. Falta-me, em primeiro lugar, a cara de palhaço. Tenho mais ar de quem vai fazer um massacre do que quem vai contar graças. Ar e, muitas vezes, vontade. A seguir, sou completamente destituído daquele histrionismo simiesco tão ao gosto das audiências. E depois existe qualquer coisa de antipatia instintiva entre qualquer plateia e eu. E é recíproco. O mais certo era acabar tudo à cacetada. O que, bem vistas as coisas, até tinha muito mais piada do que aqueles saraus anedoteiros da TV.
Mas enfim, ó Diogo, a mim só me interessam três tipos de humor: o negro, o negríssimo e o lúgubre.
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