terça-feira, outubro 24, 2023

Prolegómenos a toda a mitofísica futura

 1. O Hamas é uma congregação de hediondos terroristas; em contrapartida o ISIS é (e sempre foi) um bando de terroristas fofinhos, que até mereceu apoio aéreo e hospitalar por parte de Israel. Porque, evidentemente, o ISIS só trucidava, com requintes de malvadez, sírios, iraquianos, kurdos, drusos, cristãos e tudo o que lhe aparecesse pela frente, excepto, adivinhem... pois, israelitas. Já o Hamas foi aquele despautério que se sabe. Pior que terroristas, são autênticos satãs: rebelaram-se contra o criador. Neste momento já foram até degradados a nazis... pelos próprios nazis em exercício.

2. Os trumpistas (seja lá isso o que for ou tenha sido) apregoavam o "América First". Estavam deslocados no local e no tempo: na actualidade americana é, em absoluto, "Israel First". Deviam aqueles, para realização plena da sua fantasia, ter atravessado o oceano. Deste lado, na União Europeia Sociopata e Soviética é que vigora, com fulgor e vigor viçoso o "América First". Aliás, a nível das "elites" (nulites, de facto) reina mesmo o América Only. Em Portugal, como as elites não se distinguem do resto, generalizou-se. Em forma de monturo - infecto-contagioso, por tele injecção e supositório merdiático.

3. Faz imenso sentido basear uma ocupação em remotos e abstrusos direitos de há 2500 a 3000 anos. Se bem que, para efeitos de jurisprudência e deliberação,  deveriam também ser ouvidos os tardo-representantes, sucessivamente, de Egípcios, Assírios, Hititas, Filisteus, Gregos, Romanos, Persas e Turcos, entre outros (quanto aos britânicos, nem vale a pena ouvi-los; já sabemos o que pensam).

4. Já que estamos no canal memória, permito-me também relembrar um caso de há apenas 60 anos, mais coisa menos coisa. Passou-se no antigo Ultramar português. Cerca de 3.000 portugueses, sobretudo mulheres e crianças, bem como umas dezenas de milhar de umbundos avulsos (indígenas do centro/sul), foram chacinados à catana, a tiro de canhangulo e à paulada. Esquartejaram, violaram, plantaram cabeças em paus, submeteram grávidas a cesarianas sumárias, etc, etc. Tudo em ambiente eufórico de grande e abençoada empreitada liberdadeira. Para o governo português de então, gente claramente perversa e retrógrada, o evento foi catalogado como "Terrorismo". Assim, com todas as letras, imagine-se. Todavia, para os preclaros e donairosos governos dos Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética, China e todos esses promontórios do progresso na História, tratou-se, outrossim, de legítimo expediente da luta pela independência nacinhal. Tanto assim era, e acabou - na pós-debandada de Abril - por triunfar, que a UPA (o benemérito grupo excursionista dos massacres), renominada FNLA, se sentou depois, durante a descolhonização, à mesa das partilhas, no Alvor. Com a maior das solenidades, diga-se, bem como  o carinhoso bafo  das "potências" e do patego nacinhal,  agora devidamente aparelhado e atrelado à carroça da civilizaçona e do Puguesso, zurrando, glorioso e ufano, pois também ele finalmente emancipado da bipedia e da sobriedade. Experimentem, ainda hoje, perguntar a  qualquer um  destes direitalhos de trazer por causa (ou cauda, ou o raio que os parta), cuja principal ocupação consiste em estar de plantão ao urinol das ideias no voyeurismo  excitado do deita-mijo da esquerda, o que entendem do episódio sangrento de 61 e vereis como, em concordância zarolha com a esquerdalhada acéfala que tanto espreitam, logo papagueiam a tese puguessista e dão de barato ao colhonialismo toda a responsabilidade pelo açougue. Ou então foram os flatos da História, era fatal. É o que dá não idolatrar o Poder e a Força, perguntem ao Prometeu. Pois bem, a toda esta amostra de gente que se arrepela tanto com o putativo terrorismo do Hamas e faz olhos de mercador ao terrorismo da UPA, permitam que interrogue: são assim tão mais preciosos, mimosos e comoventes os mortos israelitas se comparados com os mortos portugueses? Então, e disglosando o ditado, pimenta no cu dos nossos é refresco, mas no cu dos israelitas enche-nos dum ardor excruciante e aflitivo? Pois, tenho uma novidade para vós todos, ó cavalgaduras: se connosco foi passado alvará de "luta de libertação", então na Palestina é "luta de libertação" também, pura e dura. Habituem-se: a "Luta de Libertação" quando nasce também é para todos. Até porque como não há moralidade, comem mesmo todos. E pela medida grande.

5. O chamado "Direito internacional" - regras e leis da ordem não sei quantos, resume-se ao aleive do momento do auto-glorificado país mais poderoso e absoluto não apenas da actualidade, mas de toda a História, da Criação e do Cosmos. Isto é, o baluarte da Democracia neste Mundo é o Absolutismo mais desenfreado, violento, torcionário e repressor de que há memória. Um verdadeiro Despotismo Grunho, nada esclarecido, à escala global.

3 comentários:

muja disse...

Pois é. Que lhes faça bom proveito e não passem fome durante muitos e bons!

E, já agora, e para que conste, temos fotografias dos mimos e festinhas da UPA!




Anónimo disse...

Caro Dragão.
Há aqui um problema que tem passado ao lado de todos. A promessa não cumprida.
Deus ser omnipresente, omnipotente, eternamente caridoso, prometeu a terra santa a alguns, mas, depois não cumpriu. Alguns preocupados com a imagem de Deus, para que Deus não ficasse conhecido por aquele que promete mas cumpre, resolveram por mãos á obra e levaram a cabo a promessa de Deus.
Infelizmente nestas coisas dos homens, há sempre aqueles que querem ver, neste caso, Deus, ficar mal na selfie. Obviamente que é inaceitável.
Carlos

Vivendi disse...

Muito bem!

Os ventos da história são sempre cíclicos.

Por cá tivemos o pântano com o Gugu, e agora o mundo também está enfiado num pântano com crápulas e banksters da pior espécie num freak show.