terça-feira, outubro 17, 2023

Mutualismos (ex)terminantes

 Vou repor um postal de 2012, 21 de Novembro mais exactamente, sobre este mesmo prato do dia na época - Palestina com Israel a cavalo. Não é que eu seja assim tão inteligente ou arúspice, a coisa é que chega a tresandar de tão óbvia e previsível.

Em zaragatas entre tribos árabes, como aquela que decorre sempreviçosa ali para as bandas da Palestina, decidi adoptar rigorosa neutralidade. Como é universalmente sabido, aquela gente - entenda-se os Autóctones (assim denominados porque acusam os outros de alienígenas) e os Autoclismos (assim denominados porque pretendem limpar nódoas no seu mapa) não diferem nem na qualidade, nem na vontade, nem na finalidade - diferem apenas nos meios. Matam-se uns aos outros, recorrendo a todo o ódio, brutalidade e  terrorismo de que são capazes.  Simplesmente, aqueles que têm mais meios, matam mais. Como a desproporção é gigantesca, o balanço final é invariavelmente desequilibrado. Se por algum acaso do destino, houvesse equivalência de meios, não tenho dúvidas que se entregariam de corpo e alma ao extermínio mútuo. Empreendimento que consumariam em três tempos, caso ninguém os detivesse. Da forma como as coisas estão, só os Autoclismos pensam seriamente em formas sofisticadas e engenhosas de exterminar os outros; estes, por enquanto, estão numa fase bastante mais atrasada: envidam ainda denodados esforços para conseguirem meios e engenhos que, por seu lado, lhes permitam começar também a pensar   seriamente no extermínio alheio.
Atá chegaram ao olho por olho ainda vai demorar. Por enquanto ainda vão no olho por família inteira, habitação e quintal..
Isto, ao contrário do que a superficialidade julga, favorece os Autóctones. Vão endurecendo cada vez mais. Ao contrário dos Autoclismos: viciam-se a bater em desgraçadinhos, isto é, a degradar meios militares em acções de polícia interna, pelo que um dia destes (como, aliás, já se viu da última vez contra o Hezbollah) quando tiverem que enfrentar exércitos a sério correm o sério risco de estar minados e amolecidos pela facilidade, a arrogância e a poltranice.
Mas como entre aquela gente parece que a hubris, vulgo chutzpah, é entendida como uma virtude, só hão-de parar dentro do abismo.

E pronto, já chegaram ao tal ponto em que a cobardia cultivada  (facilidade, arrogância, poltranice) começa a dar os seus frutos. E, suspeito bem, ainda só vão na primeira colheita. 

2 comentários:

Anónimo disse...

« Até chegarem ao olho por olho ainda vai demorar. Por enquanto ainda vão no olho por família inteira ...»

Precisamente. Ainda estão na lei de Lamec, como justamente lembrou aqui.

E alguma vez chegarão à lei de Cristo?

Este é o fundo e alto de todo o problema.

marina disse...

jamais , Cristo destruiu o primeiro monopólio judeu , a marca Povo de Deus.