sexta-feira, novembro 25, 2022

Disfonia das Quatro Estações (rep)

(A propósito da data de hoje, parece-me sempre oportuno recordar...)



 Antes que me esqueça, há uma rectificaçãozinha que, em termos históricos, compete fazer: Não há um Portugal antes do 25 de Abril e um Portugal depois do 25 de Abril. Em bom rigor, há dois, antes e depois. Ou seja, quatro. Situando: Um Portugal antes de 27 de Setembro de 1968; um Portugal entre esta data e o 25 de Abril de 1974; um Portugal após o 25 de Abril; e um Portugal pós 25 de Novembro de 1975. chamemos-lhes, respectivamente, Fase 1, fase 2, fase 3 e fase 4, para facilitar a exposição.

Na fase 2, tentou enterrar-se a fase 1 e plantar-se sobre ela uma quimera.
Na fase 3, tratou de  liquidar-se o império e escavacar a quimera.
Na fase 4, absorveu-se a fase 3, e recauchutou-se a quimera a expensas externas, o que, como era mais que óbvio, só podia redundar na dissolução do país.
Tudo isto traduzido em termos mais poéticos, ou meramente pictóricos: À primavera Marcelista, seguiu-se o verão Comunista, donde amadureceu o outono capitalista e agora, com a fatalidade das estações, aguarda-nos o inverno...  ainda não se sabe bem de quê, mas, seguramente, será rigoroso. 
Bem avisaram os antigos que o tempo é circular. Estamos de volta a Salazar? Não, estamos de volta a 1580. Somos pequenotes, mas gostamos de viver à grande. Viver e, mais ainda, morrer, pois então. Um alcácer-quibir de larvas mercantis e consumistas, eu sei, não é bem a mesma coisa que um Alcácer-Quibir de guerreiros. Mas, dentro do microcosmos fétido, foi o que se pode arranjar... E ao menos o Ricardo Salgado não desapareceu nas areias do deserto, para nos vir assombrar durante os séculos vindouros. 


PS: Temos o monstrengo, é certo, mas esse também já não nos assusta: habituámo-nos a ele de tal modo, que até o elegemos para a presidência desta cegada (entretanto arreado e substituído por um sempre-em-pé-de-micro). É, assim, uma espécie de monumento vivo ao nosso naufrágio colectivo. Simbolicamente, instalado no mesmo e preciso local donde, há quinhentos anos, partiram as caravelas - Belém. 

PS 2: Quanto a nós, não, francamente não sei, quanto demora ainda até ficarmos exaustos... de ser a antítese de nós próprios.

4 comentários:

Vivendi disse...

Portugal vai acabar como um albergue espanhol!

Ou seja, cada vez será mais difícil de encontrar um português genuíno e de força activa.

'Ao que foi possível apurar, é uma expressão que remonta à Idade Média, desde que, na Galiza, foi descoberto o sepulcro do apóstolo Santiago. Desde então, milhares de peregrinos demandaram Compostela, séculos a fio, alojando-se em albergues que se situavam propositadamente ao longo do percurso – «Caminhos de Santiago», como ficou conhecido até aos nossos dias. Eram albergues onde cabia lá de tudo um pouco: dos peregrinos-hóspedes até aos próprios animais com que se faziam acompanhar, mais os respectivos carregos. '

Vivendi disse...

1974 idade mediana do português, 28 anos
2020 idade mediana do português, 45,8 anos

Qual a utopia de um povo com 45,8 anos?

Vivendi disse...

O destino europeu... ser um EUA 2.0 mas bem pior que original.

https://24.sapo.pt/noticias/reino-unido-bate-novo-recorde-de-imigrantes_637f839458ca854338a988ce

Figueiredo disse...

Portugal continua a cair pelo o foço abaixo e quando bater no fundo será algo tenebroso, como nunca os Portugueses viram ao longo da História deste país.

Somente os Militares conseguem mudar os regimes em Portugal, mas neste momento o Exército não existe, a mediocridade graça nas suas fileiras - basta ver a maioria dos efectivos do Quadro Permanente - é dominado pelos liberais/maçonaria que têm as costas quentes pela OTAN, o que torna impossível uma movimentação Militar como a do 28 de Maio 1926.

Temos uma Constituição ilegítima, não foi sufragada pelos Portugueses, que tem de ser substituída por outra.

Os liberais/maçonaria em desespero, ao ver que o seu corrupto e anti-democrático regime liberal/maçónico imposto em 25ABR74 pelo golpe de Estado da OTAN, se encontra a desmoronar, querem fazer a revisão constitucional para manter este regime do qual dependem, e se nada for feito para impedir esta escumalha Portugal e os Portugueses ficarão submetidos a uma ditadura liberal/maçónica que trará o sub-desenvolvimento, escravidão, desemprego, pobreza, miséria, e fome como nunca antes se viu neste país.

«...O sistema político da Constituição de 1976 está gasto, transformou a Democracia, Esperança do 25 de Abril, num “ancien régime”.

Transformou-A numa partidocracia subordinada a várias oligarquias, onde impera o
poder do dinheiro e não o Primado da Pessoa Humana, nem a soberania do Povo.

O Estado Social vem sendo descaradamente destruído e agravam-se as desigualdades sociais.

Os menos esclarecidos julgam que os centros de decisão mais importantes ainda estão
nos Partidos, e não, como agora, nas sociedades secretas cujos interesses financeiros, protegidos por uma desregulação selvagem, dominam o Estado.

Portugal, por culpa da passividade e da incompetência, foi transformado num protectorado de uma Europa sem coragem de se autoconstruir, afundada no Relativismo e rejeitando Princípios, Valores e Ideologias.

Está assim comprometido o Interesse Nacional e o Bem Comum dos Portugueses.

Também a posse das máquinas informativas pelos poderes aqui denunciados, ajuda a
convencer os Portugueses de que não há outro caminho de Regeneração, de Democracia
e de Desenvolvimento Integral da Pátria, a não ser o deste percurso de “apagada e vil tristeza” por onde nos forçam os “velhos do Restelo” do século XXI português.

Os socialmente mais débeis são os mais covardemente atingidos e sofredores, porque
assim o escolheram as oligarquias e as sociedades secretas.

A crise tinha de ser enfrentada, mas não desta maneira de genocídio social...»

Fonte: «A Tomada da Bastilha» - Alberto João Jardim (https://www.aofa.pt/rimp/PR_Alberto_Joao_Jardim_Documentacao.pdf)