sexta-feira, outubro 07, 2022

Mais uma corrida, mais uma viagem!




«Breaking news: Saudi Aramco raised its selling prices of oil to the United States, lowered them for Europe, and kept them the same for Asia.»

Não tarda nada rompe um alarido mediático no oxidente: descobrem, subitamente, que a Arábia Saudita, afinal, não é uma democracia. Que as mulheres são oprimidas. E que impera uma autocracia islamofassista. Escarcéu garantido. Um chinfrim como aquele que agora grassa no Irão, a qualquer instante... E o mais divertido será ver os europeus, liderados pela intrépida Ursula, a ladrarem raivosamente ainda mais do que os donos. E completamente ingratos aos preços de desconto. Vai ser de tal ordem que, para superarem a dependência ao petróleo saudita, sancionam os sauditas e passam a comprar esse mesmo petróleo ao triplo do preço... aos Estados Unidos.


1 comentário:

Vivendi disse...

"Se as perspectivas dos democratas americanos para as eleições intermédias já eram sombrias, o golpe da OPEP+ (liderado pelos sauditas) cortando a produção de petróleo para fazer subir os preços podem ser um golpe fatal, num país onde frequentemente os eleitores tomam o preço da gasolina como indicador de 'bem-estar'.
Há várias opiniões sobre esse golpe de Mohamed bin Salman (MbS para os amigos): uma é que ele fez isso exactamente para fritar Biden. Outra é que Putin (sempre ele) o convenceu da jogada. E uma terceira é que MbS está mesmo a desacoplar a Arábia Saudita do dólar enquanto se aproxima da SCO e dos BRICS. Eu acho que as 3 funcionam muito bem juntas já que não são mutuamente exclusivas.
Bernie Sanders sugeriu castigar a Arábia Saudita: os EUA devem deixar de lhe vender armas, desistir de vez do petróleo e apostar nas energias renováveis. A gente pensava que esta última aposta já vinha de longe, parece que afinal não. E quanto às armas, talvez os sauditas tenham mais onde as comprar. Até podem estar algo desiludidos com os Patriot que têm falhado em interceptar os ataques às refinarias da Aramco, pelos houthis.
No longo prazo a perda do aliado Saudita será porém irreparável que lhes restará no Médio Oriente? o Qatar, o Koweit e mais quem? bastará para controlar aquela vasta área?
O impacto do que acaba de acontecer mostra que não é realmente necessário explodir oleodutos ou gasodutos para causar grande dor. Ter as torneiras à mão é bem melhor."

AG