sábado, janeiro 15, 2005

A Bomba Gay

Sem surpresa, quanto a mim, leio no Diário Digital:

«O Ministério da Defesa norte-americano (Pentágono) considerou desenvolver um conjunto de armas químicas não letais para abalar a moral e a disciplina das tropas inimigas, tais como uma bomba sexual, indicam documentos secretos agora divulgados.
Uma das armas mais bizarras consistia no desenvolvimento de um afrodisíaco que tornasse os soldados inimigos sexualmente irresistíveis uns para os outros.
A intenção era provocar um comportamento homossexual generalizado entre as tropas, o que causaria um golpe «desagradável mas não letal» à moral dos soldados, refere a proposta.
Outras propostas incluíam armas que atraíssem enxames de vespas enfurecidas ou ratazanas furiosas para posições militares, tornando-as inabitáveis»

Ora, no mínimo, estes laboratórios peregrinos resvalaram para a redundância. Menosprezaram –e de que maneira- o generoso, dinâmico e estrénuo contributo da cultura americana para a disseminação da homossexualdade no mundo. Da homossexualidade e da impotência em geral. De facto, para que é necessária uma bomba, quando já se dispôem há muito de emissores, difusores e fumigenadores permanentes? Já diz o povo: o óptimo é inimigo do bom. E a coisa feita pela calada resulta sempre melhor que cometida às escâncaras, largada à bruta.
Contra-argumentaria o postulante que a bomba seria vocacionada apenas para países do terceiro mundo onde a televisão, o cinema e a internet ainda não chegassem com a exuberância necessária. Que a bomba se destinaria só a países francamente hostis, enquanto aqueles outros métodos se concentrariam nos países amigos e aliados. Soft-colonization, esta, explicitaria. Em contraponto à “fast-colonization”, à bomba, aquela, claro.
Mandá-lo-íamos aperfeiçoar o engenho, burilar uma via de inoculação não-explosiva (que dá muito nas vistas) e esmiuçar da sua rentabilidade, fazendo-o acompanhar, futuramente, dum estudo de mercado.
Quanto a atrair ratazanas furiosas e vespas enfurecidas, isso também já existe. Basta que se descubra petróleo em boas quantidades no subsolo dum qualquer pobre e desamparado país. Descobrissem-no na lua que havíamos de vê-las desembestar para lá, a correr –ou melhor, a voar.
Também a halitose é mais que redundante: Há muito que infestam o mundo com junk/fast-food, fármacos, químicos, pesticidas e, ultimamente, até com transgénicos e vacinas absolutamente putrefactivas das vísceras alheias. Halitose, flato e eructação pestilenta é o que não falta p’r’aí. Já não falando num fedor a cagaço, que até enjoa.
Resumindo: ir alguém, uma alma cândida e benemérita, oferecer tais gadjets aos dirigentes americanos resulta no mesmo que vir sugerir, em jeito pioneiro, contas off-shore aos manda-chuvas portugueses. Pois, mais que descobrir a pólvora, é inventá-la.


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