Veio Muley - Acmet marroquino
Com duros trigos entulhar Lisboa;
Pagava bem, não houve moça boa
Que não provasse o casco adamantino:
Passou a um seminário feminino,
Dos que mais bem providos se apregoa,
Onde a um frade bem fornida ilhoa
Dava d'esmola cada dia um pino:
Tinha o mouro fodido largamente,
E já basofiando com desdouro
Tratava a nação lusa d'impotente:
Entra o frade, e ao ouvi-lo, como um touro
Passou tudo a caralho novamente,
E o triunfo acabou no cu do mouro.
- Manuel Maria Barbosa du Bocage
Para a poesia inglesa toda, chega o nosso Bocage sozinho. Só o verso "passou tudo a caralho novamente" arruma com as veleidades delicodoces de qualquer Larkin, Shelley ou Yeats de meia tigela. Sai em ombros, em apoteose, o nosso lidador, depois de cortar orelhas e rabos a torto e a direito. Com fanfarra e volta ao redondel.
Rompem olés de norte a sul
chovem chapéus e até cuequinhas.
Filho de cão com bruxa trinca-espinhas
- puta que pariu o John Bull!!
3 comentários:
Ainda se arrisca a um levantamento e a ver a sua efígie a ser queimada em praça pública...
Usurpadores! Devolvam-me a minha Tina! Preciso de lavar os pés.
olé!!
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