domingo, novembro 26, 2023

Entre a Extrema-Direita e a Extrema-Estupidez



« Crescimento da extrema direita "é culpa dos partidos 'mainstream' que não enfrentam os problemas"»


Os partidos "mainstream" (fica logo tudo esclarecido no barbarismo do termo) não enfrentam os problemas nem, sejamos honestos, essa constitui a sua função, missão ou compromisso. Pelo contrário,  criam-nos, nutrem-nos, desenvolvem-nos e zelam, com carinho e enlevo maternais, para que se reproduzam. Poderíamos até chamar ao pseudo-regime destes formidáveis partidos o problemódromo, que é como quem diz, uma espécie, particularmente alavancada e alambicada, de aviário de problemas. Ou problemo-pecuária industrial. Quanto ao método, nada mais simples, patenteado e recorrente: para resolverem um problema, geram e destilam, no mínimo, mais dois ou três. A seguir, perante a multiplicação dos problemas, cegamente fiéis à lógica abstrusa que os obsidia, disparam na proliferação descontrolada.  Acresce que não contentes com isto, ainda se entregam ao requinte de inventarem problemas, importarem problemas, e, de emergência, constituírem inúmeras comichões para a imaginação, restauro  e estudo de pseudo-problemas, ex-problemas e cripto-problemas.

Aqui há uns anos, meia dúzia se tanto, um sujeito meu conhecido, amigo inveterado da piada, surgiu-me com a seguinte observação: "Já viu, como se queixam amargamente da extrema-direita?" Resposta minha: "Pois é, meu caro, creia: estamos entre Cila e Caribdis: dum lado a extrema-direita, do outro a extrema-estupidez."

Ora, com efeito, a ocupação dos "partidos mainstream" (ou quaisquer outros, devo desde já reconhecer e avisar, porque, no fundo, todos aspiram a subir do saguão "offstream" ao púlpito "mainstream"), mais não corporiza que o "sistema" da Extrema-estupidez. O primeiro mandamento dos seus tripulantes e curandeiros é apodarem de extrema-direita toda e qualquer alternativa que coloque em causa a perpetuação do seu  problemaviário. Isto - não barafustem, leitores - é perfeitamente compreensível; insere-se na sua mania  - atrás referida - de imaginar problemas. Claro que um problema imaginário, mesmo sem pés nem cabeça, é acarinhado e submetido ao processo multiplicativo de qualquer outro, real ou fictício. Não tarda, uma série de problemas-pimpolhos germina do problema da "extrema-direita" imaginária: peido mestre democrático, jugulação das liberdades, brutalização das minorias, aspereza social aos imigrantes, etc, etc. Lá está, o que mais preocupa - aliás, ofende! - a Extrema-estupidez é o surto de algo que se proponha atacar, resolver ou beliscar que seja os problemas. Mais que a forma, o critério, ou até mesmo o absurdo descabelado, é mesmo essa ideia - herética, demoníaca! - de resolução que os afronta e transporta à birra furiosa (com o absurdo até podem eles bem, já que o ordenham, aspergem e transaccionam todos os dias). Um problema, segundo a Extrema-estupidez, não é, de modo nenhum, para resolver, mas apenas para polir, gerir e explorar. Assim, não surpreende que, nesse seu idílio tosco com a fantasia, quando, insatisfeita com os problemas que herda, mantem e cria, ainda importa mais problemas, aos quais confere um  valor quase mágico para a modernização e ampliação do aviário. Dir-se-ia até que a importação de problemas constitui o ramo mais sagrado do sua superstição. Problema importado é problema sagrado! E não pensem sequer que estou apenas a falar em gente avulsa (estilo emigrantes, turistas, traficantes coisas assim). Não, isso é o menos. Quando desatam a importar crenças, fanatismos, guerras, catástrofes, manicómios, programas informativos, alucinações colectivas, taras de aluguer, tretas para consumo, etc, etc, é que a extrema-estupidez ganha contornos de avalanche. A ameaçar tsunami. Perante uma tal ameaça, massacrados por problemas como os cães vadios pelas pulgas, os otários eleitores, às tantas, cedem ao desespero e à publicidade. Sucumbem à infernalização dos parasitas.  Já estão por tudo, viciados que são no nada. Viram-se para a extrema-direita?

Não sei exactamente para onde se viram. Ou sequer se chega a ser espontâneo ou mero reflexo automático... como a cauda-espanador das cavalgaduras a sacudir as moscas. Sei, isso sei, de ciência limpa, que totalitária, absurda e realmente extrema, nesta hora que passa, só mesmo a Estupidez. A sua obsessão pelos problemas ultrapassa a paixão, a devoção ou até a idolatria. Já deveio toxicopendência.


5 comentários:

Figueiredo disse...

Ajuste a imagem, se não fica mal.

Vivendi disse...

O que é certo é para onde os ocidentais se virem (agora para a extrema-direita)... os Sionistas já chegaram lá primeiro.

Basta uma pesquisa básica do Google sobre estes últimos acontecimentos eleitorais para entender como estamos entregues à bicharada.

Vivendi disse...

"Não há qualquer oposição à tirania da criação de um governo mundial, à tecnocracia digital global.

A escatologia católica profetiza um grande projecto da governação global ou do governo mundial ou do Estado mundial. Pode ser realizado de forma unipolar ou multipolar.

Se estudarmos o projecto de governo mundial ou de governação global que remonta a um século, as elites delinearam claramente um projecto de regiões supranacionais ou de regionalismo ou de integração regional como base para a federação mundial constitucional.

A federação mundial imita a forma como os EUA são constituídos… uma união de 50 estados. E assim as quase 200 nações do mundo seriam unificadas sob uma constituição ou federação global. Isto teria de ser vendido como multipolar… caso contrário, quem subscreveria voluntariamente uma federação mundial hegemónica unipolar?

A própria ideia de multipolaridade faz parte do plano geral da elite globalista ou pelo menos não afecta em nada os seus esforços para estabelecer uma governação mundial única. Os BRICS não se desviaram nem um pouco do plano geral de estabelecimento da Nova Ordem Mundial profetizado pelos globalistas e, nas funções de um Governo Mundial não declarado, assumiram o controlo da ONU na sua totalidade.

O professor socialista William I. Robinson escreveu recentemente:

Se os BRICS não representam uma alternativa ao capitalismo global e à dominação do capital transnacional, sinalizam a mudança para um sistema interestatal mais multipolar e equilibrado dentro da ordem capitalista global. Mas um tal sistema interestatal multipolar continua a fazer parte de um mundo capitalista global, brutal e explorador, no qual os capitalistas e estados dos BRICS estão tão empenhados no controlo e na exploração das classes trabalhadoras e populares globais como os seus homólogos do Norte. Estamos no início de uma reconfiguração radical dos alinhamentos geopolíticos globais… No entanto, a crise de hegemonia na ordem internacional ocorre dentro desta economia global única e integrada.

O diplomata indiano aposentado M. K. Bhadrakumar escreveu recentemente para a RT:

A Índia sempre esperará que os BRICS, enquanto comunidade, não visem destruir a ordem mundial existente, mas sim mudá-la para melhor. A Índia não quer o colapso da globalização, das instituições e do direito internacional. A Índia prefere criar tais regras, normas e formas de cooperação dentro da ordem existente.

Não esqueçamos que o BRICS foi uma “ideia” do graduado do WEF e jovem líder global Roopa Purushothaman e Jim O'Neill da Goldman Sachs.

Voltemo-nos para o projeto regional, que considero um elemento crucial na análise do governo mundial, no qual poucos pesquisadores se concentram. À medida que o Estado-nação for eliminado, será absorvido por 10 regiões supranacionais modeladas na UE. Tenho aqui um livro intitulado “O Fim do Estado-Nação: A Ascensão das Economias Regionais”. Também possuo um exemplar de 1974 de uma publicação do Clube de Roma que mapeia um sistema mundial de 10 regiões. O Livro de Daniel no Antigo Testamento descreve o império mundial final como composto por 10 reinos.


Afirmei muitas vezes que a UE é o modelo totalitário para o governo mundial. Tenho aqui um livro de Mark Corner intitulado “A ligação das nações: da União Europeia à União Mundial”. O falecido Robert Pastor, o pai da União Norte-Americana, seu último livro foi “The North AmerIdéia Canadense: Uma Visão de um Futuro Continental”.

Os líderes multipolares promovem claramente o supranacionalismo globalista, nomeadamente sob a forma do projecto da UE. Neste caso centrar-me-ei nas Américas, por uma questão de tempo, mas poderíamos encontrar o mesmo tipo de citações em África, na Ásia e no Médio Oriente. Em 31 de dezembro de 2016, o presidente mexicano AMLO tuitou que ele e seu amigo Jeremy Corbyn estavam discutindo um governo mundial fraterno.(fraterno atenção ás palavras)

Vivendi disse...

Em outubro de 2022, AMLO afirma:

O Sr. Blinken falou sobre a consolidação da região norte-americana e concordamos nesse ponto. Não só lhe disse que estávamos de acordo em nos consolidarmos como região, incluindo os três países – Canadá, Estados Unidos, México – mas também que estávamos a favor da unidade de todo o continente americano para repetir o nosso projeto de que , tal como a comunidade europeia surgiu e se tornou a União Europeia. É isso que queremos, que é o sonho de [Simón] Bolívar, (outro fraterno ao serviço do império britânico)mas integrando o Canadá, os Estados Unidos, todas as Américas.

Em novembro de 2022, o ex-presidente do Equador Rafael Correa afirma:

A Unasul vai se recuperar. Lula é um grande integracionista. É o que propusemos há 15 anos, faz parte da nova arquitectura financeira regional que era um dos objectivos fundamentais da Unasul. Há um caminho traçado ali, que é o europeu. A União Europeia deveria servir-nos de exemplo.

Nayib Bukele, de El Salvador, em julho de 2023, afirma:

Chegou a hora de unirmos a América Central, com fronteiras abertas ou algum tipo de comunidade de nações como a União Europeia.

Em agosto de 2023 AMLO afirma:

O que proponho a Biden é que não nos limitemos a consolidar o mercado e a actividade economica na América do Norte, mas sim que procuremos a integração de todo o continente americano. Foi isto que permitiu… a ascensão da Europa,… primeiro como Comunidade Europeia e depois como União Europeia. Isso é o que queremos para a América, para todas as Américas.

Para resumir, temos todos os líderes da América Latina a clamar pela recriação do estilo fascista, comunista, nazi, soviético, de governo burocrático, tecnocrático e globalista não eleito nas Américas. Chamo a UE de fascista e nazi porque especialistas como o Dr. Rath publicaram material de fonte primária sobre como Bruxelas tem raízes nazis. Dissidentes soviéticos como Vladimir Bukovsky chamaram Bruxelas de Novo Soviete Europeu. Na Croácia chama-se Euroslavija. Até o falecido Gorbachev, afirmou que a UE era uma recriação do modelo soviético.

Isto é pavimentar a NOM, claro que é.... supostos líderes antissistema do Sul Global da América Latina clamem explicitamente por uma União Norte-Americana, uma União Centro-Americana, uma União Sul-Americana e até mesmo uma União Hemisférica Americana?

Putin ou Nazarbayev são diferentes? O think tank Clingendael escreve em 2020:

Em 2015, a União Económica Eurasiática (EAEU) tornou-se a mais recente versão de integração no espaço pós-soviético, reunindo a Rússia, o Cazaquistão, a Bielorrússia, a Arménia e o Quirguizistão numa União, tomando a União Europeia como modelo.

A União Eurasiática foi ideia de Nazarbayev em 1994, um globalista de sete costados...

O antigo oficial Alex Thomson, da UK Column, quando lhe perguntam se o governo mundial era inevitável, ele apontou de forma pungente… onde está a resistência? Onde temos líderes políticos que não agem no interesse do globalismo? Parece que não temos concorrentes sérios.

Então, se você perguntar, JÁ estamos no governo mundial? Estamos apenas observando os retoques finais, são factos.

Portanto, todos nós vivemos agora sob um império mundial. A COVID1984 demonstrou isso quando todas as nações agiram em uníssono e em sintonia. O segundo factor importante agora é o sistema de controle instalado, o Gulag Digital.

Seus componentes principais incluem uma sociedade sem dinheiro, CBDCs e identificação digital. A infra-estrutura necessária não é tão complicada... tudo o que é necessário são smartphones, que todos têm, não importa onde vivam... no Sul Global... África... Índia... Europa... América do Norte. Além do smartphone, todos serão obrigados a ter uma identificação digital e depois uma conta financeira… num banco ou no seu banco central… e os cidadãos serão obrigados a usar apenas dinheiro digital.

Autor disse...

2 extremistas australianos discutiam sobre qual é a capital de Portugal? Um dizia que a capital é o Porto, enquanto o outro discorda e diz que a capital é Lisboa. . Entretanto aparece um moderado e diz que todos os extremismos são maus e por isso a capital é Coimbra. O valor de um político e/ou ideia não sê pelo facto de ser extremista ou não. Acabar com a escravidão foi uma ideia extremista, uma lei moderada seria dar alguns direitos aos escravos. Felizmente em relação à escravidão ganharam os extremistas e ela foi abolidada. Para os ocidentais a burka é uma coisa extremista, já para os orientais o bikini é que é. Carlos Cruz,no inicio dos 90s, dizia que haver 2 canais privados era radicalismo de mercado. Hoje ninguém acha radical haver dezenas de canais privados.
OU SEJA: Moderada é a elíte, radicais são quem a critica. Veja a lista de radicais por país: China:Muçulmanos Indonésia: Ateus Rússia:Quem critica Putin Canadá:Quem o defende. Irão: Gays EUA:Quem faz qualquer crítica ao movimemento gay. CoreiadoNorte: Quem defende o livre mercado. CoreiaDoSul: Quem critica o livre mercado.