«Geopoliticamente, a América é uma ilha ao largo da grande massa continental da Eurásia, cujos recursos e população excedem de longe os dos Estados Unidos. A dominação por uma única potência, por qualquer das duas principais esferas - Europa ou Á sia-, é uma boa definição de perigo estratégico para a América, com guerra fria ou não. Tal agrupamento teria a capacidade de ultrapassar economicamente a América e, no final, militarmente. Seria necessário resistir então a esse perigo, mesmo que o poder dominante fosse aparentemente benevolente, pois, se as intenções alguma vez mudassem, a América achar-se-ia com a capacidade de resistência efectiva bastante diminuída e uma crescente incapacidade para moldar os acontecimentos.»
Henry Kissinger, in "Diplomacy", pp.709, trad. port. Gradiva
Para bom entendedor...
Temos depois as versões pornográficas, com destaque para Paul Wolfowitz e Richard Pearle (o "Príncipe das Trevas").
Wolfwitz é o pai da actual "doutrina Bush", da "preemption" - a famosa guerra de prevenção, que teve, ainda recentemente, experimentação laboratorial nas cobaias iraquianas.
Os resultados, até ao momento, contrariam as teses farmacológicas:
« Preemption is 'provocation'; it is not 'prevention'. The Iraq invasion of 2003 intended to prevent, but actually provoked and promoted, international terrorism and weapons proliferation, and a general disgust and distrust of the U.S. Those things actually prevented by the Iraqi invasion can be listed as peace, cooperation, trust, honor, and the like. »
Quanto a Pearle, é uma figura emblemática do lobby israelita (bem como Wolfowitz e a generalidade dos NeoCons) em Washington.
Só que, mais que lobbista, parece ser agente efectivo, pago pelos israelitas. Confirmem aqui.
Entretanto, quem se intrigue com o nível de incoerência básica, delírio bramans e fariseísmo descarado com que tantas vez se depara por certos blogues aqui das redondezas, é só conferir nos supracitados a fonte original da verbolência, o epicentro sísmico das ondas e réplicas assoladoras. Afinal, como a bravura é essencialmente pato-bravura, e a pato-bravura é essencialmente cultural, estes nossos importadores frívolos da moda externa, estas lusas barbies, - fãs do camuflado às bolinhas, dispostas a tudo e até a encornar o Ken charmoso com o Action Man em versão gutural pós-Rambo -, mais não fazem que debitar o anabolizante mental ou desfilar com a lingerie de campanha. Sendo papagaios - louros e não só, presumo -, não lhes compete pensar ou justificar aquilo que dizem, mas apenas repetir com virtuosismo, monotonia e ininterrupção. Coisa que executam com tara e fervor religioso, na melhor tradição das seitas apocalípticas. Serve também como hetero e auto-hipnose. Quantas mais vezes dizem, mais se convencem (e julgam convencer quem quer que seja). É a conversão pela exaustão, acreditam. Funciona como uma espécie de ordem unida do espírito, um vozear interno de sargento enraivecido, que mantém a manada em boa ordem e com geometria apresentável.
O resultado, esse, invariável, não deixa de ser, ao mesmo tempo, assombroso e confrangedor: uma catalepsia palrante.
Mas não acreditem em mim...Confiram.
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