«América-Latina: Maioria apoiaria regresso ao autoritarismo
Os latino-americanos são extremamente cépticos em relação aos benefícios da democracia, revela um relatório publicado esta quinta-feira, em Lima – Peru – pela ONU. Segundo o documento, mais de metade dos habitantes do Continente prefeririam um governo autoritário, se isso pudesse resolver os problemas económicos dos seus países.»
Lá do fundo dos séculos, já Platão profetizava:
"A democracia é a mãe da tirania"
Espanta-me é que ainda não tenhamos aprendido porquê.
Os grandes filósofos gregos (e da humanidade, afinal) desconfiavam da democracia. Não viam nela o contrário da tirania, mas uma espécie de "tirania de patas pró ar". Aspiravam, quiçá utopicamente, a um regime governativo baseado na ética e na sabedoria. Mas sabiam já aquilo que ainda hoje se comprova: que a ditadura de muitos e a multiplicação exorbitante de egoísmos não é muito melhor que a ditadura de um e a exorbitância dum só ego. A limite, em se tratando de cleptocratas, de indivíduos que se servem da polis e não a polis, o bando consegue ser mais prejudicial que o predador isolado. Devastam mais as hienas que o leão sozinho. E isso refelecte-se não só a nível material: repercute-se sobretudo, com danos irreparáveis, na esperança e nas espectativas dos cidadãos.
É pena que os nossos aprendizes de políticos esgotem os recursos mentais com as frivolidades hipócritas de Maquiavel, e olhem como bois ruminantes para o edifício que é a "Política" de Aristóteles.
Quanto à metáfora aplicada ao nosso Portugal, destes últimos anos, ressaltam, desde logo, uma boa e uma má notícia:
A boa: As coisas não se passam ao nível de bando...
A má: Passam-se ao nível de enxame.
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