sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Da Desoposição ao desgoverno



Vivemos um regime político de absoluta disfuncionalidade. A juntar ao desgoverno mais compenetrado, contrapõe-se uma desoposição totalmente acéfala.
Agora dei com eles, os desopositores, a reclamar, barafustar e mandar vir com o actual desgoverno da nacinha, porque este, imaginem só, não se manifesta solidário com o povo grego. Mas não há limite para a estupidez destes gajos? (refiro-me aqui, concretamente, aos desopositários, não confundir com os outros, até porque não era difícil). Pelos vistos não. Então o estafermo do desgoverno não se preocupa, solidariza ou comove sequer com o povo português (bem pelo contrário, tem-lhe um pó que só visto) e havia agora de compadecer-se ou enternecer-se-se com o povo grego?!... Francamente...
Bem, mas, ao menos, ao actual desgoverno reconheça-se a coerência: abomina povos. Não é como esta espécie de esquerda desopositona, que estima muito os povos alheios, mas destesta visceralmente o seu.

6 comentários:

Euro2cent disse...

Carago, está-lhes a dar com os cilindros todos ;-)

Obrigado pelas citações dos posts passados, são tantas as frechas certeiras que um preguiçoso profissional nem dá vazão a concordar em todos.

pvnam disse...

Existem 'globalization-lovers' que criticam a repressão dos Direitos das mulheres... todavia, em simultâneo, para cúmulo, defendem que... se deve aproveitar a 'boa produção' demográfica proveniente de determinados países {nota: 'boa produção' essa... que foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres (obs: tratadas como úteros ambulantes) - ex: países islâmicos}... para resolver o deficit demográfico na Europa!?!?!?!

zazie disse...

ehehehe

> a esquerda desopositona

":O))))))))))

Este é mais outro genial.

Vivendi disse...

A esquerda desopositona e a direita betinha...


Antigamente, a direita lia e citava os doutrinadores do nacionalismo (Barrès, Bourget, Maurras, Corradini, Sardinha).

Era um pensamento de fronteira e do perigo iminente, era soberanista, identitária, elitista mas inclusiva por via do catolicismo, pelo que lhe repugnavam os partidos, as oligarquias, a luta de classes.

Hoje, a direita atem-se a meia dúzia de pulgas mentais engendradas pelo scholarship americano, é cosmopolita, anti-Estado, oligárquica, odeia o povo (sobretudo os pobres), é protestante e nada sabe de Portugal.

Antigamente, e porque era nacionalista - isto é, considerava a Nação o mínimo ético justificador da existência de uma sociedade feita Estado - tinha bem implantada uma ideia de missão no universal.

Hoje, a direita é internacionalista, servidora do império e abraça a utopia de um mundo uniforme submetido ao mercado e ao modelo dito ocidental.

Ou seja, no interim de uma geração, a direita passou a adorar tudo o que lastimávamos nos comunistas e nos amanhãs ridentes; pior, passou a procuradora de interesses que são inimigos da sobrevivência da nação portuguesa.

Miguel Castelo Branco

Euro2cent disse...

Miguel Castelo Branco:

Excelente observação, e como ignaro em teoria política, gostaria de ouvir falar mais dos doutrinadores que mencionou.

Se me permite um reparo/sugestão, a própria aceitação de "direita" e "esquerda" é já uma confissão de derrota face aos criminosos de 1789.


Dragão:

Reparei agora melhor numa frase que citou uns posts atrás: "Salazar ficou particularmente irritado com os americanos: com efeito, Williams (o dos sabonetes) [...]"

Sorrio, porque costumo responsabilizar os vendedores de sabão pelo desastre moral do romantismo, ao publicitar folhetins. Não me surpreende que tomem outros papéis mais activos.

dragão disse...

Euro2cent,

penso que o texto do Miguel, excelente por sinal, foi postado pelo Vivendi.

E sobre os sabonetes também tem piada porque os seus homens de mão no "culturismo mediático" são aquilo que eu, num texto da minha adolescência, apelidava de "sabionetes". Tenho que ir garimpar nos arquivos e prateleiras, agora que me lembrei disto.