segunda-feira, agosto 29, 2022

Rigor CNN




 Prestem atenção. Acham que eu não consigo ter o rigor informativo da CNN (ou da BBC, ou do NYT...)?  Desenganem-se.

Olhem só, com uma perna às costas...

peguemos em duas notícias avulsas, por exemplo:

a) «Rússia queima 10 milhões por dia de gás que poderia enviar para a Europa»

b) «Telescópio James Webb detetou, pela primeira vez, a presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera de um exoplaneta, isto é, um planeta fora do nosso sistema solar!»

E, em modo silogístico, repimpem-se. Temos pois a) premissa maior; b) premissa menor, e agora a  c) conclusão, estupenda e necessária. Do estilo:

c) «Poluição criminosa da Rússia, não ameaça apenas o nosso futuro: já atinge planetas noutra galáxia, conforme James Webb acaba de reportar!»

ou outro c) « Rússia alia-se a extraterrestres numa conspiração transgaláctica contra os nossos valores, a democracia e a nossa estranha forma de vida! -  como nos conta James Webb, em directo, de Androtox 2."

ou ainda um alter outro c) "Putin apanhado  inundar a Europa livre e democrática derretendo o Ártico! O fumo já chega a Androtox 2, na galáxia do lado, segundo James Webb!"

Querem mais rigoroso e CNN (ou BBC,  etc) que isto? Impossível.


4 comentários:

Ricciardi disse...

Isto é como ter os intestinos inflamados. Por algum lado têm que sair os gases.

No caso peidam gás para atmosfera porque não estão a conseguir controlar os sistemas de compressão.

Um pássaro disse-me que é vírus que atacou os intestinos dos prom gás. Quando tentam alterar fluxos parece que a coisa corre em sentido oposto. A solução, quando há inflamações, é libertar gases.

Rb

Ricciardi disse...

Se é rigor que quer, aí o tem.

Vivendi disse...

..."A 'contra-ofensiva' ucraniana e a Zelenskiyshchina em andamento
Anunciada desde Março, lá veio a 'contra-ofensiva' ucraniana para a reconquista de Kherson. Durou umas horas, conseguiu entrar num lugarejo ignoto e, segundo se percebe, foi prontamente 'cancelada' pelo cartel cómico de Kiev. É parco retorno para 100 mil milhões de dólares em ajudas ocidentais, a maior parte das quais vai marchando, não rumo à vitória ucraniana, mas aos bolsos dos oligarcas e aos arsenais do terrorismo internacional. Perante um circo que há muito se fez aborrecido, resistem ainda alguns - uns generais que jamais dispararam uma fisga, uns politiqueiros que nunca leram um livro, uns 'analistas' que não passaram dos treze anos mentais - em dizer-nos que a absurda guerra ucraniana vale bem a desindustrialização da Europa, o frio dos europeus, o caos político e o risco de uma guerra nuclear. Mas a loucura já começou a serenar. Ontem, Lord Dannatt, ex-Chefe do Estado-Maior do Exército Britânico, lá admitia que 'Russia is not going to lose this war. (...) I can't see Ukraine (...) being sufficiently powerful to throw the Russians out'. Zelenskiy e respectiva trupe, claro, sabem que a aceitação da realidade - isto é, da derrota - conduzirá directamente a um putsch e à deposição. O que faz é parasitar os ocidentais de modo a prolongar o conflito. Entretanto, para proteger-se, vai eliminando rivais internos.
A 'contra-ofensiva' é parte do processo, e só isso explica que, sem qualquer esperança de sucesso, o presidente ucraniano a tenha lançado. Acontece que o propósito da operação não será expulsar os russos - isso não é possível, e todos o sabem - mas descredibilizar os únicos actores capazes de substituí-lo à cabeça do país. Valeri Zaluzhny, o comandante-em-chefe das FA ucranianas, assusta o presidente. Desde há semanas que a comunicação social ocidental prepara os seus públicos para o corte com Zelenskiy, agora acusado de 'tiques autoritários' (Newsweek, 10 de Agosto), de não ter a confiança da Casa Branca (Tom Friedman, NY Times de 12 de Julho), de não possuir recursos para retomar território (The National Interest, 24 de Agosto) e de não impedir o maciço tráfico de armas com os suprimentos recebidos do Ocidente (CBS, 7 de Agosto). O poder de Kiev sabe que, em caso de colapso político, serão as forças armadas a tomar as rédeas do governo. Seis meses de incessante propaganda e vitórias fictícias prestigiaram doméstica e internacionalmente o exército ucraniano. Zelenskiy não pôde evitá-lo; agora, contudo, perante a inversão de narrativa no Ocidente, tudo indica que o presidente ande em busca de motivos para estender ao exército a série de purgas - umas através de exonerações e prisões por 'traição', outras com inexplicáveis 'suicídios' - que tem aplicado aos seus serviços secretos. O que vemos é a agonia final de um regime em putrefacção. Não há, posto isso, 'contra-ofensiva' nenhuma."...

Vivendi disse...

..."As notícias chegadas de Kherson são terríveis. Lançar milhares de homens mal treinados em tropel contra um exército profissional, bem armado, bem comandado, bem treinado, bem entrincheirado e com um formidável dispositivo de fogos de apoio e de aviação não é uma temeridade, mas um crime, pois não visa a ruptura da frente, nem a vitória, mas meia dúzia de linhas em tweets que justifiquem uma guerra antecipadamente votada ao desastre. O exército ucraniano está a ser inapelavelmente desbaratado, apenas e só para cumprir as bombásticas juras de um regime que há muito substituiu o real pelo virtual, assim como pelas fantasias dos propagandistas e avençados do negócio da guerra.
A tão insistentemente anunciada contra-ofensiva parece ter durado meia dúzia de horas e terá causado grandes perdas em homens e material entre os atacantes . No conforto dos estúdios de televisão, dos gabinetes ministeriais e das casas, os formadores de opinião lá encontrarão argumentos para o desastre deste dia funesto, mas amanhã deslocarão o foco para outros abracadabrantes acenos de vitória numa guerra que há três ou quatro meses ainda terminaria com um acordo de paz e cedência de territórios da Ucrânia à Rússia, mas agora parece estar fadada para ser a guerra que ditará o fim do Estado ucraniano. Anuncia-se o grande castigo dos mentirosos, dos inábeis políticos, dos maus diplomatas, dos analistas enganadores, dos conselheiros sem discernimento e demais legião daqueles que se diziam amigos da causa ucraniana, quando, afinal, eram os coveiros entusiastas da sua perdição."...