Perguntado sobre o que de mais injusto lavra no país, o cidadão avulso não hesita: a Justiça; inquirido sobre o que de mais desgovernado, impestenejante, dispara: o Governo; interrogado sobre o que de mais errático, grosseiro e analfabeto, nem vacila : a Educação. E o restante vai pela mesma tabela... O mais doente? A Saúde. O mais mentiroso? A Informação. O mais vulgar e rasteiro? As Elites. O mais delapidador? A Economia & Finanças. O mais imundo? A Asae.
É todo um país virado do avesso. A berrar pelas costuras. Mas o mais sintomático é que não estamos perante mero paleio de táxista. O problema é que a realidade escorreu e liquefez-se num sórdido charco de absurdo cada vez mais alucinante. Já não são apenas simples verbos delirantes que vão ao volante de táxis: são Cassandras. À realidade, os politólogos, pantósofos e analistas lambuzam-na, quando não estão de pata alçada nela; eles, todavia, os outrora tresloucados motolálios, doravante chocalhantes de lucidez, proferem-na.
Ressalta uma, entre muitas evidências: Não foi só a completa noção de higiene mental básica que o país perdeu; foi a inteira noção de ridículo.
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