domingo, setembro 10, 2023

De empurrão


Não sei se pode chamar-se guerra, intervenção, conflito, especial qualquer coisa ou contra-piquenique selvagem... ao que se passa no Ucranistão. O certo é que os russos montaram uma operação estruturada e sistemática de

a) laboratório/recreio bélico;

b) extermínio metódico e paulatino dos ucranistões zombificados;

c) desmantelamento festivo de material Nato.

O território é apenas o pano de fundo, o palco, a tela. Nada tendo a perder, também não é ganhar uma qualquer guerra mirífica e de fantasia o que os ocupa. Até porque essa vitória, alucinada e delirante, está, de antemão, garantida e abarbatada pelo Oxidente. Desde que declarou a independência total da Realidade, este, mais que divino soberano, degenerou invencível, com retroactivos e alvará para a eternidade. Aos russos pouco lhes importa: são tipos essencialmente práticos - contentam-se em experimentar as armas, próprias e do inimigo; matar ucranistões; e escavacar tanto quanto possível a panóplia fofinha, mágica e indestrutível dos semideuses. 

Quanto aos ucranistões, como não me canso de repetir, não se trata sequer duma nação ou projecto de nação (até porque os dirigentes por controlo remoto, mais não pretendem do que converter um estado falhado numa neocolónia de conveniência): trata-se apenas dum Culto de Morte. Assim, os zombis armados continuarão a fazer-se matar onde quer que a frente permita e convoque: no Donbass, na Crimeia, na Rússia ou,  num futuro não muito longínquo, uma vez encerrados estes balcões de atendimento, numa qualquer Síria, Irão, ou Africalândia para onde Império Caduco os atice.  No que, convenha-se, apenas comprovam a plenitude da sua actualidade e promoção: se a Europa pega, eles combatem... De empurrão.


 

sábado, setembro 02, 2023

A Aparência e a essência

 Diz o ex-presidente checo, Vaclav Klaus, que a guerra no Ucranistão resulta de "um confronto entre o Ocidente e a Rússia".

Temo não concordar. Quer dizer, na aparência, trata-se de facto dum confronto entre o Oxidente e a Rússia. Porém, na essência, é um fenómeno mais antigo e recorrente: é um confronto (que atinge já contornos de fobia) entre o Oxidente e a Realidade.