O homem não tem freio nos seus desmandos e tresvarios totalitários. Agora vai ao ponto de querer as forças armadas e os serviços secretos sob a alçada directa do presidente. Mas quem julga ele que é?... Os Estados Unidos?!...
sábado, julho 30, 2016
sexta-feira, julho 29, 2016
A New World Disorder
Num artigo sugestivamente intitulado "The Law Of The Jungle Is Far Superior To The Ideology Of Globalism», pode ler-se a certa altura, parte dum discurso de George Bush (Pai), nas vésperas da operação Desert Storm:
“We have before us the opportunity to forge for ourselves and for future generations a new world order — a world where the rule of law, not the law of the jungle, governs the conduct of nations. When we are successful — and we will be — we have a real chance at this new world order, an order in which a credible United Nations can use its peacekeeping role to fulfill the promise and vision of the U.N.’s founders»
Dado o mimoso e prendado exemplo da superpotência locomotiva no angélico processo, neste momento, já todo o mundo percebeu (ou pelo menos desconfia vigorosamente), que a "new World order significa, em bom rigor, não a substituição da law of the jungle pela rule of law, mas a instalação, brutal e furiosa, da "Rule of law of the jungle". Ou seja, na verdade a "New World Order é uma New World Disorder. O caos instalado e a alastrar a todo o galope brama-o ensurdecedoramente.
Arqueoclastia
Militares e polícias é normal nestes arraiais. Funcionários públicos até confere um certo ar de modernidade gestora. Mas magistrados e esbirra-bispos, isso, já era pontapear a "rule of law" pela rua abaixo. Agora, porém, Erdogan, ultrapassou todas as marcas. Atirou-se aos jornalixeiros e bufaria a soldo externo. E isto, senhores, é querer mesmo arranjar uma carga de sarilhos descomunal. Não contente de maltratar um dos fundamentos do manicómio de direito, descarrega cargas de porrada no segundo: a liberdade de expressinha. Se houvesse justiça neste mundo, o homem estava já a ser nomeado para nobel da medicina... Está a desinfectar e a curar toda uma nação.
Em contrapartida, bem pode pedir proteção aos russos. Porque entre os malucos, doravante, tem a cabeça a prémio. Jamais lhe perdoarão. Se há coisa que os fundamentalistas não toleram é que lhes vão aos fundamentos.
quinta-feira, julho 28, 2016
A Guerra Civil é como o sol: Quando nasce...
“We are on the verge of an uprising of hatred, racism, darkness and upcoming killings and assassination based on the overwhelming internal hatred here. We hear hatred at every turn, whether it is directed toward women by military rabbis, by Ashkenazi Jews against Sephardi Jews and Mizrahi Jews against Ashkenazis. This way the seeds of the uprising of hatred are planted, which will lead to a civil war. This hatred is being carried out by the full support and cover of those in charge.” - Isaac Herzog, leader of the opposition Zionist Union coalition in the Israeli Knesset. (em 18 de Julho de 2016)
quarta-feira, julho 27, 2016
Opus Dei Islamica
E que raio é este Fethullah Gülen que surgiu agora aos holofotes da ribalta, na contra-luz da tentativa de golpe na Turquia?
Engdahl, que sabe alguma coisa destes assuntos, define-o nestes interessantes termos:
Uma Opus Dei Islamica.
Um artigo, todo ele, a merecer leitura atenta. E eu não podia estar mais de acordo com a conclusão:
«Today Gülen’s spider web of control via infiltration of the Turkish national police, military and judiciary as well as education is being challenged by Erdogan as never before. It remains to be seen of the CIA will be successful in a second coup attempt. If the model of Brazil is any clue, it will likely come after a series of financial attacks on the Lira and the fragile Turkish economy, something already begun by the rating agency S&P.»
http://journal-neo.org/2016/07/25/what-is-fethullah-gulen/
Engdahl, que sabe alguma coisa destes assuntos, define-o nestes interessantes termos:
Uma Opus Dei Islamica.
Um artigo, todo ele, a merecer leitura atenta. E eu não podia estar mais de acordo com a conclusão:
«Today Gülen’s spider web of control via infiltration of the Turkish national police, military and judiciary as well as education is being challenged by Erdogan as never before. It remains to be seen of the CIA will be successful in a second coup attempt. If the model of Brazil is any clue, it will likely come after a series of financial attacks on the Lira and the fragile Turkish economy, something already begun by the rating agency S&P.»
E quanto à "Opus Dei Islamica"? É como a Opus Dei Católica, não é? Um oximoro pegado. Uma coisa esquisita. Calvinismo travestido. Mamon no altar. Em suma: esquisitismo. Viemos do Caos, passámos pelo Cosmos e agora estamos na amálgama.
http://journal-neo.org/2016/07/25/what-is-fethullah-gulen/
terça-feira, julho 26, 2016
Resposta a Leclerq
A propósito deste comentário (no postal anterior):
«O Putin quero que se foda, assim como todos os outros imperialistas, desde os EUA a Israel. Que vão todos para o caralho que os foda. Detesto gente (russos, americanos, israelitas, sauditas ou o raio que os parta) que despreza os outros e os trata como lixo. Se houver Inferno espero que ardam lá, por toda a eternidade, em excruciante sofrimento. Ponto.
Enqunto iso, no último número da sua publicação Dār al-Islām, o ISIS recomenda o seguinte:
“Escolher sempre como alvo locais muito frequentados, como sítios turísticos, grandes superfícies, sinagogas, igrejas, lojas maçónicas, as sedes de partidos políticos e lugares de oração dos apóstatas [hereges], com o objetivo de instalar o medo nos seus corações”
(pode ler-se na pág.33 da publicação da filantrópica organização)
"Em suma, será mesmo Trump um agente de Putin?
Espero bem que sim."
Não se iluda.....para não se desiludir.O multimilionário norte americano Trump cumpre um papel, faz o que lhe mandam e fim de conversa. Assim como Putin ou como o Irão (ai...os tempos do Oliver North e as ameaças nunca cumpridas......teatro em grande estilo e jogos de sombras fabulosos).
Vai-se desiludur taaaaanto.....»
Caro Leclerq (se não é vossência, faz de conta);
«O Putin quero que se foda, assim como todos os outros imperialistas, desde os EUA a Israel. Que vão todos para o caralho que os foda. Detesto gente (russos, americanos, israelitas, sauditas ou o raio que os parta) que despreza os outros e os trata como lixo. Se houver Inferno espero que ardam lá, por toda a eternidade, em excruciante sofrimento. Ponto.
Enqunto iso, no último número da sua publicação Dār al-Islām, o ISIS recomenda o seguinte:
“Escolher sempre como alvo locais muito frequentados, como sítios turísticos, grandes superfícies, sinagogas, igrejas, lojas maçónicas, as sedes de partidos políticos e lugares de oração dos apóstatas [hereges], com o objetivo de instalar o medo nos seus corações”
(pode ler-se na pág.33 da publicação da filantrópica organização)
"Em suma, será mesmo Trump um agente de Putin?
Espero bem que sim."
Não se iluda.....para não se desiludir.O multimilionário norte americano Trump cumpre um papel, faz o que lhe mandam e fim de conversa. Assim como Putin ou como o Irão (ai...os tempos do Oliver North e as ameaças nunca cumpridas......teatro em grande estilo e jogos de sombras fabulosos).
Vai-se desiludur taaaaanto.....»
Caro Leclerq (se não é vossência, faz de conta);
Não precisava de lhe dizer isto, mas não deposito grandes esperanças no tal Trump. Assim, até pode ser que me surpreenda (como aquilo do Brexit), mas logo de seguida processam o gajo (como indigitaram aquela desmadre teresa da tanga). Já o Putin é outra loiça e vossência devia erguer-lhe um altar e acender-lhe velas em vez de largar nessas públicas detonações da síndrome de Touret. Se até o Erdogan viu a luz, que raio de toupeirice obstinada é a sua?...
Agora quanto às publicações dos Esquisitos islâmicos e psicopatas associados Inc... Lá está, completa balhelhice, cumulada de inverosímil e delirante. Senão repare, como passo a expor detalhadamente:
"Locais frequentados", dizem as bestas (partindo do princípio que não inventou vossência isso tudo, o que, não obstante, irá dar ao mesmo). E depois referem "sítios turísticos".. e é tudo. Porque a seguir "grandes superfícies" - o deserto do saara é uma grande superfície; o "oceano pacífico é uma grande superfície; a antártida é uma grande superfície. E depois, são sítios frequentados? Não. Anda-se quilómetros e quilómetros sem ver vivalma.
"Sinagogas" - não é um sítio frequentado; regra geral, é um sítio mal frequentado.
"Igrejas" - estão cada vez mais `às moscas, a não ser enquanto objecto de peregrinação turística. Segundo me proclamou ainda anteontem um celtibero que viajou na máquina do tempo, às eucaristias só já velhos comparecem. Portanto, se os psicopatas islamicos rebentarem com eles, o estado social até agradece a bem do orçamento, e os sopeiros de plantão aplaudem e cantam hossanas. O paraíso para estas amibas passa pela emigração jovem e pelo genocídio fetal e sénior, se por outsourcing, então maravilha.
"Lojas maçónicas" - ninguém sabe onde ficam, fora os pensionistas mancomunados, mas isso também não conta como gente. E também não são muito frequentadas, a não ser que tenha ocorrido entretanto nova revisão lexical e péssimo já seja sinónimo de muito. Suspeito que sim. Se os tarados as mandassem pelos ares não instalavam o medo no coração de ninguém, mas a maravilha e a gratidão quase eterna. É suposto os terroristas cometerem acções horrendas, não actos de filantropia.
"sedes de partidos políticos" - pior, quer dizer, melhor um pouco. Um pouco imenso, aliás. Eles querem aterrorizar-nos ou que os canonizemos e celebremos em recepções apoteóticas ao nível do desembarque da selecção campeã europeia de futebol no regresso da epopeia? Além disso, lojas maçónicas e sedes de partidos políticos, entre nós, é quase redundante e pode acarretar alguma confusão nas cabeças - já de si caóticas - dos bombistas suicidas. Ora, nesta matéria é de capital e público interesse que não haja desperdício nem extravio.
"lugares de oração dos apóstatas" - Corrijo: afinal não era tudo, os tais sítios turisticos. Mas pronto, é apenas sítios turísticos e mesquitas. Por mim, não corro perigo.
Dealbamos assim na fatal conclusão: esse tal DAESH de islamico não tem nada. De esquisito tem tudo. É um pouco como a maior parte dos "ismos" do nosso tempo. Socialismo, Liberalismo, comunismo, nacionalismo, etc. Também são todos esquisitos. Infestados por criaturúnculas (geradas ad cuspo) essencialmente chatas. Nem sequer já sistemas de superstição ou pseudo-crença, os tais ismos, mas apenas uma comichão. Solipsismo colectivo em forma de sarna. O ESQUISITISMO - eis a única ideologia avassaladora e campeã do nosso tempo. Enganaram-se com " O Fim da História". Na verdade, se fizesem a mais pequena noção do que dizem, proclamariam o "fim da ideologia".
A Globalização de Putin
«Trump Is an Agent of Putin»
O autor é uma espécie de Soromenho Marques alhúrico. Uma estirpe em proliferação constante. Quanto ao artigo, fermenta pejado de suculejantes revelações. Algumas do passado, várias do presente outras do futuro, todas elas do cruzamento da Noose Room com a Twilight zone.
A verborreia resume-se num parágrafo:
«Whatever the direct or indirect links, Trump is a Putinite. Putin, and all the other ethnonationalist and autocratic leaders throughout the world that I can think of, want to see Trump elected. Russia is not a joke, especially not for those of us in Europe who sort of remain attached to the post-war liberal-democratic order and don't want to see it overturned by people who don't just fail to live up to its aspirations --most importantly the aspiration to individual rights and freedoms--, but fundamentally reject those aspirations.»
Portanto, dum lado os "post-war liberal-democratic atachés", mai-la sua procissão de direitos e liberdades; do outro o etnonacionalismo autocrático com a sua corte de indelicadezas ( a limite, é a repetição do mantra que presidirá à campanha presidencial americana: Killary Cinton contra Vlad Empalhador Putin). Para chusmas que perseguemn pokemons, a propaganda nem sequer precisa de ser verosímil. Basta que seja ininterrupta, saturadora e monocórdica. Música para cemitérios.
Em suma, será mesmo Trump um agente de Putin?
Espero bem que sim.
Até posso colocar a coisa em tom lírico:
Trump é um agente de Putin?
Oxalá que sim!
E agora que Erdogan aderiu
resta mandar a bruxa
para a puta que a pariu
- que é, bem visto, o cu
do Netaniazebu!...
Disclaimer: o termo "bruxa" é utilizado sem a intenção de ferir susceptibilidades religiosas nem qualquer menosprezo pelas respeitáveis sacerdotizas de certas tribos nacionaliteiras.
sexta-feira, julho 22, 2016
Borraboatos e barrabazes
Pois, parece que houve uma dessincronia entre o método "25 de Abril" e o esquema "primavera árabe ou revolução colorida". A segunda desafinou e anulou o primeiro. Entre a ditadura interna e a cripto-ditadura externa, os turcos inclinaram-se para o produto doméstico. Mas a parte mais engraçada não é essa. A cena deveras caricata é a "teoria da conspiração" em que imediatamente engrenaram os papagamedias "oxidentais" e respectivos aviários ecoadores. Que afinal tratava-se tudo duma encenação, do Erdogan a dar ao mesmo tempo o golpe e o contra-golpe. E isto quando não houve cá (lá, entenda-se) florzinhas e festivais da cantiga, como numa certa Lisboa da tanga: a golpada saldou-se por centenas de mortos e feridos, como a contra golpada respondeu condignamente e promete não acabar em bacalhauzadas.
Mas esta tara da "teoria da conspiração" por parte das "entidades oficiais" do Mundo às Avessas é já crónica e sistemática. Em Setembro de 2001 o ataque às Torres Gémeas era o resultado líquido e acabado duma conspiração tenebrosa por cavernícolas afegãos e ex-assets da CIA na mesma região. Logo de seguida, descobriram que um tal Saddam Hussein conspirava contra a Humanidade e o Sistema Solar açambarcando Armas de Destruição Maciça em subterrãneos no Iraque. A conspiração dos Iranianos para entrarem na posse de ogivas nucleares com que iniciarem o apocalipse, sob os auspícios Madianos, também data dessas épocas e continua a ser brandida por qualquer Minion que se preze, da ONU às galinheiras . Nâo há muito tempo, o Exército Islâmigo (aka DAESH) era um criação do próprio Assad, junto com um plano geral de gaseamento do povo sírio, carente e faminto de democracia na púcara. A conspiração de Putin para invadir a Europa, da Sicília à Islândia, traz os generais palhadinos da Nato numa mortificada angústia e em stress permanente (aquela balbúrdia na Ucrãnia foi apenas o primeiro acto desse hedionda conspiração putinesca). Todo o mundo árabe conspira pela erradicação da única democracia do Médio oriente (que entretanto nenhum estado árabe, ou tão pouco o ISIS ou a Al-Qaeda tenham cometido qualquer ataque contra Israel nos últimos 20 anos é apenas um exercício de má-fé e picuinhice anti-semitas). Mas este frenesim conspirativo-teórico dos poderes instituídos (embora ninguém perceba sequer bem onde), vai mais longe: avança com retroactivos pela própria história abaixo. Quando não estão, com chutzpah desarvorado, a declarar o óbito certificado desta, os teóricos da conspiração institucionais estão ocupadíssimos a redesenhar o passado. É assim, por exemplo, que deparamos com o "teoria da conspiração" mais desenfreada, paradogmática e pantaleónica de todas: a de que a Segunda Guerra Mundial mais não foi que a conspiração de Hitler para exterminar os judeus. O resto são meros detalhes acessórios.
O certo é que em resultado destas teorias da conspiração o saldo de vítimas, entre mortos por chacinas, bombardeamentos, limpezas, depurações, barbárie disseminada, cultivada e promovida à tripa forra, etc, já ascende à casa dos milhões. E continua a bom galope.
Já com o caos a entrar pela Europa adentro, as araras de plantão, devidamente (e pelos vistos, confortavelmente) auto-empalados na trave verborreica da propaganda mais manhosa que imaginar se possa, ainda apontam, com severidade, ciscos na vista alheia: "teorias da conspiração" de vão de escada, esquina, táxi, blogue ou mesa do café. Que horror!, meras tentativas de explicação ou compreemsão do absurdo e da treta bombada ad nausea, pelos aspersores cada vez mais desmazelados e desgrenhados dos cagamedia. Como?!... gente que não escreve nos jornais, que não chocalha nas pantalhas? Ou gente que até escreve em jornais, mas não naqueles xpto, ultra-pasteurizados e santificados pela parlapatice zarolha destes bufos globais em regime de voluntariado ...?, oh, isso é inadmissível, um grandessíssimo despautério, a reclamar até processos por difamação pelas autoridades competentes. Teorias da conspiração que não matam, nem sequer de empreitada, nem sequer por encomenda ou mera indústria genocida, isso é crime! Contravenção, no melhor dos acasos. Palermice digna do riso, enfim, por concessão ou arroto amnistiante porque hoje nos sentimos valentemente pedantes e lustrosamente balofos!... Curioso como os adeptos ranhosos de qualquer maluquice massiva, de qualquer tara de manada, desdenham e menosprezam os malucos individuais ou os doidivanas de tertúlia ou pequeno clube!...
Entretanto, isto das teorias de conspiração já vem de longe. Sacrificaram Jesus Cristo a título de uma assaz capciosa. No ante-patíbulo, ainda lhe inquiriu Pilatos: "O que é a verdade?". Jesus, é sabido e documentado, nada respondeu, se é que o silêncio não constitui resposta. Mas, conforme agora vamos vagamente entrevisando, a verdade é que ele não podia ainda responder. Na sua superlativa e divina sabedoria, sabia que ainda não era tempo. Que só dois mil anos depois, sensivelmente, poderia dar a resposta certa e requerida. Exactamente esta: "A verdade, ó preboste? Então não lês os jornais? Então não vês as televisões?"
O que o Pilatos hodierno muito agradeceria e, escorado nesse resplandecente eureka, procederia em conformidade. Pelo que, virando-se agora, moderníssimo, esclarecido, democratérrimo, para a multidão perguntaria de novo: "Jesus ou Barrabás?"
E os jornais e televisões responderiam, uníssonos, soberanos, estentóreos:
- BARRABÁS!!!
Mas esta tara da "teoria da conspiração" por parte das "entidades oficiais" do Mundo às Avessas é já crónica e sistemática. Em Setembro de 2001 o ataque às Torres Gémeas era o resultado líquido e acabado duma conspiração tenebrosa por cavernícolas afegãos e ex-assets da CIA na mesma região. Logo de seguida, descobriram que um tal Saddam Hussein conspirava contra a Humanidade e o Sistema Solar açambarcando Armas de Destruição Maciça em subterrãneos no Iraque. A conspiração dos Iranianos para entrarem na posse de ogivas nucleares com que iniciarem o apocalipse, sob os auspícios Madianos, também data dessas épocas e continua a ser brandida por qualquer Minion que se preze, da ONU às galinheiras . Nâo há muito tempo, o Exército Islâmigo (aka DAESH) era um criação do próprio Assad, junto com um plano geral de gaseamento do povo sírio, carente e faminto de democracia na púcara. A conspiração de Putin para invadir a Europa, da Sicília à Islândia, traz os generais palhadinos da Nato numa mortificada angústia e em stress permanente (aquela balbúrdia na Ucrãnia foi apenas o primeiro acto desse hedionda conspiração putinesca). Todo o mundo árabe conspira pela erradicação da única democracia do Médio oriente (que entretanto nenhum estado árabe, ou tão pouco o ISIS ou a Al-Qaeda tenham cometido qualquer ataque contra Israel nos últimos 20 anos é apenas um exercício de má-fé e picuinhice anti-semitas). Mas este frenesim conspirativo-teórico dos poderes instituídos (embora ninguém perceba sequer bem onde), vai mais longe: avança com retroactivos pela própria história abaixo. Quando não estão, com chutzpah desarvorado, a declarar o óbito certificado desta, os teóricos da conspiração institucionais estão ocupadíssimos a redesenhar o passado. É assim, por exemplo, que deparamos com o "teoria da conspiração" mais desenfreada, paradogmática e pantaleónica de todas: a de que a Segunda Guerra Mundial mais não foi que a conspiração de Hitler para exterminar os judeus. O resto são meros detalhes acessórios.
O certo é que em resultado destas teorias da conspiração o saldo de vítimas, entre mortos por chacinas, bombardeamentos, limpezas, depurações, barbárie disseminada, cultivada e promovida à tripa forra, etc, já ascende à casa dos milhões. E continua a bom galope.
Já com o caos a entrar pela Europa adentro, as araras de plantão, devidamente (e pelos vistos, confortavelmente) auto-empalados na trave verborreica da propaganda mais manhosa que imaginar se possa, ainda apontam, com severidade, ciscos na vista alheia: "teorias da conspiração" de vão de escada, esquina, táxi, blogue ou mesa do café. Que horror!, meras tentativas de explicação ou compreemsão do absurdo e da treta bombada ad nausea, pelos aspersores cada vez mais desmazelados e desgrenhados dos cagamedia. Como?!... gente que não escreve nos jornais, que não chocalha nas pantalhas? Ou gente que até escreve em jornais, mas não naqueles xpto, ultra-pasteurizados e santificados pela parlapatice zarolha destes bufos globais em regime de voluntariado ...?, oh, isso é inadmissível, um grandessíssimo despautério, a reclamar até processos por difamação pelas autoridades competentes. Teorias da conspiração que não matam, nem sequer de empreitada, nem sequer por encomenda ou mera indústria genocida, isso é crime! Contravenção, no melhor dos acasos. Palermice digna do riso, enfim, por concessão ou arroto amnistiante porque hoje nos sentimos valentemente pedantes e lustrosamente balofos!... Curioso como os adeptos ranhosos de qualquer maluquice massiva, de qualquer tara de manada, desdenham e menosprezam os malucos individuais ou os doidivanas de tertúlia ou pequeno clube!...
Entretanto, isto das teorias de conspiração já vem de longe. Sacrificaram Jesus Cristo a título de uma assaz capciosa. No ante-patíbulo, ainda lhe inquiriu Pilatos: "O que é a verdade?". Jesus, é sabido e documentado, nada respondeu, se é que o silêncio não constitui resposta. Mas, conforme agora vamos vagamente entrevisando, a verdade é que ele não podia ainda responder. Na sua superlativa e divina sabedoria, sabia que ainda não era tempo. Que só dois mil anos depois, sensivelmente, poderia dar a resposta certa e requerida. Exactamente esta: "A verdade, ó preboste? Então não lês os jornais? Então não vês as televisões?"
O que o Pilatos hodierno muito agradeceria e, escorado nesse resplandecente eureka, procederia em conformidade. Pelo que, virando-se agora, moderníssimo, esclarecido, democratérrimo, para a multidão perguntaria de novo: "Jesus ou Barrabás?"
E os jornais e televisões responderiam, uníssonos, soberanos, estentóreos:
- BARRABÁS!!!
quinta-feira, julho 21, 2016
Regras para a Estupefacção do Espírito (r)
Por falar em 2006... Aqui fica uma recordação dragoscópica desse ano. Sempre a propósito, no que toca à pluri-fenomenologia zombi:
Não é em vão que se está a democratizar, sabe Deus a que preço, o Afeganistão. Segundo o jornal “Expresso”, «a heroína de elevado grau de pureza já chegou a Lisboa.» Mais explica o repolhudo semanário, a todos os eventuais interessados na aquisição daquele precioso bem de consumo (e serão certamente muitos), que o mesmo pode ser encontrado à venda “ na Fonte Santa, perto do antigo Casal Ventoso, na Mouraria e no Bairro Alto”. Não refere os meios de transporte mais rápidos para lá chegar, o que é pena, mas um qualquer roteiro da cidade pode facilmente colmatar essa lacuna. Isto, partindo do princípio, assaz optimista, que sabem ler, ou estão em condições disso. Aconselhamos, no entanto, a irem cedo, pelo menos antes de almoço, pois adivinham-se grandes engarrafamentos nos acessos e junto às baias dos drogadouros com o avançar do dia.
Mais detalhes entusiasmantes: esta heroína de imaculada condição, segundo um consumidor experimentado, “tem o mesmo aspecto da outra, mas os efeitos são muito mais fortes.”
“A qualidade é muito superior” – acrescenta, entre o deslumbrado e o dorido, o mesmo atleta do hemochuto – “ sei que em Inglaterra também há heroína como esta porque vivi lá há uns tempos. Quem não estiver avisado morre facilmente de “overdose”.
O jornal identifica-nos este consumidor audaz e viajado como sendo Alberto, proprietário de 35 primaveras, técnico superior de parqueamentos automóveis (“melga”, na terminologia caguinciana; “mitra”, na do meu irmão). O seu depoimento, não obstante, é deveras instrutivo. Ficamos desde logo a saber que o junkieportuguês é, à semelhança de todos os seus compatriotas, um consumado ambulatório - um turista da estupefacção. Anseia estupefazer-se por esse mundo a fora. Quieto no mesmo sítio é que ninguém o segura. Nada de âncoras! Viaja, nomadiza, peregrina. Está-lhe na massa do sangue. O resto que lá mete, na veia atávica, é só um pretexto para a viagem. Para a excursão não apenas psicotrópica, mas também, e não menos essencialmente, globofrénica. Quase aposto que estes toxicodependentes ludâmbulos, aquando de ocasionais encontros ou congressos entre-viagens, também trocam troféus e souvenires em forma de álbuns fotográficos e videogravações. Acompanhados, fatalmente, das legendagens da praxe: “Eu a dar na veia em Hyde Park”; “A Tereza e os miúdos a triparem um ácido porreiro no Bois de Bologne, antes de se prostituirem para a dose do dia seguinte”; “Eu a bezerrar junto aos Alpes”; “O Inácio a vomitar e a malta aflita a pô-lo de borco para ver se ele não se asfixiava, na Praça de S.Marcos”; “Eu outra vez, na ambulância para o Hospital de Geneve, com a minha terceira overdose”; “O Carlitos a ressacar em Berlim - a Vanessa Augusta tinha acabado de fugir com um turco, deixando-o sem abastecimento”; e por aí adiante.
Outra coisa que me aflige, quando não me escandaliza, é a ausência completa de “prevenção drogoviária” por parte do Estado – do Estado ainda por cima Democrático. Isso das “salas de chuto”, só para citar o bibelot mais folclórico, não passa de mera fachada, conversa para enganar tolos. Começa na inadequação do próprio nome: “sala de chuto” lembra escola ou hospital. Nenhum junkie que se preze, daqueles cosmopolitas e mundívagos, com tal tabuleta à porta, lá mete os penates. É garantido. Ou mudam o nome daquilo para “chuto lounge”, ou nada feito. E com separação de áreas de acesso, pois claro - classe executiva, económica, VIP -, que isto da estupefacção não é nenhuma ribaldaria. Há gente das melhores famílias, das melhores castas e proveniências; e das piores, das mais avulsas e banais também. É como em toda a parte. Há junkies de referência, faróis da coorporação, como há trolls anónimos, lingrinhas chupadinhos das carochas completamente irrelevantes.
Depois, a “sala de chuto” pressupõe uma sedentarização que contraria os princípios e leis sagradas da confraria. A não ser que se abram “chuto lounges” nos aeroportos, nos aviões, nos comboios internacionais (a criação de “carruagens especiais para junkies em trânsito” –o chamado “vagon delit” – é uma prioridade)... E mesmo assim, se não forem devidamente equipados com um sistema de “vending machines”, como já existem para cafés, sandochas e chocolates, só que agora abastecidas com as diversas variedades e doses de estupefacientes, leves e duros, não estou a ver como raio se fidelizarão os utentes e respectivos agregados familiares.
E aqui desembarcamos no cerne da questão. O Estado, com a hipocrisia característica, proclama condoer-se com os risco de HIV, hepatites e demais infecto-contágios nos estupefactos profissionais; mas não liga patavina à ameaça fulminante de “overdose”. Quer dizer, aflige-se todo com as condições da dose, socorre todo pressuroso a higiene da mesma, mas não passa cartão à iminência da overdose. Em suma, preocupa-se mais com a limpeza das ferramentas, que com a limpeza do sebo dos operários consumidores. É o costume: o humano, ainda que vegetalizado, que se lixe! Que se foda! Que rebente para aí cavalarmente! Que se envenene, mas nas devidas condições de higiene. Em ambiente asséptico, ultra-pasteurizado. Desarvoramos na droga em regime fast-food. Num mundo não apenas já hospício, mas também açougue McDonaldizado. O que conta não é a essência, mas a mera aparência. A marca e a embalagem.
Estivesse o Estado sinceramente interessado em cuidados básicos, em profilaxia elementar e, além das salas e seringas, trataria de fornecer também o produto. O pó devidamente garantido e rotulado. Indicando os comprovados ingredientes e misturas. O grau de pureza. A dose recomendada, de acordo com a idade e o peso, como qualquer papa Milupa ou farinha Cerelac. O modo de preparação e a data de validade. Os corantes e conservantes –esses malfadados Es, quase todos eles cancerígenos. O ano da colheita. A proveniência. O selo da Região Demarcada, como se impõe a qualquer néctar condigno. O carimbo do fabricante, do importador e distribuidor. Dos Serviços veterinários também. Os avisos como nos maços de tabaco: “A droga pode reduzir o fluxo do sangue e provoca impotência”, “a Heroína prejudica gravemente a sua saúde”, etc. Já que não quer acabar com ela, com a droga aos molhos, ao menos que o Estado regulamente e fiscalize a sua distribuição. Cobre uma taxa como a da radiodifusão – neste caso da “radioingestão” – pela mesma via, ou seja,, devidamente dissimulada nas facturas da electricidade. Que crie um “Código da Droga”, à semelhança do da Estrada, com sinalética e regras de tráfego adequadas. Sinais de perigo como, por exemplo, “Heroína pura”, “estricnina quase pura”, “Cocaína escorregadia”, “Passagem de droga com guarda”, “passagem de droga sem guarda”, “Aproximação de traficante com prioridade”, “turba e contra-turba”, “gado bravo”, “queda de pedrados”, etc; ou sinais de interdição do estilo “trânsito proibido a junkies descapitalizados”, “Sentimentos proibidos”, “proibido fumar”, “proibido beber”; ou ainda de obrigatoriedade, como “zombificação obrigatória”, “vegetalização rápida”, “prostituição a menos de cem metros”, etc. E isto já não falando na própria adequação do actual código da estrada ao tráfego estupefacto, com a criação, designadamente, de passadeiras e corredores especiais para junkies; semáforos psicadélicos; parques de bezerramento; vias rápidas para ressacados com urgências; quiosques devidamente identificados à porta das escolas; facilitação de acessos ajunkies paraplégicos, tetraplégicos, invisuais ou meramente fetichistas de cadeira-de-rodas; estacionamento reservado a dealers; venda em portagens; rede de drive-ins, ou melhor dizendo, drug-ins; áreas de chuto para camionistas; zonas francas de amochanço junto a discotecas; etc.
Mas se o Estado é o descalabro que se assiste, que dizer da Deco? Sim, o que é que a putativa Defesa do Consumidor tem feito na defesa desta classe desamparada de consumidores? Nada! Népia! Nicles! Há contrafacções e mixordices de toda a espécie. Há desgraçados a fumar caldos Knorr, adolescentes crédulos a injectar farinha Branca de neve ou pudins Royal, papalvos a snifar Lauroderme à força toda, e a Deco - a Deco, no seu alheamento olímpico -, não quer saber! E, como se isto já não bastasse, a Quercus também não!
Dos macabros resultados de tanto desmazelo falam-nos as estatísticas:
«Segundo dados oficiais do Instituto da Droga e da Toxicodependência, no ano passado, morreram em Portugal 219 pessoas por motivos relacionados com o consumo de droga – um aumento de 40% em relação a 2004.»
Com tamanha desorganização, com tanta incúria e displicência, admira-me que só tenham sido 219. As estradas matam mais, é certo. Só este ano já liquidaram para cima de 337 pessoas. E são, dizem eles, não sei quem, os melhores resultados dos últimos 30 anos. Tal proeza, supõe-se, após um ror de fortunas gastas em legislações, fiscalizações e campanhas de prevenção. Amarga conclusão: a droga que circula nas artérias sanguíneas ainda não é tão perigosa e letal quanto a droga que circula nas artérias rodoviárias.
Mais detalhes entusiasmantes: esta heroína de imaculada condição, segundo um consumidor experimentado, “tem o mesmo aspecto da outra, mas os efeitos são muito mais fortes.”
“A qualidade é muito superior” – acrescenta, entre o deslumbrado e o dorido, o mesmo atleta do hemochuto – “ sei que em Inglaterra também há heroína como esta porque vivi lá há uns tempos. Quem não estiver avisado morre facilmente de “overdose”.
O jornal identifica-nos este consumidor audaz e viajado como sendo Alberto, proprietário de 35 primaveras, técnico superior de parqueamentos automóveis (“melga”, na terminologia caguinciana; “mitra”, na do meu irmão). O seu depoimento, não obstante, é deveras instrutivo. Ficamos desde logo a saber que o junkieportuguês é, à semelhança de todos os seus compatriotas, um consumado ambulatório - um turista da estupefacção. Anseia estupefazer-se por esse mundo a fora. Quieto no mesmo sítio é que ninguém o segura. Nada de âncoras! Viaja, nomadiza, peregrina. Está-lhe na massa do sangue. O resto que lá mete, na veia atávica, é só um pretexto para a viagem. Para a excursão não apenas psicotrópica, mas também, e não menos essencialmente, globofrénica. Quase aposto que estes toxicodependentes ludâmbulos, aquando de ocasionais encontros ou congressos entre-viagens, também trocam troféus e souvenires em forma de álbuns fotográficos e videogravações. Acompanhados, fatalmente, das legendagens da praxe: “Eu a dar na veia em Hyde Park”; “A Tereza e os miúdos a triparem um ácido porreiro no Bois de Bologne, antes de se prostituirem para a dose do dia seguinte”; “Eu a bezerrar junto aos Alpes”; “O Inácio a vomitar e a malta aflita a pô-lo de borco para ver se ele não se asfixiava, na Praça de S.Marcos”; “Eu outra vez, na ambulância para o Hospital de Geneve, com a minha terceira overdose”; “O Carlitos a ressacar em Berlim - a Vanessa Augusta tinha acabado de fugir com um turco, deixando-o sem abastecimento”; e por aí adiante.
Outra coisa que me aflige, quando não me escandaliza, é a ausência completa de “prevenção drogoviária” por parte do Estado – do Estado ainda por cima Democrático. Isso das “salas de chuto”, só para citar o bibelot mais folclórico, não passa de mera fachada, conversa para enganar tolos. Começa na inadequação do próprio nome: “sala de chuto” lembra escola ou hospital. Nenhum junkie que se preze, daqueles cosmopolitas e mundívagos, com tal tabuleta à porta, lá mete os penates. É garantido. Ou mudam o nome daquilo para “chuto lounge”, ou nada feito. E com separação de áreas de acesso, pois claro - classe executiva, económica, VIP -, que isto da estupefacção não é nenhuma ribaldaria. Há gente das melhores famílias, das melhores castas e proveniências; e das piores, das mais avulsas e banais também. É como em toda a parte. Há junkies de referência, faróis da coorporação, como há trolls anónimos, lingrinhas chupadinhos das carochas completamente irrelevantes.
Depois, a “sala de chuto” pressupõe uma sedentarização que contraria os princípios e leis sagradas da confraria. A não ser que se abram “chuto lounges” nos aeroportos, nos aviões, nos comboios internacionais (a criação de “carruagens especiais para junkies em trânsito” –o chamado “vagon delit” – é uma prioridade)... E mesmo assim, se não forem devidamente equipados com um sistema de “vending machines”, como já existem para cafés, sandochas e chocolates, só que agora abastecidas com as diversas variedades e doses de estupefacientes, leves e duros, não estou a ver como raio se fidelizarão os utentes e respectivos agregados familiares.
E aqui desembarcamos no cerne da questão. O Estado, com a hipocrisia característica, proclama condoer-se com os risco de HIV, hepatites e demais infecto-contágios nos estupefactos profissionais; mas não liga patavina à ameaça fulminante de “overdose”. Quer dizer, aflige-se todo com as condições da dose, socorre todo pressuroso a higiene da mesma, mas não passa cartão à iminência da overdose. Em suma, preocupa-se mais com a limpeza das ferramentas, que com a limpeza do sebo dos operários consumidores. É o costume: o humano, ainda que vegetalizado, que se lixe! Que se foda! Que rebente para aí cavalarmente! Que se envenene, mas nas devidas condições de higiene. Em ambiente asséptico, ultra-pasteurizado. Desarvoramos na droga em regime fast-food. Num mundo não apenas já hospício, mas também açougue McDonaldizado. O que conta não é a essência, mas a mera aparência. A marca e a embalagem.
Estivesse o Estado sinceramente interessado em cuidados básicos, em profilaxia elementar e, além das salas e seringas, trataria de fornecer também o produto. O pó devidamente garantido e rotulado. Indicando os comprovados ingredientes e misturas. O grau de pureza. A dose recomendada, de acordo com a idade e o peso, como qualquer papa Milupa ou farinha Cerelac. O modo de preparação e a data de validade. Os corantes e conservantes –esses malfadados Es, quase todos eles cancerígenos. O ano da colheita. A proveniência. O selo da Região Demarcada, como se impõe a qualquer néctar condigno. O carimbo do fabricante, do importador e distribuidor. Dos Serviços veterinários também. Os avisos como nos maços de tabaco: “A droga pode reduzir o fluxo do sangue e provoca impotência”, “a Heroína prejudica gravemente a sua saúde”, etc. Já que não quer acabar com ela, com a droga aos molhos, ao menos que o Estado regulamente e fiscalize a sua distribuição. Cobre uma taxa como a da radiodifusão – neste caso da “radioingestão” – pela mesma via, ou seja,, devidamente dissimulada nas facturas da electricidade. Que crie um “Código da Droga”, à semelhança do da Estrada, com sinalética e regras de tráfego adequadas. Sinais de perigo como, por exemplo, “Heroína pura”, “estricnina quase pura”, “Cocaína escorregadia”, “Passagem de droga com guarda”, “passagem de droga sem guarda”, “Aproximação de traficante com prioridade”, “turba e contra-turba”, “gado bravo”, “queda de pedrados”, etc; ou sinais de interdição do estilo “trânsito proibido a junkies descapitalizados”, “Sentimentos proibidos”, “proibido fumar”, “proibido beber”; ou ainda de obrigatoriedade, como “zombificação obrigatória”, “vegetalização rápida”, “prostituição a menos de cem metros”, etc. E isto já não falando na própria adequação do actual código da estrada ao tráfego estupefacto, com a criação, designadamente, de passadeiras e corredores especiais para junkies; semáforos psicadélicos; parques de bezerramento; vias rápidas para ressacados com urgências; quiosques devidamente identificados à porta das escolas; facilitação de acessos ajunkies paraplégicos, tetraplégicos, invisuais ou meramente fetichistas de cadeira-de-rodas; estacionamento reservado a dealers; venda em portagens; rede de drive-ins, ou melhor dizendo, drug-ins; áreas de chuto para camionistas; zonas francas de amochanço junto a discotecas; etc.
Mas se o Estado é o descalabro que se assiste, que dizer da Deco? Sim, o que é que a putativa Defesa do Consumidor tem feito na defesa desta classe desamparada de consumidores? Nada! Népia! Nicles! Há contrafacções e mixordices de toda a espécie. Há desgraçados a fumar caldos Knorr, adolescentes crédulos a injectar farinha Branca de neve ou pudins Royal, papalvos a snifar Lauroderme à força toda, e a Deco - a Deco, no seu alheamento olímpico -, não quer saber! E, como se isto já não bastasse, a Quercus também não!
Dos macabros resultados de tanto desmazelo falam-nos as estatísticas:
«Segundo dados oficiais do Instituto da Droga e da Toxicodependência, no ano passado, morreram em Portugal 219 pessoas por motivos relacionados com o consumo de droga – um aumento de 40% em relação a 2004.»
Com tamanha desorganização, com tanta incúria e displicência, admira-me que só tenham sido 219. As estradas matam mais, é certo. Só este ano já liquidaram para cima de 337 pessoas. E são, dizem eles, não sei quem, os melhores resultados dos últimos 30 anos. Tal proeza, supõe-se, após um ror de fortunas gastas em legislações, fiscalizações e campanhas de prevenção. Amarga conclusão: a droga que circula nas artérias sanguíneas ainda não é tão perigosa e letal quanto a droga que circula nas artérias rodoviárias.
Mais perigoso que qualquer uma dessas redes viárias, só há um sítio em Portugal: o útero das mulheres. Em Portugal são feitos em média 20 mil abortos por ano em estabelecimentos clandestinos. Vá lá que sejam só metade...
E depois ainda nos vêm com aquela ficção anedótica dos terroristas fundamentalistas e bombistas que querem atacar-nos para darem cabo do nosso invejável "modo de Vida". Era preciso que fossem extraordinariamente estúpidos, os ditos cujos, o que é duvidoso que sejam. Ninguém perde tempo nem energia a atacar quem já se entrega, cega, febril e paulatinamente, ao suicídio.
quarta-feira, julho 20, 2016
Cono ludens, ou O Apocalipse pokemon-zombi
Entretanto, a infantilização e efeminação, em suma, a imbecilização do Ocidente (como profetizou Nietzsche) prossegue a bom ritmo.
A mais recente eclosão da (des)humanidade em modo manada - a chusma pokemon, é o exemplo acabado disso. A ideia dum camião desembestado ou dum psicopata de machado ceifador perante este novo cenário insectomorfo, subitamente, deixou de constituir uma pura aberração criminosa. Dir-se-ia até que a vontade de massacrar que habita, sinistramente, nuns ganhou, numa espécie de génese ao espelho, uma correspondente e não menos macabra vontade de ser massacrado de outros. Lá que uma merece a outra, não me atrevo eu a negá-lo.
A verdade é que até há já quem diga que o descerebrado fenómeno marca o início do tão aguardado apocalipse zombie. Bem, se não é, parece.
De resto, já abundavam sinais inequívocos e inquietantes na própria internet... hordas de mortos-vivos que, após autofagia sumária da própria mioleira residual, ou sessões de canibalização recíproca em animados piqueniques virtuais, se lançavam (e lançam, aos urros e frenesis patéticos) sobre qualquer ser vivo ainda dotado de cérebro funcional ou suspeito de pensamento próprio. Quem viu, por exemplo, a blogosfera em 2006 e assiste à mesma dez anos depois constata facilmente esta zombificação galopante.
terça-feira, julho 19, 2016
Rameiras da Babilónia
Antes que me esqueça, convém dizer que não compreendo o escândalo acerca da Coisa Barroso. Agora, que vai para a sede de Goldman Sachs, rompem as indignações e os assomos morais... Inadmissível! Uma vergonha! Um despautério!, clamam súbitas e inusitadas vestais ofendidas!... Ora, se bem compreendo o alarido, é uma imoralidade, um desplante e um descrédito que, na qualidade de ex-secretário-geral, ex-ministro, ex-primeiro-ministro e ex-presidente de Comichão, o trombalazana vá colocar-se a soldo da Goldman Sachs!... Em contrapartida, trabalhar gratuitamente para a Goldman Sachs nas mesmas funções e dignidades constitui, de pedra e cal, o paradigma, tanto quanto da virtude deontológica, da normalidade administrativa. Pelos vistos, segundo todos estes entendidos e peritos morais, o problema reside em cobrar os serviços e não operar por puro amor à fé, à camisola, à causa, ou o que raio queiram chamar à prostituição sagrada a que se devotam. Os comissáurios, com frenesim compulsivo e regra santa de vida, entregam-se de alma e coração à Goldman Sachs & Associados, na sua qualidade de comissáurios e presidentes de comichões ou Uninhões. São alcandorados para que sirvam e servem porque estão instalados. Isso é que é probo, íntegro e consciencioso. Coisa mais democraticamente beata imaginar se não pode!... Mas, assim, receber dinheiro, sem cargo que o justifique e cara a descoberto....? Miserável! Infame!...
Por mim, tenho a declarar, solenemente, que acho muito bem que o ex-Cherne (embrulhado a papel de jornal e com bolas de naftalina para disfarçar a putrefacção) vá para a Goldman Sachs, para a Reserva Federal, para a Casa branca, para o quinto dos infernos ou para onde o diabo o carregue, porque nestas coisas não há ironia mais poética nem justiça mais elementar que celebrar o regresso do filho pródigo à real puta que o pariu!...
Tenho dito.
sábado, julho 16, 2016
A Cartilha do Vladimiro
Para já, o "25 de Abril" borregou na Turquia. Tudo indica que eram os americoisos (uma das facções, enfim) quem estava por detrás da peregrinação ecuménica. Mas foi tudo feito à pressa, em cima do joelho, e estas cegadas, assim, sem a devida corrosão prévia, são muito bacocas, senão mesmo prometidas ao fracasso. O Erdogan (essa besta) também não colaborou minimamente (correndo a encerrar-se num qualquer quartelzito da capital como lhe competia). Bem pelo contrário, o obstinado energúmeno pôs-se a voar bem acima do batefundo, devidamente calafetado em nave prudente e altaneira. Chateada de não poder cercá-lo e vilipendiá-lo como é da praxe nestes arraiais, a populaça tratou de descarregar a frustração na panóplia militar: "Não há palhaço, não há circo!", foi como se clamassem à incompetente e atabalhoada magalagem.. Demais, entre o céu e a terra, as alminhas inclinar-se-ão sempre, senão por cultura decerto por superstição, para as zonas altas da atmosfera. "É um pássaro? É uma rã? É uma estrela anã? Não, é o Super-Erdogan!..."
E agora, que ele pousou triunfante e incólume, vão ver como elas mordem. O Ocidente, em coro, já está a clamar pelos direitos humanos dos peregrinos. Conforme acabo de ouvir nas pantalhas, a "desinfestação" americórnia vai avançar a todo o vapor: três mil procuradores e juizes já estarão com reserva vip no cagarrão. A "rule of law" a ir com o caralho, pois é! A somar à purga nos exércitos, a coisa promete. Afinal, trata-se dos dois principais veículos incubadores da gonorreia americórnia. O Brasil ou o Egipto que o digam. Assim de repente até parece que alguém andou a expandir os horizontes mentais ao Erdogan.
De origem grega o prefixo "eu" significa "bom"- daí eutanásia (boa morte), eugenia (bom nascimento), etc. O contrário de "eu" é "caco" Portanto, a cacoropa que se cuide!...
quinta-feira, julho 14, 2016
Campeões, Graças a Deus!
Não sei se, conforme sustenta o Vice-Rei Marcelo, haverá mais razões para acreditar em Portugal depois da vitória no Eurocampeonato. O que sei é que, seguramente, há mais razões para acreditarmos em milagres.
Também devemos agradecer esta alegria nacinhal ao Engenheiro Fernando Santos (o único, estou em crer, cuja fé moveu, de facto, a montanha), aos jogadores, à deusa Fortuna que mexeu os seus cordelinhos, mas sobretudo não devemos deixar de agradecer, penhoradamente, à benfeitora principal: a Nossa Senhora de Fátima.
Seja como for, deu-me imenso gozo assistir à Senhora de Fátima e silenciar a capital marteleira e a République dos Caga-luzes!...
PS: Andar ao Deus dará não é, como toda uma chusma de grunhos robotizados papagueia freneticamente a todas as horas, um grande absurdo ou irracionalidade. Bem pelo contrário: é uma manifestação conspícua de inteligência e realismo. Neste sacana deste mundo só mesmo Deus dá alguma coisa (na verdade, dá tudo o que é essencial, como seja, por exemplo, a Vida). Porque quanto à ciência, à tecnologia, à indústria, ao trabalhinho e todas essas sopeiras ao serviço actual da Finança, o que fornecem custa não apenas os olhos da cara, como cobra ainda por cima, de juros, o olho do cu. E por muito que ser cego passivo esteja na moda, há ainda, graças a Deus, quem não sinta qualquer vocação (nenhuma mesmo!) para geo (e socio) mariquices.
PSS: Portanto, se somos um povo que não só acredita como confia, ostensiva e reiteradamente, em milagres, abençoados sejamos nós, portugueses, que ainda não estamos completamente perdidos.
PS: Andar ao Deus dará não é, como toda uma chusma de grunhos robotizados papagueia freneticamente a todas as horas, um grande absurdo ou irracionalidade. Bem pelo contrário: é uma manifestação conspícua de inteligência e realismo. Neste sacana deste mundo só mesmo Deus dá alguma coisa (na verdade, dá tudo o que é essencial, como seja, por exemplo, a Vida). Porque quanto à ciência, à tecnologia, à indústria, ao trabalhinho e todas essas sopeiras ao serviço actual da Finança, o que fornecem custa não apenas os olhos da cara, como cobra ainda por cima, de juros, o olho do cu. E por muito que ser cego passivo esteja na moda, há ainda, graças a Deus, quem não sinta qualquer vocação (nenhuma mesmo!) para geo (e socio) mariquices.
PSS: Portanto, se somos um povo que não só acredita como confia, ostensiva e reiteradamente, em milagres, abençoados sejamos nós, portugueses, que ainda não estamos completamente perdidos.
domingo, julho 03, 2016
As 4 Harpias do Apocalipse
O mundo mal pode esperar!... Caso a Killary Clinton - aka Átila The Hen (ou Átila The Hyena) - ganhe as presidenciais americoisas, todos ficaremos na dúvida: os Estados Unidos passarão a ter um governo ou um permanente Sabath? Uma coisa é certa, o orçamento de estado lá do sítio poupará uma maquia apreciável só em bilhetes (e combustíveis) de avião: estas harpias dispensarão, seguramente, aeronaves modernas. O Air Force One, por exemplo, dará lugar ao Hill force One (aka Broom Force One)...
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Um veículo todo ele, reconheça-se, muito mais amigo do ambiente e combatente do aquecimento global. E os cogumelos atómicos?... Ora, ora, não sejam picuinhas!...
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