terça-feira, novembro 27, 2012

Fórum Descolhonização - 2. Resistência

A trecho que se segue, como outros subsequentes, pertence a um escrito dum jornalista americano, em visita a Angola em 1966. Antes tinha estado no Katanga (leste do Zaire) e conhecia bem África.

«Primeiramente, penso que o português, ao contráiro de todos os outros Europeus, vive em África da mesma maneira como vivia em Portugal. Se veio a Angola, com a ideia de uma vida melhor, o seu carácter modesto, a sua frugalidade, impediram-no de fazer fortuna. O plantador inglês não se contenta com uma vida medíocre e nunca lhe passaria pela cabeça trabalhar a terra com as suas próprias mãos, como o fazem muitas vezes os Portugueses. Os Belgas, os Franceses, os Ingleses, se não enriquecem todos adquirem pelo menos um certo bem-estar e mesmo economias suficientes para alguns meses de férias luxuosas naEuropa. O Português, em África, desempenha todos os ofícios; é pedreiro, trabalhador agrícola, criado de café, motorista de táxi. vendedor de lotaria até. Nas ruas, crianças portuguesas, ao lado de negros, engraxam os sapatos dos transeuntes ou vendem sorvetes, jornais e artigos de retrosaria. Percorri a África em todos os sentidos mas nunca, em parte alguma, encontrei espectáculo igual. Os Portugueses não têm nada da atitude de grande senhor dos Britãnicos; sem qualquer arrogãncia, contemtam-se com modesto salário que lhes permite viver. (...)
(...)penso também que os Portugueses, quando da revolta de 1961, pegaram em armas não só para defender essa vida modesta mas também por não saberem para onde ir. Deixar Angola, de barco ou de avião, voltar para Portugal, custa dinheiro e este dinheiro, a maioria não o possuía. A explicação não agradará certamente ao amor próprio dos Portugueses, mas continuo porém a acreditar que o seu melhor trunfo é justamente essa modéstia, que os impede de explorar para enriquecer. Em geral, vieram para a África na esperança de uma vida melhor, mas que, na realidade, acaba por ser sempre sem pretensões, simples e frugal.
Enfim, se eles se bateram em Angola, antes mesmo que a Metrópole tivesse tomado uma decisão, é também porque a maioria ignorava muitas coisas, tanto no plano internacional como no plano local. Por falta de informação, não viram provavelmente que estavam a dois passos da catástrofe, que a pressão exterior era considerável e que os negros os haviam surpreendido desarmados. (...)
Julgo que a resistência teimosa no Norte, esse combate desesperado e quase anacrónico, desconcertou os terroristas, revelando-lhes ao mesmo tempo o carácter português. Entre os Negros, encontravam-se muitos exilados que, no Congo belga, haviam assistido ao fácil despegar dos Brancos, à sua resignação. Tinham visto os Belgas abandonar os seus estabelecimentos e lares, senão ao primeiro tiro, pelo menos após alguns assassinatos e violações. Quando, em Angola, defrontaram estes Brancos que, como espingardas de caça ou catanas, defendiam uma cubata como se fosse a sua própria casa, perderam a coragem. Os terroristas tiveram que resignar-se a admitir que os Poprtugueses não eram iguais aos outros Brancos, visto que, mortos ou vivos, queriam permanecer em África.»

 - in "Angola, Chave de África", de Mugur Valahu


«Durante um mês, Portugal e Angola pareceram paralisados e incapazes de agir. Do mesmo modo, os insurrectos foram incapazes de sustentar o compromisso militar. Formaram-se milícias civis e armaram-se africanos leais. Foi esta miscelânea de defesa civil-militar e a sua actividade frenática que refreou o ímpeto da UPA.»
-  Jonh P. Cann , "Contra-Insurreição em África"

Salazar esperou um mês, prudentemente, para ver o que os portugueses no terreno decidiam. Como eles decidiram resistir e ficar, nas circunstâncias horríveis em que outros povos haviam desistido, Salazar fez o que lhe competia: decidiu apoiá-los com tudo o que tinha. Militar e diplomaticamente. Em linguagem simples e militar: não borregou.

23 comentários:

Vivendi disse...

Esse modo de vida descrito no texto poderia ser o mesmo para o Brasil depois da independência. Este modo de vida nunca se tratou de colonização. Mas de um luso-tropicalismo à procura de um melhor lugar como ainda hoje acontece e como o Ricciardi também já o fez mas de nada aprendeu.

Vivendi disse...

Quanto a Salazar era a excelência em governação. Ele teve sempre em primeiro lugar a nação. E onde Portugal caiu durante a sua governação foi sempre de pé e com a dignidade necessária.

Como o caso da Índia.

http://www.oliveirasalazar.org/download/documentos/Acerca%20de%20Goa%20-%20Dam%C3%A3o%20e%20Diu___13D77A52-231F-4D2D-999D-0A7DBDE0F72A.pdf

Anónimo disse...

O problema é que hoje em dia um politico pobre é o escarnio da sua classe. Não é por acaso que o bochechas é fixe para muitos, porque come e deixa os outros comerem a Pátria.

Anónimo disse...

Acerca do reconhecimento da soberania indiana sobre Goa

“Melhor do que falarmos por nós, transcrevemos o que André Gonçalves Pereira e Fausto de Quadro escreveram no seu conhecidíssimo "Manual de Direito Internacional Público":

Concretamente quanto aos tratados de reconhecimento de soberania sobre territórios coloniais ocupados pela força (é o caso do Tratado entre Portugal e a União Indiana de 31 de Dezembro de 1974, em relação aos territórios de Goa, Damão e seus enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli, e Diu), eles, para além de violarem a norma cogente do direito à autodeterminação, infringem também outra regra do ius cogens: a condenação do recurso à força como meio de adquirir direitos (aqui, territórios). Essa condenação, que já vem da doutrina Stimson e do Pacto Briand-Kellog, resulta hoje do artigo 2.º, n.º 4, da Carta das Nações Unidas; foi mais tarde enfatizada pelo primeiro princípio enunciado na há pouco citada Resolução n.º 2625, e pelos artigos 5.º, n.º 3, e 7.º da citada Resolução 3314 sobre a Definição de Agressão; e foi acolhida, como tal, pela jurisprudência internacional, como se pode ver pelo recente Acórdão do TIJ de 27 de Maio de 1986, já citado, sobre o caso das actividades militares e para-militares na Nicarágua. Por isso, aqueles tratados são nulos, por força do disposto no artigo 53.º da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados. Sendo assim, tais tratados não retiram aos povos dos territórios ocupados o seu direito à autodeterminação nem fazem apagar as obrigações que incumbiam aos Estados que administravam os territórios à data da sua ocupação. Esses territórios continuam, pois, por descolonizar.

http://portugal-e-espanha.blogspot.pt/2003_12_01_portugal-e-espanha_archive.html
Carlos

muja disse...

Esta bibliografia é o caraças para se arranjar... Esgotada, dizem eles...

O livro do Valahu, há um tipo no OLX que quer 40 euros por ele...
Vou mandar vir dos states, por 25 dólares...

Carlos disse...

Mais um dos benefícios da descolhonização

Chineses desalojam 80 mil pessoas para projecto Wambao Agriculture
Maputo (Canalmoz) - O Governo de Moçambique concedeu 20.000 hectares de terra a uma empresa chinesa denominada “Wambao Agriculture”, para exploração de arroz durante um período de 50 anos.
Esta área corresponde a 22% do total da área irrigável do Baixo Limpopo, província de Gaza. Com esta concessão, cerca de 80 mil pessoas deverão abandonar as suas terras.
A empresa agora está a invadir as zonas de Hluvucaze, Languene e Gumbane que não faziam parte do projecto, e as populações dos cinco (5) bairros do posto administrativo de Chicumbane, ficaram sem terra para praticar agricultura e pastar os seus gados. Temem ainda que as ocupações prossigam para outras áreas das comunidades. Não há informação disponibilizada para as comunidades pelo Governo. As pessoas estão apenas a assistir as suas terras a serem ocupadas.

Empresa drena água salgada ao rio Limpopo
De acordo com mestre em Estudos de Desenvolvimento do Fórum de Organizações Nacionais de Gaza, FONGA, Anastácio Matavel, num futuro próximo haverá seca severa no Regadio do Baixo Limpopo. O especialista explicou que muitos dos grandes rios de Moçambique, tais como Limpopo, dos Elefantes, Incomáti, Save, Zambeze e outros estarão muito poluídos. “As pessoas não poderão beber essa água, até mesmo lavar as mãos nessas águas, elas serão infectadas. A única solução é contar com água de chuva e superficiais ou alimentadas por geleiras. Já morreram três cabeças de gado”, nas regiões ribeirinhas, disse Matavel.
Segundo Matavel, as negociações realizadas com as autoridades e empresas para a entrega de terras foram criticadas pelas populações. Afirma-se que foram realizadas sem informações transparentes e verdadeiras sobre as implicações dos contratos.
As populações das zonas da implantação do projecto chinês não sabem o que acontecerá com o seu gado em termos de água para beber nem onde vão praticar agricultura. “Também existem pessoas com gado cujas pastagens foram afectadas mas que não se opõem ao projecto dos chineses. Só exigem um pagamento justo pelo uso da terra, obtendo assim um lucro adicional aos obtidos por suas actividades agrícolas. Isto tem causado conflitos dentro das comunidades: os que apoiam contra os que repudiam o megaprojecto dos chineses”, referiu o representante das ONGs da província de Gaza.
Matavel disse ainda que o projecto em implementação está escrito em chinês, vai ser traduzido em inglês e depois em português. Só mais tarde será conhecido pelas comunidades locais. “Estes receios foram manifestados pela população e funcionários das instituições do Estado que receiam um futuro de ânimos exacerbados”, disse.
No projecto vão trabalhar 1.000 chineses em diferentes etapas, este a ser implementado em 3 fases principais, sendo uma média de 6.667ha por ano, totalizando 20.000ha em 3 anos. A partir de 2016 vai operar a 100%. (Arcénia Nhacuahe)
http://www.canalmoz.co.mz/hoje/23854-chineses-desalojam-80-mil-pessoas-para-projecto-wambao-agriculture.html

Ricciardi disse...

É, talvez, conveniente saber do que se fala:
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Independ%C3%AAncia_de_Angola
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Pressupondo que se deram ao trabalho de ler o link acima indicado, artigo muitissimo bem concebido e com boas referencias bibliograficas, dizia, que depois de o lerem, talvez o pessoal comentadeiro de serviço e mais o articulista do tasco possam rever a opinião acerca do assunto. Só lhes fica bem se o fizerem.
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A nossa opinião acerca dos assuntos deve ser o mais imparcial possível. Não pode a Verdade ser uma coisa para o Dragão e companhia (os Pulas) e outra coisa para os Angolanos (Mwangolé).
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Dito isto, dizer apenas que Salazar teve em 1966 a oportunidade suprema de resolver politicamente o conflito a bem da Nação. Um mês antes das resoluções da ONU. Os três movimentos independentistas estavam prontos para negociar. Não o fez. Optou pela continuidade da guerra. Esta decisão matou milhares de portugueses (e angolanos). Exauriu as finanças publicas.
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Foi pena, porque se tivessemos tido aquele-outro salazar que nos livrou da II Grande Guerra, a esta hora os 500 mil portugueses (retornados) ainda lá estavam.
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Rb

Ricciardi disse...

Quanto ao artigo do gringo amaricoino, pois não é novidade alguma. Os portugueses eram assim e ainda são assim. Com ou sem colonia.
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Não fomos nós que fizemos o mulato?
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Nos dias de hoje os portugueses ainda são os únicos que se misturam com eles. Os estrangeiros da petroliferas fecham-se em casa e em clubes muito restrictos.
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Vêem-se muitos portugueses a viverem nos musseques com as pretas; estranhamente, nos ultimos tempos, assiste-se a coisa semelhante por parte dos chineses.
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Rb

Anónimo disse...

Rb

A wicked?... Lá está você com as fontes trocadas.

Rb - “Passamos 400 a escraviza-los e vende-los para o Brasil e os ultimos 100 anos a trata-los por gente menor.
A prova que eles não eram gente para o regime portugues, mas sim animais de carga e trabalho, é o facto de só apenas 7% da população negra ter acesso à educação”

“Não fomos nós que fizemos o mulato?”
Eu deixei África muito cedo...
Seja como for afinal que tipo de mau tratamento demos aos pretos?...

… Do tipo?!... “Nos dias de hoje os portugueses ainda são os únicos que se misturam com eles. Os estrangeiros da petroliferas fecham-se em casa e em clubes muito restrictos.”

Quando lá esteve onde viveu? Nos musseques ou nos ghetos (clubes muito restrictos, claro)?

Depois de tudo o que aqui foi escrito penso que já só pode estar a reinar.

Ricciardi disse...

Oh anónimo, isso conversa para desconversar.
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Uma coisa não invalida a outra, como é evidente. Há muitos portugueses a morar nos musseques nos dias de hoje, mas isso não quer dizer que todos o façam. Nem sequer a maioria. Hoje como naqueles tempos.
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Agora, o Gringo, como bom amaricoino, relata uma coisa que ele é estranha - haver brancos misturados com nativos - coisa nunca vista em paises colonizados por outros europeus.
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É a tal mania das generalizações para obter razão a qualquer preço.
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«Quando lá esteve onde viveu? Nos musseques ou nos ghetos (clubes muito restrictos, claro)?»
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Vivi lá até há uns dois meses. E tenho uma casa numa zona muito boa de Luanda. Regresso em Janeiro, em principio.
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Rb

zazie disse...

ehehe

Estes artigos da wiki são uma anedota. Qual deles o mais imbecil.

O brasuca cita "historiadores" chamados- "página online vistiada em..." ou "revista Visão", 2011.

Mas, mais engraçada ainda é a mesma historieta contada na versão americana.

A propósito da chacina de 1961, dizem os cretinos:

“ The Portuguese vengeance was awesome. The police helped civilian vigilantes organize nightly slaughters in the Luanda slums. The whites hauled Africans from their flimsy one-room huts, shot them and left their bodies in the streets. A Methodist missionary... testified that he personally knew of the deaths of almost three hundred. ”

—John Marcum

Que, por sua vez, é uma citação de qualquer coisa como: Sellstr̀eom (2002). Sweden and National Liberation in Southern Africa. p. 380.

dragão disse...

Muja,

aproveite que é à borliu.

http://run.unl.pt/handle/10362/5585

Use da necessária precaução, ainda não li, apenas espreitei, mas parece-me interessante.

Anónimo disse...

Rb ainda acredita nos amerikas. Vai à sede de BPN e se calhar ainda encontre as paredes revestidas com os titulos de subprime com "AAA" que os escravos como eu ainda temos de pagar a preço facial.

zazie disse...

Já aproveitei a prendinha para o Mujah

dragão disse...

As prendinhas são sempre assim, por estas bandas: comunitárias.

:O)

zazie disse...

":O)

Parece-me particulamente interessante.

Vou nesta passagem:

«Estado soberano designado por Portugal, não deveria ser confundido com o território europeu também com aquela designação. Isto porque a extensão territorial portuguesa remontavam, pela história e pelo direito, a 1612. Na legislação produzida sob o domínio filipino, podia-se ler que Portugal e as suas províncias não europeias, não distintas ou separadas do reino não lhe pertencem por união, mas fazem parte integrante desse mesmo reino. Portanto, sob o ponto vista do Estado português, e já no século XVII, aquele que tivesse nascido em GOA ou em Angola, era tão Português como aquele que tivesse nascido em Lisboa»

zazie disse...

A URSS, desde 46 a fazer tudo para Portugal não entrar na ONU e o Salazar a dar-lhes a volta com o estatuto das províncias ultramarinas.

muja disse...

Grato, Dragão. Vou ler logo quando chegar a casa.

É uma pobreza atroz a falta de certo tipo de bibliografia. Biografias da treta do Salazar, por exemplo, não faltam para aí. Os Discursos, é o caraças. Marcello idem. E estes são os célebres. Se formos para um Franco Nogueira, por exemplo, nem vê-lo.

Numa espécie de ebay de livros brasileiro, são aos pontapés. Que tristeza que é, quando para se poder ler um compatriota, é necessário ir procurá-lo ao estrangeiro. E no EN é que havia censura...

muja disse...

O que os chinos estão a fazer em Moçambique não é novo. A manobra é bem conhecida.

O último caso de que soube é na Indonésia, e é para plantarem palmeiras para o óleo de palma, do qual a Indonésia é dos maiores exportadores. Ultimamente tem tido ainda mais saída à conta dos "bio"-combustíveis. Os tipo chegam e pura e simplesmente tomam a terra. Os miseráveis que lá vivem há gerações e gerações, se protestarem, eles pedem-lhe o título de propriedade... É evidente que eles nem sabem o que isso é, não têm e nunca tiveram. Pronto. Tá feito. Toca daqui pra fora...

Aliás, o que o nosso Rb tanto argumenta a favor dos seus preferidos, que compraram a terra legalmente, é uma variação desta manobra. Eles compraram efectivamente as terras. Disso não há dúvida. Mas compraram-nas aos sultões e manda-chuvas turcos locais que eram os senhores naquela altura particular só porque sim. Da mesma maneira que outros seriam antes deles. Era um posto. Quem ocupava as terras efectivamente, nunca teve de se preocupar com títulos de propriedade porque, por um lado, nunca existiram durante muito tempo, e por outro, os senhores mudavam muitas vezes e eles só tinham que pagar os tributos correspondentes comme d'habitude. Os títulos foram quase todos feitos na hora para o efeito do negócio...

Mas pronto, são livres de levar estas banhadas e isso é que é importante, segundo o Rb. E não só são livres como, diz ele, são felizes. É o que basta, pelos vistos.

jsp disse...

Mujahedin,
Existe uma biografia de Salazar, da autoria de Filipe Ribeiro de Meneses, que anda por aí "depantufas".
Quando a ler, perceberá porquê...

muja disse...

Por acaso já a tenho. Não anda assim tanto de pantufas. Ou melhor, não é censurada... Adquire-se facilmente em qualquer grande superfície. Comprei a minha cópia na Fnac, por exemplo.

Se não é apregoada com alarde é porque quem a escreveu não é "reputado" o suficiente (não é de "esquerda", pelo menos que se saiba). Mas não deixa de estar bem nos cânones do "aceitável".

Posso dizer-lhe que a comecei a ler e não me entusiasmou. Começa logo pelos salamaleques e disclaimers que, basicamente, se resumem a "independentemente dos factos que aqui se relatam, o Salazar foi e será sempre um ". Já não tenho paciência para essas merdas. Hei-de acabar de a ler, mas não tenho vontade nenhuma.

Por outro lado, as "Memórias" do Caetano lêem-se muito bem. E têm muitos pormenores biográficos que, embora pareçam pouco relevantes, com o comentário do autor se tornam muito esclarecedores.

De qualquer forma eu queria os Discursos para ler o que homem escreveu. Aquilo que ele entendeu que devia dizer ao país. A sua vida particular posso imaginá-la bastante bem até certo ponto. Conheço as bandas onde nasceu e cresceu, conheço a cidade onde se formou, vou-lhe conhecendo a personalidade gradualmente. Por isso, grande parte da biografia se torna inútil para mim.

Preferia muito mais deitar as mãos à correspondência. Isso sim...

muja disse...

Mas obrigado pela sugestão!

jsp disse...

Não tem nada que agradecer.
Mas o senhor já lá tinha chegado...
Cpmts.