quarta-feira, julho 26, 2006

A Guerra Prometida

Ontem podia ler-se no Correio da Manhã: "Olmert promete combater Hezzbolla".
Sim, não duvidemos; mas primeiro, como é evidente, tem que combater os civis Libaneses, de modo a que os Hezzbollas não tenham onde se esconder; depois, tem de punir os civis sírios que estão por detrás do governo Sírio que apoia o Hezzbolla; a seguir, tem que massacrar os civis iranianos que tiverem o desplante de se colocar à frente daquele Almadi-não-sei-quantos (candidato recorrente ao "Levanta-te e ri") que fornece armas aos Sírios e aos Hezzbollas; de caminho, tem ainda que causar umas mortandades exemplares e variadíssimos escombros fumegantes entre os chineses e russos –civis, preferencialmente -, que vendem armas ao Irão e à Síria, e, pior que tudo, incitam o Almadi-coiso-e-tal a teimar numa carreira na stand-up comedy (onde, como é público e notório, a concessão exclusiva hebraica, recebida directamente de Deus, é sagrada). Finalmente, com o auxílio sempre solícito dos americanos, através da NASA, tem de escaqueirar o terceiro planeta de Andrómeda – o terceiro, a contar da esquerda, bem entendido (ou sexto, se for da direita)-, que é donde provêm os alienígenas sarapintados e tremeluzentes que estão por detrás de toda esta imensa e nefanda conspiração anti-judaica mundial, digo, universal.
Então, quando o Hezzbolla estiver completamente isolado, desamparado e o petróleo a 200 dólares o barril, então sim, Olmert vai acabar duma vez por todas com o Hezzbolla..
Em privado, a fanáticos íntimos, Olmert - desde petiz, um admirador do bravo general Custer -, terá mesmo entreaberto o núcleo da sua engenhosa -se bem que voltivaga - estratégia: "Antes de exterminar os índios, primeiro há que evitar que eles se reproduzam. Temos que ir à fonte. Estancá-los na origem. Senão, somos nós a matá-los dum lado e as mulheres a fabricá-los em série do outro. Um trabalho de Sísifo, meus amigos!..."

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