domingo, abril 02, 2006

The Great Texas Chainsaw Massacre ou Lenha com fartura



«É natural que seja muito difícil penetrar na chave da velha história de quarenta séculos de um povo como os Hebreus; não sei. Mas sei, sim, e muito bem, uma coisa: que no Mundo todo não há outro povo que tanto se lamente do seu destino, que tão constantemente, a cada passo e a cada palavra, se esteja queixando da sua degradação, das suas dores, do seu martírio, como o povo hebreu. Qualquer pessoa acreditaria que não são eles que dominam a Europa. Ainda que apenas o façam da Bolsa, é um facto que governam a política, os assuntos internos, a moral dos Estados. Poderá ter morrido Goldstein pela ideia eslava; mas há muito tempo que a questão estaria resolvida já a favor dos Eslavos se a ideia judaica não tivesse tanta força no mundo. Disposto estou a acreditar que é possível que lorde Beaconsfield haja esquecido a sua ascendência judaica-espanhola (com certeza que a não terá esquecido); mas que nos últimos anos conduziu a política "conservadora" britânica do ponto de vista judaico, isso está fora de questão.
Mas suponhamos que tudo quanto eu disse até aqui sobre os Hebreus é uma objecção sem importância...; eu próprio o concedo. Apesar de tudo, não posso crer sem repugnância nesse clamor dos Hebreus; não posso acreditar que os tenham humilhado e atormentado e açoitado tanto quanto dizem. Na minha opinião, o mujique russo e em geral o povo baixo russo têm de carregar aos ombros fardos mais pesados do que os Hebreus. Numa segunda carta, escreve-me o autor da primeira que transcrevi:
"Antes de mais é absolutamente necessário que nos concedam a nós (os Hebreus) todos os direitos civis (pense que até hoje se nos nega o principal direito: a livre eleição do lugar de residência, de onde resulta um nunca acabar de consequências terríveis para a grande massa dos hebreus), direitos civis iguais aos de que gozam todos os alienígenas na Rússia e depois disso já poderá pedir-se-nos que cumpramos com todos os deveres tanto com o Estado como para com o povo russo..."
Mas eu peço-lhe a si também, meu caro senhor, que tenha em conta que na segunda página dessa carta é o senhor mesmo quem escreve que lhe "inspira mais carinho e compaixão do que o Hebreu esse povo russo que tanto trabalha" (o que não é pouco na boca de um hebreu), não se esqueça o senhor de que na época em que o Hebreu não tinha direito a eleger livremente a sua residência, vinte e três milhões desse "povo russo que tanto trabalha" vivia e sofria em escravidão, o que, na minha opinião, era um pouco pior. E ter-se-iam apiedado alguma vez os Hebreus? Creio que não; no Oeste e Sul da Rússia poder-lhe-ão responder com toda a espécie de pormenores. Também por aquele tempo clamavam os Hebreus por direitos que o povo russo não tinha; punham o seu clamor no céu e chamavam-se mártires e diziam também que, quando lhe tivessem concedido plenitude de direitos, então poderiam pedir-lhes "o cumprimento de todos os deveres para com o Estado e o povo Russo". Mas veio o libertador e emancipou os camponeses russos e quem foi o primeiro a precipitar-se sobre eles como sobre uma vítima? Quem soube aproveitar-se tão bem das suas fraquezas e defeitos em proveito próprio?... Quem se deu pressa em envolvê-los nas suas eternas redes de oiro?... Quem se precipitou enquanto pôde, a suplantar os seus antigos senhores, com a diferença de que os proprietários fundiários de outrora, se era certo que exploravam e bastante o mujique, tinham, contudo, o cuidado de não arruinarem por completo os seus servos, como faz o Hebreu, ainda que fosse por interesse próprio, para não esgotar a sua capacidade de trabalho? Mas o Hebreu que se lhe importa de esgotar a força russa? Desde que obtenha o que pretende, o resto é o menos. Já sei que quando lerem isto os hebreus se porão a protestar, dizendo que não é verdade, que os calunio, que minto, que dou crédito a todas estas calúnias, porque não conheço os seus "quarenta séculos de história", a história desses anjos puros, que são incomparavelmente mais morais que todos os outros povos juntos da Terra, para nada dizermos do russo deificado por mim. Extraio isto da carta que cito mais acima. Pois muito bem; poderão ser mais morais que todos os outros povos juntos da Terra, para nada dizermos do Russo; mas eu acabo de ler no número de Março do Mensageiro Europeu que na América do Norte (nos Estados do Sul) os hebreus se lançaram sobre os recém-emancipados negros e agora os dominam de uma maneira muito diferente da dos antigos donos das plantações. Naturalmente que o fazem valendo-se da sua eterna "rede de oiro"... com uma arte excelente para se aproveitarem da ignorância e dos vícios do povo que tratam de espoliar. Ao ler isto pensei que há cinco anos atrás esta notícia me teria colhido de surpresa: "Agora já estão emancipados os negros dos donos dos engenhos; mas, como irão eles quedar-se imunes no futuro, se, em seguida, cairão sobre o tenro cordeirinho pascal os hebreus que no mundo tanto abundam?" Assim pensava eu há cinco anos, e garanto-lhe que de há cinco anos para cá me perguntei a mim próprio com frequência: "Porque será que na América do Norte não se fala dos judeus, que os jornais não dizem nada dos negros? E no entanto esses escravos são um verdadeiro tesouro para os hebreus. Como é que eles os irão respeitar?" Pois muito bem, eles aí estão. E vai para dez dias lia eu no Novo Tempo uma informação de Kovno, que é também muito característica:
"Os hebreus -dizia esse diário - arruinaram quase toda a população lituana com a aguardente, e, só graças aos padres católicos, com as suas admoestações e as penas do inferno e a formação de associações de temperança se conseguiu salvar essa pobre gente de desgraças maiores". O culto correspondente envergonha-se de que o seu povo continue a acreditar nos padres e nas penas do inferno e sem mais aquelas acrescenta que, além dos curas, se uniram também os capitalistas para fundarem bancos agrícolas "a fim de libertar o povo das garras do usurário hebreu", bem como mercados, onde "o pobre camponês que tanto trabalha" possa comprar as coisas necessárias por um preço módico e não pelo que o Hebreu lhes impõe. Limito-me a reproduzir o que li; mas de antemão sei o que me vão responder: "Tudo isso não demonstra nada e é apenas o resultado de os Hebreus serem pobres e estarem muito oprimidos; tudo isso mais não é que "luta pela existência" - coisa que só um leitor de curtas vistas deixará de ver -, e se os israelitas, em vez de serem tão pobres, fossem ricos, mostrar-se-iam tão humanos que todo o mundo se espantaria." Mas, em primeiro lugar, tanto esses negros como esses lituanos são ainda mais pobres do que os hebreus que os espremem até mais não poderem, e no entanto - leia-se a informação citada - abominam esse género de comércio a que é tão dado o Hebreu.
Aliás, não é nada difícil portar-se uma pessoa moral e humanamente quando está farta e quente; mas, quando intervier um poucachinho de "luta pela existência", não se aproximem do Hebreu!
(...)Mas os hebreus queixam-se sempre de ódio e perseguições. Ainda que eu não conheça a maneira de viver dos hebreus sei, em compensação, uma coisa, e disso quero dar testemunho diante de toda a gente: que o nosso camponês ingénuo não está animado de um ódio apriorístico, surdo, religioso, baseado nisso de que "Judas vendeu Cristo". Quando muito, poderão ouvir-se algumas vezes essas palavras na boca de crianças ou de bêbados; mas o nosso povo, repito-o, olha para o Hebreu sem ódio preconcebido.
Eu vivi com o povo num mesmo pavilhão e dormi nos seus próprios catres. Havia ali alguns hebreus e ninguém os desprezava, nem os repelia, nem os perseguia. Quando rezavam - e os Hebreus rezam com grande espavento e vestem-se para isso de forma especial - ninguém se admirava ou se sentia incomodado ou se ria, o que, afinal, podia acontecer, nada mais natural, penso eu, da parte dum povo tão "inculto" como o russo. Pelo contrário, ao verem rezar os Hebreus, diziam: "Rezam desta maneira porque assim o manda o seu credo", e com toda a calma, quase com assentimento, passavam de largo. Em compensação esses mesmos hebreus comportavam-se como estranhos para com esses mesmos russos, não queriam comer com eles e olhavam-nos quase de cima do ombro. E isto onde? Pois num presídio siberiano. Sobretudo mostravam sempre asco e repugnância pelo povo russo "indígena". O mesmo acontece nos quartéis e em toda a parte, por toda a Rússia. Averigue-se se o hebreu nos quartéis, enquanto hebreu, a propósito da sua fé ou dos seus costumes, é objecto de algum vexame.
Posso garantir que nos quartéis, como em todas as outras partes, o russo da classe baixa compreende de sobra que o Hebreu não quer comer com ele, que tem desprezo por ele e o evita quanto pode (os próprios Hebreus o reconhecem). E que sucede? Que em vez de se dar por ofendido de um tal comportamento, o russo do povo diz consigo, tranquila e discretamente: "procede assim, porque assim o manda a sua religião", quer dizer, não porque seja mau. E assim que se capacita dessa razão profunda logo o absolve de todo o seu coração. Pois bem: mais do que uma vez me tenho perguntado a mim próprio o que aconteceria se na Rússia houvesse três milhões de russos e oitenta milhões de hebreus, ao contrário do que actualmente acontece. Que fariam os últimos aos primeiros, como os tratariam? Conceder-lhes-iam sequer, aproximadamente, os mesmos direitos? Não os reconduziriam pura e simplesmente à escravidão? O que ainda seria pior: não lhes arrancariam a pele? Não os exterminariam por completo, nãos os destruiriam pela raiz, como, segundo a sua velha história, o fizeram com outros povos? Não, garanto-lhe que o povo russo não tem nenhum ódio preconcebido contra os Hebreus. (...)
Oh! Evidentemente que em todos os tempos fez o homem um ídolo do materialismo e sempre tendeu a ver e a cifrar a liberdade na sua segurança própria mediante o "ouro com todas as suas forças invocado e por todos os meios defendido". Mas nunca se viram esses sentimentos elevados tão franca e dogmaticamente à categoria de princípio supremo como no nosso século XIX. "Cada um para si e só para si, e toda a comunidade dos homens só em meu proveito"; eis aqui o princípio moral da maioria dos homens de hoje em dia e não já os piores, mas dos homens que trabalham e não matam nem roubam. E a falta de piedade para com as massas inferiores, a ruína da fraternidade, a exploração do pobre pelo rico -oh!, isto, naturalmente já existiu antes e sempre! -, mas não se tinha convertido numa verdade e numa filosofia, pelo contrário, o cristianismo deu-lhe constantemente batalha. Enquanto agora, pelo contrário, está erigido em virtude. Por isso pode supor-se que não deixou de influir neste estado de coisas o facto de os Hebreus dominarem ali (na Europa) as Bolsas e manejarem os capitais a seu talento, e concederem créditos, e, repito-o, serem os amos de toda a política internacional.
E o resultado de tudo isso é que o seu reino se aproxima, o seu reino completo! Inicia-se o triunfo daquelas ideias ante as quais deverão inclinar-se os sentimentos de amor à humanidade, de ânsia de verdade, os sentimentos cristãos e os nacionais e até o orgulho étnico dos povos europeus. Triunfa o materialismo, a cega, voraz, cobiça do bem-estar material para a própria pessoa e o empenho de entesourar dinheiro com o mesmo fim - tudo isso reconhecido como finalidade suprema, como razoável, como liberdade, em lugar da ideia cristã de salvação, apenas pela união rigidamente ética e fraterna dos homens. Talvez me respondam a isto com um sorriso, que isso se não deve de maneira nenhuma aos Hebreus. Claro que não apenas aos Hebreus; mas, tendo em conta que os Hebreus da Europa, a partir precisamente do dia em que esses novos princípios obtiveram ali a vitória, preponderam, inclusivamente, na massa e que as suas normas foram erigidas em princípio moral, pode muito bem afirmar-se que o judaísmo teve em tudo isso uma grande influência. Os meus contraditores vêm sempre com a mesma cantiga de que os hebreus são pobres e isso em toda a parte, ainda que de forma especial na Rússia; que só a rama dessa árvore popular é rica, os banqueiros e os Reis da Bolsa, enquanto quase as nove décimas partes dos outros são literalmente uns mendigos, que se guerreiam por um pedaço de pão e por um copeque lutam até mais não poder. Sim, tudo isso está certo; mas que quer dizer no fim de contas? Não quererá dizer precisamente que até no trabalho dos hebreus, até na sua exploradora actuação, há seja o que for de injusto, de anormal e antinatural que em si mesmo traz o seu castigo? O Hebreu procura o seu lucro em negócios de agiotagem... e comercia com o trabalho alheio. Mas nada disto altera um ápice o que fica dito; em compensação, os hebreus ricos dominam cada vez mais a humanidade e esforçam-se com zelo crescente por imprimir ao mundo uma face hebraica e comunicar-lhe a sua essência. Quando se traz à colação esta qualidade dos Hebreus, sempre acabam por dizer que também entre eles há pessoas boas. Santo Deus! Mas trata-se aqui disso? Eu não me refiro a homens bons e maus. E não há também entre os Hebreus homens bons? Teria sido um mau homem o falecido James Rothschild! Eu falo aqui em geral do judaísmo e da ideia judaica, que invade o mundo todo em lugar do "fracassado" cristianismo.»

- Dostoievski, "Diário de um escritor"

Dostoievski, aproveito para informar, viveu entre 1821, data em que nasceu, e 1881, data em que morreu. Por conseguinte, vai ser um pouco difícil catalogá-lo como nazi. É que, conforme tenho aprendido por estas bandas, entre eruditos na matéria, o termo anti-semita está implícito na definição de "nazi". Ora, como toda e qualquer crítica a actividades de pessoas de etnia judaica, segundo as mesmas luminárias, traduz um acintoso e repugnante anti-semitismo...
Em todo o caso, aceitem uma sugestão benemérita: que tal "proto-nazi"?...
Realmente, torna-se problemático o catálogo destes factos e testemunhos pré-históricos, quer dizer, pré-holocáusticos.

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