Como a correspondência anda vergonhosamente atrasada e as ameaças reiteradas de tribunal me forçam a cumprir o contrato, a joint-venture entre o "Dragoscópio" e a Revista Maria vai prosseguir, hoje e aqui, com mais uma episódio do "Consultório Íntimo do Dragão". Sem mais delongas, vamos ao que interessa.
Sopeiras e cabeleireiras do meu país, sobretudo licenciadas ou em vias disso, o vosso sexólogo predilecto está de volta!...
«Durante um ano, namorei com um rapaz bonito e encantador. Por isso, nunca liguei às advertências da minha família e às opiniões das amigas. Um dia, encontrei-o aos beijos e apalpões a outra mulher. Não consigo perdoar-lhe e o ódio tomou conta dos meus sentimentos. Só penso em vingar-me.»
A.L. – Lisboa
Francamente, ó cara A.L., que destempero o seu! Vingar-se? Ódio? A menina devia pensar era numa peregrinação a Fátima a dar graças à Virgem e ao Altíssimo. Pegue num cajado, calce umas sapatilhas confortáveis, abasteça-se de pó talco, uma mochila, boné generoso, colete reflector e vá, vá depressa, agradecer o milagre. Já viu a sorte que teve? Então encontra o namorado abraçado a outra mulher e ainda se queixa? Mas está maluca, ou quê?! Isso é caso mas é para rejúbilo, para celebração pela noite fora! Devia era apaparicá-lo, que diabo! Perguntar-lhe, com ternura, se não queria um lanchinho, uma cervejinha, um chocolate, enfim: um miminho desses. Ajudá-lo até na introdução urgente, se fosse caso disso. Por alturas de aperto, dá sempre jeito uma mãozinha sobressalente. Então se o encontrasse atracado a um marmanjão qualquer, de bigodaça farfalhuda, que é o mais usual destes dias, ficava o quê? Ufana? Toda contente? Dava-lhe uma festa?... Guarde lá o ódio estapafúrdio, ó criatura ingrata e despropositada. Acenda velinhas, caia de joelhos e reze, louve a Deus nas alturas! E quanto às suas amigas, mais as respectivas opiniões, delegue no seu valente rapaz o assunto. Em resumo: acabe lá com o absurdo; deixe-se de cenas: faça-lhe é bifes em sangue, gemadas fortificantes, abacate com fartura, que coisa rara merece estima!...
«Durante um ano, namorei com um rapaz bonito e encantador. Por isso, nunca liguei às advertências da minha família e às opiniões das amigas. Um dia, encontrei-o aos beijos e apalpões a outra mulher. Não consigo perdoar-lhe e o ódio tomou conta dos meus sentimentos. Só penso em vingar-me.»
A.L. – Lisboa
Francamente, ó cara A.L., que destempero o seu! Vingar-se? Ódio? A menina devia pensar era numa peregrinação a Fátima a dar graças à Virgem e ao Altíssimo. Pegue num cajado, calce umas sapatilhas confortáveis, abasteça-se de pó talco, uma mochila, boné generoso, colete reflector e vá, vá depressa, agradecer o milagre. Já viu a sorte que teve? Então encontra o namorado abraçado a outra mulher e ainda se queixa? Mas está maluca, ou quê?! Isso é caso mas é para rejúbilo, para celebração pela noite fora! Devia era apaparicá-lo, que diabo! Perguntar-lhe, com ternura, se não queria um lanchinho, uma cervejinha, um chocolate, enfim: um miminho desses. Ajudá-lo até na introdução urgente, se fosse caso disso. Por alturas de aperto, dá sempre jeito uma mãozinha sobressalente. Então se o encontrasse atracado a um marmanjão qualquer, de bigodaça farfalhuda, que é o mais usual destes dias, ficava o quê? Ufana? Toda contente? Dava-lhe uma festa?... Guarde lá o ódio estapafúrdio, ó criatura ingrata e despropositada. Acenda velinhas, caia de joelhos e reze, louve a Deus nas alturas! E quanto às suas amigas, mais as respectivas opiniões, delegue no seu valente rapaz o assunto. Em resumo: acabe lá com o absurdo; deixe-se de cenas: faça-lhe é bifes em sangue, gemadas fortificantes, abacate com fartura, que coisa rara merece estima!...
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«Namoro com um rapaz há três anos e, ultimamente, começo a ter dúvidas sobre a nossa relação. Quando fazemos amor, ele não me excita e tenho de fingir tudo. Devo resolver esta situação, mas não sei como. Devo falar com ele?»
«Namoro com um rapaz há três anos e, ultimamente, começo a ter dúvidas sobre a nossa relação. Quando fazemos amor, ele não me excita e tenho de fingir tudo. Devo resolver esta situação, mas não sei como. Devo falar com ele?»
L.M. - Santarém
Sim, é capaz de não ser má ideia. Tentem conversar. Já que foder não parece estar a dar bom resultado... Aliás, para gajas neuróticas (a grande maioria da gadeza urbana e suburbana, com instrução acima do 10º ano), "discutir a relação" constitui o mais infalível dos preliminares. Pelam-se e derretem-se; ficam literalmente a pingar. Uma boa "discussãozinha da relação" e dispensa-se de todo qualquer lubrificante auxiliar. Mesmo no rabinho. Experimente, ó A.M. e vai ver que nunca mais quer outra coisa. Discutir, entenda-se. Além do mais, é um fenómeno que a própria tradição já certifica: sempre que foder o corpo não resulta, nada como experimentar foder o juízo. Tente, tente... Foda-lhe bem o juízo e, quem sabe, ele não aprende a foder-lhe bem o canastro. Só se perdem as que caem no chão.
Sim, é capaz de não ser má ideia. Tentem conversar. Já que foder não parece estar a dar bom resultado... Aliás, para gajas neuróticas (a grande maioria da gadeza urbana e suburbana, com instrução acima do 10º ano), "discutir a relação" constitui o mais infalível dos preliminares. Pelam-se e derretem-se; ficam literalmente a pingar. Uma boa "discussãozinha da relação" e dispensa-se de todo qualquer lubrificante auxiliar. Mesmo no rabinho. Experimente, ó A.M. e vai ver que nunca mais quer outra coisa. Discutir, entenda-se. Além do mais, é um fenómeno que a própria tradição já certifica: sempre que foder o corpo não resulta, nada como experimentar foder o juízo. Tente, tente... Foda-lhe bem o juízo e, quem sabe, ele não aprende a foder-lhe bem o canastro. Só se perdem as que caem no chão.
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«Estou casada há nove anos e raramente consigo ter relações sexuais com o meu marido. Já fui a muitos médicos e, com a minha idade quero resolver este problema, até porque pretendo realizar o desejo de ter um filho. Ouvi falar em vaginismo, o que é?»
A.P. – Santarém
Talvez realize esses legítimos anseios se começar a ir menos aos médicos e mais ao seu marido. É mesmo uma hipótese bastante plausível. Por regra, os médicos são muito manhosos e dificilmente caem na asneira de engravidar as pacientes. É um facto que a cara amiga não especifica lá muito bem que paternidade almeja para o desejado rebento... Mas se, por um qualquer ímpeto extravagante, é do marido que a pretende, faça como lhe digo: invista menos nos clínicos e mais no pobre cornúpeto. Quanto ao vaginismo, segundo ouvi dizer, consiste numa variação aberrante de vampirismo: uma patologia, de contornos mórbidos, delirantes, que, em vez da tradicional sugadela de pescoço, opta pela beberagem do fluxo menstrual. A génese destes vampiros alarves está ainda por determinar.
A.P. – Santarém
Talvez realize esses legítimos anseios se começar a ir menos aos médicos e mais ao seu marido. É mesmo uma hipótese bastante plausível. Por regra, os médicos são muito manhosos e dificilmente caem na asneira de engravidar as pacientes. É um facto que a cara amiga não especifica lá muito bem que paternidade almeja para o desejado rebento... Mas se, por um qualquer ímpeto extravagante, é do marido que a pretende, faça como lhe digo: invista menos nos clínicos e mais no pobre cornúpeto. Quanto ao vaginismo, segundo ouvi dizer, consiste numa variação aberrante de vampirismo: uma patologia, de contornos mórbidos, delirantes, que, em vez da tradicional sugadela de pescoço, opta pela beberagem do fluxo menstrual. A génese destes vampiros alarves está ainda por determinar.
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«Há dias uma amiga disse-me que posso engravidar quer o sexo seja vaginal, oral ou anal? É verdade?»
L.M. – Lisboa
Verdade?! Verdadinha absoluta, estimada menina! Essa sua amiga, Deus a guarde, manifesta erudição na matéria. Mas também alguma parcialidade, convenhamos. Esqueceu-se de informá-la dum detalhe nada despiciendo, ou seja, que o sexo manual não é menos perigoso e arriscado que os três referidos. Basta que, após a ejaculação do feliz ordenhado, a menina, por um qualquer ímpeto ou mania arreigados, leve as mãos à boca, à vulva ou ao recto e, pronto, lá tem o caldo entornado (para onde não deve) e encomenda de França a caminho. Aliás, nesse estado, convém também não escarafunchar no nariz, pois uma inspiração mais fogosa pode resultar em gravidez fatal. Portanto, para sermos rigorosos e completos, se bem que não exaustivos, convém a cara amiga capacitar-se (e precaver-se) de que pode engravidar por sexo vaginal, anal, oral, manual e nasal. Todavia, se acicatados por um qualquer capricho científico quisermos mesmo ser exaustivos, então é de todo aconselhável que, na panóplia de contraceptivos que leva para manobras, a menina nunca esqueça uns bons tampões para os ouvidos. É que, caso não saiba, essa é a via pela qual mais se engravida neste país. Até porque, note bem: emprenhar pelos ouvidos é tão simples ou tão fácil, que até os homens conseguem.
«Há dias uma amiga disse-me que posso engravidar quer o sexo seja vaginal, oral ou anal? É verdade?»
L.M. – Lisboa
Verdade?! Verdadinha absoluta, estimada menina! Essa sua amiga, Deus a guarde, manifesta erudição na matéria. Mas também alguma parcialidade, convenhamos. Esqueceu-se de informá-la dum detalhe nada despiciendo, ou seja, que o sexo manual não é menos perigoso e arriscado que os três referidos. Basta que, após a ejaculação do feliz ordenhado, a menina, por um qualquer ímpeto ou mania arreigados, leve as mãos à boca, à vulva ou ao recto e, pronto, lá tem o caldo entornado (para onde não deve) e encomenda de França a caminho. Aliás, nesse estado, convém também não escarafunchar no nariz, pois uma inspiração mais fogosa pode resultar em gravidez fatal. Portanto, para sermos rigorosos e completos, se bem que não exaustivos, convém a cara amiga capacitar-se (e precaver-se) de que pode engravidar por sexo vaginal, anal, oral, manual e nasal. Todavia, se acicatados por um qualquer capricho científico quisermos mesmo ser exaustivos, então é de todo aconselhável que, na panóplia de contraceptivos que leva para manobras, a menina nunca esqueça uns bons tampões para os ouvidos. É que, caso não saiba, essa é a via pela qual mais se engravida neste país. Até porque, note bem: emprenhar pelos ouvidos é tão simples ou tão fácil, que até os homens conseguem.
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Dragão, Sexólogo Ikea, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Reiquejávi
11 comentários:
aahhahahahhaha
:lol: :lol: :lol:
discutir a relação" constitui o mais infalível dos preliminares. Pelam-se e derretem-se; ficam literalmente a pingar.
":O)))))
ahahaahhahah
Fantástico!
Wonderfull!!!
"... pode engravidar por sexo vaginal, anal, oral, manual e nasal."
LOL!
Nasal?!
ahahahahha
Cuidado com os snifes!!!
Ainda mais se estes não provocarem tosse...
Legionário
Tinha um certo pudor em mostrar a minha ignorância e perguntar o que significa os ":lol:" ou lá que é e o ":O)))) das mensagens da Zazie e que já tenho encontrado por aí várias vezes, mas aproveito agora que verifico haver camaradas que desconhecem ainda poder engravidar por qq buraco... Ora, valha-nos Zeus! Onde andarão os faunos deste país?????????
AHAH Sr. Prof Dr. Sexólogo IKEA, a revista maria nem sabe o que perde em contratá-lo :))
As pessoas com problemas, e estes gajos a fazer pouco...
ass: Renegado
ahahahahah este último comentário foi tão engraçado
":O))))
As Toinas que circulam por aí ficaram certamente mais informadas. Isto serviço público!
Best wishes.
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