sexta-feira, outubro 29, 2004

Uma Questão

Neste país há respostas a mais e perguntas a menos. Para contribuir para o reequilíbrio, aqui deixo uma:
Porque é que tendo sido Portugal o país que abriu as primeiras rotas comerciais globais, que, como diz o poeta, "abriu novos mundos ao Mundo", passados quinhentos anos, está tão pobre como quando começou?...

Aliás, correcção: Está muito mais pobre, porque à penúria económica acrescenta agora, também, a miséria de espírito.

11 comentários:

josé disse...

Bem...então também ponho uma pergunta:

Achas que os portugueses de quinhentos fizeram uma grande coisa?!
COmpetiram com espanhóis, holandeses e quejandos nas invasões de terras e no extermínio de raças autócnes que lá se encontravam sossegadinhas. Fizeram-no em nome de quê?! Da religião da época! Espalhar a fé cristã! Combater os infiéis! Sacar-lhes ouro incenso e mirra a troco de feijões.

Epá! Não sou eu que deveria estar a escrever isto- porque até sou católico...

josé disse...

Autóctones...é o castigo de andar a catar supostos erros aos outros.

Seja. Os indianos das feitorias e os japoneses, naquela época, deviam olhar para os nossos antepassados como nós olhamos para o gringo que apareca aqui de levi´s e bota de couro do Texas, a blasonar palermices a cheirar à bosta do american way of life.

dragão disse...

Repara, ó josé, que eu não teci juízos de valor sobre o fenómeno. Só coloquei a "questão da riqueza", tão querida às gerações modernas. Se, de facto, foi um crime, como apontas (e é uma perspectiva possível), então, o crime não compensou.
Ou seja, se foi a pobreza que nos empurrou, então voltámos ao ponto de partida tão pobres -aliás, mais pobres-, como de lá saímos.
Resta saber se foi apenas essa a motivação (que redundaria apenas em rapacidade consequente), ou não. E, se não, qual mais?...
É que não sendo nós os mais rapaces da Europa, nem hoje nem naquele tempo, porque é que fomos nós à frente, a desbravar, e não os outros, muito mais numerosos, ávidos e adestrados nessas coisas que nós?...

zazie disse...

bem, eu era capaz de ter uma ideia um tanto básica sobre o assunto. Foram eles como foram os Italianos e foram os tugas para o mar, se calhar porque estavam mais perto ";O))
Depois foram-no por ideiais misturados com dinheiro,é claro. Mas os ideias eram medievos. Basta ler os relatos das empresas africanas e das opções do Infante para se constatar isso mesmo. Muitas veses a opção do trajecto era ditada pela ideia de sacrifíco, quase peregrino. Podia escolher um trajecto mais curto mas preferia o ideal medievo ao mais prático.
Ia jurar que os que nos passaram á frente sempre foram os mais pragmáticos e com uma banca desenvolvida e uma burguesia agressiva. Por cá o ideal cortesão era muito maior.
Depois havia, como sempre houve o atraso indígena. Memso na época das Descobertas a nossa corte era pindérica em comparação co mas demais. Sempre estivemos na cauda da Europa, geografica e tecnicamente. Copiava-se a Borgonha em cerimoniais de capela e modos salamaleques de salão mas nunca se copiou a multiplicação do dinheiro. O centralismo sempre foi grande, o que teve benefícios por uma lado mas prejuízos por outro. Eram meia dúzia de famílias nobres e mais nada.
E depois essa ideia de Império tem muito que se lhe diga... então o controle dos mares do Oriente é uma fantasia. Controlava-se o tanas. Havia pirataria e uns gajos com eles no sítio que por lá se arriscavam mas controle de Império nunca houve. isso é mito.

zazie disse...

ups! que porcaria de erros: vezes então foi uma anormaliade. Aqui vai de novo que não encontro o caixote.

bem, eu era capaz de ter uma ideia um tanto básica sobre o assunto. Foram eles como foram os Italianos e foram os tugas para o mar, se calhar porque estavam mais perto ";O))
Depois foram-no por ideais misturados com dinheiro, é claro. Mas os ideais eram medievos. Basta ler os relatos das empresas africanas e das opções do Infante para se constatar isso mesmo. Muitas vezes a opção do trajecto era ditada pela ideia de sacrifício, quase peregrino. Podia escolher um trajecto mais curto mas preferia o ideal medievo ao mais prático.
Ia jurar que os que nos passaram à frente sempre foram os mais pragmáticos e com uma banca desenvolvida e uma burguesia agressiva. Por cá o ideal cortesão era muito maior.
Depois havia, como sempre houve o atraso indígena. Mesmo na época das Descobertas a nossa corte era pindérica em comparação com mas demais. Sempre estivemos na cauda da Europa, geográfica e tecnicamente. Copiava-se a Borgonha em cerimoniais de capela e modos salamaleques de salão mas nunca se copiou a multiplicação do dinheiro. O centralismo sempre foi grande, o que teve benefícios por um lado mas prejuízos por outro. Eram meia dúzia de famílias nobres e mais nada.
E depois essa ideia de Império tem muito que se lhe diga... então o controle dos mares do Oriente é uma fantasia. Controlava-se o tanas. Havia pirataria e uns gajos com eles no sítio que por lá se arriscavam mas controle de Império nunca houve. Isso é mito.

dragão disse...

Ideias interessantes, ó Zazie. Mas uma delas, pelo que sei, grosseiramente incorrecta: numa dada altura nós não estávamos na cauda, mas na vanguarda: na tecnologia náutica e, sobretudo, na tecnologia bélica. A nossa artilharia naval já carregava pela culatra, ainda os outros andavam todos a carregar pela boca. Os nossos ferrabrazes combatiam com espada numa mão e adaga na outra (mandaram cagar o escudo), o que contra as hordas orientais, numericamente esmagadoras, causou verdadeiras razias.
Vamos lá a ver se tiramos o fado do desgraçadinho da boca. :O)) Não somos os maiores, mas tammbém não somos os piores. Isto -todos os povos são assim - tem fases. É como as pessoas: Umas vezes no alto, outras vezes no fundo. É a "Roda da Fortuna", como dizia o Boécio. E a pinderiquice é geral, sempre foi. Afinal não vimos todos do Adão, ou do macaco, ou do macaco Adão?!...:O))
Aproveito para dar outra achega: Será que a necessidade não força o engenho?...

zazie disse...

bem, essa ideia de vanguarda tecnológico também tem muito que se lhe diga. Quanto à forma de navegação foram os italianos que a desenvolveram. Não formos nós propriametne a descobri-la. Depois avançou-se para o mar, isso sim, à aventura e norteados por um espírito medievo. E cada vez mais parece que esse espírito foi um grande motor cruzadístico. Tanto que a expansão no Norte de África alternou com a descoberta. E uns mais pragmáticos defendiam terra e outros o mar.
Agora que esse facto tivesse esqivalente interno em poder, riqueza, modernidade da corte não tinha. O que acontecia é que a aguerrida e desenvolvida burguesia dos Países Baixos ou da Alemanha tinha muito mais Atlântico para vencer. A nosso posição geográfica era muito mais importante. E os contactos com o Sul que tinha esses avanços tecnológicos mais facilmente se davam aqui e em Espanha que na Holanda ou noutro lugar.
Nós abrimos portas e depois de elas abertas a ver quem tomou conta do recado. Em todo o lado... passaram-nos a perna num instante.

zazie disse...

agora se a necessidade força o engenho, aí o problema deve ter sido a falta dela ";O)) que sempre tivemos bom clima e nem diques foram precisos para nos aguentarmos como outros.
Eu não digo que é a saga do desgraçadinho. Custa-me até fazer a ponte entre esse passado e os nossos dias. Mas o que digo é que enquanto Nação sempre foi fraca e não são as Descobertas e a bravura com a espada ou a agilidade na emigração que mudam a casa...

Mas há coisas que não sei se não e perderam até por uma falta de jeito para se ser moderno...
Também tivemos reis muito mais interessantes que toda a república junta...
e ainda poderia ter sido tudo muito mais interessante se alguém tivesse conseguido triunfar no iberismo... ehehe esta agora é lixada mas é o nosso passado dessas épocas que glosas.
Como te digo, até ando com uma coisa muito muito interessante e que toca nestas ideias comuns de Império e súbditos... (que tanto queria o D. Manuel como os Reis Católicos).


(e não te esqueças que não foi a necessidade que levou para Ceuta o rei mais os jovens príncipes nem o mar que atirou com a grande nobreza da corte para o risco...)

dragão disse...

O nosso clima poderá ser óptimo para o turismo, mas é péssimo para a agricultura. Os solos, excepto o Ribatejo e algumas outras bolsas pontuais, também. O mar é bravo; a costa portuguesa sempre foi temida. Quanto ao não termos a porcaria duma burguesia só nos favoreceu e se formos por aí, quantos menos burgueses tivermos, mais avançados sempre estaremos, porque menos decaídos e alarvizados. :O)) Ou seja, quando os testículos contavam, o facto de estarmos menos aburguesados, provavelmente, foi uma das razões que nos colocou na vanguarda. Isso, e a vida dura a que os rústicos pátrios convertidos em marinheiros estavam habituados. Para teres uma ideia, até há bem pouco tempo, o soldado português era um dos mais duros e capazes de suportar condições inóspitas (a todos os níveis duma guerra) do mundo. Ao pé dum americano, nem dava para comparar. O nosso problema sempre foi de liderança. A massa bruta está sempre lá e pode ser magnífica. Quer dizer, estava. Acho que estão a acabar com ela: a urbanização e despovoamento do país consiste nisso. Ora, se há vinte anos ela ainda conseguia ser boa, imagine-se há quinhentos...
O sacana do Marx, esse burguês armado aos cucos, intoxicou isto tudo: não são os sistemas, nem as putas das condições frito cozido, nem os planeamentos, etc - tudo isso é acessório, conta mas não é determinante (a não ser como desculpa de mau pagador). O essencial são os homens, a vontade dos homens. E os níveis de testopsterona, claro. Ultimamente, andam de rastos.
E eu, provavelmente, cuspi para aqui mais uma série de barbaridades!....
Só mais uma coisa, ó Zazie... Elucida-me: Achas que moderno=Bom?

zazie disse...

Ó Dragão, mas isso são perguntas que se façam...? mas tu ainda não percebeste que o meu mal é pensar o contrário ehehe, se o príncipe Salina foi o meu único herói político que é que queres que te diga mais ..

O pior é que essa nobreza também era passada. Primeiro foi o D. João a ir para Ceuta com a descendência toda do reino assim, à laia de exemplo cavaleiresco para a prole; depois foi o Sebastião mais o escol cá do burgo naquele suicídio conjunto. Que querias que ficasse a não ser a alma, a famosa alminha? Que a burguesia não terá essas coisas que tanto gostamos mas foi a classe do futuro. Foi o grande motor do desenvolvimento. E agora, como dizes, nem a alminha se aproveita.

Anónimo disse...

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