quarta-feira, abril 28, 2004

A CIVILIZAÇÃO E A BARBÁRIE

«-Antínoo, tu fizeste mal em ferir o mendigo infeliz. Maldito! E se, por acaso, ele fosse um deus celestial? Os deuses também andam, sob diferentes aspectos, como estrangeiros de terras longínquas, pelas cidades, para observar a violência e a virtude dos homens

Homero, in "Odisseia", XVII

«Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu

Bíblia Sagrada, Mateus 19;23

Sendo que a nossa civilização radica na cultura grega e cristã, e dadas as perspectivas cristalinas em epígrafe, donde surgiu, então, a execração feroz da pobreza, que nestes dias, tão universal, ufana e declaradamente impera?
Com um desplante e grosseria alarve que, cada vez mais, nos equiparam às bestas?...

Supremo e inexpiável estigma, raíz e tronco efectivo de todas as descriminações, fobias, culpas e complexos que nos assombram, lepra do nosso tempo, donde germinou?

E isso...Isso aí - donde se penduram os macacos guinchadores da riqueza triunfante e deus exclusivo, bezerro de merda e sangue a fazer de conta , e grasnam os corvos da infâmia-, isso, meus senhores, é a árvore da civilização ocidental, ou o arbusto corcunda e rasteiro da Neo-barbárie?...

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