quarta-feira, outubro 25, 2006

Tens que entrar para sair...

Uma versão de 1999 duma música de um dos melhores albuns da história da música rock: "The Lamb Lies down on Broadway".

14 comentários:

Humberto Nuno de Oliveira disse...

Que saudades da versão original.

timshel disse...

dasse dragão

esta canção é linda

o que é que te está a acontecer?

é uma metamorfose ou travestismo?

Anónimo disse...

Hum, hum.... Genesis!

Anónimo disse...

Genesis com Peter Gabriel. Nada de confusões!

josé disse...

Não consegui ouvir até ao fim.
A versão original de carpet crawlers parece-me inultrapassável.

Lembro-me bem de ouvir esse álbum pela primeira vez. Foi em finais de 74 ou início de 75, na rádio e pela apresentação de João Filipe Barbosa.
O disco começa com arpejos pianísticos em crescendo e antes da aprentação do disco, o locutor desafiava o ouvinte a adivinhar de quem se tratava...
Lembro bem que pensei imediatamente nos Genesis.
O disco é duplo e entre os temas preferidos, há...eh pá! tantos e tantos que são quase todo o disco.

Outro assunto:

Hoje na RTP1, assistimos a uma revisita ao PREC.
Um médico Nobre a falar como antifascista e que no final dos sessenta, estava ausente em Bruxelas e tinha medo dos bufos, lá, por causa daqui.
Uma pespineta Amaral Dias, filha do célebre CAD, a liberar umas diatribes contra o "fascismo".
Um historiador antifascista a retorquir a um historiador "fascista", identificado como Hermano José Saraiva que ele não se confunde com a História, só para o ouvir dizer que lhe devolvia o cumprimento.
Um esfíngico Eduardo Lourenço que nunca é claro no que diz.
Um bobo da corte que se toma como tal e que defende o direito a ser bobo mesmo num programa desses, de seu nome RAP.
Uma escritora de sucesso à esquerda que dá pelo nome estranho de Lídia Jorge.
Uma outra que professa o ensino como a excelência que está à vista de todos.

Esta plêiade de participantes, perorou durante três horas, sobre as figuras maiores de Portugal.
Quando chegou a vez de falar em Salazar, entornou-se o caldo. E vimos todos, como o PREC foi uma coisa maravilhosa.
É pena que a RTP de Maria Elisa ainda nem tenha passado essa época...

timshel disse...

e o concerto de cascais

com o copcon aos tiros para o ar

as tréguas entre nós e os fachos tudo directo para o concerto

porra nem me quero lembrar

dragão disse...

Não vi essa coisa, ó José. Praticamente, deixei de ver televisão. Mas imagino a cegada.
Quanto ao "Lamb", fui fanático da coisa. É um monumento. Esta versão apesar de tudo, daquelas modernices rítmicas, não me parece mal de todo. Está lá o essencial: a voz do Gabriel que, aqui entre nós, é uma das três melhores da história do rock.

Flávio Santos disse...

Eu, que tenho os Genesis todos até "Duke", continuo a achar "The Lamb" um bom álbum mas não o melhor do grupo. A produção de Brian Eno descaracterizou o som da banda e a própria composição musical.
As músicas, que tinham uma construção clássica A-B-A (tema, desenvolvimento, tema retomado - conclusão), passaram a arrastar a mesma melodia repetidamente (veja-se "In the Cage" e compare-se com temas fabulosos como "The Return of the Giant Hogweed", "Musical Box", "Fifth of Firth", etc., em que o clímax tinha uma intensidade impressionante).
Gabriel, que teve sempre uma faceta algo cabotina, excede-se em "Lamb" em temas como "Counting out Time".
O que não quer dizer que o álbum não seja histórico: nele se encontram sonoridades que serão retomadas por grupos que de nada se reclamam do rock sinfónico, como os Durutti Column.
Para mim o esquecido "Nursery Cryme" é o que melhor sintetiza a arte dos Genesis, não há um momento sonoro que não seja indispensável, num todo coerente e belíssimo.

josé disse...

Em tempos, escrevi sobre esse concerto de Cascais, assim:

Em Março de 1975, já nos meus últimos “teens”, ouvia música, como os “teens” de hoje. E lia. Livros, jornais e revistas - que guardei.

Em dois dias do mês, a 6 e 7, tinham tocado os Genesis, em Cascais, num pavilhão desportivo.

A imprensa da época ligou menos ao assunto do que a de agora, trinta anos passados sobre a efeméride. O Expresso, no seu suplemento (excelente, aliás) Actual, de 5/3/05, dá-lhe quatro páginas, em que César Avó tenta explicar o fenómeno musical e o acontecimento desse mês de há trinta anos, nada parco doutros acontecimentos historicamente marcantes. A crítica musical do Expresso de há trinta anos, num quadradinho de fim de página do segundo caderno do dia 1.3.1975, intitulado Pop Corner, sem assinatura, dizia assim...

“Nas próximas quinta e sexta feiras ( 6 e 7 de Março) o calmo meio musical português vai ser abalado por um grande acontecimento: a actuação de um importante grupo britânico em dois concertos que constituirão porventura os mais altos momentos de “rock” ao vivo no nosso país, depois dos concertos dos Procol Harum há dois anos atrás. O nome desse grupo é Génesis.” E continuava por mais umas linhas a apelar à presença nos concertos, porque “perder os Genesis é seguramente perder uma das raras oportunidades de ver um bom concerto de “rock” em Portugal.

Mesmo ao lado da crónica, Pedro Pyrrait assinava a recensão crítica dos discos de Leonard Cohen, “New Skin for the old ceremony” , um disco single dos ELP (Emerson Lake and Palmer) e o primeiro dos Bad Company que continha “Can´t Get enough”!

Seria de esperar que na semana seguinte, viesse a reportagem com fotos e entrevista…mas quem folhear o número do Expresso de 8/3/1975, lerá muita coisa; porém, sobre música, e sobre o concerto dos Génesis, a melhor metáfora vem no fim da página VIII, sob a forma de um anúncio a um filme de Igmar Bergam - “O Silêncio” . Nem uma linha sobre o concerto que seria um “grande acontecimento”!

dragão disse...

Julgo que ficou como o concerto mais lendário dado em Portugal. E também o melhor, no cômputo geral música /espectáculo. Na altura, era a melhor banda do mundo no seu apogeu.

Mas no "Lamb", eu e o FSantos discordamos. Para mim, a única faixa extra-Lamb que se lhe aproxima é o "Super's Ready", do Foxtrot. Também não concebo os Genesis sem o Gabriel. E então sem o Gabriel e o Hackett, com aquele labrego que se devia ter confinado à bateria ao leme, nem falo. É de vómitos.

josé disse...

dragão:

Em 1976, o tal labrego co-assinou uma obra prima dos mesmos Genesis: A trick of the tail.
Em termos estritamente melódicos fica nada atrás do melhor que os Genesis fizeram.
Em modo de inovação, fica no âmbito daquilo que Hacket e Banks faziam e que era alguma coisa no meio do que se convencionou chamar rock progressivo.

O que veio depois com os abacabs e as lamechices que lhe deram fortuna e proveito, não me interessa também. Algumas são mesmo labreguices, ou segundo o meu léxico particular, otozoários.

dragão disse...

Ainda comprei o Tal Trick. O Hackett disfarçava o rombo. NO mesmo ano o Gabriel lançava o primeiro album a solo, que tinha aquela coisa fabulosa chamada "Here comes the Flood".

josé disse...

Pois estamos a falar ( a escrever) sobre os anos setenta na segunda metade.

Faz agora quarenta anos que comprei a minha acústica, em Espanha e a trouxe de contrabando, legalmente consignada na fronteira de Tuy e Valença.
Uma odisseia para tentar aldrabar os serviços da alfândega...e conseguida porque o director acreditou num pobre estudante que tinha ido arranjar uma viola nova a Espanha, comprada pouco antes e que tinha partido as mecânicas das cordas.
Uma mentira piedosa que evidentemente o mesmo aceitou como tal e...deixou passar. Ufa!

Se me envergonho da façanha? Claro. Mas não tanto como a de "dar o golpe" na fila( na bicha, é assim que se diz em português correcto) para visitar os museus do Vaticano.
Não tinha alternativa: ou esperava horas e não tinha tempo para tal; ou não via uma das maravilhas da humanidade.
Sacrifiquei - com remorsos incontáveis e apenas porque tive apoio cúmplice- a moral e a ética às maravilhas da humanidade...alguém me atira pedras?!

josé disse...

Escrevi quarenta?! Trinta é mais exacto. Foi em 1976...