A mitomania da virtude conforma uma dupla perversão: sendo, fogosamente, um onanismo, é também, em grau ainda mais compulsivo, uma exibição.
Assim como dantes funcionava, na grande maioria, a toque de religião –entendam como pano de fundo disto o Ocidente, pois ainda hoje funciona dessa maneira nos países arcaizados – doravante, dado que esse território foi ocupado pela teologia da indiferença, transferiu-se para as chamadas “minorias sobreactivas” e “hipersensíveis”: os gays, as feministas, os judeus, os podres de ricos, os novo-místicos, etc. Digamos que o primado da Diferença viceja a partir dum vasto campo de Indiferença. Enquanto o geral se amalgama e uniformiza cada vez mais, numa massa amorfa e abúlica, o especial, o peculiaríssimo eclode na forma angélica de tribos urbanas florescentes - quistos sociais frenéticos e benigníssimos cujo parasitismo fagocrático alastra insaciável sob o perfume anestésico da elitose.
A característica mais gritante destas tribos não é exactamente o apregoar dum simples direito a existir: sempre existiram, com variáveis sucessos, e não passa pela cabeça de ninguém no seu perfeito juízo andar a molestá-los, dizimá-los ou persegui-los (por mim já me contentava que não arriassem as estátuas dos pedestais e trepassem para lá, todos eles, em apoteose, laureados). Como não é apenas um simples direito à normalidade da anormalidade aquilo que reclamam. É, bem acima disso, e para compensação da catalepsia que os rodeia, reclamar a virtude da anormalidade, isto é, da Diferença. Não se trata de serem normais, de serem como os outros, de se integrarem e vulgarizarem no conjunto: trata-se, outrossim, de serem vaidosamente diferentes, exclusivamente distintos, e de essa diferença constituir uma virtude. A tribo é uma vanguarda. Uma acrópole. Um paradigma.
Assim como dantes funcionava, na grande maioria, a toque de religião –entendam como pano de fundo disto o Ocidente, pois ainda hoje funciona dessa maneira nos países arcaizados – doravante, dado que esse território foi ocupado pela teologia da indiferença, transferiu-se para as chamadas “minorias sobreactivas” e “hipersensíveis”: os gays, as feministas, os judeus, os podres de ricos, os novo-místicos, etc. Digamos que o primado da Diferença viceja a partir dum vasto campo de Indiferença. Enquanto o geral se amalgama e uniformiza cada vez mais, numa massa amorfa e abúlica, o especial, o peculiaríssimo eclode na forma angélica de tribos urbanas florescentes - quistos sociais frenéticos e benigníssimos cujo parasitismo fagocrático alastra insaciável sob o perfume anestésico da elitose.
A característica mais gritante destas tribos não é exactamente o apregoar dum simples direito a existir: sempre existiram, com variáveis sucessos, e não passa pela cabeça de ninguém no seu perfeito juízo andar a molestá-los, dizimá-los ou persegui-los (por mim já me contentava que não arriassem as estátuas dos pedestais e trepassem para lá, todos eles, em apoteose, laureados). Como não é apenas um simples direito à normalidade da anormalidade aquilo que reclamam. É, bem acima disso, e para compensação da catalepsia que os rodeia, reclamar a virtude da anormalidade, isto é, da Diferença. Não se trata de serem normais, de serem como os outros, de se integrarem e vulgarizarem no conjunto: trata-se, outrossim, de serem vaidosamente diferentes, exclusivamente distintos, e de essa diferença constituir uma virtude. A tribo é uma vanguarda. Uma acrópole. Um paradigma.
Daí que reajam mal à crítica e sejam imunes ao sentido de humor. Não admitem ser criticados por “atrasados”, por “inferiores”, “por labregos grunhos e orangotangos que não entendem nem alcançam o seu avanço, a sua sofisticação, a sua modernidade emproada. Crispam com veloz escândalo; melindram-se e ofendem-se ao mínimo reparo; vigiam com ar adunco, beato, inquisidor, de sectarismo feroz em riste e auto-de-fé engatilhado.
Se na realidade as coisas ainda não são como deveriam, na sua cabeça já são. Cumpre à realidade ajustar-se.
Se na realidade as coisas ainda não são como deveriam, na sua cabeça já são. Cumpre à realidade ajustar-se.
9 comentários:
100% no alvo!
Está mtº bem visto, c/o é costume. Só me parece que os gays não cabem no mesmo saco onde coloca feministas, judeus, e outras "minorias"... Nem me parece que os gays sejam uma minoria, a não ser que só consideremos os assumidos. De qualquer modo, parece que o gosto sexual,tal como a cor da pele ou dos olhos é marcado geneticamente; já ser podre de rico ou de qq outra seita, é outro departamento...digo eu!
"Enquanto o geral se amalgama e uniformiza cada vez mais, numa massa amorfa e abúlica, o especial, o peculiaríssimo eclode na forma angélica de tribos urbanas florescentes - quistos sociais frenéticos e benigníssimos cujo parasitismo fagocrático alastra insaciável sob o perfume anestésico da elitose."
foda-se, Dragão! onde é que tu vais buscar estes palavrões?
danos colaterais
"...onde é que tu vais buscar estes palavrões?"
Eheheh!
Os judeus, para todos os efeitos, são uma minoria. Por exemplo nos Estados Unidos (que é onde mais conta, hoje em dia) são, salvo erro, 2 ou 3% da população. Outra minoria que eu poderia ter citado, no Ocidente, são os afro-coisos. O Warsalorg diz que não percebe a presença dos judeus no pacote. É uma pergunta que teremos que colocar aos próprios. Ou seja, porque é que eles se misturam, aproveitam e andam à boleia dos outros tais. Fizeram, por exemplo, grande campanha em prol das "Anti-Hate Laws" doravante em vigor nos EStados Unidos e, um dia destes, por osmose, na Europa. Já esteve mais longe.
Agora, dê uma volta no google (se não encontrar, diga, que eu forneço-lhe um link)e dê uma espreitadela ao texto das tais "leis". Vai ver os judeus todos lampeiros ombro a ombro com os gays. Note que eu não tenho qualquer problema com nenhuma das espécies. Limito-me a constatar factos. Posso até estar a ver mal, mas, neste caso, julgo que não.
Quanto aos "palavrões", caro "danos Colaterais", a resposta é simples: alguns deles fabrico-os. Felizmente, uma das principais raizes da nossa língua é o grego.
Já o anónimo duvida que os gays 1. sejam uma minoria; 2. caibam no mesmo saco que os outros citados.
Bem, eu refiro-me àqueles gays mais estridentes, os activistas. Quanto à génese da espécie não me parece que seja genética: é mais hormonal ou pura e simplesmente económica. Há tipos/as que nascem com distúrbios hormonais e há tipo/as que aderem oportunisticamente por puro interesse económico ou social.
Até porque há judeus que acumulam transversalmente: são judeus gays, podres-de-ricos e novo-místicos. :O)
Ora, aqui temos um caso deveras vanguardista. Ao câmbio actual, praticamente um semideus.
O que é que me diz disto, caro Warsalorg?
PS: Mas eu compreendo perfeitamente que não aceite; longe de mim querer impingir-lhe o que quer que fosse.
"acumulam transversalmente"
":O)))))
Os árabes, nos países ocidentais, é claro que são uma minoria e cumprem os quesitos idênticos aos outros árabes a que vulgarmente chamamos judeus. Isso é óbvio.
Já os portugueses não faz qualquer sentido chamá-los à baila. Nós, portugueses, ao contrário dessa boa gente, integramo-nos sem problemas. Mal atravessamos a fronteira, passam-nos logo as peneiras. Integramo-nos nos States, em França, em África, na Groenelândia e até na Cochichina se for preciso. Apesar de tudo, somos a última esperança da humanidade!... :O)
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