Precisamente, os "de Triers" são os falsificados. Por isso mesmo, estes são os autênticos, os dignos (ao contrário dos outros) de figurarem nos tais murais.
NO entanto, a primeira lição de rock n´roll é Esta.
A canção e a letra são um achado. 50 anos depois, Bob Dylan compõs a primeira canção( Thunder on the mountain) do seu novo Modern Times em que plagia descaradamente os acordes de Johnny B. Goode. E ainda é aplaudido. Talvez seja porque o plágio não se fica por essa, mas ainda retoma temas de JJCale, dos Dire Straits e do próprio Dylan dos primórdios, em certos guinchos de guitarra que lembram Highway 61 revisited.
José, não vamos regredir à fase embrionária do rock'n'roll, em que ainda não se distingue muito bem do "blues acelerado" ou do "rytm'n'blues". Eu tenho o maior respeito pelos embriões, assim como pelas criancinhas, mas não me passa pela cameça promovê-los a exemplos acabados. Antes de 1965, não vale a pena perder muito tempo.
Os blues e o country em modo gospel ou redneck, não são embriões. São a real thing, perfeita e acabada. As gravações é que não prestam, são antigas, em mono, de uma pista ou duas e captadas por micros rafeiros.
Para entender mesmo a importância desses embriões, será preciso ouvir e ver os mestres que os divulgaram.
Por exemplo, Eric Clapton ( autor do melhor disco de sempre da música rock-Layla, porque é um compêndio de todos os clichés que se copiaram dos blues e de todos os acordes que é preciso saber para tocar rock). Ou mesmo Keit Richards, cujo Paint it black que apontaste aqui como genealogicamente ligada ao rock n´roll ( e é merecido porque é das melhores canções de sempre dos Stones ou de qualquer outro grupo similar).
Para tal, veja-se este exemplo, com um pretinho que influenciou realmente a música rock, tocando blues e outras misturas.
O disco Layla, de Eric Clapton e os Dominós, é uma antologia do rock. Incluindo bónus como a slide guitar de Duane Allman ou os lamentos escritos de Eric por causa da paixão por uma mulher que se ama e que é mulher de outro, ainda por cima amigo e que não se quer magoar por isso. Shakespeareano. Da primeira á última música não tem uma nota a mais ou a menos e todas as composições são de qualidade cimeira.
Pode dizer-se porém que será um pastiche de géneros, particularmente os blues. Nenhuma das canções terá a qualidade intrínseca e original de uma Strawbweey Hills, de uma Something ou até de uma Paint it black, magnífica sem dúvida. Mas ainda assim, compendia tudo o que no rock se fez. E é de 1970.
Aquelas músicas que acima apontei, já não são bem do rock, mas da música universal.
É como o petróleo em bruto e o petróleo refinado. A malta branca introduziu uma coisa que escapa um bocado aos outros tipos: sentido melódico. Não foi por acaso que o rock'n'roll se aproximou da clássica e o blues et al derivou no jazz.
O rock n´roll já é uma síntese de outras músicas populares.
Há por aí algumas histórias do rock, algumas em forma de vídeo e que vale a pena ver para crer. Tenho por cá uma em dvd que se chama mesmo assim: A história do Rock n´roll, traduzido do americano The History of... São 10 horas de fimes, entrevistas e músicasàs centenas ( excertos de 250 canções). O primeiro volume que é no caso o que interessa, começa com "A era de ouro" que é o final dos quarenta, e a década seguinte. A tal melodia que sobra aos brancos junta-se ao ritmo que os pretos trouxeram dos batuques africanos e misturando com a sonoridade dos cantos das igrejas, deu numa coisa nova quando se inventou a guitarra electrificada. A partir daí, os nomes sucederam-se e as melodias também, mas o simplismo do sentido melódico versus ritmo binário, ternário e a também a quatro batidas, cede o passo acelerado quando ouvimos Sam Cooke ou Ray Charles. O soul demonstra que os pretos também têm melodia no ritmo. E o country rock vem provar que os brancos também provaram o sabor dos blues. É por isso que se dizia que Even the Cowgirls get the blues.Sometimes, já agora.
Mas...voltando a uma vaca fria, antiga e congelada: a música portuguesa, nossa, que é feito dela?!
Ando a interessar-me pelas sonoridades das bandas que procuraram as raízes dos nossos sons. No folklore e no canto popular, mesmo em canto chão.
É por isso que A Brigada Victor Jara, com um nome assim e tudo, é interessante de ouvir. Ando com saudades de voltar a ouvir o Santo António de Amarante, cantada pos esses comunistas. Os aemricanos não têm melhor que isso, aliás. E que me venham dizer que têm, que eu mostro-lhes as notas da escala, na pauta.
Como sabes os meus conceitos musicais não estão sujeitos a debate. São dogmas com valor eterno. Quanto a "música portuguesa", não sei o que isso é. Antes disso há o Mozart, o Bach e coisas assim. Lá iremos a isso tudo. E ao Carlos Paredes também. Direi, aliás, como o outro: só há dois tipos de música, a boa e a má. Não é nas artes que eu aplico a minha costela nacionalista.
Quando duas culturas se juntam dá-se um efeito sinérgico, em que o resultado é maior do que a soma das partes. Foi o mesmo quando Paul Simon produziu o álbum com aquele grupo de sul-africanos. Conseguiram dar melodia ao ritmo africano.
19 comentários:
Só música boa!
A começar pela primeira publicada :)
Not bad. But...This is the real boogie thing
And there´s a bonus in it: the best slide guitar you can see.
Uma grande banda!
Precisamente, os "de Triers" são os falsificados. Por isso mesmo, estes são os autênticos, os dignos (ao contrário dos outros) de figurarem nos tais murais.
NO entanto, a primeira lição de rock n´roll é Esta.
A canção e a letra são um achado. 50 anos depois, Bob Dylan compõs a primeira canção( Thunder on the mountain) do seu novo Modern Times em que plagia descaradamente os acordes de Johnny B. Goode. E ainda é aplaudido. Talvez seja porque o plágio não se fica por essa, mas ainda retoma temas de JJCale, dos Dire Straits e do próprio Dylan dos primórdios, em certos guinchos de guitarra que lembram Highway 61 revisited.
Grande disco, o Modern Times! Ahahahah!
Ora compare-se lá a grande obra actual de Dylan, com o original de Chuck Berry.
Aqui, ao vivo
José, não vamos regredir à fase embrionária do rock'n'roll, em que ainda não se distingue muito bem do "blues acelerado" ou do "rytm'n'blues".
Eu tenho o maior respeito pelos embriões, assim como pelas criancinhas, mas não me passa pela cameça promovê-los a exemplos acabados. Antes de 1965, não vale a pena perder muito tempo.
"Embriões"?
Os blues e o country em modo gospel ou redneck, não são embriões. São a real thing, perfeita e acabada.
As gravações é que não prestam, são antigas, em mono, de uma pista ou duas e captadas por micros rafeiros.
Para entender mesmo a importância desses embriões, será preciso ouvir e ver os mestres que os divulgaram.
Por exemplo, Eric Clapton ( autor do melhor disco de sempre da música rock-Layla, porque é um compêndio de todos os clichés que se copiaram dos blues e de todos os acordes que é preciso saber para tocar rock).
Ou mesmo Keit Richards, cujo Paint it black que apontaste aqui como genealogicamente ligada ao rock n´roll ( e é merecido porque é das melhores canções de sempre dos Stones ou de qualquer outro grupo similar).
Para tal, veja-se este exemplo, com um pretinho que influenciou realmente a música rock, tocando blues e outras misturas.
Fantástico
O disco Layla, de Eric Clapton e os Dominós, é uma antologia do rock. Incluindo bónus como a slide guitar de Duane Allman ou os lamentos escritos de Eric por causa da paixão por uma mulher que se ama e que é mulher de outro, ainda por cima amigo e que não se quer magoar por isso.
Shakespeareano.
Da primeira á última música não tem uma nota a mais ou a menos e todas as composições são de qualidade cimeira.
Pode dizer-se porém que será um pastiche de géneros, particularmente os blues.
Nenhuma das canções terá a qualidade intrínseca e original de uma Strawbweey Hills, de uma Something ou até de uma Paint it black, magnífica sem dúvida.
Mas ainda assim, compendia tudo o que no rock se fez. E é de 1970.
Aquelas músicas que acima apontei, já não são bem do rock, mas da música universal.
É como o petróleo em bruto e o petróleo refinado.
A malta branca introduziu uma coisa que escapa um bocado aos outros tipos: sentido melódico. Não foi por acaso que o rock'n'roll se aproximou da clássica e o blues et al derivou no jazz.
Quando eu acima falei em "sentido melódico" podia usar talvez outro conceito mais rigoroso: metafísica.
O rock n´roll já é uma síntese de outras músicas populares.
Há por aí algumas histórias do rock, algumas em forma de vídeo e que vale a pena ver para crer.
Tenho por cá uma em dvd que se chama mesmo assim: A história do Rock n´roll, traduzido do americano The History of...
São 10 horas de fimes, entrevistas e músicasàs centenas ( excertos de 250 canções).
O primeiro volume que é no caso o que interessa, começa com "A era de ouro" que é o final dos quarenta, e a década seguinte.
A tal melodia que sobra aos brancos junta-se ao ritmo que os pretos trouxeram dos batuques africanos e misturando com a sonoridade dos cantos das igrejas, deu numa coisa nova quando se inventou a guitarra electrificada.
A partir daí, os nomes sucederam-se e as melodias também, mas o simplismo do sentido melódico versus ritmo binário, ternário e a também a quatro batidas, cede o passo acelerado quando ouvimos Sam Cooke ou Ray Charles.
O soul demonstra que os pretos também têm melodia no ritmo. E o country rock vem provar que os brancos também provaram o sabor dos blues.
É por isso que se dizia que Even the Cowgirls get the blues.Sometimes, já agora.
Mas...voltando a uma vaca fria, antiga e congelada: a música portuguesa, nossa, que é feito dela?!
Ando a interessar-me pelas sonoridades das bandas que procuraram as raízes dos nossos sons.
No folklore e no canto popular, mesmo em canto chão.
É por isso que A Brigada Victor Jara, com um nome assim e tudo, é interessante de ouvir.
Ando com saudades de voltar a ouvir o Santo António de Amarante, cantada pos esses comunistas.
Os aemricanos não têm melhor que isso, aliás.
E que me venham dizer que têm, que eu mostro-lhes as notas da escala, na pauta.
E este tipo também merece ser ouvido.
Neste vídeo, até aparece com outro grande guitarrista português.
Veja-se e ouça-se, uma das mais belas músicas cantadas em português, com influências do rock americano e da soul.
Como sabes os meus conceitos musicais não estão sujeitos a debate. São dogmas com valor eterno.
Quanto a "música portuguesa", não sei o que isso é. Antes disso há o Mozart, o Bach e coisas assim. Lá iremos a isso tudo. E ao Carlos Paredes também.
Direi, aliás, como o outro: só há dois tipos de música, a boa e a má. Não é nas artes que eu aplico a minha costela nacionalista.
Quanto ao "tipo", tenho uma palavra com cinco letrinhas apenas: Merda.
Oh shit!
os meus gostos são mais ecléticos. Mas como dizes, não se discutem, de facto.
Apresentam-se.
E quanto ao "plágio" do outro que se arma em virgem ofendida, não vai nada, nada, nada?
Por mim, vou insistir em mais um artigo sobre o roubo de frases, ideias e planos. Copiado de outros lados, mas com indicação da proveniência.
Já está na fornalha, sobre isso. Hoje estou de plantão à família, pelo que não me tem sobrado tempo. Mas amanhã é capaz de sair qualquer coisa.
Quando duas culturas se juntam dá-se um efeito sinérgico, em que o resultado é maior do que a soma das partes. Foi o mesmo quando Paul Simon produziu o álbum com aquele grupo de sul-africanos. Conseguiram dar melodia ao ritmo africano.
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