sexta-feira, setembro 02, 2005

Uma questão de expertise

Em rescaldo da "katrinada", admira-se muito a basbacaria internacional, capitaneada pelos pivôs dos telejornais, com a incapacidante gritante, quase escandalosa, dos ultra potentes e organizados americanos para resolverem, ou atenuarem sequer, o seu caos interno. Tanta tecnologia, arsenais tão incomparáveis, vaivéns transplanetários únicos e depois, numa questão tão básica, do foro do simples humanitarismo, resulta um tal descalabro, só ao alcance de uma Angola, de um Sri Lanka ou de qualquer república das Bananas por esse desgraçado mundo afora.
Não obstante, tanta perplexidade, tão ingente espanto, só é possível em quem tenha estado mergulhado em coma ou lobotomia suave nos últimos cem anos. Qualquer pessoa desperta e minimamente intacta nas suas faculdades mentais sabe, de ciência certa, que os americanos, no que ao caos concerne, são especialistas em instalá-lo, não em combatê-lo.
Seria o mesmo que pedir a pirómanos dotes ou virtudes de bombeiros. Ou a serial-killers vocações de enfermagem.
A partir do momento que não se pode bombardear um furacão, que mais queríeis vós que eles fizessem?...

2 comentários:

maria disse...

Porque é que o bush, não aplicou "tolerância zero" ao Katrina?

Anónimo disse...

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os americanos, no que ao caos concerne, são especialistas em instalá-lo, não em combatê-lo.
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A partir do momento que não se pode bombardear um furacão, que mais queríeis vós que eles fizessem?...
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Bem observado!