O Mário Soares, pai extremoso da democracia pluralesma e, por parição subsequente desta, avô baboso do neofeudalismo pimpão, proclama que é ele o remédio vivo, a panaceia aguardada para nos curar da depressão, para nos resgatar, galhardamente, ao pessimismo.
Estou tentado a acreditar. Afinal, farmacon, em grego, tanto quer dizer remédio como veneno. E não há dúvida que o arsénico cura qualquer mal. É claro que quem não goste de arsénico pode sempre optar pelo Ratak, ou, o que já é uma tradição nacional, deitar mão (mais respectivo voto) ao 605 Forte. Mas isso são adaptações, modernices.
Seja como for, uma coisa é certa: a depressão não tem hipótese. A dele, pelo menos, de ginja armado ao mega-prozac. Uma vez acachapado no cadeirão, repimpando a dormir a sesta, palácio ao dispor, viagens, hotéis e jantaradas à conta do otário, Vossa Excelência para aqui, Vª.Excª para ali, há-de ficar mais contente e chilreante que um passarinho.
Uma terapêutica dessas, concordemos: transformaria o mais desalentado desempregado da nossa praça numa Lili Caneças à solta em festarola da "Caras".
Aliás, para que esta fosse uma república justa, não só o presidente devia ser eleito por voto popular, mas também a Primeira Dama. Assim, dessa maneira sensata, é mais que certo que teríamos o Mário mais a Lili no próximo quadriénio. Até porque não se percebe porque raio de prepotência doméstica a dama dele tem também de ser a nossa. Fazia o maior sentido que o Presidente tivesse a particular e a pública. A rês pública, melhor dizendo.
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