terça-feira, dezembro 29, 2015

Radiografia dos Mercados - 2. Pararquias Celestiais





Aparece à cabeça do pelotão dos principais responsáveis pela mega-crise de 2008, segundo a Time...

«Apesar dos seus 68 anos, Angelo Mozilo tem um belo aspecto. Sempre bronzeado, apinocado, arvorando gravata e lenço, Mozilo foi durante muito tempo considerado um grande financeiro nos Estados Unidos. O Barron's, mensário da elite económica americana, colocou-o mesmo entre os trinta CEOs mais respeitados do mundo. Mozilo, um italo-americano, filho de um homem do talho, nascido no Bronx de Nova iorque, construiu a sua reputação ao longo dos anos.
Partindo do zero, criou, pouco a pouco, uma formidável rede de lojas que ofereciam aos seus clientes créditos hipotecários. A Countrywide Financial, a sua empresa, não é propriamente um banco. É uma sociedade destinada a encontrar investidores que montem empréstimos, que em seguida podem ser cedidos aos dois mamutes do mercado hipotecário americano, Fannie Mae e Freddie Mac (ambos garantem ou realizam metade dos créditos imobiliários dos Estados Unidos, ou seja, mais de 5 biliões de dólares).
Nascido para o negócio e com sorriso à prova de bala, Mozilo, para acelerar o ritmo dos seus negócios, acabou por encontrar um associado mais abonado, David Loeb, já falecido. Foi com ele que fundou, há 39 anos, a Countrywide. A Califórnia estava na altura em pleno boom imobiliário, pelo que, foi lá que instalou a sede, mais precisamemte em Calabasas, um subúrbio de Los Angeles. Seguir-se-á uma extraordinária aventura. Em poucos anos, a Countrywide vai esmagar uma série de sociedades que fazem o mesmo que ela (contam-se cinco ou seis mil nos Estados Unidos). Tornando-se número um incontestável, a Countrywide concebe na primeira década de 2000 um em cada seis empréstimos para habitação. A sua rede é a mais abrangente do país e emprega 60 mil pessoas, o suficiente para dar asas ao seu CEO, que não tem falta de ambição.
Aproveitando a baixa das taxas de juro mantida pela Reserva Federal, desejosa de manter a actividade após o choque do 11 de Setembro, Mozilo vai à procura de novas clientelas,. À época, o seu site na Internet é semelhante ao de uma ONG de defesa do direito à habitação para os mais desfavorecidos. É como se fosse o banqueiro dos pobres,. "Quero partilhar a minha sorte", dizia ele, "com todos os que a não tiveram". As minorias negras, hispânicas e asiáticas tinham encontrado em Mozilo o seu salvador. Ou pelo menos julgavam que sim, porque, para desenvolver o seu negócio a todo o custo, Mozilo não hesitou em correr riscos. E que riscos! Montou empréstimos para casais quase indigentes. É um pouco o significado da palavra subprime: as famílias abrangidas são consideradas como dando uma garantia inferior (sub) à que é fornecida por um cliente de primeira escolha (prime). Ao longo dos últimos anos, a Countrywide conservou as suas quotas de mercado jogando a fundo nos subprimes. Tornou-se o seu principal promotor e distribuidor número um. Para incitar os estabelecimentos a pegar nos seus empréstimos, Mozilo propunha taxas de juro superiores aos empréstimos imobiliários clássicos. esta diferença era em suma o prémio de risco, aparentemente aceitável. A manobra assentava na certeza de que o preço das casas ou dos apartamentos comprados não pararia de subir. Desta maneira, se um cliente tinha dificuldade em pagar as mensalidades, o banco não perdia nada em lhe atribuir um novo empréstimo com base no valor suplementar adquirido pela sua habitação. Em caso de dificuldades de reembolso, o cliente podia então contrair um novo empréstimo. É a técnica do "empréstimo recarregável", que a seu tempo, aliás, Nicolas Sarkozy, então ministro das Finanças, pensou implementar em França - felizmente renunciou à medida! Porque tudo corre bem enquanto o preço das casas sobe. Mas se desce, catrapum, cai tudo. Foi o que aconteceu nos Estados Unidos. os preços do sector imobiliário começaram a cair e os devedores de empréstimos em dificuldades deixaram de poder "recarregar" os seus créditos. Deixaram de estar em condições de reembolsar o banco e o banco teve de penhorar os seus bens. O fenómeno foi agravado pelo facto de os empréstimos terem sido contraídos a taxas variáveis, pelo que a carga de reembolso cresceu quando as taxas começaram a aumentar.
A crise dos subprimes, fenómeno circunscrito aos Estados Unidos, tinha começado. Transformou-se num verdadeiro cataclismo social. Na Califórnia, só no decurso do primeiro semestre de 2008, eram penhoradas todos os dias 500 casas, No total, mais de 2 milhões (não existem estatísticas) de famílias terão sido obrigadas a abandonar as suas casas nos Estados Unidos. A crise apareceu no início de 2007 e não parou de piorar, estendendo-se a todo o mundo»
  - Patrick Bonazza, in "Les banquiers Ne Paient Pas L'Addition" (trad. Port. da Guerra e Paz)

Os Cartéis de Estupefaccientes podem argumentar que se limitam a seguir as leis do mercado: há procura, eles limitam-se a tratar da oferta. O consumidor abundante escolhe. Prova eloquente disso é que há heroinómanos, cocainómanos, haxizados, cannabióticos, etc. São os consumidores de produtos clássicos. Porque depois há cada vez mais produtos sintéticos, "reestruturados", combinados, etc. A rede que abastece é vasta e com múltiplas ramificações, subgrupos e afluentes. Os fornecedores não se limitam a acudir a uma necessidade: criam, alimentam e dilatam-na permanentemente. Em rigor, suscitam, promovem e manipulam um vício (termo um pouco cru para "fidelização do consumidor", queiram desculpar). Desde o Patrão-Mor do Cartel produtor até ao dealer de bairro há todo um processo onde acaba diluída a responsabilidade, porque, no fundo, prevalece e flui uma lógica cega, fria e estritamente matemática: a lógica pura e dura do lucro. A tal liberdade aos molhos serve para fonte inesgotável de alibi moral: o drogado é que delibera, a culpa é dele. O que é óptimo para o negócio: a vítima suicida-se, automutila-se, ou seja, a vítima é também o criminoso principal. Se tanto, o mercado (e quem lá opera) só lhe fornece a arma com que se  agride. Para o Estado o único delito grave a apontar a esses operadores será, quando muito, o de fuga ao fisco, mas não, seguramente,  o de genocídio ao ralenti ou atentado persistente  à saúde pública (isso transportar-nos-ia a digressões complexas e problemáticas, donde, às tantas, não escapariam ilesos os mass-media, as indústrias de entretenimento em barda e outras sulfatagens que tais).
Estou a fazer uma analogia sarcástica entre a Droga e o Crédito bancário (e seus derivados e salsicharias)? Pois estou. E o problema é que assenta que nem uma luva.
Engodado num paraíso temporário, o junkie recebe de bónus um inferno para o resto da vida. A sua "liberdade de escolha" transporta-o a uma estação donde não há mais escolha possível. Ou seja, a sua "liberdade" é abdicar da liberdade. Resume-se pois a um paradoxo vivo: tem toda a liberdade para se sujeitar à servidão do vício. Num tempo em que tudo se precariza de escantilhão - o casamento, o emprego, a família, a religião, a moral, a política, a arte -, eis que resplandece pelo menos uma coisa que se  estabelece com foros de vitalícia, indiscutível e permanente: a dependência ao crédito (como à droga). 
O drogado perde tudo; no vórtice da ilusão provisória (a utopia de vão de escada termina invariavelmente debaixo da ponte), absorve a responsabilidade e a culpa (os custos, esses, passam para "todos", numa espécie carnavalesca de comunismo de conveniência, invariavelmente). Os "operadores do Mercado", esses, baralham e dão de novo.

Em 2006, Mozilo, dado à colecção de Rolls e jóias de ouro, amassou qualquer coisa como 142 milhões de dólares. Mesmo em 2007, no auge do furacão que semeou, e já com a Countrywide a fazer-se em fanicos, ainda abichou 103 milhões. Sofreu alguma penalidade pecuniária ou respondeu com qualquer indemnização patrimonial pelo descalabro causado?

«A opinião pública escandalizou-se, ao ponto de o Congresso se ter debruçado sobre o caso e lhe ter feito uma auditoria. Descobriu-se então que o homem-que-queria-dar-uma-casa-aos-pobres reservava um tratamento especial para certas personalidades, nomeadamente designadas como "os amigos de Mozilo". Senadores, membros do Congresso, banqueiros ligados à esfera pública com os quais a Countrywide trabalhava, beneficiaram de créditos hipotecários a condições mais vantajosas do que os deserdados de Mozilo.»
- Idem
Entre Novembro de 2006 e e finais de 2007, o cavalheiro ainda logrou a proeza de liquidar 150 milhões em acções. Com a Countrywide na bancarrota. É evidente que não pagou nem um tostão. Não são só os socialistas que são audazes, intrépidos e mãos largas com o dinheiro alheio: estes escroques (só em tese opostos) também. (O deles, porém, é sagrado).

26 comentários:

Anónimo disse...

Para já, boas festas e bom ano ao Dragão e quejandos da comentadeira.

Depois, isto é mais um esquema tipo pirâmide e aconteceu no país (eua - o tal que é a "extensão" de israel) da "perfeição".
Lá todas as falcatruas se podem fazer. E depois despeja-se um rio de dinheiro para resolver todos os problemas. Pelo meio e neste caso concreto ficam dezenas de milhões a viver na rua e gera-se uma crise financeira a nível mundial.

Mesmo a recuperação económica dos eua baseia-se em farsas como esta
e noutras.

Infelizmente na união europeia, as coisas não funcionam melhor, mas são outros os problemas.


Cá na nancinha, os banqueiros armaram-se aos "bilionários", metendo-se em esquemas perigosos e com gente pouco recomendável. Depois os burros que lá meteram o dinheiro e os burros que não conseguem fugir a impostos é que pagam. Nunca os responsáveis ou os ditos ricos - com algumas, poucas excepções- ao contrário do que afirmava alguém no post anterior.

O argumento que a culpa é essencialmente dos desgovernantes não pega, pois ainda há bancos que não foram à falência.

JJB

Vivendi disse...

A especulação imobiliária é sem dúvida uma das maiores vigarices que atentam contra o bem estar de qualquer nação.

Retiraram à populaça o direito à poupança e em alternativa impuseram-lhe o crédito sem fim.

Anónimo disse...

Excelente e acurada análise ao artigo da Time, a juntar a uma magnífica e inteligente crítica comparativa que se pode e deve estabelecer entre ambas as adições, qualquer delas infernais e de consequências imprevisíveis e no mais das vezes trágicas.

Como seria de esperar, está mais uma vez de parabéns.
Maria

Ricciardi disse...

The big picture.
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A massa posta à disposição de alguém é massa disponibilizada por alguém.
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O corolario: A massa pedida por empréstimo é massa poupada por alguém que busca rendibilidade das poupanças na forma duma taxa de juro.
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Entre uns e outros há os Dealers. Bancos e banquetas. Que colocam as poupanças duns nas mãos de quem delas necessita.
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A taxa de juro é uma simples medida de Tempo. Emprestas-me 'isto' por 10 anos e eu devolvo-te 'isto' (capital) mais 'aquilo' (juro).
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Os tomadores de empréstimos compram Tempo. Em vez de comprarem uma cabana no fim da vida, já velhos, depois duma vida de poupança, podem comprar uma cabana mal casam e acabam de paga-la no fim da vida, já velhos.
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Qual é a diferença?
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O tempo. Ter possibilidade para usufruir duma cabana durante a vida e não apenas no fim dela.
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Se nao tiverem possibilidade de recorrer a empréstimo à habitação aparece a palavra Senhorio. Sem crédito as cabanas continuam a existir, contudo a propriedade é de quem acumulou/poupou/tem credito/tem heranças.
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Também os senhorios disponibilizam uma cabana hoje por troca duma rendibilidade futura em forma de juro.
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A problemática dos créditos aos pobres. Tem taxas de sucesso incrivelmente elevadas. Seja nos EUA, seja nas africas.
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O problema não está, nem estará, nem nunca esteve, em financiar os pobres. O problema está na despersonalização dos créditos concedidos. Quando se vende por atacado em forma de fundos não se olha especificamente a quem se empresta. Cada pessoa é uma pessoa distinta e merece análise de crédito séria. Sem este cuidado o computador aprova tudo. O bêbado e o diligente. O sucesso dos microcrédito é disto emblemático. Tem sucesso porque se ajudam pessoas com vontade. Em África os microcrédito não se fazem a homens. Só a mulheres. Precisamente porque os homens das africas passam a vida a beber.
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Rb

marina disse...

clarinho como agua. analogia 5 estrelas.

Bom Ano para a malta. Coragem e paciencia qb.

marina disse...

so faltou dizer que o angelo tambem eh do povo escolhido por mamon , para contextualizar :) e depois chamam-lhe preconceito , iac.

Ricciardi disse...

Portanto, o sucesso brutal das leis da oferta e da procura é a origem e causa de grandes crises. O sucesso e expansão do crédito hipotecário nos EUA levou a aligeirar as analises de crédito que aumentaram a procura de casas que, por sua vez aumentaram de preço exponencialmente. Aumenta a procura, a oferta acomoda-se à procura em torno dum preço mais elevado. Na prática uma cabana passa a ter um valor superior.
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A coisa vai em crescendo, a cabana que valia 1000 passou a valer 2000.
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Quando a análise de crédito não é feita com rigor, surge a juzante problemas no incumprimento. Quando este dispara, os preços das cabanas não valem o valor pela qual foram compradas gerando um prejuízo. Para o banco e para o cliente. Nos EUA o cliente fica sem a casa e prossegue a vida, o banco regista as perdas e pode fechar as portas. Em Portugal o cliente além de perder a cabana, perde todo o património. Salários penhorados, dele e da família, carros, bens etc. Os bancos perdem menos em Portugal. Por causa da figura jurídica do aval.
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Está diferença é essencial para debelar crises. Em Portugal uma falência estraga a vida duma pessoa para sempre. Nos EUA não.
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Há um americano que faliu 7 vezes. Na oitava tentativa inventou umas bonecas de brincar cujo nome me escapa. Umas bonecas pequenas. Quatro. Uma preta, loira, asiática e uma latina. Teve um sucesso tão grande que passou a multimilionário. Em Portugal o homem não teria passado a primeira falência.
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Rb

Rui Alves disse...

"Em África os microcrédito não se fazem a homens. Só a mulheres. Precisamente porque os homens das africas passam a vida a beber."

Correcto, Ricciardi, mas também há outra razão, que ouvi uma vez explicada num documentário. São países onde os homens têm muita autoridade sobre a mulher, sobretudo na África muçulmana. Conceder o crédito a eles seria transmitir-lhes demasiado poder. Entregando a responsabilidade à mulher, conseguem um equilíbrio de forças mais justo.

Anónimo disse...

Uau o Rb acertou numa! Depois de tanto disparate.

Um foi à falência 7 vezes, outros milhões ficaram a viver na rua.

Juro que não dá para entender o porque é que certos papagueantes ainda andam por cá quando têm o paraíso à espera deles. Só há uma explicação possível.

JJB

Euro2cent disse...

Os passadores de dinheiro abençoam a hora em que estabeleceram firmemente as liberdades e direitos que lhes permitem esfolar o gado sossegadamente.

Era preciso ser um tirano muito vil para os incomodar.

(Abaixo os tiranos. Façam mais filmes e injectem no gado. Liberdade, liberdade, liberdade. Ou morte.)

Anónimo disse...

São as bestas que pensam como este comentador rb que são os responsáveis pelas catástrofes que há no sistemas financeiros e nas economias dos países.

Antónimo

Zephyrus disse...

Interessante mas é hora de estudar a nossa desgraça... imobiliária. Pois a construção civil é o grande cancro que desgraçou a economia. Bem sei, há outros. Mas o peso deste é brutal.

Zephyrus disse...

O monstro à portuguesa baseia-se muito na especulação sobre os solos. Reparem que veio cá a troika e nunca ninguém falou sequer na taxação das mais valias imobiliárias.

Com Salazar tínhamos um urbanismo europeu mas já surgiam sinais preocupantes e avisos. Com Marcelo Caetano começou o descalabro. Em democracia foi a queda no abismo.

Vivendi disse...

A radiografia do nós por cá:

http://expresso.sapo.pt/economia/2015-12-30-O-diabo-que-nos-impariu

Vivendi disse...

http://expresso.sapo.pt/economia/2015-12-30-As-50-sombras-do-BES

Anónimo disse...

O da foto é mesmo uma figura grotesca, parece um daqueles bonecos cabeçudos das festas dos cabeçudos.

Tem umas fuças que também fazem lembrar a Zé Maria Ricciardi.

Ricciardi disse...

Os portugueses gostam de fazer seus os problemas dos outros. É verdade. Se houveram países com excessos na construção Portugal nao foi um deles. Números são números. Mas engravidam pelos ouvidos e depois dá sempre asneira.
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O peso da construção no PIB esteve sempre abaixo da média europeia. Claramente abaixo de quase todos os paises europeus. Representava em 2011 cerca de 7% do PIB. Hoje representa 5,5%. O sector segurador, por exemplo representa 8% do PIB, só para se ter uma noção da grandeza.
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Do total de créditos o imobiliário representa 22%, a indústria 21% e está classificado como 'outros' 42%.
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Portanto, o endividamento mau, digamos assim, é aquele classificado como 'outros'. Viagens a crédito, carros, ipads etc. Porque? Porque desequilibra a balança externa. Aumenta importações a crédito ebos activos adquiridos são efémeros.
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A construção é um sector importante. Não propriamente pela actividade em si, mas porque suscita o crescimento de várias indústrias nacionais. De vidros, cimentos, pavimentos etc.
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O peso da construção devia ser menor no futuro, para canalizar investimebto para a industria e turismo, no entanto para o fazer reduzir a governança Devem ter em conta o peso do sector no emprego, no balanço dos bancos e nas indústrias que vivem em paralelo.
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É tudo uma questão de incentivos.
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Os incentivos são orientações de base. Por exemplo, aumentar a taxa de provisões para a banca nos créditos imobikiarios faz com que os bancos tenham maior interesse em financiar outras cenas.
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O que foi feito foi uma imbecilidade. Cortar rendimento às pessoas só poderia ter resultado num incumprimento massivo e num desemprego também massivo, sem esquecer a fuga de pessoal para o estrangeiro.
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A poupança é importante. Nomeadamente porque é esta que financia o investimento. Mas está só se faz se 'nao sobrar mês' como se diz na gíria.
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De resto se a poupança disparar mas se o incentivo de base ao investimento não se verificar, a poupança acaba por ser gasta novamente naquelas 'outras' coisas. Verificamos isso desde 2014 até hoje. O investimento não aumentou mas aumentou o consumo de 'outras' coisas. A poupanca foi novamente canalizada para importações de cenisses desnecessárias.
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Rb

Anónimo disse...

Este rb não se enxerga ... dass-sse! Continua na explosão do disparate.

Mas esta é fantástica:

" Se houveram países com excessos na construção Portugal nao foi um deles. "


JJB

Anónimo disse...

"O da foto é mesmo uma figura grotesca, parece um daqueles bonecos cabeçudos das festas dos cabeçudos.

Tem umas fuças que fazem lembrar o Ricciardi."

É mesmo LOLL!!



JJB

Anónimo disse...

Agradeço, desde já, pelos links que o Vivendi deixou e aproveito para deixar também este:

http://paramimtantofaz.blogspot.pt/2015/12/o-banqueiro-e-agora-do-povo.html#links

Rb és da mesma opinião?

Phi

marina disse...

agora um bocadinho de luz :)

os meus votos para o ano :

"Volveos Excepcionales* lo mismo que vuestro Padre, el cual es ciudadano del cielo; vosotros no lo sois todavía. No seáis Masa, volveos Singulares. Diferentes, Individuos. En suma ´llegad a ser lo que sois, volveos Persona y no os resignéis a ser Rebaño (...) Por tanto, haceos Excepcionales, como vuestro Padre que está en los cielos es Único. Haced un esfuerzo para legar a ser lo que sois, es decir Individuos; es decir, Únicos, es decir, Perfectos, es decir, Santos."Leonardo Castellani

muja disse...

As bestas somos nós ó Antónimo! Até ver...

Feliz ano novo a todos.

Ricciardi disse...

Antotónimo, lê lê lê que te faz bem ao espírito. O pior que pode haver nas massas é o espírito de manada. Segues o estouro da manada e depois não te queixes que segues rumo ao precipício.
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Este post abaixo é factual e diz o mesmo q eu tenho vindo a dizer.
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https://desviocolossal.wordpress.com/2015/12/30/um-zombie-que-tarda-em-morrer/#more-2922
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Rb

Anónimo disse...

Rebimbo,

Não há construção a mais?
Autoestradas às moscas, campos de futebol às moscas. Quantos são os funcionários públicos, banqueiros, políticos e mafiosos que não têm 2as e 3ras (ou mais) casa de férias vazias quase todo o ano?
Nos outros paíse também é assim?

E o problema era só a construção?
Há a corrupção (uma boa parte da qual também na construção) e mais corrupção.

Porque será que há bancos que não foram à falência?

Como já aqui disseram os culpados querem à força fingir que não é nada com eles.

Portanto o melhor é despejar ainda mais dinheiro e se acontecer outra vez ainda mais, por aí adiante como fazem nos eua.
Pena é que esse dinheiro não sirva para dar casa aos milhões que entretanto vivem na rua.

Vamos ver no que vai dar.

Antónimo

Ricciardi disse...

Rebimbo foi mto bem esgalhado.
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Antotónimo, ele há isso tudo que apontas. Estradas, estádios etc em excesso. Daí q a alocação de recursos para a construcao deva ser temperada. O que quer dizer que, tendo presente o peso que tem o sector nos balanços bancarios e o emprego que gera, a sua redução devesse ter sido feita, digamos, sem histerias libertárias. Ou seja, com maior pragmatismo.
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Rb

Anónimo disse...

Já sabem, em tempos de aperto têm aqui o Rb aka Rebimbas:

http://agenciafunerariarebimbas.pt/pt