terça-feira, março 17, 2015

Consultório oracular



Convoca-me um Jovem pós 25, aí na caixa comentarial do postal anterior, à seguinte e espinhuda questão:
« o regime já estava em total desagregação moral; » (Com o "regime" quer ele significar o pré-25 de Abril de 74).

Grande novidade, caro jovem. Pois estava. Chamava-se "Marcellismo" ou, como ele pomposamente estimava catalogar: Estado Social. Ou como Salazar, outrora, vaticinara e avisara acerca de Hitler: quando se vai caçar no território inimigo, acaba-se geralmente caçado.
Coisas de aprendizes de feiticeiro, enfim.

Mas isso, também, deixe que lhe diga, não explica nada. Não sei se já reparou, mas entre nós os regimes estão sempre em permanente estado de desagregação moral e não é por causa disso que caem. Ou sequer periclitam. Mesmo quando a desagregação moral é agravada de desagregação económica, política e até estética, eles continuam todos contentes e satisfeitos da vida, como se nada fosse. Vou mais longe, quanto mais degradados na moral, na economia, na política e até na comédia, mais sólidos e resolutos se ostentam. Sou até levado a crer que o problema da degradação moral do anterior regime, para os seus ferozes críticos, se pecava era por escassa e pouco lesta e desembaraçada. Não se admitia um vagar daqueles. Havia que apressar a coisa e torná-la bastante mais trepidante e fogosa. Modernizar, enfim. Não somos menos que os outros, ora essa! Se eles se desagregam de automóvel, havíamos nós de ir a pé (e ao pé-coxinho, ainda por cima!)?
De lá para cá,  a coisa até já vai a turbo. E a jacto.
Mas a verdade é que nunca estão satisfeitos nem a coisa se degrada a uma velocidade bastante. Competem, é certo. Revezam-se, de modo a nunca perderem o balanço, o ritmo, a aceleração. Sprintam com vigor, a cada ano pré-urnopédico. Embrulham-se, conspurcam-se, cobrem-se mutuamente de cuspo e escarros. Mudam de fato, de gravata, de convicção. "Estamos a degradar-nos a uma velocidade nunca vista!", proclama o governo. "Caracóis, lesmas, preguiças!", vaia a oposição. E porquê tamanho frenesim, tanto despique, tão grande afã?
Porque, lá bem no fundo, sabem da lei universal que lhes preside: A possibilidade efectiva da mudança é inversamente proporcional à velocidade contínua da desagregação.
Concluindo: estava em degraguegação o anterior refime? estava. Mas não estava numa degradação suficientemente rápida. O 25 de Abril, para regalo geral, veio reparar essa inadmissível avaria.

Desculpe lá, mas por momentos aconteceu-me  uma daquelas raras, mas fortes, recaídas oraculares.


103 comentários:

zazie disse...

Mas qual "desagregação moral" é que havai em Portugal antes do 25 de Abril?

o povo era apolítico. A moral era do mais tradicional que se podia encontrar na Europa. Nada de minimamente comparável ao que existia no ultramar e que depois também veio para cá.

Existiam comunas a minar tudo. Isso sim. E a esquerda já liderava os jornais.

zazie disse...

Aliás, manter a todo o custo o passado e fechar países ao resto do mundo, foi o que também ajudou o comunismo do leste a cair.

zazie disse...

A mini-saia, os concertos pop, a música da época, os filmes da época, era isso a decadência moral?

Por favor. Até a geração da minha mãe já tinha tido escolas mistas e, quanto a mim, maior liberdade que a minha nos anos 60.

zazie disse...

Quem veio de África é que desatinou com o que achavam ser pacóvio por cá.

E ajudaram à onda de modernização revolucionária em curso.

zazie disse...

Aliás, o PREC é uma coisa perfeitamente anacrónica na Europa.

Aquilo não foi desagregação por modernização- aquilo foi pancada à América Latina.

Fazer disto uma Cuba na Europa nada teve a ver com "seguir os ventos da História" e ficar mais parecido com o resto da Europa.

Os comunas são fósseis. É bom desmontar o mito que se deve a eles algum progresso.

zazie disse...

Mas numa coisa tens total razão.

Isto não mudou para algo absolutamente novo. Voltou a formiga branca da República.

E há-de ser por isso que o PS é que fez lei porque o jacobinismo e os aventais é que mandam.

Ricciardi disse...

O franco teve a inteligência de evitar precs recolocando o rei para o substituir. A nossa governance fez tudo o q estava a seu alcance para lhes dar o poder.

Qdo os regimes se sustentam na força e não na empatia o caminho é inexoravel: para o fundo. Se vêm das direitas ou das esquerdas é indiferente. É uma questão de tempo, mas acabam sempre no fundo.
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Apesar de pacóvio e simplório, o povo era desperançoso. A esperança era o ultramar ou a franca e o brasil.
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Isto posso eu testemunhar, o povo era pobre. Pobre mesmo de fome, apesar do estado rico.
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Lembro-me bem, nunca o esquecerei, das centenas de pessoas q se ajuntavam a rezar em frente à minha casa a ver se levavam cabazes de comida. ainda hoje sonho com essas alturas q me dão arrepios.
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Mas enfim, não sei se podia ser diferente. É uma questão de postura. Cultura. Como diz o tio Patinhas quem nasceu para tostão nunca chegará a milhão.
Rb

zazie disse...

Os ventos da História que existiam iam apenas no sentido de arejar mais e fazer entrar mais liberdade e a dita democracia.

Isso seria o natural. O povo não andava a revoltar-se contra o ultramar. Seria natural aguentar mais tempo.

Agora há coisas que não se aguentam- janelas abertas e ver-se como é lá fora e proibições internas com escardalhada revolucionária a fazer lei nas universidades.

Isto gera sempre heroísmos idiotas de mártires revolcuionários e ajuda a criar ambiente de rutpura.

Aconteceu no Leste por motivos contrários.

O mundo entra em casa das pessoas pela tv, mesmo que até as fronteiras estivessem fechadas.

E não estavam. nem no tempo de Salazar. Éramos um país europeu moderno.

Quiseram foi regredir para uma comuna contra-natura.

zazie disse...

Aqui ao lado Espanha mudou.

Tería sido óptimos termos monarquia para mudar do mesmo modo.

zazie disse...

E olha- se havia politização nova à esquerda; não havia resposta igualmente politizada de sentido contrário.

Sem ser do poder. Não sei onde estava essa direita que agora diz que fazia e acontecia.

Nunca a vi. Nunca a ouvi a desmontar nada.

Andavam mais clandestinos que os comunas.

Sem ser a Igreja não piavam.

dragão disse...

«Mas qual "desagregação moral" é que havai em Portugal antes do 25 de Abril?»

A pior de todas: a moral das tropas.

jovem pós-25/4 disse...

Caro dragão:

Pergunto-lhe agora se não estará a confundir causas com efeitos. O 25 de Abril foi consequência (e não causa) dessa desagregação moral do regime. Se foi mais ou menos rápida, é questão de interpretação, foi o que foi, se pensarmos na estabilidade do Estado Novo entre 1926-61 e na dramática evolução pós guerra colonial, enfim acho que nem Salazar segurava o regime porque ele tornou-se insustentável a partir de determinado momento. O desgaste da guerra nas populações e nos soldados, o custo económico da guerra, as liberdades coartadas, o deprimente lápis azul que afinal pouco ou nada censurava porque encontrava-se sempre imaginativas maneiras de passar a novidade a quem estava ávido de as saber, a corrupção geral, enfim esses e outros factores (note-se que todos eles são aplicações práticas do "ideário" do Estado Novo: pró-guerra, pró-censura, pró-corporativismo/monopolismo económico) abalaram a integridade moral do regime e dos seus governantes.

Comparando o actual regime com o anterior: estamos melhor inseridos no contexto internacional (apesar de toda a roubalheira a que temos sido sujeitos com troikas e afins), temos paz e liberdade de facto, embora os políticos actuais sejam, em geral, desprovidos de carácter, não têm uma ideia válida para o país, alguns são mesmo criminosos de fato e gravata. Creio que Salazar foi um homem recto, honesto, com uma ideia para a nação, só que infelizmente mediu/avaliou mal a capacidade de sustentar essa ideia imperial do Portugal Ultramarino, e não foi capaz de emendar (terá tido consciência disso?). Naturalmente quem veio a seguir ficou refém dessas ideias muito sedimentadas no regime.

dragão disse...

«Os ventos da História que existiam iam apenas no sentido de arejar mais e fazer entrar mais liberdade e a dita democracia.

Isso seria o natural.»

Os comunas deram-vos cabo do naturalismo todo. Patético!

Aos domingos, viva a monarquia, às segundas é pra rir; às terças, nação; às quintas, europa.



zazie disse...

Ah, Ok.

Ia jurar que também hoube o oportunismo das tropas porque o MFA foi feito assim- sem saberem para quê mas com a cenoura do aumento e das regalias.

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Uma nota para a Cobata:

Os judeus ficaram com o Brasil. Até judeus marroquinos importaram para a Amazónia.

Por cá compraram lavagem de sangue e ajudaram no tempo do Marquês a dividir a Igreja Católica

zazie disse...

Pois deram.

E eu pergunto se os que acham que o ideal teria sido recriar um Chile por cá. o que daria então.

zazie disse...

Se a alternativa é vista em Cuba ou Chile de pinochet, então, nas calmas, estarei sempre do lado do bom-senso que recusa todos os extremismos.

Cada um é para o que nasce.

Revolçõezinhas não fazem o meu gosto. E utopiazinhas também não.

muja disse...

Os desgaste das populações é tanga. Era propaganda. No Ultramar não havia desgaste e era onde havia a guerra, onde morriam mesmo as pessoas...

Como dizia o TCor. Brandão naquele programa da RTP, morria bem mais gente em desastres de automóvel. E não era por isso que andar de carro desgastava as populações.

O custo económico também é tanga. No meio disso até se encontrou dinheiro para fazer Cabora-Bassa...

A desgragação moral era propaganda, a mesma coisa.

muja disse...

Discordo com o Dragão sobre o marcelismo.

Se eu estiver correcto - e acho que estou - e o problema era a propaganda, então o problema já vinha do Salazar.

Mas Salazar, em si próprio, era uma circunstância que obstava à propaganda adversária. As pessoas tinham-se habituado a confiar nele e segui-lo-iam para onde fosse. A propaganda adversária era ineficaz porque Salazar, o próprio nome, era propaganda: era o salvador da Pátria, era quem tinha salvo a Pátria. A obra e a propaganda funcionaram em perfeito uníssono.

Mas qualquer sucessor teria que redobrar, triplicar, quadruplicar esforços propagandisticos. Caso contrário o destino era o mesmo.

A guerra tinha de ser trazida para a Metrópole propagandisticamente. Era necessário convencer a Metrópole que a guerra estava a ser ganha, pois estava a sê-lo. E isso falhou completa e miseravelmente.

josé disse...

Salazar era contra a propaganda. Há vários factos que o comprovam, como o da ponte sobre o Tejo se chamar Salazar, contra a sua vontade implícita no que dizia.

A sua campa no Vimieiro é coisa fantástica e só vendo se compreende. Eu fiquei embasbacado porque esperava outra coisa, assim a modos de sítio abandonado e anónimo de todo.
Não é e é um modelo de epitáfio. Fantástico mesmo.

A propaganda que os adeptos do salazarismo fazem é a pior que poderiam fazer, mas não têm culpa porque não sabem o que fazem...

muja disse...

Pois seria. Contra nem digo, mas que lhe fosse averso o conceito, acredito. Demais a mais era compreensível que assim fosse.

Foi um erro. Foi talvez o maior.

zazie disse...

O problema é mesmo os salazaristas de capoeira

":O))))))

zazie disse...

Não tivemos guerra civil, como os espanhóis. Como o José já lembrou, não tivemos nada que se aproximasse do franquismo.

Não tivemos fascismo nem fascistas.

Portugal era um país da Nato, um país europeu moderno.

Mesmo que se ganhasse a guerra não imagino quem iria para lá governar aquilo porque nunca foi um Brasil nem tinha branco que chegasse.

Não houve por lá resistência por este motivo, suponho.

muja disse...

Já lhe disse que isso é falso. V. continua por isso tome lá:

De seguida, apareceram os brancos: encheram o largo fronteiro «e não arredavam pé: vaias, insultos, nomes» em vernáculo ouviram-se do exterior. Como se retirava o ministro do Palácio para ir apanhar o avião? Fazendo aterrar um helicóptero nos jardins ou saindo pelas traseiras foram as hipóteses colocadas. Para entreter a multidão, Soares Carneiro falou do gradeamento aos manifestantes enquanto o automóvel se preparava para sair: o general entrou no veículo que transpôs os portões sob «algumas punhadas valentes em cima do capot», antes de os batedores arrancarem a toda a velocidade29. No dia seguinte eram proibidas as manifestações públicas não previamente autorizadas.

ou

O presidente da Junta Governativa chegou a Luanda no dia 25 de Julho. Empossado na véspera, Rosa Coutinho contava com o apoio do MFA, de Vasco Gonçalves e do CEMGFA, mas não dos portugueses de Angola, como o próprio disse: a reacção «da população branca foi bastante hostil». «Quando entrei em Angola até já [estava] escrito: “Fora Coutinho, não queremos cá comunistas”.» Constituída a Junta, o Almirante deu ordem de saída aos chefes dos três ramos: «Vieram para Lisboa com mais dois governadores de distrito: o meu arqui-inimigo Santos e Castro, que era governador do Cuanza Norte, e o governador de Moçâmedes.»119 Demitido foi também Mariz Fernandes, substituído uma semana depois por Correia Jesuíno que, como director-geral de Informação, se instalou no Palácio junto do Almirante120.

ou

No dia seguinte, o Palácio foi invadido por centenas de brancos irados com a inércia dos militares que não os protegiam: tinham percebido que «as Forças Armadas não estavam ali para defender os interesses exclusivos da minoria branca»139. Eram essencialmente camionistas e comerciantes que protestavam contra o desarmamento dos brancos, a sua expulsão dos subúrbios e a insegurança provocada pelos constantes tiroteios. Entraram de rompante no gabinete de Rosa Coutinho que, em cima do tampo da sua secretária, «perorava, tentando-se fazer ouvir» perante as queixas e as acusações que lhe eram dirigidas140. Correia Jesuíno teve de intervir: «Vi que o Almirante estava ensanduichado entre uma multidão completamente desgovernada a poucos metros de o linchar.»141

Foi decretado o recolher obrigatório a partir das 21h00, que a população branca se recusou a cumprir: centenas de automobilistas saíram à rua, protestando ao som das buzinas até de madrugada142. Os números oficiais indicavam terem morrido em Luanda durante o mês de Julho 52 pessoas e sido feridas mais de 200.

muja disse...

Mais:

A Junta apanhara «os dois líderes dos grupos extremistas brancos (do PCDA e da FRA) e forçara outros a fugirem ou a esconderem-se, por acreditar que os brancos pretendiam levar a cabo um golpe, embora sem meios para que fosse bem-sucedido». Os dois líderes partidários (que tinham estado com Spínola em Lisboa no fim-de-semana anterior à sua resignação) regressaram «apressadamente a Angola» sem ter sido localizado o seu paradeiro. Tinha sido emitido um mandado de captura a António Ferronha e no início de Outubro tropas portuguesas invadiram as sedes do PCDA. A operação tinha sido espoletada pelo aparecimento de «uma lista com o nome de 200 militares» que pretensamente tinham aderido ao golpe. As armas seriam transportadas até Luanda por um cargueiro. Alguns dos implicados (como Rui Correia de Freitas) foram avisados por simpatizantes, militares e membros do governo e fugiram para a África do Sul ou refugiaram-se em parte incerta. O porta-voz do Comando admitira que muitos dos cabecilhas do golpe tinham escapado, mas se voltassem a tentar pô-lo em marcha iriam falhar porque os Movimentos armados já estavam a cooperar com a Junta para os impedir342.

A contestação ao rumo que Rosa Coutinho estava a imprimir à descolonização de Angola não terminou em Outubro. No mês seguinte, em Serpa Pinto, o jornal clandestino A Verdade acusava a Junta de fazer «o jogo do MPLA (de Neto)» e que «o aparente entendimento com os outros Movimentos» era uma «cortina de fumo» para o esconder. Num pequeno artigo de rodapé intitulado Atenção Angolanos pedia-se aos que não perfilhavam o ideário comunista que tivessem cuidado por alguns cidadãos já terem sido raptados «ao bom estilo da Gestapo». No final, em letras maiúsculas, exortava-se: «Se já leu, passe a outro. A bem da Democracia» Na periferia de Luanda, o panorama era praticamente o mesmo: continuavam os «actos criminosos praticados por bandoleiros» e não havia militares suficientes para os enfrentar343. Porque as deserções continuavam foi decretado um perdão geral para atrair os refractários às casernas. Na Imprensa foi feito o apelo à «apresentação imediata de todos os militares na situação de desertores em qualquer unidade, a fim de beneficiarem da amnistia concedida»344.

muja disse...

Isto é do Segredos da Descolonização de Angola, da Alexandra Soares. Os números são referências para documentos nos arquivos portugueses.

Isto foi uma mera busca por "palácio". Há inúmeras coisas destas, inúmeras. Manifestações, repressões, prisões, trinta por uma linha.

Preciso de ir buscar Moçambique e o 7 de Setembro?

Por isso, torno-lhe: é falso não ter havido resistência. Houve e foi reprimida.

zazie disse...

V. é parvo?

Resistência organizada e com militares!

Movimentos de resistência lá!

Onde é que estavam?

Está-me agora a dizer que não desobedeceram. É tolinho?

Então v- queria o ultramar a resistir e sem haver quem desobedecesse aos lateiros?

zazie disse...

O Dragão é o primeiro a dizer que a corrupção moral começou pela tropa.

O Portugal e o Futuro foi feito por algum civil comunista?

Quais eram as estruturas de governo que lá existiam que não dependessem do que poderia acontecer em Lisboa?

zazie disse...

Até o Soares já tinha previsto que ia haver resistência e já tinha ilustrado como tratar esses brancos.

Não houve. Nem civil nem militar, nem organizada.

Houve debandada e quem fez o 25 de Abril foram os militares, que nem eram comunistas.

zazie disse...

Aliás, esse detalhe que agora parece ser o mais provável de que militarmente a guerra até estava ganha, é ainda mais estranho.

Então os próprios militares de altas patentes não o sabiam?

O Spínola não o sabia e escreve o Portugal e o Futuro por não ter noção disso?

zazie disse...

Sim, já se sabe que uns tentaram uma treta e a coisa acabou logo aí.

E depois? Isso é verdadeira resistência organizada e preparada durante anos e anos como os lateiros prepararam o golpe?

zazie disse...

Tem ponta por onde se pegue chegar-se à conclusão que uns tipos militares alinham num golpe de Estado, para depor um governo e com as consequências mais que óbvias que isso traria, apenas porque uns achavam que e tal e coisa vamos ser democráticos pelas armas e outros porque queremos aumentos e regalias de coporação?

Faz-se um golpe de Estado por exigências de aumentos de função pública?

Fez-se.

Portanto, para mim, golpes e dirigentes vindos daqui são mentira.

zazie disse...

O modo como se largou Timor foi uma vergonha.

E foram logo atirar armas para o mar, todos contentes!

Foi uma vergonha e foi animada na vergonha que fizeram.

dragão disse...

«E eu pergunto se os que acham que o ideal teria sido recriar um Chile por cá. o que daria então.»


E perguntas muito bem, Zazie. Só tenho pena de não te poder responder. Tens que ir perguntar aos gajos. Ou talvez uma questão para o oráculo...

De qualquer modo, a vossa sorte, briosos naturistas é que, nesta província, até os comunas são brandos e frouxos. Nem ditaduras do proletriado, nem campos de trabalho à phol-phot, nem nada desses ATLs tão apropriados e saudáveis à meditação naturista e ao tirocínio vigoroso para o santo mercado do amanhã. Até vos tinha feito bem, para poderem celebrar condignamente o Abril Democrático.

Às vezes, quando penso na noite perdida do 25 de Novembro, até me interrogo: Será que fizeram bem, Dragão, os teus camaradas da boina vermelha, em terem poupado os naturistas a tamanhas e tão merecidas férias?

zazie disse...

A sorte é tanto minha como tua. Não há aqui o vossa poque eu não era militar, nem lateira, nem nada.


":OP

zazie disse...

O que eu disse é que não tem o menor sentido fazer-se um diagnóstico de decadência e falta de motal que começava na tropa e depois dizer que tudo seria diferente se o Caetano tivesse mandado disparar e tivessemos um banho de sangue no dia 25 de Abril.

Para quê?

Qual era a diferença que previas se achas que a diferença já estava em curso?

Não repetiam tentativa de golpe porque ia mesmo tudo para o Campo Pequeno e tínhamos um Chile na Europa?

Com quem, uam vez que nem elite que o quisesse exisita e não éramos América latina'

Mudava o quê? Continuávamos com o Ultramar intacto até aos nossos dias- a viver numa ditadura à Pinochet e na UE, também.

zazie disse...

Mas se calhar sim- o tuga abrilista e escardalho precisava de ter provado o fel para lhe perder o gosto.

Nisso tens razão.

Como isto tudo sempre foi brando dá para tudo e o seu contrário.

Os aluados vivem sempre de fantasias até as provarem e se estatelarem no chão.

zazie disse...

E isto é válido tanto para Cubas na Europa com para Chiles à Pinochet.

Que, por acaso, não desdenhava merados nem era pela troca directa.

zazie disse...

mercados

muja disse...

Não percebo nada do que diz...

De que resistência fala V., afinal?

Uma coisa é travar um golpe que se dá em Lisboa. Outra é resistir às consequências do golpe no Ultramar.

zazie disse...

Pois não percebe nada, não.

zazie disse...

Travar um golpe no dia do golpe é fazer um banho de sangue e uma guerra civil.

zazie disse...

Criar movimentos de resistência in loco, para o que já estava no horizonte há muito é outra coisa.

zazie disse...

Não aconteceu uma porque não aconteceu a outra e vice versa.

Há quem chame a isto ventos da História a empurrarem para aí, mesmo com guerra militarmente ganha.

zazie disse...

Que os protagonistas fossem descabelados e sem saber bem o que queriam, é outra coisa.

Organizaram seguidores nos quartéis da mesmíssima forma que agora o PS organiza votos- promessas de aumentos.

Euro2cent disse...

> as liberdades coartadas,

(Lá-lá-lá, deixa bater outra vez na mesma nota esta semana ...)

Este ano ferrei os dentes nesta ideia - a guerra de propaganda de que se queixa, e bem, o Muja, roda sobre este eixo.

As liberdades nunca foram grande coisa para o povo, e com razão, mas sempre foram quase tudo para a aristocracia republicana. O grande truque foi vendê-las às massas como bem essencial.

Depois foi fácil.

(Sábiamente, os aristocratas falidos, como os Grachii e o camarada C.J.Caesar, sempre basearam a sua sedução da populaça nos bens materiais a repartir mais igualmente, talvez. Socialistas "avant-la-lettre", mas o esquema não mudou.)

zazie disse...

Muito sinceramente também acho que o povo se estava absolutamente nas tintas por causa das ditas cujas coartadas em tretas de associação e partidos e livrinhos que toda a gente lia.

Claro que era coisa de burguesia universitária.

Mas não foram

Mas não foram esses que foram para o poleiro?

Agora para pergunta que o José continua a fazer também eu não tenho resposta:

De onde apareceram todos aqueles comunas, de um dia para outro que saíam debaxo das pedras?

Como se justifica isso, se o povo era apolítico?

Como é que viraram?

zazie disse...

Como é que estavam uns meses antes a dar vivas ao Caetano no Estádio Universitário e depois a desfilarem aos magotes no 1º de maio.

E a aparecerem por todos os lados, brutalmente politizados e a tomarem conta de tudo?

Não sei. Não foram elites- foi populaça em toda a parte.

zazie disse...

Isto antes do PREC. Antes mesmo das ocupações porque a partir daí é revanche de luta de classes.

A partir daí é a história do costume em caindo o poder na rua.

mas antes não sei nem encontro explicação.

Ao contrário do que dizem não lhes faltou ãnimo, às avessas mas brutalmente animadinhos.

dragão disse...

Não , Zazie. Tinha sido possível, tecnicamente, travar aquilo no próprio dia. Bastava ter havido a ordem. Bastava ter havido firmeza. Eram míudos, instruendos, a maior parte. Dois tiros para o ar e borravam-se todos. Os blindados nem munições tinham. Nunca iria haver banho de sangue. Não era preciso. Faltou apenas a vontade. A mesma falta que propiciara aquilo tudo. Aquilo foi uma vergonha (que teria o seu zénite na debandada colonial) porque não passava de puro circo. Viu-se depois npo 25 de Novembro como foi. Viste alguma chacina? Eu depois conto como foi.

Euro2cent disse...

> Tinha sido possível, tecnicamente, travar aquilo no próprio dia.

Não interessa. Tinham perdido a miudagem liceal e universitária, e atá os pais deles diziam, dirigindo-se à casa de banho, que iam "falar para o Marcelo" (em retribuição às falas televisivas deste).

As sereias tinham cantado.

zazie disse...

Pois não vi.

Vi aquela cena do Ralis que parecia coisa à Raul Solnado

zazie disse...

Mas o Jaime Neves estava lá, era rijo e não se lembrou de nada.

Não sei se tinha sido assim coisa fácil com dois tiros par o ar, pois o Salgueiro Maia também disse que depois do Caldas era para ir até ao fim, acontecesse o que acontecesse,

Tenho ideia que os voluntarismos descabelados são assim- mesmo impreparados atiram-se de cabeça.

O Marcello fez bem em ficar quieto.

De todo o modo, onde estava o Thomaz?

zazie disse...

Mas conta como foi porque nunca ouvi a história em directo

":O)

Ainda bem que existes

eehehhehe

dragão disse...

Eu sou testemunha do 25, do 28, do 11 e do 25 outra vez. Vi, participei, estudei e meditei estes anos todos. Já tive opinião semelhante à vossa sobre o Marcello (porque o tipo dá pena, e afinal era uma grande inteligência), mas rendi-me às evidências. E preferia até não ter razão. A minha família conheceu a dele, tudo boa gente, que DEus os ajude e proteja... Mas, como dizia Aristóteles: sou amigo de Platão, mas sou mais amigo da Verdade.

muja disse...

Euro2cent,

interessava por uma razão apenas: a possibilidade, por mais remota que fosse, de evitar o desastre ultramarino ou pelo menos minorá-lo o máximo possível...

zazie disse...

Agora que o golpe dos lateiros foi uma autêntica anedora, foi.

Mas ainda se tomam por oráculos. Aquelas cebeçorras à tappiocas de loja de roupa são uma autêntica anedota tida por heróis nacionais.

muja disse...

Mas em relação à pergunta do José também eu pergunto: sendo certo que Marcelo foi ovacionado, e sendo certo que apareceram comunistas por todo o lado, seriam uns e outros os mesmos, mesmo contando com os vira-casacas que eram muitos?

dragão disse...

«De todo o modo, onde estava o Thomaz?»

Uma questão a todos os títulos importante e que importa dissecar.

zazie disse...

Não. Não eram.

É um fenómeno esse aparecimento de comunas debaixo das pedras.

Uma fenómeno de maior reprodução que o das assistentes sociais nos nossos dias


":OP

zazie disse...

Hoje, dá-se um pontapé numa pedra e salta uma assistente social.

Na altura, tropeçava-se neles. Em toda a parte, nasciam da noite para o dia.

A debitarem paleio, a começarem a ser chefes de tudo, a fazerem palestras, a debitarem marxismo que uma pessoa nunca na vida lhes tinha ouvido.

Não sei. Nunca entendi donde apareceram esses fenómenos

muja disse...

Depois, enfim, há sempre aquele conceito dos agentes adormecidos... que esperam o momento certo para se revelarem.

E não consigo aferir se eram assim tantos comunistas quanto isso, ou se apenas pareciam muitos...

Se calhar não eram assim tantos. Mas conseguiram convencer toda a gente que eram muitos...

muja disse...

Juntamente com a propensão do pessoal em ir atrás de quem demonstra força, talvez explique o fenómeno...

muja disse...

Também já me perguntei muitas vezes onde estaria o almirante... E nunca encontrei resposta. No Depoimento, diz Marcelo que lhe tentou telefonar e não conseguiu e depois teria estado, ou aparecera mais tarde, em casa, guardado por uns poucos legionários...

dragão disse...

Finalmente, Zazie, vais ao cerne da questão. Porque o José, encasquetou aquela da semiótica (e eu, que, desde o Barthes, vou aos arames com a coisa, tenho alguma dificuldade em contentá-lo.
Mas tu acabas de me proporcionar a chave para uma explicação semiótica a contento do José.
Então, é assim: Explicação da transmutação espantosa do 25 de Abril de 1974, em Lisboa (minha aldeia natal e minha amante poética)... Hergé explica, em "As Aventuras de Tintin":
-"Viva o general Alcazar!"
(...)
- "Viva o Coronel Tapioca!"...

Sobre o povo não há muito mais a dizer.

Euro2cent disse...

> evitar o desastre ultramarino ou pelo menos minorá-lo

Teria sido bom, inegávelmente. Mas a avalanche estava pronta a cair.

Aliás, julgo que avalanche é o maneira correcta de explicar a perplexidade acerca das aclamações. Uma minoria decidida arrasta uma minoria algo maior, e a maioria consente.

("Manufacture of consent 101, lectures M-W-Fr 10-11am, lecturer TBA" ;-)

dragão disse...

Euro2cent,

o avô materno da minha mulher, figueirense republicano (pai dum ministro do ultramar de Salazar), sempre que Salazar ou Caetano falavam, na rádio ou televisão, tratava, segundo me conta a neta, de lhes virar ostensivamente o traseiro.
Andou por África, à roda da Primeira Grande Guerra, donde voltou esfalfado das pretas.

zazie disse...

ahahahaha

Mas foi isso que postei no 25 de Abril

":O)))))))


http://www.cocanha.com/rebajas/

josé disse...

Pois amanhã vou colocar uma coisa sobre o general tapioca contra o alcazar.

O nome? Jaime Neves, nem mais. Há mitos a mais e por isso vai ser duro.

josé disse...

Coisas de semiótica, claro.
Sinais. Indicadores. Exemplos. Paradigmas.Justificações.

josé disse...

O caso Tintin é caricatura, tal como o é o Tintin na América que também me parece genial até certo ponto porque concentra várias anomalias da sociedade americana em poucos desenhos.

Aqui não foi caricatura a não ser do bom senso. O que sucedeu desafia os cânones da razoabilidade.

josé disse...

Por outro lado...o Tomás era um cagão, é isso que querem dizer?

Não me admirava nada.

dragão disse...

«O nome? Jaime Neves, nem mais. Há mitos a mais e por isso vai ser duro.»

Vê lá não sejas pobre e mal agradecido.

E se vais atirar lama com pasquins, a figura triste é tua.

josé disse...

Lama? tapioca da boa.

dragão disse...

Os mitos estão acima dos homens.
Inútil tentares catar os defeitos, as fraquezas e as contradições do homem. O mito já está lá por cima. Da guerra e do 25 de Novembro. O resto é paisagem.

josé disse...

Vais ver se é mesmo assim...porque a História tem que ser contada para se perceber a mitologia.

E por outro lado, é preciso apresentar "justificações" para as teorias, não é assim?

Então espera por amanhã que vais almoçar...

josé disse...

De qualquer modo não é lama alguma que suje.

É mais um prego no caixão da teoria que as pessoas não mudam...

dragão disse...

Isso é obsessão já.
Foi meu comandante, pá. No essencial, foi sempre o mesmo. Foi usado e deitado fora. Um bravo, um combatente dos melhores, mas não era um pensador. Andou a fazer figura triste no Copcon, mas vai lá perguntar aos comunas e à esquerda o que pensam dele. Eu digo-te: O mesmo que pensam de todos os Comandos do ultramar. Que eram as tropas fascistas por excelência e as mesmas que os movimentos de libertação, uma vez no poder, fuzilaram todos quantos apanharam dos africanos.
Eu vou ter que falar na participação do Jaime no 25, mas não é um assunto linear nem fácil.
É mais uma prova do desleixo do anterior regime, que nem uma guarda pretoriana soube acautelar. Tanta fama e nenhum proveito.

dragão disse...

«Então espera por amanhã que vais almoçar...»

Cuidado com os pés... Vé lá não te chamusques.

dragão disse...

E ali em cima, menti:
Não foi meu comandante: será sempre meu comandante.

E, só para te poupar a embaraços, nem sequer vou ler.

Desconfio que te tinha feito bem teres ido à tropa.

josé disse...

Não precisas ler.
Não tenho pretensão de convencer ninguém, principalmente quem já está convencido e agora deu em usar báculo...ahahaha.

Ricciardi disse...

Tenho s impressão de que o mundo vai estar prestes a acabar, mesmo ali ao sair da porta, e este grupo de saudosistas a insistir discutir as intenções, as decisões e as interpretações oraculares do senhor doutor.
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A zazie não compreende de onde saíram os comunas revolucionários. Ou não quer compreender.
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A resposta é simples, como normalmente simples são as explicações mais assertivas. Toda a gente era comuna pela simples razão q eram estes que sr opunham ao regime. Se fosse o FCP a faze-lo até is benfas passavam a ser portistas. A prova disso é q a nossa direita está cheia desses tais comunas. O Barroso por exemplo.
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O inimigo do nosso inimigo é nosso amigo.
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A propaganda do regime não conseguiu ultrapassar os ventos da mudança. A realidade tem destas cousas. Pode-se pintar um muro de preto e alegar a quem o não pode ver q ele é branco. Mas um dia o pessoal vai reparar q é preto.
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A pobreza franciscana, a emigração em massa, a guerra colonial sem sentido prático colocaram as massas silenciosamente descontentes. É a nossa maneira de ser. Não fazemos sangue. As mães dos militares estavam fartas. Qualquer oportunidade de apoiar a quedavdo regime era bem vinda, viesse de onde viesse. E elas é mandam no estado de espírito das famílias. Ninguém gosta de terça mulher triste a ver o filho a chegar à hora da incorporação para a guerra. Não gostaram tb de os ver partir para a França...
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Salazar foi bom governante durante 20 anos. Nessa altura devia ter saído e, como franco fez, repor o rei. Não o fez. Foi pena.
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Não se fala mais nisso. O q passou, passou.
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Agora é o futuro q importa.
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Rb

Ricciardi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

ó imbecil, nem sabes o que dzies. As pessoas não eram comunas.

Os americanos não precisaram de ser comunas por terem a guerra do Vietnam; os franceses não se tornaram comunas por terem a guerra de Argel; os ingleses não se tornaram comunas por terem a guerra do Império.

Os nórdicos tiveram fome a valer e emigraram e não se tornaram comunas. Os hlandeses deram em boers e não se tornaram comunas.

Tu, pura e simplesmente és um palerma e nem sabes do que falas

Ricciardi disse...

Ó brega imbecil é a tua tia q usava bikini.
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Pois, não eram comunas. Nunca foram. Estás a ver agora como parece w eram muitos qdo na realidade não eram?
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Rb

Ricciardi disse...

Ó brega imbecil é a tua tia q usava bikini.
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Pois, não eram comunas. Nunca foram. Estás a ver agora como parece w eram muitos qdo na realidade não eram?
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Rb

zazie disse...

A tua andava em cuecas.

Todos tiveram a grande guerra, países completamente destruídos, gente a morrer a magote, campos de concentração e não se tornaram comunas.

Nós escapámos a tudo isso e esta besta ainda diz que éramos o povo mais maltratado por um ditador e com a bondade da oposição comunista.

Tu és um imbecil

zazie disse...

E olha, andava em bikini, na praia, com judeuzinhos apadrinhados pela família, topas, imbecil.

Judeus que o Salazar incentivou a que fugissem para cá e as famílias portuguesas os acolhessem.

Na volta, comuna envergonhado és tu porque nunca sabes qual é a tua pátria.

zazie disse...

Quanto a insultos em brasieleiro de novela, estamos conversados.

Esse berço todo não te impede de nem saberes conjugar verbos e de ires para insulto rasca dirigido a familiares mortos, de pessoas que nem conheces

zazie disse...

E o Barroso era um puto.

Se fosse hoje em dia, tinha pediatra do SNS; estava sinalizado como criança em risco e as assitentes sociais já tinham entregue para adopção a algum parzinho de rabetas

":OP

Anónimo disse...

Em suma, não percebo porque te exaltas tanto.
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Afinal, nunca se trataram de comunas verdadeiros, mas sim de apoiantes pró queda do regime que usam o que quer que seja que esteja mais à mão para se aliar temporáriamente. Barroso não é caso único. É um entre muiiitos.
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Portanto, ficaste a perceber porque te pareciam tantos comunas fabricados de repente?
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Pois. É porque não o eram.
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A tua santa tia fez bem em usar bikini. Honra seja feita à senhora sua tia que não foi imbecil nenhuma. É apenas uma forma de expressão e, mormente, para te irritar e perceberes que quem agracia o Rbzinho com nomes feiotes tem de ter encaixe para os suportar tambem. Em portugues ou brasileiro. Mas creio que Brega te assenta como uma luva. Mas tens de usar a pronuncia brasileira. Não te esqueças. Assim do tipo: Brêega.
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Rb

Anónimo disse...

Ahhh e não inventes. Os tempos de Salazar foram os melhores que há memória. Para mim e para a minha familia.
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Só fico lixado com o senhor doutor pelas razões inversas aquelas que tu pensas.
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Sim, fico lixado porque as politicas do senhor doutro conduziram a perdas patrimoniais gigantescas. Mas pronto já passou. Mas era inevitável que a prossecução do regime levaria à sua queda.
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Visto assim à distancia, em Portugal havia uma minoria abastada e um classe baixa de elevada amplitude. O cooporativismo tem destas coisas. Foi preciso sim senhor ser assim no principio da recuperação, que era preciso apoiar gente capaz e com massa para promover as industrias e os negócios. Mas podia ter acabado mais cedo, penso eu de que.
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Mas não acabou. O estado enriquecia e até aferrolhoava ouro como nenhum outro. O povo é que estragava a festa. Cambada de ingratos. Emigravam em vez de dar o corpo ao manifesto.
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Eu tenho pena que tivesse acabado. Era optimo ter pessoal disponivel para todas as tarefas.
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Olha, aqui em Angola tambem é assim. O povo pobre e o estado rico. Em conversa com alguns poderosos pude perceber que a ideia não é melhorar muito as condições de vida. Um bocadinho na saude e educação e pronto. Eles precisam de continuar a ter 4 empregadas, dois motoristas, 5 seguranças. Um babá a tempo inteiro. Eles não querem que o pessoal se torne demasiado custoso.
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Rb

zazie disse...

Mas tem ponta por onde se pegue ir dar vivas ao Cunhal?

Ao Cunhal? O Cunhal é que era o símboloda Liberdade?

Vinha ele de alguma boa democracia europeia para dar algum futuro?

Alguma vez algum povo por ter ido para guerra onde nem os seus estavam, como foi o caso dos americanos no Vietnam, achava isso suficiente para derrubar um governo e daí a uns dias estarem em magote a dar vivas a um comunista vindo da União Soviética?

Isto tem ponta por onde se pegue?

Como o José disse e bem, os lateiros tinham lá um Tappioca, mas o oposto não era nenhum Alcazar

Anónimo disse...

E tu exclamas olha'me este o pessoal era feliz como um cuco.
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E era. tens razão. Os miudos brincavam como brincam em angola. Felizes da vida.
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O problema é que havia rumores dos emigrantes que em França é que era bom. Ah bon ah!
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Em França não há nada disto, diziam. Oh leva-me para lá meu irmão, pediam desalmadamente.
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O conhecimento tem destas coisas. O pessoal passa a viajar, mesmo que clandestinamente e a salto, mas a informação chega para além dos filtros da propaganda. A França era tudo diferente. Ganhava-se dinheiro. Vivia-se bem. No Brasil tambem. Nas colonónias upa upa era uma vida maravilhosa.
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O Zé Portuga, claro, bombardeado com tantas maravilhas, transformou-se num comuna temporário mal teve oportunidade.
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É assim a vida. O poder tem de estar em sintonia com o povo.
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Rb

zazie disse...

Era óptimo em França.

França era um exemplo da modernidade de bidonvilles a que o povo por cá aspirava.

Deve ser isso.

E não havia portugueses no Ultramar.
Aquilo era dos pretos porque as raças é que fazem os continentes.

Foi uma guerra de libertação justa, tal como foi uma guerra de libertação justa, 2 mil anos depois os judeus decidirem libertar-se no Médio Oriente e irem para lá fazer uma guerra de libertação de raça oprimida por quem lá vivia.

zazie disse...

Mas esse atraso todo que era culpa da tal ditadura do Estado Novo e do famigerado colonialismo já acabou.

Como tu passas a vida a papaguear, para branquear a visão da história à la Flunser, já passaram 40 anos e deu fruto o patamar de prosperidade que conseguimos alcançar e suplantar na Europa, só por nos termos livrado dessa opressão toda.

Ricciardi disse...

Justa foi e será toda a ideia de dar liberdade de escolha a um povo.
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Nas colónias isso não foi feito. Nem antes nem depois do 25 abril. E oportunidades houveram para o fazer. Qdo a cabeça não tem juízo...
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Do congo belga, francês, as guines espanholas vinham noticias de independência. Da Namíbia, África do sul, rodesia...
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Era mais do q evidente q esses ventos chegariam às nossas colónias. E chegaram. A todas. Nenhuma escapou. Querer à lei da bala submeter uma ideia é ridiculo. Como foi.
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As ideias não morrem em campos de batalha. Morrem por exemplos melhores.
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Se a população de angola estava ao lado do regime e queriam mto manter-se integrante de portugal por que raios não calaram os ventos e essas ideias dando-lhes oportunidade de dizer: não. Como fizeram recentemente na Escócia. Foi preciso alguma guerra? Não. Os argumentos dã razão mataram a ideia independentista.
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Não foi falta de inteligência de Salazar. Foi soberba.
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Rb

Ricciardi disse...

E sim. Portugal está muito melhor preparado hoje do que estava ontem. Falta colocar os partidos na retrete e com eles aqueles q por lá pupulam ganham a vidinha.
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Rb

zazie disse...

Realmente, já o Madison Grant dizia que os escoceses eram os pretos da Europa

":OP

zazie disse...

O que aconteceu em África foi efeito de uma ideologia e do oportunismo estrangeiro.

Foi o Black Power. Apanhámos à tabela com esses ventos, sem termos nada a ver com isso, nem comparação com os bons dos colonialistas democráticos.

Ricciardi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Euro2cent disse...

> Eles não querem que o pessoal se torne demasiado custoso.

Que primitivos. Se fossem verdadeiramente esclarecidos queriam era substitui-los a quase todos por robots, e esterilizar o grosso da população, para viver num paraíso de baixa pegada ecológica.

Ricciardi disse...

Os robots não se humilham. Bom é humilhar, ser maior, ter poder.

Ricciardi disse...

Os robots não se humilham. Bom é humilhar, ser maior, ter poder.