sábado, abril 16, 2011

O Que eu disse antes das Últimas Eleicinhas

I

"Não sei quem vai ganhar a velhacagem eleiçoeira que se avizinha. Não sei e, para ser franco, não me interessa. Mas sei, de certeza, quem vai perder. É o do costume: o país. Portugal, chamaram-lhe em tempos. Mais um prego no caixão e mais um certame de vermes.
Entre o Pinóquio e a Bruxa, o diabo não escolhe: patrocina."

II

"Sempre me fascinaram energúmenos que conseguem distinguir objectos, coisas, entidades ou instituições onde eu, por mais que aguce a lupa, não consigo detectar qualquer diferença. Rigorosamente nenhuma, sublinho. Por exemplo, há tipos que são capazes de comparecer perante mim, com a maior das seriedades, e proclamar-me um ror de destrinças monumentais entre o excremento e a bosta. Ou entre a porcaria e a trampa. Conseguem até ser prolixos, luxuriantes, não raras vezes feéricos, nos flagrantes delírios. Confesso que é gentinha que, ao mesmo tempo que me fascina, também me repugna, quando não me dá visceral asco. É quase instintivo. Mas tenho igualmente que conceder que talvez o defeito possa ser meu. Como só consigo ver bem ao longe, à distância, e tenho imensa dificuldade em ver ao perto, e ainda mais em rebolar-me e retouçar naquilo que, em perfeita sincronia, observo com grande minúcia científica, pode resultar daí a minha incapacidade para certas visões meticulosíssimas.
Embora, lá bem no fundo, eu saiba que o órgão dos sentidos a que eles recorrem para achar tão suculentas diferenças entre o PS e o PSD, digo entre a bosta e o esterco, até nem seja, calculo, o da visão, mas, com toda a certeza, o do paladar. Se repararmos bem, é uma distinção que eles trazem sempre na ponta de língua. Na ponta e na puta.
Impossível acompanhá-los nesse simpósio."

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Agora, apenas mais uma singela proposta: se teimam em não responsabilizar os eleitos, se estes imenso sacaram e nada pagam, então que responsabilizem e taxem severamente os eleitores. Vão aos cadernos, vejam quem votou e apliquem-lhes retroactivamente. E pela medida grande! Aos próximos, entretanto, já em Junho, nada de crédito antecipado: cobrem-lhes logo à boca da urna. Querem democracia? Paguem! Taxa de luxo.

(Segundo o Dicionário Shelltox Concise do Dragão):
Eleição s.f. - ratificação lorpa de ditadura a prazo; certame de vermes peregrinado por zombies, insectos e eunucos.

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