terça-feira, junho 19, 2007

Sorteio ou catapulta

A propósito de mais esta perda de tempo e dinheiro para o Município Alfacinha, reafirmo-o peremptoriamente: com as urnas não vamos lá. Isto, bem entendido, se a ideia é encontrar alguém que nos represente e não alguém que nos enterre. Trinta e três anos de exéquias fúnebres e delíquios mortuários já chateiam. Insisto portanto no sorteio por tômbola ou roda da sorte. Já temos o Totoloto, o Loto 2, o Euromilhões; é só questão de acrescentarmos o demoloto. Se o sufrágio universal mais não tem que instaurado o naufrágio geral, quem sabe se através da lotaria não desencantamos, por feliz acaso, uma bóia de salvação ou até, caso a Fortuna sopre mesmo de feição, uma jangada!...
Não confiais na escolha da sorte? Mas deveríeis. Aufere duma vantagem evidente em relação à vossa: sempre tem uma probabilidade, ainda que mínima e remota, de não sair merda.

Ou então uma catapulta. Em vez de eleitos, os perpétuos e vitalícios candidatos eram catapultados. Para a Câmara da minha terra, por exemplo, montava-se a máquina eleitoral lá do outro lado do rio, na Trafaria e concediam-se três lançamentos a cada lista ou partido. A máquina era igual para todos, genuína virtude democrática. Depois, por ordem alfabética, apontavam e atiravam. O candidato que, após imaculada trajectória balística, acertasse em cheio no telhado dos Paços do Concelho era eleito presidente. Estava morto? Quase de certeza. Mas aí, precisamente, residia a ímpar vantagem deste processo: era da maneira que menos mal fazia aos vivos.

6 comentários:

Anónimo disse...

Aqui no Brasil estão estudando a substituição das urnas eletrônicas por "slot machines". Obviamente quem receberá os prêmios em dinheiro será o candidato vencedor, pois como sempre, é a banca que vence.

lusgon disse...

Eu aconselho um método antigo e reconhecidamente comprovado, ou pelo menos meramente comprovado, a roleta russa. Os candidatos eram obrigados a jogar e no fim o que sobrevivesse seria o feliz vencedor da eleição. Acho que seria boa ideia por duas razões principais:
1 - A pistola teria melhor pontaria...
2 - Acabavam-se os candidatos não da eleição mas somente do protagonismo.

cj disse...

o empalador é que a sabia toda.
partindo de um pressuposto sábio, começava-se logo por arriscar o castigo, só se safando os que o tivessem bem fechado.
resta saber se algum escapava.

Anónimo disse...

BEM PREGAS FREI TOMÁS!

o arauto da liberdades de expressão é um mero CENSOR frustrado.
Tens de comer muitas canetas de tinta azul para me calares aqui!

º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-º
Há censura nos comentários do Dragoscópio!!!
º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-º

lusgon disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zé Dias da Silva disse...

Excelente post. Apenas acrescentaria uma regra: os concorrentes/candidatos só podem jogar uma vez.