segunda-feira, agosto 29, 2005

Desassossegado

«Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter, uns para os outros, uma amabilidade de viagem.»

- Bernardo Soares (aliás, Fernando Pessoa), "Livro do Desassossego"

Como moral até nem está ruim de todo. Se bem que eu não a pratique. É o mesmo que dizerem-me que a bengala serve, essencialmente, para me apoiar na caminhada e na velhice. Recalcitro. Isso, que diabo, é a sua utilidade. Prefiro concebê-la como apetrecho para zurzir lombos. Esse é o seu prazer. E eu, neste capítulo, excepcionalmente, sou um hedonista.

5 comentários:

Anónimo disse...

Gosta de zurzir lombos mas sem que saiba quem foi, não é?

Anónimo disse...

Emendo:
Gosta de zurzir lombos mas sem que se saiba quem foi, não é?

Anónimo disse...

Desculpe ir-lhe tirar o prazer todo dessas zurzidelas.

dragão disse...

São de bom lombo -que é como quem diz: "de boa boca" - aqueles que eu zurzo. É gente rústica, cerdosa, se bem que armada de espaventoso pingarelho.
Quanto a apresentações, acredite, a cara amiga, são de todo desnecessárias. A ideia é desancá-los, não é socializar com eles. Eles, de resto, são os primeiros a reconhecer as suas limitações: aguentam em silêncio e a pé firme. Mais que a alma, sabem que o silêncio é a salvaguarda do negócio. A última coisa que lhes interessava era atrair as atenções. É compreensível, não acha? E eu também não me importa que a coisa se processe com uma certa discrição, ou mesmo confidencialidade. A Arte é incompatível com as grandes plateias. E,sobretudo, não é mister de epilépticos.

Anónimo disse...

Volto cá quando decifrar o português.