Imaginem um prédio em ruínas, devoluto, onde junkies ideológicos se vão injectar e indigentes morais pernoitam e defecam. Não é difícil de imaginar, até porque corresponde à realidade, no último meio-século, da nossa História. A mesma e única, essa sim, que necessita de reparações. Urgentes e profundas. Para já não falar em desentupimentos...
DRAGOSCÓPIO
Agora é o Caos; no princípio era apenas uma pequena confusão
sexta-feira, maio 03, 2024
quarta-feira, maio 01, 2024
O Esquema Perfeito
A Dívida Norte Americana... 35 triliões e subindo.
Em comparação, a dívida rectangulosa: 287 biliões, mais coisa menos coisa.
Todavia, a diferença essencial entre ambas não reside na dimensão. Reside na autenticidade.
Eu explico: para haver uma dívida é necessário que exista um credor (ou múltiplos, como é o caso). Ora, isso é verdade no caso rectangular, mas não no caso americórnio. Os rectanguleses têm credores (e bem ferozes, por sinal) pelo que possuem de facto dívida que lhes compete pagar até ao último tostão do juro. Aliás, isto é tanto verdade no conjunto dos tais cujos, como na individualidade das suas ex-pessoas: vivem a crédito. Submersos em dívidas. E chamam a isso, com imensa piada, liberdade e regime democrático.
Já os americórnios, na medida em que nada existe neste mundo que os obrigue ao pagamento, não têm credores, nem, consequentemente, qualquer dívida. A forma como agenciam numerário líquido, decorre, em parte, por doação, no restante, por ficção (ou contrafacção, sem eufemismos). Assim, aqueles que emprestam dinheiro ao pseudo-estado rectangular, são credores autênticos e a "vossa" dívida é uma verdadeira dívida. Em contrapartida, aqueles que emprestam dinheiro ao tesouro americano são doadores de facto e a "dívida americana" é uma falsa dívida, porque aquilo que exprime, na realidade, é o saldo actual (ou balanço consolidado) dos lucros fáceis do estado norte americano, seja lá o que isso for. É até por isso que eles torram biliões como eu visto uma camisa: quanto mais torrarem, em empréstimos a esmo (à Ucracoisa, ao Israló, aos alienígenas da lua de saturno, ou quem quer que seja), mais lucram e acumulam. O que aquele relógio desarvorado que aparece no link em epígrafe certifica não é, de modo nenhum, um descalabro das contas públicas. Bem pelo contrário, é um triunfo retumbante.
Num certo sentido, a economia americana alcançou, mais até que a perfeição, a superação de todas as contrariedades e problemas tradicionais da contabilidade e arredores. Na medida, em que a dívida coincide com o lucro, a meta-américa, prodigiosa, tanto mais produz quanto mais gasta. O capitalismo, mai-la sua lógica do consumo e desperdício, há muito que foi transcendido: agora, persignemo-nos em êxtase, através do consumo absoluto, nada é desperdício e tudo é lucro.
Estou à vontade para passar o alvará: inventaram e implementam todos os dias o "esquema perfeito". Uma espécie de buraco negro das finanças planetárias? Sim, e depois?...
segunda-feira, abril 29, 2024
Retro ciclopes
Basicamente, vale tudo. Sobretudo para evitar a todo o custo ter que encarar o presente com olhos do passado. Resultaria num nojo e numa náusea inauditos. E deveras traumatizantes.
PS: Por outro lado, o plural "olhos" é indevido. O vulgo, hoje, é singular. Autênticos ciclopes retro. Portanto, com a testa, não no alto, mas no fundilho da coluna . Assim, tanto lhes faz olhar para o passado como para o futuro. O negrume é o mesmo.
sábado, abril 27, 2024
Antifaxistas de hospício
«O Estado é o mais frio dos monstros frios. É frio mesmo quando mente; e eis a mentira que escapa da sua boca: "Eu, o Estado, sou o Povo".
Mentira! Esses que formaram os povos e acima das suas cabeças abriram uma fé e um amor, eram criadores; fazendo-o, serviram a vida.Mas vieram destruidores estendendo armadilhas à multidão, e a isso chamaram Estado; por cima das suas cabeças suspenderam eles um gládio e cem apetites. (...)A confusão de todas as línguas do bem e do mal, eis o sinal que vos dou; essa é a marca do Estado. Em verdade, é um sintoma da vontade de morrer. Em verdade, é um convite aos pregadores da morte.Nascem demasiados homens. O estado foi inventado para aqueles que são supérfluos.Vede como ele os atrai, a esses supérfluos! Como ele os devora e os mastiga e os rumina!O Estado é o lugar onde todos, bons e maus, estão intoxicados; onde todos, bons e maus, se perdem; onde o lento suicídio de todos se chama "a vida".Vede esses supérfluos! Apoderaram-se das obras dos inventores e dos tesouros dos sábios; a tal rapina chamam eles "cultura", e neles tudo se muda em doença e desconforto.Vede esses supérfluos! Sempre doentes, sempre vomitando bílis; a isso chamam eles jornais. Devoram-se entre si e não conseguem digerir-se.Vede esses supérfluos! Adquirem riquezas e apenas conseguem ficar mais pobres. Querem o poder e, primeiro que tudo, a alavanca do poder, muito dinheiro - esses impotentes!Vede como sobem esses ágeis macacos. Amarinham uns pelos outros e mutuamente se fazem tombar no lodo e no abismo.Todos querem ascender ao trono; essa é a sua loucura; como se a felicidade estivesse sobre o trono. É muitas vezes a lama que está sobre o trono, e é muitas vezes o trono que está erigido na lama.Digo-vos que são todos loucos, outros tantos macacos trepadores e febris. O seu ídolo cheira mal, esse monstro frio; e também eles cheiram mal, esses idólatras.Quereis sufocar na exaltação das suas fauces e dos seus apetites, ó meus irmãos? Quebrai antes os vidros e saltai fora! Fugi a esse mofo odioso! evitai tombar na idolatria desses supérfluos!»- Nietzsche, "Assim Falava Zaratustra"
O forte motivo porque detesto o fascismo é o mesmo porque abomino estes "antifascistas do cuspo" de creche ideológica, mais o seu pau toino e saca plástica, na nova caça aos gambozinos faxos. O que os irmana é idêntica e cega idolatria ao Estado. E apesar dos intuitos diferentes e, de certo modo, até conflituantes, brotam todos de baixo de equivalentes pedras (ou pedradas, melhor dizendo), a fermentar peçonha, a destilar banha da cobra e a impingir novas mixórdias bentas com que aspergir o pagode.
Os fascistas, todavia, já se foram pelo ralo da História, na liquidação geral europeia de 45. Mas os "antifascistas de hospício", esses, perpetuam-se pelo método solene de emprenhamento auricular. Ou à maneira das infecções respiratórias, por emissão e permuta de gafanhotos hiper-fecundos. Uma verdadeira praga moderna, neo-bíblica. Flagelo, não direi divino, apenas porque segregado pelo demo. O certo é que criam o sinistro e acodem com a mangueira. Ou melhor, inventam a angústia, e subministram a droga. Vivem dessa mistificação clínica. Os outros eram fascistas por receita médica; estes são-no por toxicodependência. Em injecção, comprimido ou, imagine-se, supositório, já não conseguem vegetar sem a dose diária (e sempre escassa) de fascismo alucinogénio, coca-fascismo, enfim, droguinha para janado convicto. Não há apenas salas de chuto de norte a sul: organizam-se até festivais, concertos e romarias.
No calendário, existem feriados civis e religiosos. A diarreia de (ante)ontem corre o sério risco de transformar o 25 de Abril numa espécie de dia sacrossanto numa realidade mágica e paralela do puxa-fábula. Sob pena de anátema e excomunhão para todo aquele que não rasteje em devota peregrinação às relíquias e coprólitos no altar. Duas figurinhas deste novo presépio laico, em forma de circo itinerante, é justo salientá-lo, cintilam por sobre todas as demais: a Soror Mariana; e o Frei Ruca Tavariche, que ainda (ante)ontem, perorava, qual microlenine dos evangélicos'r'us, contra os hereges que "profanam o 25 de Abril".
Perante um tal quadro de imbecilidade infestante, e danosa, só me ocorre aquela frase poética do Pessoa: "varrer à metralha as ruas". Não resolvia, é certo. Mas sempre aliviava.
PS: estou a pensar, seriamente, em fundar um novo partido político. Se não os podes vencer, junta-te a eles. Até já tenho a sigla: PQP!
PS2: também me ocorreu uma ideia de negócio catita: para fazer concorrência, ou em tandem, com as roulotes das bifanas, criar uma rede de roulotes de chuto antifaxista, como antigamente aquelas barracas de feira com tiro às fitas de brindes. Neste caso, em vez de brinquedos, bebidas ou artigos domésticos, livrinhos da Irene Flunser Pimentel, coroas de cravos vermelhos para urna eleitoral, G3 de plástico autografadas pelo Asco Lourenço, Salazares de rapar terrina e, claro, seringas auto-esterilizantes. Sobretudo de qualquer espécie de espírito, escrúpulo ou inteligência.
quinta-feira, abril 25, 2024
Acromiomancia Revisitada - XXVIII. A Incubadoura Antifascista (Rep.)
«a) A guerra nasceu no campo: e o termo [em francês, tanto desiga campo como campanha militar"] manteve-se até aos nossos dias. Mas a partir de 1914 assiste-se à sua urbanização. Para a grande parte das massas de camponeses, a primeira guerra mundial foi um primeiro contacto com a civilização técnica. Uma espécie de visita dirigida à exposição universal das indústrias e artes aplicadas da morte, com demonstrações quotidianas ao vivo.
b) essa colectivização dos meios destrutivos, mecanizados, teve como efeito neutralizar a paixão propriamente bélica dos combatentes. Não se tratava já de violência do sangue mas sim de brutalidade quantitativa, de massas lançadas umas contra as outras, já não pelos movimentos do delírio passional, mas sim pela inteligência calculadora de engenheiros. Agora o homem é apenas o servo do material: ele próprio passa ao estado material, tanto mais eficaz quanto menos humano for nos seus reflexos individuais.(...)A política de massas, tal como foi praticada a partir de 1917, mais não é do que a continuação da guerra total por outros meios (para retomar mais uma vez, invertendo-a, a célebre fórmula de Clausewitz). (...) E por outro lado, o Estado totalitário não é mais do que o estado de guerra prolongado ou permanentemente recriado e mantido na nação.»- Denis de Rougemont, O Amor e o Ocidente
Tudo isto que venho expondo, para que não restem dúvidas ou costumadas esguelhas, pode ser confrontado com as proprias palavras de Oliveira Salazar, em 1934 (ou seja, em plena ascensão dos nacionalismos europeus e não nas suas múltiplas exéquias oportunistas do pós-guerra):
«Como muito e quase só se tem falado da sua concordância com outros regimes, pretendo hoje não me ocupar do que é semelhante, mas do que é diferente, para que possa ressaltar a todos os olhos a sua bem marcada originalidade.
O nacionalismo do Estado Novo não é e não poderá ser nunca uma doutrina de isolamento agressivo - ideológico ou político - porque se integra como afinal toda a nossa história, na vida e na obra de cooperação amigável com os outros povos. Consideramo-lo tão afastado do liberalismo individualista, nascido no estrangeiro, e do internacionalismo da esquerda como de outros sistemas teóricos e práticos aparecidos lá fora como reacção contra eles. O EStado Novo não empreendeu apenas extinguir os antigos partidos juntamente com o individualismo e o paralamentarismo; oferece também resistência invencível a correntes deles derivadas por força da lógica revolucionária ou que de algum modo representem excesso de ordem pública ou jurídica na reacção que aquelas provocaram. Sem dúvida se encontram, por esse mundo, sistemas políticos com os quais tem semelhanças, pontos de contacto, o nacionalismo português - aliás quase só restritos à ideia corporativa. Mas no processo de realização e sobretudo na concepção do Estado e na organização do apoio político e civil do Governo são bem marcadas as diferenças. Um dia se reconhecerá ser Portugal dirigido por um sistema original, próprio da sua história e da sua geografia, que tão diversas são de todas as outras, e desejávamos se compreendesse bem não termos posto de lado os erros e vícios do falso liberalismo e da falsa democracia para abraçarmos outros que podem ser ainda maiores, mas antes para reorganizar e robustecer o País com princípios de autoridade, de ordem, de tradição nacional, conciliados com aquelas verdades eternas que são, felizmente, património da humanidade e apanágio da civilização. (...) É preciso adfastar de nós o impulso tendente à formação do que poderia chamar-se Estado Totalitário. O Estado que subordinasse tudo sem excepção à ideia de nação ou raça por ele representada, na moral, no direito, na política e na economia, apresentar-se-ia como ser omnipotente, princípio e fim de si mesmo, a que tinham de estar sujeitas todas as manifestações individuais e colectivas, e poderia envolver um absolutismo pior do que aquele que antecedera os regimes liberais, porque ao menos esse outro não se desligara do destino humano. Tal Estado seria essencialmente pagão, incompatível por natureza com o génio da nossa civilização cristã, e cedo ou trarde haveria de conduzir a revoluções semelhantes às que afrontaram os velhos regimes históricos e quem sabe se até a novas guerras religiosas, mais graves que as antigas.» (- A.O.Salazar, em 26 Maio de 1934)
Assim, quando a Guerra terminou no terreno das operações militares, com a derrota total e arrasadora das forças nacionalistas, não terminou igualmente na propaganda. Pelo contrário, recrudesceu e intensificou-se. O fascismo e o seu zénite nazi foram demonizados a um paroxismo desvairado e ininterrupto, sempre viçoso e sempre a reciclar.-se, que dura até aos dias de hoje. A coisa atingiu tais níveis de requinte que até investigações ou debates de índole histórica, uma vez que duvidem duma espécie de dogmas instituídos, foram criminalizados. Não pretendo com isto tomar posição nesses fenómenos, mas apenas anotá-los e referi-los como provas evidentes da perpetuação da "guerra aos nazis e fascistas" na propaganda e, mais concretamente, no mercado das ideologias totalitárias.
E para que serve esta "guerra inesgotável da propaganda"?
Essencialmente serve para bloquear uma parte inconveniente do espectro político. E camuflar uma livre alternativa eleitoral que, na realidade, não existe, mantendo sob ameaça e anátema qualquer esboço de genuína independência. Ou seja, qualquer forma de "nacionalismo" - entenda-se de legítima defesa dum qualquer país, economia ou cultura contra o internacionalismo corrosivo e diluente da hegemonia (actualmente sintetizada numa plutocracia global) -, é imediatamente interdito a apostrofado de "fascista", "nazi", "ditatorial", etc. A não aceitação cega do modelo de exportação pseudo-democrata e teomercantileira conduz, inexoravelmente, a todo o tipo de sanções, arbitrariedades e, por fim, caso necessário, a uma cartaginização local. Assim, a guerra de propaganda, além de inesgotável, é preventiva. Exerce-se em permência de modo a evitar surtos indesejáveis. Funciona, pois, à escala global, na criação duma hipnosfera que absorva e determine toda a atmosfera geopolítica planetária. É nessa hipnosfera que se formam e desencadeiam as tais "deslocações de ar" históricas.
Quando em Portugal, no pós-25 de Abril , em nome duma higienização antifascista, se ilegaliza a direita, está-se no fundo, com o retardamento de 30 anos, a implementar o "pós-guerra" no derradeiro espaço europeu onde ele ainda não vigorava. Por pouco, aliás, o rectângulo não se dividiu, à semelhança da Alemanha vencida, numa parte pró-ocidental e noutra pró-leste, o que, a verificar-se, mais não replicaria que as duas modalidades vigentes de "antifascismo": Mas num aspecto, a receita dos Aliados para a Alemanha subjugada foi efectivamente repetida entre nós: a "desnazificação alemã" transpôs-se na "desfascismização portuguesa". A punição e terraplenagem retroactiva seguia o seu curso na campanha propagandística. Assim, quando hoje se conclama, também por interesse de propaganda ou mera mentecaptice, que o antifascismo foi uma estrita criação comunista está-se a querer omitir boa parte do quadro. Os comunistas, também por interesse próprio e de propaganda, eram os mais exacerbados na retórica apenas porque procuravam arvorar-se nos mais antifascistas de todos, com isso pretendendo uma superioridade moral que lhes pavimentasse e facilitasse o acesso ao aparelho de Estado entretanto devoluto. Mas todos os outros, criteriosamente autorizados, da extrema-esquerda ao CDS repetiam caninamente o mantra e eram, com juras públicas diárias, antifascistas compenetrados e democratas puritanos da mais elevada extracção. Basta lembrar a recusa de PSD e CDS em participarem na manifestação da "maioria Silenciosa" (prontamente catalogada de fascista"), para orçar da alegre lavagem cerebral em curso. Lavagem que, de resto, permanece nos dias de hoje. Ainda agora, simplesmente por recapitular o Estado-Novo sem ser em tom asséptico e enojadinho, sou de pronto catalogado de "salazarista", "ultra-salazarista", "fascista" (e a descarga não vem exactamente do lado mais à esquerda, o que só espanta quem não conhece de ginjeira este tipo de faunas e tropagandas).
Por conseguinte, explicar um certo predomínio da esquerda apenas como resultado reiterado da agit/prop marxista-leninista é não querer ver o principal. Basta comparar os meios`de difusão e o acesso desses meios à generalidade da população lusitana (situemo-nos apenas nos anos 60 e 70, para facilitar) entre a propaganda anglo-saxónica e a propaganda soviética. E é confundir um mero expediente oportunistas (como foi o assalto da 5ª coluna soviética) com toda uma predisposição anteriormente cultivada, fomentada e induzida por filmes, folhetins, séries televisivas e até revistas de banda desenhada, como a lendária "Falcão", onde heróis "aliados" como o Major Alvega, o agente Ene 3 ou a intrépida Mamselle X, convertiam as criancinhas desde tenra idade ao antifascismo precoce e à fobia pelas pérfidas suásticas. Para o luso petiz, a certa altura, matar alemães nazis era tão lógico e urgente quanto matar baratas. Além de ignóbeis e péssimos, os alemães (como os japoneses) eram um estúpidos, falhados e perdedores natos. Imagine-se agora o pimpolho, já em plena adolescência, quando um qualquer colega de liceu ou faculdade, devidamente insinuante, lhe segredava que o regime português era fascista, filonazi e mantinha um campo de concentração nas Berlengas... Obstar-me-ão, "credo, Dragão, que exagero! Coitado do Major Alvega..." Pois, e ainda por cima tinha costela lusitana, o antifascista voador. Mas o facto é que muito do despenteamento mental que se verte até hoje acerca de fornicoques antifascistas e anti-salazaristas está ao nível das revistinhas do Major Alvega e traduz apenas um estado perpetuamente cultivado de credulidade infantil e inteligência larvar.
Tudo isto para explicar uma coisa muito simples e elementar: sem a criação e fertilização do terreno com toda uma predisposição antifascista (da qual o regime não se sentia afectado nem ameaçado, porque não era de facto fascista, nem nunca tinha sido), o antifascismo peregrino e depois de choque na pós-golpada dos Cravos jamais teria vicejado com tão inusitada e desarvorada "espontaneidade". A rápida associação do Estado-Novo, quer ao léxico maldito quer a símbolos repugnantes como a suástica, ou figuras fardadas ao mais tenebroso estilo SS, trataram de converter rapidamente a imaginação pública à distorção confeccionada.
Por outro lado, acreditar que as pessoas andavam sofregamente a ler Marx (e derivados) na clandestinidade, porque em sendo proibido, como toda a pornografia, tornava-se mais apetitoso é claramente delirante. A seita comunista nunca se caracterizou por estudar ou conhecer Marx ou Lenine, como os católicos não passam grande cartão à Bíblia Sagrada. Tirando o clero do comité e da nomenklatura pastorais, que lêem vagamente (e em boa parte nem entendem para lá da vulgata evangélica), as hordas militantes não precisam sequer de ser alfabetizadas (aliás, quanto mais analfabetas, melhor). Partilham a fé, cultivam o fanatismo, dispensam a gnose. Cumprem o que o camarada secretário-geral e o comité decretam; escutam os sermões e as prédicas e prestam-se ao martírio, se necessário for, com todas as suas forças. (Não é por acaso que o Partido Comunista sempre confiou mais nos operários do que nos intelectuais aburguesados: estes, com duas chapadas na Pide, borravam-se e abriam-se todos; aqueles enfrentavam monumentais sovas e martírios e resistiam com a devoção dos mártirtes compenetrados). A ideia que prevaleceu na revolucionite subsequente, e ao longo sobretudo do PREC, não teve muito que ver com pré-leituras ou requintes elaborados de propaganda previamente subministrada em saraus culturais na clandestinidade penumbral das catacumbas: foi um simples engodo pelo saque, pelo desforço, pelo amarinhamento social de ocasião. A conspiração nunca excedeu por aí além a patuscada. Nem antes nem depois do 25/74. O fáxista era o patrão, o senhorio, o rico, o proprietário de alguma coisa, o professor, o polícia, o GNR, enfim, tudo o que de alguma forma representasse a ordem anterior e constituísse obstáculo ao saque e subsequente alpinismo dos candidatos desensofridos à exploração económica da nova (des)ordem. Ao nível da burguesa mais letrada ou dada aos quadradinhos, o panorama não variava muito: houve sobretudo arrivismo e reviralho premeditado, ou instantâneo, de quem, a partir de frequentes injecções de estrangeirina, estava mais do que de prevenção para a mudança a qualquer momento. Mudaram rapidamente de casaca os pais, na grande maioria para garantia do património, e dispersaram em várias direcções os filhos, apontando, em bom ritmo e ruído, aos trampolins dos tachos do amanhã que, esses sim, sempre cantam. (contabilizem-se todos aqueles que, oriundos da extrema-esquerda, treparam a posições de relevo no Centrão desgovernativo)... O fenómeno "adesivo" já referido em relação ao 5 de Outubro de 1910, foi ainda mais transbordante no 25 de Abril.. Adaptatóide nato, o vulgar português, percebeu num ápice que se virava uma página e cumpria aderir ou, no menos precipitado dos casos, aguardar para ver para que lado tombava a balança (para então correr a alistar-se, ou ajustar o léxico e o discurso). O que explica, calma e inequivocamente, como, numa noite de Abril, o país acordou de esquerda socialista, e noutra noite de Novembro, o mesmo país, acordou curado e prontíssimo para o parlamentarismo liberal.
Entre nós, basta controlar os megafones, que o resto vai de arrasto. Ora, neste controlo dos bomba-brutos é que a porca torce o rabo. O que nos reenvia à tal "guerra inesgotável da propaganda"... Um dos derivados dessa campanha perpétua é a "ditadura cultural das esquerdas"...
Como se processa, em moldes concretos, a guerra eterna da propaganda? Evidentemente, através dum controlo hermético dos mass-media mais influentes, ou pela saturação desinformativa naqueles cujo controlo não é tão viável (a internet, por exemplo). Mas também através de operações tão bizarras quanto o subsídio a partidos da chamada "extrema-direita", cuja função existencial é precisamente conferir sentido e embrulhar em verosimilhança a "guerra permanente" ao fascismo sempre à espreita e pronto a jugular a humanidade democrática (entenda-se, num perfeito intercâmbio marxista, a "humanidade realmente humana", porque emancipada de todos e quaisquer valores verticais). O programa obsessivo é de tal forma repetitivo que qualquer ameaça que adquira, geralmente por investidura propagandística, carácter global é de pronto revestida sob o labéu fetiche - sendo o islamo-fascismo, a mais recente.
Ora, o islamismo terrorista já é suficientemete execrável por si. No entanto, ao adicionar-se-lhe o apêndice "fascismo" está a perpetuar-se, por um lado, a tal guerra antifascista e, por outro, a agravar e adensar os horrores do fascismo com novas eclosões ainda mais terríficas, repugnantes e desumanas. Quer dizer, o fascismo é conotado com atrocidade, degradando-se a algo que não conspira e porfia apenas contra uma determinada forma de regime imposto, mas, outrossim, algo que atenta contra a própria "humanidade", sendo esta, doravante, restringida àqueles que veneram, professam e cultivam a "democracia liberal". Donde resulta a geminação entre os adeptos da democracia popular com os adeptos da democracia liberal: ambos constituem quintas colunas num processo/projecto de submissão global. Ou melhor, constituíam. Porque agora os segundos, praticamente, exercem sem concorrência.
No entanto, persistem nas super-estruturas (dito gramskianamente) hordas de abencerragens esquerdinolentas, herdadas em parte do granel antepassado, geradas no restante sabe-se lá porque superstição infecto-contagiosa. E continuam a debitar a mesma cassete antifascista, sempre que a ocasião o permite, tanto quanto a mesma sociopatia lexorreica escondida no cavalo de Tróia do "estado social". Como explicar esta persistência epidémica?
Se a memória não me falha, era Maurras que dizia «abrindo a maior parte das folhas socialistas ou anarquistas e informando-nos do nome dos seus suportes económicos, verificamos que as mais violentas tiradas contra os ricos são pagas pela plutocracia dos dois hemisférios». Bem, sem querer por agora abarcar o mundo, atenhamo-nos ao rectângulo da península. Não consta que o Partido Comunista seja proprietário de nenhuma das televisões, jornais de maior tiragem ou revistas semanais. Sabemos aliás que todos eles vivem às sopas de grandes grupos económicos cuja finalidade nesta vida não é exactamente instaurar a democracia popular. E à época de Marcello, nos anos 70, nas vésperas do 25, era o Partido Comunista que mandava nos jornais e na televisão? Podemos até elencar os grupos proprietários das principais folhas de couve (de Lisboa): o "Diário da Manhã" era propriedadde da Companhia Nacional Editora e órgão da União Nacional); a Voz era um diário católico e monárquico; Novidades era o órgão oficioso do Patriarcado de Lisboa; o Diário de Notícias, propriedade da Empresa Nacional de Publicidade (principais accionistas: Caixa Geral de Depósitos e a "Moagem") e era um órgão oficioso da Situação; o Século pertencia à família Pereira da Rosa; o Diário Popular tinha como maior accionista Francisco Balsemão; o Diário de Lisboa, tendo como maiores accionistas a família Ruella Ramos, BNU e o grupo Champalimaud, atrvés do Banco Pinto e Sotto Mayor; o República, que poucos compravam... E por aí fora. A haver uma "ditadura cultural da esquerda" (e há, só que não no sentido restrito em que querem camuflar), sabemos, pois, quem a exerce. E sabemos também quem a paga. Vão-me dizer que quem paga e, cada vez mais, não manda? Ou que o Mercado é masoquista?
Então para que serve e a quem serve a "ditadura cultural da esquerda"?
Fica a resposta para um próximo postal, que este já vai mais que longo. E fica também um facto indesmentível, que lhe servirá de enquadramento:
Desde o Estado-Novo até ao Estado-em-que-isto-está o que é que efectivamente aconteceu? Passámos duma ditadura política portuguesa, suavizada, para uma ditadura económica internacional, duríssima. Para que serviu a "ditadura cultural da esquerda"? Para desagregar e dissolver as estruturas de poder nacionais e terraplenar a área para os implantes externos. Depois de entregarmos as colónias, tornámo-nos algo entre a colónia e o protectorado. Como de resto tem sido regra nesta piolheira, desde a Revolução Francesa, com um único intervalo: o período de tempo do Estado-Novo. Pois, é chato, nada bem, pouco fino, desculpem lá, mas foi a única altura em que os credores não mandaram nisto: Salazar correu com eles.
Não sei, pois, dito com franqueza, qual será mais repugnante, se a sabujice e a cobardia entranhada das nossas elites, pseudo-elites e nelites, se a sua recusa em ver a realidade, cobrindo-a de mitos de ocasião e, mais que tudo, de importação. Continuam à cata dos piolhos dos miúdos do Portugal da infância, como se isso fosse o cúmulo das salazarentices e nem percebem que eles próprios são os piolhos que infestam e presidem à testa dum Portugal com os pés para a cova e a cabeça para o lixo.
Nota: No título do postal "incubadoura" subentende um híbrido entre incubadeira e manjedoura.
Da acefalopédia abrilampante ao Efeito de Tocqueville
Ao fim de meio século bem contado, seria de esperar que, ao menos, já tivessem adquirido um pingo de vergonha na cara. O problema é que não conseguiram ainda desenvolver uma cabeça, mirrada que fosse, onde ostentar a cara. O facto de serem voluntariamente destituídos de coluna onde armar um pescoço também não ajuda ao prodígio. A acontecer, estou certo, já não será no meu tempo. De resto, aquilo que desfilam, como rosto postiço, não se distingue minimamente da cauda, já que deslizam, soltando uma baba viscosa, ao mesmo nível do chão. Obstar-me-ão com os corninhos retrácteis. Fraca consolação!...
De seguida, uma reposição extremamente adequada. A que se seguirão algumas outras, para me poupar a repetições.
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«Mencionei um dia ao Xá o nome daqueles que, nos Estados Unidos,, estavam encarregados de tratar da sua saída e da sua substituição. Estive até presente numa reunião em que um dos assuntos apreciados foi: "Como é que vamos actuar para obrigar o Xá a partir e por quem o vamos substituir?" O Xá não me quis acreditar. Disse-me: "Acredito em tudo o que me diz, menos nesse ponto.
~Mas Alteza, porque é que não me acredita também quanto a esse ponto? - Porque seria tão estúpido substituir-me! Eu sou o melhor defendor do Ocidente nesta região do mundo. Possuo o melhor exército. Sou eu quem detém o maior Poder." Acrescentou: "Seria tão absurdo que não posso acreditar!" Após algum silêncio em que reflecti sobre o que lhe ia responder, disse-lhe: "E se os americanos estão enganados?" Foi o que se passou. Os americanos tomaram a sua decidão. Como sempre, tinham uma visão do país correspondente à dos iranianos com quem conviviam: os que saíam de Harvard, de Stanford ou da Sorbonne e que representavam menos de um por cento da população. (...) A percepção ocidental do regime do Xá passava com demasiada frequência pelo espelho deformado da S.A.V.A.K, que, para muitos, era uma espécie de super-Gestapo mais a KGB, multiplicado por dez! - o que era falso. A prova foi a sua incapacidade de prever os acontecimentos e, depois, de os enfrentar.»
- A. Marenches, in "No Segredo dos Deuses"
Paul Veyne explica o bizarro fenómeno nos seguintes termos:
«A elasticidade natural, ou vontade de poder, explica um paradoxo conhecido pelo nome de efeito de Tocqueville: as revoluções rebentam quando um regime opressor começa a liberalizar-se. De facto, as sublevações não são semelhantes a uma marmita que, à força de ferver, faz saltar a tampa; é, pelo contrário, um ligeiro levantamento da tampa, devido a qualquer causa estranha, que faz a marmita entrar em ebulição, o que acaba por derrubar a tampa.»(in "Acreditavam os Gregos nos seus Mitos")
sexta-feira, abril 19, 2024
A Justiça a Sério
O mais recente alarido merdiático da paróquia: a Justiça está desacreditada. Por via de mais um dos processos típicos da confraria. A Influencer não sei quantos (mais parece nome de vacina do que de investigaçoa, mas enfim, é o que há).
Bem, não quero ser desmancha-lazeres, mas deixem que pergunte: Desacreditada em relação a quê? À Política? À Administração Pública? À Comunicação Social? À Economia? À Ética (republicana ou outra qualquer)? Às Artes? Às Instituições Europeias? Às Forças Armadas? Ao nobre e valente Povo? Sim, meus amigos, se vamos estar com classificações (ou desclassificações), convém arranjar um ponto de referência, uma escala, um critério, que diabo!
Ora, pegando na bitola do crédito da Política ou da Comunicação Social, só para citar as mais relevantes para comparação (até por ordem de vizinhança), a Justiça, apesar dos denodados esforços de chafurdanço e atascamento em que se refina, ainda está longe de alcançar o desnível de qualquer uma delas. Estou seguro que tudo porfiará para lá chegar; não descansará noite e dia, domingos, feriados e horas extraordinárias. Mas ainda vai ter que pedalar um bocado. Tudo seria até mais fácil, e de certo modo exequível, se as duas bandalheiras avançadas permanecessem, por um instante que fosse, estáticas. O problema é que, bem pelo contrário, nunca freiam nem abrandam, e escavam levadas de seiscentos diabos e outros tantos assessores e secretários, como se não houvesse amanhã. E tudo indica que não há mesmo. Pelo que, se é certo que a Justiça se esfalfa, temo que se esfalfe em vão. Quando alcançar o descrédito completo, já as outras desceram ao enxovalho profundo, na vertiginosa rampa do descalabro abissal. Mas isto sou eu a ser só optimista, para não dizer idílico.
Porque, na realidade, o caso é mais complexo. E germina dum problema assaz cabeludo: é que, ao contrário de qualquer competição ou certame condignos e abalizados, no presente torneio, não se distinguem nem as pistas separadas, nem, tão pouco, os atletas ou misses a concurso. Fala-se em "separação de poderes", mas isso é só para inglês ver e otário besuntar. Separação, do que quer que seja, é que não se avista em parte alguma. Nem de modelos, nem de pistas, nem de camisolas. Na verdade, apenas se avista um reboliço, uma amálgama, uma mixórdia sôfrega e ambulante. Onde os limites entre a Justiça e a Política (ou a Comunicação Social, ou de qualquer uma delas com qualquer uma das outras, do Circo Chapitô às Forças Armadas, à Academia ou ao nobre e valente povo, passe a redundância geral funambular), oscilam entre o indistinto, o inexistente e o inescrutável. Assim, em bom rigor, não é possível atribuir pódio, medalhas ou taça a qualquer uma delas: é todo um ex aequo permanente. Não há concurso, e muito menos regime: apenas uma zaragata em peregrinação tumultuosa pelo estádio. É um todo que é nada, já que as partes que deviam conferir-lhe forma, organismo e sentido apenas se digladiam e barafustam entre si, à boa maneira dos esquizofrénicos.
Faltam apenas duas ressalvas. Lá atrás, quando referi "Nobre e valente povo" estava a ser irónico, como é óbvio. Uma gente que embarca e atura (durante meio século bem contado) uma chungaria chinfrim destas, de nobre e valente tem nada. E bem merece, juntamente com toda a esterqueira em que se derriça e espelha, uma plêiada de génios como aqueles que pirilampejaram em farol dos franco-afundadores... Só que agora o título de enciclopedistas é exíguo: há toda uma asnopédia, uma onagrosseia, uma gambusíada para cantar!...
E onde aponto que não há separação em lado nenhum, minto. Há, sim senhor! Uma que, até para mais, não é nada pequena. Orça mesmo, tudo o indica, um novo adamastor: a separação, o divórcio completo e litigioso, de todo este Faz-de-Contra com a sua história - com o passado e o futuro - e, sobremaneira, e a reboque de sabe o Demo o quê, com a realidade. Mas nada de retrogradâncias ou negacionismos! Não temos tempo a perder: há todo um Ralo à nossa espera. E quando lá chegarem, prestem bem atenção: vão, finalmente, ver a Justiça. A Justiça a sério!
quinta-feira, abril 18, 2024
Panaceia veterinária
«"Vacina universal”? Cientistas podem ter descoberto fármaco contra todo o tipo de vírus»
99.9%, ou Da única Pinoquiarquia do Médio oriente
Ao melhor estilo do Bagdad Bob e do Carraça do Oxidente, aka Anão Zalento, os Faz-de-Judeus assanhados não pretendem deixar os seus descréditos por mãos alheias. Já não é apenas de opróbrio que se cobrem: é, ainda mais, de ridículo.
terça-feira, abril 16, 2024
Estratégia versus histerotégia
Adenda:
1. Fanfarroneiam, os tampinhas, que abateram 99%. Só? Mas agora viciaram-se na modéstia? Quando os ucraniões, em cada vinte mísseis do Urso, abatem 25 e maltratam quase outros tantos, estes agora dá-lhes para a humildade!... 250%, que raio. No mínimo! Os que foram lançados e outros tantos que eles foram aniquilar ainda nos silos de lançamento. Já não falando do sistema de defesa anti-míssil de ponta - aliás, de penca - por voodu.
2. Vão retaliar? Claro que vão. É mais forte do que eles. No mínimo, vai ser coisa para 300.000 palestinianos. Só no primeiro mês. E mais uns actos de terrorismo avulso, que é a droga a que estão agarrados desde o início.
3. Podem retaliar com armas nucleares? Do que dependesse deles era já prá semana. O problema é que o Irão é demasiado grande; e eles são demasiado pequenos. E também olimpicamente cobardes. Muito provavelmente, recorrem a uma bomba suja, que tratam de plantar em Teerão, ou coisa que o valha, e depois, com atávica chutzpah e a Bênção oxidental, ainda acusam os persas de terem causado a catástrofe por negligência no manuseio de materiais radioactivos com intuitos furtivos de fabricarem uma arma nuclear. Condenação internacional garantida.
4. O novo lema do Estado de Israel: "Agarrem-me senão eu desgraço-me!!
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domingo, abril 14, 2024
quinta-feira, abril 11, 2024
Bizarrias no palramento
Frases fortes do mais recente último-ministro do rectângulo:
1. "Vamos cumprir Abril!"
- Só? Contávamos que ficassem pelo menos até Junho...
2. "Nós não somos uma aventura!"
- Pois não. O caso, por enquanto, é mais da ordem da auto-estimulação solitária.
3. "Como escreveu Saramago..."
- Citar Saramago gera sempre uma (legítima e candente) angústia operativa ao aficionado: De caras? Ou de cernelha?