«Todos os indivíduos, quando possuem algum bem, têm por costume acrescentar-lhe outro; ora, a nobreza é uma dignidade transmitida pelos antepassados. Também comporta uma certa tendência para o desprezo, mesmo em relação àqueles que são semelhantes aos seus antepassados, porque a distância torna as mesmas coisas mais veneráveis do que a proximidade, e presta-se mais à gabarolice. Por nobre entendo aquele cujas virtudes são inerentes a uma estirpe; por de nobre carácter entendo aquele que não perde as suas qualidades naturais. Ora, a maior parte das vezes, não é isso que acontece com os nobres, pelo contrário, muitos deles são de vil carácter. Nas gerações humanas há uma espécie de colheita, tal como nos produtos da terra e, algumas vezes, se a linhagem é boa, nascem durante algum tempo homens extraordinários, depois vem a decadência. As famílias de boa estirpe degeneram em carácteres tresloucados, como os descendentes de Alcibíades e de Dionísio, o Antigo; as que são dotadas de uma carácter firme degeneram em estupidez e indolência, como os descendentes de Címon, de Péricles e de Sócrates.»
- Aristóteles, Retórica
6 comentários:
Caro Dragão,
De quem é que Aristóteles se achava descendente?
Só por uma questão de estatística!
Legionário
Descendia, penso eu, fisicamente, do pai dele; espiritualmente, de Platão, dos Trágicos e de Homero.
Pimbas! Nem mais!
Como eu desconfiava, uma minoria (estatisticamente)! Com excepção "dos trágicos" que têm em Portugal quase toda a sua descendência.
T’ou na reinacinha
Legionário
Qual! Este Dragon vai-me esquecer o Sócrates!
E depois ainda se admiram de o mundo andar perdido e pensam que a culpa é do ...Sócrates! ...:)
Eh pá...'pera aí. Eu comentei ANTES de ler o post!
tossezinha disfarçando...
Mas ainda dá à mesma. Aquilo foi tudo espiritualmente descendente do grande Sócrates.
Cumprimentos
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