terça-feira, novembro 13, 2007

Babilónia




Os venenos mais eficazes são aqueles que são impingidos com a embalagem de remédios.
Depois da redução a macaco com Darwin, o Homem converteu-se à secretaria do bandulho, com Marx, e à contemplação da pilinha e do buraco da fechadura do quarto dos pais, com Freud.
Resolvido o ódio a Deus, tratou-se do ódio ao Homem. A inimizade e o ressentimento foram injectado na sociedade, com a zaragata de classes, e na família, com a rixa de gerações e de sexos. A esquizofrenia social e a esquizofrenia mental em acção. Fender e fragmentar para reinar. Perverter para manipular. Cavilesa óbvia: a única forma que os anõezinhos dementes, os homúnculos rasteiros têm de sobressair é fazer com que todo o resto se prostre, se abata e vermine. Um medieval disse sobre a sabedoria do seu tempo: "somos anões aos ombros de gigantes"; e eu constato na sofística torcionária do meu: "são piolhos na cabeça de anões que defecam sobre a cabeça de gigantes assassinados!"
É nisso que ainda vamos: na Morte do Homem.
E é o triunfo da porcaria. Liliput prestes a coroar-se Babilónia.

17 comentários:

Anónimo disse...

os venenos mais eficazes são aqueles que nós acreditamos que não são venenos, mas sim poções mágicas... venham em que embalagem vierem.
belo texto.

Anónimo disse...

(…O que ainda não está resolvido é o “ problema” dos venenos da Idade Contemporânea)

Mas é simples, digo-vos eu, este vosso Irmão mais velho. Tudo isto foi obra de manipuladores, que vieram estragar a Grande Harmonia que o homem desfrutava. Em vez de aceitar o seu destino, eis que Ecce Uomo desata em rixas e zaragatas (só quer habitar o seu corpo, só pensa em comer e em foder).

Caros irmãos, não vos deixeis cair em tentação! Em venenos que vos conduzam à droga, loucura e morte. Embelezai-vos, perseverai na procura da virtude.

lusitânea disse...

E Sodoma, agora que o rebuçado, que nada custa, vai ser dado aos panascas e lésbicas esse poderoso lóbi que em primeiríssimo lugar foi denunciado pelo homem do charuto, de Aveiro...

Anónimo disse...

«(só quer habitar o seu corpo, só pensa em comer e em foder).»

Para habitar o corpo pede crédito à banca; e "comer e foder" até nem seria mau de todo: o pior é que só caga. Vem-se pela cloaca, que lhe serve simultaneamente de sexo, de esgoto e de boca. É o chamado neo-cagão. Ou neo-apagão. Das ideias. E dos testículos. Como, de resto, esse comentário é manifestação emblemática.

Anónimo disse...

Ó dragão
Que é que andas a snifar?

Anónimo disse...

"Depois da redução a macaco com Darwin, o Homem (...)"

Sr. Dragão! Vexa. mortifica-me com dúvidas que lança sobre o meu espírito. Eu explico. Não ponho a menor dúvida no acerto do evolucionismo darwinista, pelo menos até ter provas de que haja explicação melhor. Como li recentemente, fósseis de coelho em estratos câmbricos servir-me-iam sobejamente como prova; já argumentos tirados do Aristóteles ou de qualquer outro filósofo ou teólogo, antigo, medievo ou moderno, adiantam coisíssima nenhuma à questão.
Dito isso, não reduzo o Homem a macaco nenhum (e nem falo do facto de a maior parte dos meus colegas de espécie dever considerar a equiparação como uma ampliação, nunca uma redução...).
Ora, temo detectar neste seu escrito, e agora que penso nisso juntando-o a outros recentes, alguma simpatia para com o criacionismo, puro e duro (como artigo de fé não oculta) ou disfarçado de "criacionismo científico" (hahahaha). Pelo menos os argumentos revelam coincidência parcial e então essa boca do homem e do macaco lembra logo o Sr. bispo de não sei onde a perguntar ao Huxley se era da parte da mãe ou do pai que descendia de macacos...

Esclareça-me, por misericórdia: é defensor do criacionismo?

Aproveito para transcrever aqui um comentário que deixei alguns comentários mais abaixo, mas que certamente lhe escaparia.

Com os melhores cumprimentos,

Kzar

Essa diatribe de a ciência não ter por finalidade saber "o que as coisas são" mas "apenas" "aquilo para que as coisas servem" é um mero jogo de palavras, velho e relho e usado recorrentemente à laia de argumento no conflito entre racional - irracional, de que em meu entender a guerra religião - ciência (conflito que persiste, e cada vez mais intenso, contrariamente ao que frequentemente se tenta fazer crer) é apenas uma de muitas dimensões, ainda que porventura a mais importante.

Com argumentos desses já se tem esgrimido, por exemplo, a favor do criacionismo e seu ensino nas escolas, ou, paralelamente, a proibição do ensino do evolucionismo darwinista.

Para uma crítica judiciosa e clara do valor de semelhante argumento, em termos de que eu não seria certamente capaz, aconselho a consulta de Richard Dawkins, em "A desilusão de Deus", recentremente editado entre nós pela benfazeja Gradiva (colecção "ciência aberta").

O Sr. Dawkins terá certamente defeitos, o menor dos quais não o de ser amigo de todas as horas da esquerda pós-moderna e relativista, e isto nem falando de certas más companhias a que se prestou em matéria de actividade político-ideológica actual (refiro-me à posição tomada acerca da invasão do Iraque e das pouco recomendáveis figuras com quem a esse propósito fez infausto coro); mas estúpido é que não é, e leva muitos anos a combater o disparate fundamentalista religioso.

Anónimo disse...

Note que em tudo o mais, e como é hábito, concordo firmemente com a sua apreciação.

Ainda assim, uma interrogação mais:

Quem usou a expressão não foi Isaac Newton ("se vi mais longe, foi porque subi aos ombros de gigantes", teria dito, com falsa modéstia, o grande génio)?

Anónimo disse...

Caro Kzar,
em síntese, por agora, pois estou com pouco tempo:

1. Pode Vexcª discordar à vontade pois concedo-lhe crédito mais que bastante para isso.

2. A criacção é um mito. Tal qual o Big Bang é um mito. Ou a macacada seminal. É de mitos que vivem as religiões. No que concerne à dicotomia ciência/religião, permita que me cite (de memória): «A Ciência e a Religião são formas de explicar o Mundo. A Ciência complica, a religião simplifica, ambas efabulam."

3. Quanto à expressão em causa, esse tal Newton é anterior ao século XII?...

:O)

PS: Os livros de filosofia, ao contrário do Dawkins, não são fáceis.

Anónimo disse...

A Ciência e a Religião são formas de explicar o Mundo. A Ciência complica, a religião simplifica, ambas efabulam

claro, melhor que a ciência e a religião é a coca da boa

timshel

Anónimo disse...

O Big Bang não é nenhum mito, sr. Dragão. As galáxias estão mesmo a afastar-se desde o início do Universo. Como dizia Einstein: o incompreensível do Universo é que nós podemos compreendê-lo!

Anónimo disse...

O Big Bang aconteceu mesmo?

Como foi possível ter-me escapado uma notícia dessas?

Ando eu a mamar todas as noites os telejornais todos, a ler, religiosamente, o Metro, o Destak e o Global todos os dias, clico diariamente no diariodigital, no diario de notícias e noutros diários, vejo o Marcelo todos os Domingos, não falho nenhuma breaking news da CNN, venho aqui ao dragoscópio de hora a hora para não me escapar nada e, de repente, sou surpreendido por um gajo a dizer que houve mesmo um Big Bang...

Ó meu homónimo anónimo que me antecedes, se foste um dos felizardos que leu ou que viu a reportagem em directo, explica-me lá tim-tim-por-tim-tim como é que a coisa se deu para eu não levar rodas de burro de ninguém!

Foi a que horas? Quantas vítimas é que causou? Já alguém reivindicou o atentado? E o Bush, ainda não reagiu?

Anónimo disse...

O big-bang foi o Supremo Arquitecto a esporrar-se que nem um cavalo!Galáxias de esporra,pecebeu?

Anónimo disse...

E os buracos negros,ãnh?A porra são os buracos negros...

Anónimo disse...

O big band, deu-se a uma quinta-feira à tarde, pelas 15h30. Depois de uma almoçarada valente de jaquinzinhos com feijão frade.
Até porque os incompreensíveis nós compreendemos. Os compreensíveis é que é mais difícil...
Quanto aos buracos, não é correcto chamar-lhes de negros! São buracos afro-americanos!

Anónimo disse...

Admirem-se que "toda" a gente esteja convicta que a democracia é o melhor sistema!

Porra toda a cambada fala de tudo, até de Fisica daquântica!
E eu quem nem de batatas percebo.

zazie disse...

os que renegam os antigos imitam-nos da pior forma. Começam pelo mesmo- pela semântica, acompanhada da propaganda.

Anónimo disse...

DRAGÃO, PERDOE MEU CETICISMO, MAS NÃO É CERTO QUE NÃO HOUVE O BIG BANG?
CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS.