Prosseguindo o meu filantrópico contributo para a causa hospitaleira...
m) Convertem-se as maternidades deficitárias, onerosas e improdutivas (todas elas, portanto) em centros mistos de colmeia procriativa/vazadouro de gravidezes incómodas. Do seguinte modo: dois terços das instalações reservam-se para hospedagem e reprodução contínua dos migrantes (produzindo cidadãos republicanos e futuros contribuintes em regime épico, ininterrupto e coelhístico); um terço destinar-se-á ao abortismo conveniente e gratificado dos nacionais. A troco de alojamento e alimentação, os imigrantes e demais candidatos alógenos, colmatarão, assim, num ápice, os alarmantes índices demográficos e os sombrios horizontes da segurança social (gargalhadas). Poupando ainda, sublinhe-se, o sacrifício medieval das dores de parto às nossas gajas emancipadas (risos).
n) Entre Vilar de Mouros e o Sudoeste Alentejano, aproveitam-se as infraestruturas sazonais dos festivais de música (risos) pimba, exopimpa e pimbapop para parque residencial das hordas migradas. Passarão de sazonais a contínuos, os Festivais, atraindo turistas, parolos e inebriados de vária ordem, com o inerente aporte de divisas e oportunidades de comércio.A comunidade Europeia subsiidiará a cerveja e os bebidas alcoólicas diversas (não há o risco de desvio por parte dos figurantes residente); as bandas tocarão gratuitamente (por mero interesse publicitário, como no Live Aid)). A cada agregado imigrante será fornecido um kit de sobrevivência - tenda, toldo, mobiliário de camping, horta e alfaias portáteis, sementes e enlatados para os primeiros 6 meses. Poderão, a título especial, cultivar cannabis sativa, que poderão comercializar aos festivaleiros não residentes, revertendo a receita, saldados os devidos tributos fiscais, para um fundo de administração local (ao estilo kibutz).
o) O Estado pode alugar as multidões de refugiados aos clubes de futebol (excepto os chamados três Grandes) para comporem mais condignamente as bancadas dos estádios nos dias de jogos (risos). Nos restantes dias da semana, as mesmas turbas serão mantidas em estágio, ou frenesim larvar, distribuídas por esplanadas, tascas, salas de congresso, terminais de transportes, estações de metro ou comboio, aeroportos, estaleiros da construção civil, quartéis fantasmas, lojas fechadas, prédios devolutos, etc, etc. Também a profissão de árbitro devia ficar reservada aos refugiados, desde que, sob promessa e garantia expressa de jamais aprenderem a língua portuguesa (risos). Ficariam imunes, quer às interferências vernaculares da assistência, quer às ingerências curriculares do Vitor Pereira, por delegação do Vieira dos Pneus (ou qualquer outro que o destrone no futuro).
p) As Câmaras Municipais recebem, de acordo à sua dimensão, dotações de refugiados. Com os quais procederão à vantajosa permuta dos parquímetros mecânicos pelos parquímetros animais; ou seja, um parquímetro que é simultaneamente cobrador, arrumador e fiscal. E também comissionista, pois sobrevive graças a uma percentagem do esbulho. Corsário municipal? De facto, bem vistas as coisas...
q) Segundo quotas e derimir - de preferência à sarrafada - pelas partes interessadas (com assento endo e exoparlamentar), os refugiados integram-se directamente nos partidos, com imensa vantagem para o português predado e avulso. Melhor e mais lauto sistema de integração não é possível. E por outro lado, nada despiciendo, passam os aparelhos partidários a ser, destarte, constituídos por estrangeiros de imitação e estrangeiros genuínos. Em menos de 12 meses, os genuínos já dão mais valor a Portugal e votam-lhe mais afeição do que os outros. Ténue esperança ao fundo do túnel, compatriotas!... A mim, pessoalmente, em sendo escolhida, esta medida conquistar-me-ia em menos de 60 segundos.
r) Upgrade nos candeeiros de iluminação pública nos bairros típicos de Lisboa. O feliz transeunte, em vez dum equipamento imóvel e oneroso, passará a ser objecto do serviço personalizado de um árabe com lanterna económica (a pilhas recarregáveis e recicláveis, naturalmente, sob patrocínio da Quercus - que fornecerá o equipamento e as sandálias do operador). Nas horas de ponta, sobretudo no inverno, a tripulação de cada lampião será acrescida de mais três porta-lanternas, equipados com gabardine de cortiça e chapeu-de-chuva colectivo (de modo a poder servir também de abrigo móvel ao peão desprevenido).
s) Cada família refugiada será adstrita à residência principal duma família portuguesa (risos) da classe média/alta e alta. Tratará, em regime de exclusividade, da separação, reutilização e comercialização do lixo.
t) Portugal pode explorar uma enorme oportunidade de negócio: Centro de Refinação dos Refugiados. Nem mais. Fazemos aos imigrantes desarvorados como fazemos ao crude petrolífero em Sines (dito analogicamente, bem entendido). Recebemo-los em bruto, aos comboios, a custo zero, licenciamo-los em três tempos e às três pancadas, com as despesas académicas cobertas pelos fundos europeus (mais juros e comissões, que também somos gente e aprendemos com os melhores), e exportamo-los depois, como aos nacionais, a custo zero (mas sob compromisso legal de cá deixarem âncora familiar mínima e de para cá enviarem receitas fixas e sujeitas a actualização à taxa Euribor). Mas reparem, entretanto, meus amigos, na criação inaudita de emprego para professores, contínuos, formadores, reformadores, planta-estágios e comissários de praxe remunerados! Isto, registe-se, quanto a parte dos refugiados. Outros, menos cordatos ou mais ambiciosos, treinamo-los militarmente e exportamo-los, com mais valia e valência acrescentada, para o Médio-Oriente: Al-cagada, Exército Islâmico, Tarados Anónimos, Psicopatas do Islão, etc, pagam-nos a pronto, ou por remessa de crude (só temos que negociar primeiro o franchising com os Americanos/isrealitas, para evitar guerras comerciais desnecessárias). Uns terceiros, sem capacidade académica ou militar, caso não pretendam converter-se ao cristianismo, entregam-se ao cuidado e depósito das seitas protestantes (dos evangélicos pentecostais aos parangélicos tetrapostais, passando pela IURD e as Testemunhas de Sei Lá, mais os videntes do candomblé e os Trico-Trapistas do heavy-metal), que fica tudo em família.
u) O Estado cumpre a sua vocação mais íntima, visceral e rebarbativa, e monta portagens em todas as estradas, auto-estradas, ruelas, becos avenidas e escadinhas. Rodoviárias, pedonais e até ecológicas aos ciclistas urbanos. E mesmo os trilhos das montanhas, nos itinerários turísticos, estão à espera de quê para pô-los a render? Para tanta portagem, como é bom de ver, vamos desertificar o Médio-oriente (passe a perissologia)) e a África subsareana; e temo que mesmo o Bangladesh (fique lá isso onde fique) não escape.
v) O rectângulo da nacinha tem 92.212 kilómetros quadrados (ou coisa que o valha, fora Olivença ocupada pelo Inimigo). Um refugiado adulto por kilómetro quadrado, numa casota de guarda-fogos (ao estilo daqueles saudosos guardas-passagem de nível do antanho), e teremos finalmente um dispositivo integral e perfeito de prevenção de Incêndio. O que não se poupa em helicópteros e aviões!... Mais gasolina e vidas humanas!...Já nem falando em florestas, casas e cultivos!.. Corrijo, tem que ser mais que um: pelo menos dois - um de dia e o outro de noite. Um casal, portanto. Ficam é sem muito tempo nem disponibilidade para a procriação, mas não se pode ter tudo. Ah, lembrei-me agora: procriam no inverno, na época baixa dos fogos florestais. Abençoado país que até quatro estações tem!...
x) O Estado Português (mais risos) recebe-os na condição de subsidianos/financiados pela União Europeia e converte-os, por decreto, em depositantes do Novo Banco. A seguir vende o Novo Banco. E transfere o encargo para a banca. A banca procede então ao genocídio lento, que passa por ajustamento orçamental, desalavancagem e estrangulamento benigno por força inefável de Mercado. Global, ainda para mais.. O único senão é o pedido futuro e garantido de reparação moral e traumática, por parte de Israel, que, para efeito de indemnização, descobre logo laços súbitos (mas ancestrais) de parentesco semita com os executados. Chutzpah, chama-se o expediente legal. Está bem que compete à banca responder pelo empreendimento. Mas, a limite, já sabemos, sai do bolso ao contribuinte, vulgo otário.
z) Finalmente, uma questão pungente: as criancinhas órfãs, desirmanadas ou excedentárias... Organiza-se uma bolsa, segundo os melhores, mais lídimos e preclaros valores e critérios da nossa civilizacinha, cuja gestão e administração será entregue à ILGA. A adopção urgente por casais monótonos, digo monossexuais, adicionada a uma carência mirmitónica (conferir lei da oferta e da procura, sff), exaure em menos de nada o stock disponível de infelizes. Excepto os pretinhos, naturalmente. Esses terão que ser processados em infantários rap hip-pop, até atingirem a idade de poderem passar ao centro de refinação militar.
E pronto. Julgo que não será por falta de ideias abnegadas que naufragará a nossa generosidade atávica num mar de burocracia inconsequente.