Segundo vou percebendo, parece que o nosso problema se resume a dois factores principais: temos uma economia podutiva demasiado débil para podermos competir com o Primeiro Mundo e uma moeda demasiado forte para podermos competir com o Terceiro. Restar-nos-à, então, e se tanto, peregrinar Fátima e rogar por um super-milagre. Todavia, se pensarmos que o processo de adesão à CEE consistiu essencialmente na aquisição duma moeda forte e no desmantelamento do sistema produtivo, é caso para perguntar porque é que o mesmo sujeito que se proclamou "bom aluno" durante a fase épica, agora, chegado à fase trágica, desate a reclamar pela desvalorização da moeda. O facto de ele ter desvalorizado o país dele com uma perna às costas (fruto da leviandade típica dos bimbos, toinos e pato-bravedo em geral) não implica que os outros (os alemães, entenda-se) se sintam no dever alucinado -e ao retardador - de se entregarem a equivalentes impulsos suicidas.
Os teutónicos, no fundo (e em fundos vultuosos), pagaram para que Portugal acabasse o suicídio colectivo que principiara com a debandada ultramarina. Os portugueses (enfim, aquilo que, em forma de verme, se faz passar por eles), aceitaram alegremente. Quiseram ver na vaselina bronzeador. Pois agora de que se queixam? Bezuntem-se!
Quem se vende ao suicídio não pode depois regatear sacrifícios. Quem não tem dó nem piedade de si próprio como pode sequer rogar que os outros tenham?
PS: Já agora, vale a pena transcrever a definição de vaselina, segundo a Desciclopédia:
- Vaselina é um produto lubrificante usado na medicina e na pornografia. Serve para evitar atrito entre as partes envolvidas no processo.