Por cá, nesta república de bananas, saberemos que, mais que no bom caminho, teremos alcançado a excelência do desenvolvimento e da modernização quando começarmos a ler notícias do género:
«Menina de 11 anos apanhada a conduzir alcoolizada, em excesso de velocidade, num veículo roubado, com o cadáver do pai escondido na bagageira e enquanto mantinha relações sexuais com o amante adulto, um disc-jockey afro-europeu, cujo colo aproveitava em simultâneo como andaime para alcançar os pedais.»
Nos Estados Unidos, um país severo, a desaustinada criança foi acusada de condução embriagada, de excesso de velocidade e de tentativa de fuga ao local do acidente.Em Portugal, nesse futuro risonho, apenas será acusada porque, além de não levar o cinto posto, fumava cigarros enquanto conduzia. O resto -ó oitava maravilha do progresso! - será, tudo, perfeitamente legal.
Uma última nota ao episódio da menina americana: presumo que terá tentado fugir ao local do crime na ambulância que a levou ao hospital. Gravemente ferida, segundo reza a crónica.
3 comentários:
Por cá, a menina de 11 anos não será julgada porque a idade não o permite e isso não me cria qualquer espécie de brotoeja.
Já não digo o mesmo acerca dos papás dessa(s) menina(s)...
Atenção que, passando-se a cena num futuro radioso, nada nos garante que por essa época, com 11 anos, já não se possa votar, contrair empréstimos e, concomitantemente, ser julgado. O mundo não pára. E galopa mesmo em uniforme aceleração.
Aqui no Brasil, Conselheiros Tutelares, munidos do Estatuto da Criança e do Adolecente (ECA) processariam os agentes da lei por abuso e maus tratos a um menor.
Após medicada, a "criança" seria prontamente liberada.
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