Quem é James Pinkerton?
Conforme pode ler-se aqui: "James Pinkerton, a graduate of Stanford University and a contributor to the Fox News Channel, worked in the White House under presidents Ronald Reagan and George H.W. Bush, and also in the 1980, 1984, 1988, and 1992 Republican presidential campaigns. He has been a columnist for Newsday since 1993. He is the author of What Comes Next: The End of Big Government--And the New Paradigm Ahead. His pro change remarks (http://www.usatoday.com/news/opinion/editorials/2005-10-09-oppose_x.htm) in a USA Today editorial on the Posse Comitatus Act appear contradictory to the title of his book. "
Posto o perfil sumário do personagem, o que advoga ele - precisamente num artigo da Newsday?
Nada mais nada menos que o velho e tradicional massacre, o urgente genocídio. Com todas as letras.
Transcrevo algumas passagens sugestivas, mas não percam a leitura integral dum pérola que, quem sabe, não anuncia a "Solução final" do Iraque...
«When will the anti-American violence in Iraq end?
It will end when we unleash the Shia Arab Muslims and the Kurds to finish the job, all the way to the bloody extreme. We're not ready for such unleashing just yet, but we're getting close.»
(...)
«Yet, in the history of warfare, it's massacring that works. Gary Brecher, who writes the online column "War Nerd," observes, "The only effective counterinsurgency techniques are torture, reprisal and, ultimately, genocide." Some might say that Brecher is overstating the situation - although the Israelis, of course, after 40 years of failing to pacify Muslims in the West Bank and Gaza, would no doubt agree that half-measures don't do the trick.
As the politics of Iraq continue to shift in Washington, it's likely that one day the Americans will quit Iraq, and the Shia and the Kurds will be unleashed on their foes. Slaughter is not the solution Americans were led to expect in 2003, but it's the solution that's coming, finally.»
Quanto ao título da brilhante peça, só por si, não podia ser mais elucidativo:
«Slaughter of Sunni foes is inevitable»
Dito em bom português: "O Massacre dos inimigos sunitas é inevitável".
Pelos vistos, é. Os arautos começam a tocar as trombetas que auguram a carnagem.
Mas não me malinterpretem: Não se trata aqui de reflexões de índole moral, ou lamúrias hipócritas. O mundo é como é; e o pior de tudo é que não parece variar muito ao longo dos séculos. Pelo menos no que respeita aos impérios. Para estes, o massacre, o genocídio, a chacina épica, constituem ferramenta trivial. Dos Assírios, a Genghis-Khan, de Roma Imperial aos Turcos Otomanos, de Carlos Magno à Rússia, a força bruta precede e justifica a lei, predetermina a ética. Ora, esta, na dimensão mundana, como na fábula do cordeiro e do lobo, coincide invariavelmente com os interesses -leia-se: voracidade-, do predador.
Conforme pode ler-se aqui: "James Pinkerton, a graduate of Stanford University and a contributor to the Fox News Channel, worked in the White House under presidents Ronald Reagan and George H.W. Bush, and also in the 1980, 1984, 1988, and 1992 Republican presidential campaigns. He has been a columnist for Newsday since 1993. He is the author of What Comes Next: The End of Big Government--And the New Paradigm Ahead. His pro change remarks (http://www.usatoday.com/news/opinion/editorials/2005-10-09-oppose_x.htm) in a USA Today editorial on the Posse Comitatus Act appear contradictory to the title of his book. "
Posto o perfil sumário do personagem, o que advoga ele - precisamente num artigo da Newsday?
Nada mais nada menos que o velho e tradicional massacre, o urgente genocídio. Com todas as letras.
Transcrevo algumas passagens sugestivas, mas não percam a leitura integral dum pérola que, quem sabe, não anuncia a "Solução final" do Iraque...
«When will the anti-American violence in Iraq end?
It will end when we unleash the Shia Arab Muslims and the Kurds to finish the job, all the way to the bloody extreme. We're not ready for such unleashing just yet, but we're getting close.»
(...)
«Yet, in the history of warfare, it's massacring that works. Gary Brecher, who writes the online column "War Nerd," observes, "The only effective counterinsurgency techniques are torture, reprisal and, ultimately, genocide." Some might say that Brecher is overstating the situation - although the Israelis, of course, after 40 years of failing to pacify Muslims in the West Bank and Gaza, would no doubt agree that half-measures don't do the trick.
As the politics of Iraq continue to shift in Washington, it's likely that one day the Americans will quit Iraq, and the Shia and the Kurds will be unleashed on their foes. Slaughter is not the solution Americans were led to expect in 2003, but it's the solution that's coming, finally.»
Quanto ao título da brilhante peça, só por si, não podia ser mais elucidativo:
«Slaughter of Sunni foes is inevitable»
Dito em bom português: "O Massacre dos inimigos sunitas é inevitável".
Pelos vistos, é. Os arautos começam a tocar as trombetas que auguram a carnagem.
Mas não me malinterpretem: Não se trata aqui de reflexões de índole moral, ou lamúrias hipócritas. O mundo é como é; e o pior de tudo é que não parece variar muito ao longo dos séculos. Pelo menos no que respeita aos impérios. Para estes, o massacre, o genocídio, a chacina épica, constituem ferramenta trivial. Dos Assírios, a Genghis-Khan, de Roma Imperial aos Turcos Otomanos, de Carlos Magno à Rússia, a força bruta precede e justifica a lei, predetermina a ética. Ora, esta, na dimensão mundana, como na fábula do cordeiro e do lobo, coincide invariavelmente com os interesses -leia-se: voracidade-, do predador.
Acima da lei -nacional ou internacional-, estão os superiores interesses ou desígnios do Império. Ao contrário do que as suas quintas colunas, premeditadas ou apenas toinas, apregoam, o Império Americano não se distingue, na essência, dos seus predecessores -do Soviético, sobretudo. Nem quanto aos princípios, nem quanto aos fins que o animam. As diferenças, que sempre existem, restringem-se, para além da fachada feérica, ao âmbito dos meios: nunca antes nenhum reuniu tal arsenal tecnológico para cumprimento da sórdida tarefa. É isso que o torna mais perigoso que qualquer outro: porque é o presente, o detentor do Poder e da Força; e, detalhe sinistro sobretodos, porque, sendo lobo, não é um mero lobo, mas um lobo disfarçado de cordeiro. A pele não corresponde à carne. O predador faz-se passar, invariavelmente, por vítima.
30 comentários:
Postal, helàs, ó quão certeiro.
Calma aí ó Dragão. O gajo pode querer dizer isso tudo e ser ainda pior que isso tudo mas não foi isso que escreveu. Tu transformaste um substantivo num verbo. O massacre dos inimigos sunitas é inevitável, não é massacrar os inimigos sunitas é inevitável (o inimigo é entre eles não entre sunitas e americanos). E depois o que ele diz é mais paleio de amoralismo estratégico que defesa valorativa de qualquer ideia de acção.
Aliás nem se percebe a intenção do texto dele. Se é dar conselhos aos americanos para deixarem que os gajos se matem por si só porque a vingança dos kurdos e xiitas era inevitável então vale o mesmo que dizer mais vale abandonar aquilo à bicharada. Qualquer ideia de retirada é isso mesmo. Tal como era o mesmo a ideia de não ir para lá sem ninguém ter pedido ou ter havido guerra civil antes. Não se entende qual é a dele chegadas ao que estão as coisas mas também não é o que tu dizes nessa tradução ligeiramente adulterada... eheheh
o mais estranho é que todos os que condenam a estratégia dos EUA fazem o mesmo- que eles têm apoiado em excesso os sunitas para evitarem ter a guarda armada do Saddam contra eles. Eu não sei nada daquela treta. Só sei que se já me parecia errado na altura a invasão, ainda me parece mais hoje em dia.
O que importava em relação ao comentador da Fox. era saber o que disse mais acerca desta guerra...
(aquele exemplo dos israelitas ou é muito cínico e verdadeiro ou demasiado comprometido...)
Olha que escrever "O massacre dos inimigos Sunitas é inevitável" ou "Massacrar os inimigos Sunitas é inevitável", faz uma diferença do caraças.
Mas não seja por isso...
rapaz, faz pois. Porque uma coisa é dizer que o que os americanos mais têm a fazer é massacrar os sunitas, outra é dizer que eles por lá se vão matar entre si e que os sunitas vão ser massacrados pelos xiitas apesar da protecção americana.
Acho que é isto que está escrito no texto do gajo apesar daquilo me parecer cretino. Particularmente na crítica aos americanos em meterem-se no meio e ainda andarem com legalismos e pezinhos de lã.
De qualquer forma é verdade que os que defendem a retirada dizem o mesmo. Por isso é que este texto me pareceu confuso. O que é que ele quer, afinal? que fiquem ou que se ponham a andar e os tipos que se matem?
a palavra inimigo também fica confusa porque são inimigos de quem? no texto ele diz que sempre o foram dos xiitas e kurdos, o que é verdade. Por isso o massacre e os inimigos parece apenas dizer respeito ao conflito tribal.
ora l~e estre artigo do gajo e vê lá se sou eu que estou assim enganada: http://peacefuljustice.caltech.edu/0728/6.shtml
o que me deu logo ideia é que o gajo faz parte dos conservadores que sempre foram contra a guerra e não dos neocons...
"First and most obviously, they didn't have non-lethal weapons for crowd control, and so many confrontations became deadly incidents, starting up a cycle of violence that spirals further every day. Second, few of them had been taught the language of the people they were supposedly going to be working with; I did not meet a single American who knew more than a few words of Arabic. Finally, the Pentagon was heavy on tanks for intimidation, but light on techniques for winning hearts and minds, such as immediate plans for rebuilding infrastructure.
Thus the ultimate irony: The war that was schemed and dreamed by eggheads turned out to be just another cracked example of poor planning. The Pentagon may have omnipotence in war, but it lacks common sense in peace."
A verdade e' que os tipos invadiram aquilo (nao interessa os motivos senao na medida em que e' obvio que e' por interesse proprio) e estao a borrifar-se para as consequencias para os nativos. Alias, e' bem sabido que eles ficaram na fronteira a observar o morticinio em 1991, que tornaram aquele pais numa miseria com as sancoes, que apoiaram o Saddam enquanto lhes deu jeito... enfim, e' a logica do Imperio. E nao e' por seram americanos, os franceses na Argelia tambem torturaram e bem, e ate' limparam o sebo a duzentos tipos bem no centro de Paris....
E' por estes motivos que eu digo que a hipocrisia cria a desordem social, deveria dizer civilizacional.
é... mas para um bushista este Pinkerton diz coisas no mínimo estranhas. Esta aqui, por exemplo:
""There was no corner of the known world where some interest was not alleged to be in danger or under actual attack. If the interests were not Roman, they were those of Rome's allies; and if Rome had no allies, the allies would be invented. When it was utterly impossible to contrive such an interest -- why, then it was the national honor that had been insulted. The fight was always invested with an aura of legality. Rome was always being attacked by evil-minded neighbors. The whole world was pervaded by a host of enemies......" Joseph Shumpteter quote (1919) courtesy of James Pinkerton
http://iraqwar.org/
O tipo diz mesmo: "quando largarmos os Shias e os Curdos para terminar o trabalhinho, ate' 'as ultimas consequencias sangrentas..."
...dasse... mais explicito do que isto e' dificil....
Um tipo porreiro, sem duvida.
mp-s, leste isso à letra ou em forma cínica de mostrar o cenário que resta?
é que, lendo os outros textos que eu linkei algo não bate certo... ele criticou a guerra, ele não é neocon e disse logo o que os neocons queriam. Agora este texto não te parece que é mais uma crítica bastante cínica perante a evidência do massacre dos gajos que sempre foram odiados por todos os outros e que só a ditadura do Saddam consguia conter?
não sei não... mas sei que é isto que os conservadores costumam dizer embora por cá se tenha a mania de confundir conservadores com neocons. O Blasfémias faz isso e por mais de uma vez que lhes perguntei mas eles fecham-se em copas.
bem mas tu é que és a política, eu cá é mais é bonecos e gárgulas ":O)))
beijocas
ups! que gaffe, tornei a confundir o MP-S com a menina MP
":O))))
desculpa rapaz, isto pelo monitor não dá para topar a barba rija ehehehe
"desculpa rapaz, isto pelo monitor não dá para topar a barba rija ehehehe"
@:) Nao te preocupes, Zazie. So' nao sei o que me vao chamar com esta popinha na cabeca. :)) Mas vai bem com a onda blogosferica.
Agora a serio, nao li os outros textos do tipo. Mas concordo que os neo-cons nao teem nada a ver com conservadores. Bem pelo contrario...
então lê e depois diz-me. E cuida bem da popinha ehehehe
bjs
Was es beabsichtigt wird, ist die abschließende Lösung des
moslemischen Problem.
Diese untermenschen müssen gesetzte Öfen sein und später gekocht
und gewässert
mit Wein.
Mit Reis folgen.
Zeuge von Bush.
Heil Bush!
:o)
Parece-me que a analise do texto feita pela Zazie esta mais correcta.
Nao sabia dessa distincao entre conservadores e neo-conservadores nos EUA. O que e que os distingue essencialmente? Alguem tem links interessantes sobre o tema?
Os neoconistas são transgénicos...
Híbridos, vá lá!
Uma mistura espúria entre a extrema esquerda dos sessenta e o radicalismo expansionista americano.
Podes sempre obter melhor informação por aqui
E pensar que quem lá pôs esta gente, foi a própria AlQaeda...
Um pequeno excerto:
"Most neoconservative defense intellectuals have their roots on the left, not the right. They are products of the influential Jewish-American sector of the Trotskyist movement of the 1930s and 1940s, which morphed into anti-communist liberalism between the 1950s and 1970s and finally into a kind of militaristic and imperial right with no precedents in American culture or political history. Their admiration for the Israeli Likud party's tactics, including preventive warfare such as Israel's 1981 raid on Iraq's Osirak nuclear reactor, is mixed with odd bursts of ideological enthusiasm for "democracy." They call their revolutionary ideology "Wilsonianism" (after President Woodrow Wilson), but it is really Trotsky's theory of the permanent revolution mingled with the far-right Likud strain of Zionism. Genuine American Wilsonians believe in self-determination for people such as the Palestinians."
Os sixties esquerdistas estão de facto, longe desta noção. Mas também não se encaixam em estereótipos visíveis.
Enfim, há explicações para tudo.
pois é, é estranho como por cá se tenta vender a ideia que os neocons são a mesma coisa que os conservadores quando estes últimos são contra engenharias sociais e oposeram-se à guerra. No caso deste Pinkerton não sei o que é, mas li mais textos dele e todos batem no mesmo ponto. Nunca foi minimamente a favor de ideias de "exportação de democracia", defende até o isolacinismo ou não contacto entre "civilizações rivais (diz isso a propóstito dos distúrbios em Fraça)e é bastante crítico da administração Bush. O texto não pode ser lido com o coração na mão- parece-me antes uma crítica cínica à intervenção no Iraque.
se os tipos se chamam neo-cons é precisamente porque são neo-conservadores ":O)))
mas como os conservadores foram contra por cá que é tudo bimbo e têm a mania de dividir as coisas em esquerda e direita até se esconde isso. Nunca li o JPP a dizer que conservadores eram contra a intervenção- ficava-se sempre pela facilidade da "esquerda anti-americana primária". São assim os nossos políticos, uns poetas
Aquilo que vejo de mais parecido com os neoconistas, por cá, é...o Vital Moreira!
Anada precisar de caricatura...
ahahaha bora, josé que gostei muito desta última ":O)))
Obrigado pelos esclarecimentos. Fiquei portanto a saber vagamente o que e um neoconas, mas e os conservadores da velha guarda que defendem eles exactamente?
"...os conservadores da velha guarda que defendem eles exactamente?"
Regra geral é gente com a feérica imaginação de um palito e a largueza de vistas de uma toupeira.
Querem conservar tudo, inclusivé a iniquidade e a estupidez.
Pisaram os calos ao Buíça...
Acontece que dizer neo-cons, é praticamente o mesmo que dizer JUDEUS...
Espírito
Quem disse que eu sou judeu?!?!?
Por mero acaso: não sou.
E se fosse?!
Havia stress!?
Por aqui andam muito 'tóino', pelo que estou a ver.
Si enxerrgá, ô cára.
ps: não tenho calos
:o)
O Buiça não é judeu, é neo-judeu!
Portanto se um neo-conas é um judeu...
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