quarta-feira, novembro 09, 2005

Evoluções

Outra das explicações plausíveis para todo este dinamismo súbito da “juventude” francesa, ainda no estrito âmbito social, comme il faut, é bastante comezinha e resume-se a um conceito óbvio: evolução na continuidade. Nem mais. Entediados de bater nos pais, nos professores e noutras entidades menores, como os colegas não tribalizados da escola –e, ao mesmo tempo, encorajados pela sua impunidade e o bom sucesso dessas belas acções -, os jovens decidiram avançar para objectos mais gratificantes, como sejam a polícia, os vizinhos, os bens do alheio, os governantes, etc.
Lá como cá, mais dia menos dia, há toda uma lógica inexorável e moralizante a presidir ao processo: A compreensão com que, por exemplo, sempre os bafejaram enquanto espancavam os professores, agora encoraja-os e transporta-os, inebriados, a deitar fogo à escola inteira. Depois de adestrados na parte, ei-los que se abalançam ao todo. À sua maneira, deveras peculiar (mas cada vez mais globalizada), chama-se a isto progredir nos estudos.

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