As concepções do Homem têm variado muito ao longo dos tempos...
Aristóteles, por exemplo, fiel ao seu realismo, em termos lógicos achou por bem considerá-lo (ao homem, claro está) um “bípede sem penas”. Ao que Diógenes, o Cínico, um tipo com raro sentido de humor, depois de se dar ao trabalho de depenar integralmente um frango, foi atirá-lo ao liceu de Aristóteles, em plena classe reunida, acompanhado do seguinte sarcasmo: “Toma, aí tens o teu homem!”
Do Estagirita ficaram-nos ainda outras duas definições marcantes para a posteridade: “O homem é um animal social” e o “homem é um animal racional”. Quanto à primeira, como é óbvio, não parece reunir grande eficácia e provavelmente, à época, Diógenes não terá sabido dela; senão é mais que certo que teria corrido a levar formigas ou, o que seria pior e bem mais traumático, abelhas ou vespas ao mestre de Alexandre. Sobre a segunda, convém um simples reparo: racional, para Aristóteles (e para qualquer filósofo que se preze), não é sinónimo de inteligente. Racional significa apenas capacidade de falar, fazer contas e silogismos não muito complexos.
Veio, entretanto, o Cristianismo, e uma nova concepção de Homem emergiu: A Igreja gastou mil e quinhentos anos em trabalhosas cirurgias plásticas, a tentar fazer dele o filho predilecto de Deus, um anjo (ou demónio, que também é anjo) em potência. Depois, chegou a “Ciência” e, em menos de quatrocentos anos, transformou-o num idiota que anda a chamar pai a um macaco.
Sobre isto, Lichtenberg tem um aforismo digno de Diógenes que, se a memória não me falha, reza assim: “Um livro é como um espelho: se um macaco nele se debruça não pode estar à espera de ver um anjo”. O Cosmos também é uma espécie de livro.
Falta apenas falar da Política. Por regra, anda de braço dado com a “ciência”. É o casal burguês em apoteose. Pela primeira vez, não obstante, aborda e resolve um mistério de séculos: a linhagem materna. Dos pais já tudo sabíamos e fôramos, definitiva e peremptoriamente, esclarecidos; mas faltava a mãe. Nisto, providencialmente, Deus a abençoe, a Política resgatou-nos da ignorância, tanto quanto da angústia inerente a tão penalizante orfandade... O milagre, o prodígio aconteceu por alturas dum episódio indubitável: o macaco foi às putas. E não usou preservativo.
Era ainda uma época pré-científica.
Aristóteles, por exemplo, fiel ao seu realismo, em termos lógicos achou por bem considerá-lo (ao homem, claro está) um “bípede sem penas”. Ao que Diógenes, o Cínico, um tipo com raro sentido de humor, depois de se dar ao trabalho de depenar integralmente um frango, foi atirá-lo ao liceu de Aristóteles, em plena classe reunida, acompanhado do seguinte sarcasmo: “Toma, aí tens o teu homem!”
Do Estagirita ficaram-nos ainda outras duas definições marcantes para a posteridade: “O homem é um animal social” e o “homem é um animal racional”. Quanto à primeira, como é óbvio, não parece reunir grande eficácia e provavelmente, à época, Diógenes não terá sabido dela; senão é mais que certo que teria corrido a levar formigas ou, o que seria pior e bem mais traumático, abelhas ou vespas ao mestre de Alexandre. Sobre a segunda, convém um simples reparo: racional, para Aristóteles (e para qualquer filósofo que se preze), não é sinónimo de inteligente. Racional significa apenas capacidade de falar, fazer contas e silogismos não muito complexos.
Veio, entretanto, o Cristianismo, e uma nova concepção de Homem emergiu: A Igreja gastou mil e quinhentos anos em trabalhosas cirurgias plásticas, a tentar fazer dele o filho predilecto de Deus, um anjo (ou demónio, que também é anjo) em potência. Depois, chegou a “Ciência” e, em menos de quatrocentos anos, transformou-o num idiota que anda a chamar pai a um macaco.
Sobre isto, Lichtenberg tem um aforismo digno de Diógenes que, se a memória não me falha, reza assim: “Um livro é como um espelho: se um macaco nele se debruça não pode estar à espera de ver um anjo”. O Cosmos também é uma espécie de livro.
Falta apenas falar da Política. Por regra, anda de braço dado com a “ciência”. É o casal burguês em apoteose. Pela primeira vez, não obstante, aborda e resolve um mistério de séculos: a linhagem materna. Dos pais já tudo sabíamos e fôramos, definitiva e peremptoriamente, esclarecidos; mas faltava a mãe. Nisto, providencialmente, Deus a abençoe, a Política resgatou-nos da ignorância, tanto quanto da angústia inerente a tão penalizante orfandade... O milagre, o prodígio aconteceu por alturas dum episódio indubitável: o macaco foi às putas. E não usou preservativo.
Era ainda uma época pré-científica.
14 comentários:
Eureka! eureka!
O Dragão descobriu o elo perdido!!!
Oh! Lucie!...filha da puta e de um macaco!
Foi dado aqui neste tasco fumegante mais um pequeno passo para o macaco mas um muito, muito grande para a humanidade!
Bem-haja, Dragão.
Legionário
Bom postal, Dragão. O homem moderno acredita piamente que ser racional é descender do macaco! A observação crua do quotidiano torna mais depressa a inversa como proposição correcta. Acho que um homem pode, por descuido, inferiorizar-se ao nível do macaco. Pode transformar-se alegremente num símio — ou por ver demasiado televisão, ou por acreditar nas virtudes do sistema e da «ciência», ou por escrever tratados de sociologia sobre "integração" e "multiculturalismo"; tudo isto lhe pode retirar em lucidez o que decerto acrescenta em agilidade e flexibilidade para saltar de galho em galho — o que também tem as suas vantagens.
O que eu não creio é que um macaco — por mais polido que seja — alcance nível do Homem. Mesmo que seja um macaco letrado, dos que têm bilhete de eleitor e cartão de descontos do Continente.
Reconheço, porém, que a uma "humanidade" de macacos é mais fácil impingir essa patranha darwiniana. O homem, quando deixa de crer em Deus, passa a acreditar em qualquer merda.
Literariamente esta bonito.
So uma nota: Darwin pode ter dito que o nosso pai e um macaco, mas a ciencia actual com o advento da descoberta do gene argumenta com teste de ADN na mao que na realidade o pai e outro, o macaco e apenas primo.
"O homem, quando deixa de crer em Deus, passa a acreditar em qualquer merda."
Pois passa, qualquer mesmo, ate na merda da verdade.
Mas a verdade e' o ultimo recurso que o homem tenta. Quando tenta. E eis-nos de volta ao Dialogo antiplatonico.
ahahahahahaha
quanto ao macaco não sei mas que a que progenitora do político tinha ser puta, disso não tenho a menor dúvida
Será que cusrta assim tanto descer do 'pedestal'?
Esta, merece post
"Mas a verdade e' o ultimo recurso que o homem tenta. Quando tenta."
Nao acredito nisso nem por um segundo. Primeiro porque nao e licito estereotipar assim o Homem, naturalmente existem valores medios para a humanidade mas o desvio padrao e enorme.
Segundo porque o facto de alguem nao buscar activamente a verdade nao e prova de que a nao deseje. Trata-se de uma especializacao, uma divisao de tarefas, para obter um optimo de eficiencia global. So porque nao percebo patavina sobre Fisica Teorica nao significa que nao esteja interessado em saber como e quando foi a origem do Universo e dequal e o seu mais pequeno constituinte, simplesmente admito que nao tenho talento para procurar activamente essas verdades, procuro outras.
Há aqui apenas uma imprecisão: a puta era a macaca porque o DNA da malta assim o diz. Era preta, macaca e puta. Ámen.
Tens razao, lowlander. Estou de acordo contigo.
só porque não se percebe patavina de figuras de estilo filosóficas também não se pense que se está à procura da verdade...
e começo sem perceber se há muita gente ofendida com a macaca ou com a política...
":O.
ainda que fosse capaz de jurar que não há política sem ser macaca mas já o mesmo não se passa com a macaca sem política...
diria makokas... ou será maCócas?...
Na Costa do Castelo poderia dizer-se assim:
- Oh ruiquezas!!!
- O que tu queres sei eu!
- Chapéus há muitos!...
... ... ...
Oh Evaristo toma'lá ...
que amanhã, - Nickles p'a ninguém...
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