quarta-feira, agosto 31, 2005

Do fundo dos tempos....


Recordemos essa cadeia da fatalidade humana, segundo o pensamento grego: KorosHybrisAthé. Ou seja, de Koros, a Saciedade ou Arrogância, resultava fatalmente a Hybris, o Excesso, e deste a Athé, aliás Castigo, Desastre ou Retribuição (é difícil traduzir Athé numa só palavra). Em suma, neste tríptico maldito, codifica-se a engrenagem implacável que fica para lá da necessidade. Lá, onde reina a violência. E o acaso.
Abra-se um breve parêntesis para dar vazão ao nosso arrepio: submeta-se este tríptico abominável ao teste da História da Civilização Ocidental. Quando é que a abundância não trouxe consigo o empaturramento, o fastio, a arrogância, e, logo de seguida, o excesso, o desenfreio, a violação, que, por sua vez, não tardaram a chamar o desastre, a ruína e a desgraça? A resposta é tão arrepiante quanto lacónica: Ai de nós, nunca! Fale-se de impérios, fale-se de nações, fale-se de homens.