terça-feira, junho 12, 2007

Especificidade, senhores, especificidade!...

Um título de notícia do Diário Digital reza que "Jim Carrey interpreta preso homossexual em novo filme". Ora, isto chamou-me a atenção não por qualquer especial interesse que esse particular actor me suscite (nos últmos anos, aliás, por via duma caterva histriónica de idêntico quilate, tenho vindo, paulatinamente, a passar de cinéfilo a cinéfobo), mas pela indefinição gritante do próprio título da notícia. Frase mais vaga, redonda e improfícua é difícil. Porque em se tratando dum preso, ainda para mais numa penitenciária americana, não basta referir que é homossexual: tem que especificar-se se é homossexual voluntário ou involuntário. Da mesma forma, em se passando o enredo no Portugal presente, não basta enunciar um determinado sujeito como homossexual: é essencial classificar se por vocação ou conveniência. De resto, como em qualquer outra profissão.
Tudo isto, claro está, partindo do princípio excessivamente optimista de que os jornalistas, à semelhança dos veterinários de família, não estão limitados aos genéricos.

3 comentários:

zazie disse...

" os jornalistas, à semelhança dos veterinários de família, não estão limitados aos genéricos".

ahahah

Mas que frase mais louca

Anónimo disse...

Mais um blog recomendado pelo Portugal dos Panasquinhas...

dragão disse...

Essa sua lógica não colhe, ó anónimo. Porque se este é, nas suas palavras, "mais um blog recomendado pelo Portugal dos Panasquinhas", então não se justifica nem, ainda menos, se percebe o que raio faz aqui um cabrão paneleirão da sua descomunal envergadura.