Um título de notícia do Diário Digital reza que "Jim Carrey interpreta preso homossexual em novo filme". Ora, isto chamou-me a atenção não por qualquer especial interesse que esse particular actor me suscite (nos últmos anos, aliás, por via duma caterva histriónica de idêntico quilate, tenho vindo, paulatinamente, a passar de cinéfilo a cinéfobo), mas pela indefinição gritante do próprio título da notícia. Frase mais vaga, redonda e improfícua é difícil. Porque em se tratando dum preso, ainda para mais numa penitenciária americana, não basta referir que é homossexual: tem que especificar-se se é homossexual voluntário ou involuntário. Da mesma forma, em se passando o enredo no Portugal presente, não basta enunciar um determinado sujeito como homossexual: é essencial classificar se por vocação ou conveniência. De resto, como em qualquer outra profissão.
Tudo isto, claro está, partindo do princípio excessivamente optimista de que os jornalistas, à semelhança dos veterinários de família, não estão limitados aos genéricos.
3 comentários:
" os jornalistas, à semelhança dos veterinários de família, não estão limitados aos genéricos".
ahahah
Mas que frase mais louca
Mais um blog recomendado pelo Portugal dos Panasquinhas...
Essa sua lógica não colhe, ó anónimo. Porque se este é, nas suas palavras, "mais um blog recomendado pelo Portugal dos Panasquinhas", então não se justifica nem, ainda menos, se percebe o que raio faz aqui um cabrão paneleirão da sua descomunal envergadura.
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