«Sendo as coisas como são, o melhor que o professor tem a fazer é limitar-se às ciências naturais e ao campo da sua aplicação prática. Em tudo o que vai para além disso, por exemplo, a literatura, a filosofia, a história, pisa terreno perigoso, sobretudo quando sobre ele recai a suspeita de um "background metafísico".
De suspeitas dessas servem-se entre nós dois tipos de docentes: ou tratantes disfarçados de professores, ou professores que, na mira de uma popularidade fácil, se arvoram em tratantes. Procuram ultrapassar-se, na sua corrida à infâmia, mas não se arrancam os olhos uns aos outros. No entanto, se por acaso se tresmalham do seu círculo espíritos como Vigo, tratam-nos como aves raras: todos se aliam contra elas. É curioso como nessa altura todos se unem, como se ameaçados de extermínio.»
- Ernst Jünger, "Eumeswil"
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