quinta-feira, janeiro 25, 2024

Turismo judicial?




 Quando já não se percebe muito bem onde acaba a investigação e começa o turismo.

Presume-se que esta gente viajou gratuitamente, com alojamento e estadia em hotel, três refeições e piscina,  para uma temporada magna (que a fazer fé na usual lerdice das autoridades de justiça, será coisa, no mínimo, para duas semanas, senão mesmo um mês. Ou dois.).

Se adicionarmos ao batalhão de esbirros paraquedistas (entre magistrudos, inspectantes e amanuenses), o enxame prévio de jornalixas e alcoviteiros profissionais com que aqueles, invariavelmente, se recheiam e fazem escoltar, não é difícil adivinhar o clima de festa que neste momento se vive entre os empresários hoteleiros da Pérola do Atlântico.  Subitamente, já é época alta na época baixa. Ou o carnaval chegou mais cedo. Tudo a bem da democracia, pois claro.  Que, entretanto, assinale-se, já passou da separação de poderes ao divórcio conflituoso, com peixeirada e violência doméstica na praça pública. Por outro lado, para os corruptos do poder executivo, isto dos caça-gambozinos do poder judicial requisitarem aparelhos da Força Aérea para efeitos de operação em forma de raid a Entebe não deve ser nada tranquilizador. Qualquer dia, nos raides continentais, ninguém lhes garante que não passem a usar blindados e auto-metrelhadoras. Sempre pensei que isto da democracia, a resfolegar civis e paisanos fofinhos, fosse uma coisa bem mais pacífica e choninhas. Confesso e dou a mão à palmatória: isto começa a ficar interessante. Aguardo, com expectativa, uma série da netflix, no mínimo.

Já o contribuinte, esse, entre ir sujando a vista de cima com aquilo que nem para limpar a vista de baixo se recomendaria (entenda-se, jornais e revistas), lá vai, igualmente resignado,, entre dichotes e manguitos, pagando a corrupção de uns, real e imaginária, e o turismo judicial de outros, com pernoita e bar aberto.

Lembram-se daquele queixume crónico e generalizado entre os rectanguleses, seja qual for o serviço, da "falta de meios"? Estou cada vez mais convencido que o que invariavelmente revela, de quem o protagoniza, não é essa falta: é a de princípios. E fins.  Princípios, enquanto indivíduos; fim, enquanto espécies. A bandalheira, por exemplo, neste retângulo, já beira o infinito.

Para terminar, sugiro que passem a definir o "regime" como tendo evoluído para um grau superior de civilizacinha: de estado de direito para Estadia em hotel de direito.

9 comentários:

Anónimo disse...

Um C130 para o ir buscar????
Ou a escolta é muita ou o país anda a abarrotar de dinheiro.
Carlos

passante disse...

> viajou gratuitamente, com alojamento e estadia em hotel,

Pah, eu quando vejo C-130s nos filmes é com tropa em bancos corridos de uma ponta à outra, até fico surpreendido que depois tenham ido de autocarro em vez de saltar de paraquedas.

Nem sabia que havia tantos PJs, julguei que tínhamos menos crime.

Já sei, levo uma existência recatada.

Anónimo disse...

Vi agora no telejornal que afinal eram mais que muitos...
Carlos

dragão disse...

Tenho outra questão:

Não há PJ na Madeira?

Se aquilo é uma região autónoma não devia ser invadida sem declaração de guerra, ou ultimato constitucional, prévios. Será que eles planeavam a secessão?... :O)


Mas continuo na minha: eles não foram recolher prova (até porque prova deveio um conceito pequeno burguês e obsoleto). Tudo indica que foram numa expedição tipo Calígula: apanhar conchas e bronze. :O)))

Vivendi disse...

Secessão está ao que parece em curso no Texas.

Esta palhaçada só se sustenta com o dinheiro alemão, mas agora a vida na Alemanha já anda bem amarga, falta o gás barato e por lá a vida já não está para brincadeiras... com grandes manifestações e paralisações.

Quanto a Portugal, vai definhando e está cada vez mais perto do seu fim.





marina disse...

é a liberdade do 25 de abril. liberdade para todos.

dragão disse...

Pois, caríssima, é a liberdade, a berdade, a erdade e a ade que ainda há-de vir e a que temos direito!
Toda um prubidência cauteleira.

Figueiredo disse...

«...Será que eles planeavam a secessão?...»

Este movimento de meios sem precedentes envolvendo a Polícia Judiciária e a Força Aérea, que segundo noticiado conta com cerca de 200 elementos no terreno para esta investigação/operação policial, é um claro exemplo da judicialização da política e uso indevido de meios e do Dinheiro Público.

Este caso na Região Autónoma da Madeira (RAM) deve ser seguido com atenção pelos Portugueses, não os alegados crimes imputados ao Sr.º Presidente da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque (isso será da Justiça) mas todo o aparato policial e militar envolvido, a forma como a comunicação social Portuguesa - que é controlada pelos liberais/maçonaria - vai relatando o desenvolvimento da investigação, e as declarações dos representantes dos partidos liberais/maçónicos (PS, CDS, PCP, BE, CH, L, IL, PAN, ADN, e a facção liberal/maçónica do PSD representada pelo dr. Pedro Coelho) que já vieram a público pedir, de forma directa ou indirecta, a demissão do Presidente do Governo Regional Madeirense.

O Sr.º Dr.º Alberto João Jardim em tempos denunciou que o dr. Pedro Coelho e o seu bando quando lideraram o PSD, montaram um esquema para as Eleições Regionais na Madeira que consistiu em votar contra o próprio partido para prejudicar o resultado eleitoral e provocar o afastamento do primeiro, mas não tiveram sucesso.

Portugal precisa de fazer reformas profundas, uma delas é obrigar todos os titulares de cargos políticos e funcionários do Estado, de todos os sectores, entidades, e instituições, desde o topo até à base da cadeia hierárquica, a declarar se colaboraram/pertenceram ou colaboram/pertencem à Maçonaria ou a outras sociedades secretas (Jesuítas, Opus Dei, etc.), depois de identificados terão de sair, os despedimentos têm de ser implementados no Estado, e proibir os sindicatos e toda e qualquer actividade sindical na Função Pública.

Vivendi disse...

"O estabelecimento de uma República Popular do Texas está a tornar-se cada vez mais real; algo sobre o qual escrevi no final de 2022 numa previsão jocosa.

A administração americana mostra sua total incapacidade de lidar com a crise migratória que eclodiu em um dos maiores estados dos EUA. O seu governador parou de dar a mínima importância ao que a Casa Branca e o seu velho senil Biden pensam e começou a consertar cercas de arame farpado. De fato, qualquer coisa serve quando se trata de se defender contra o fluxo de migrantes que cruzam descontroladamente a fronteira sul.

Esse é mais um exemplo vivido de que a hegemonia dos EUA está a se enfraquecer, um processo que está a acontecer de dentro para fora e é o resultado das próprias ações dos americanos.

Apoiando tão avidamente os neo-nazistas de Kiev e, aparentemente, cega para tudo o resto, a Washington oficial mostrou-se totalmente impotente em questões de política interna.

Com a sua inação, essas mesmas autoridades podem levar o povo do Texas à falência - o mesmo povo que agora está a pensar em separar-se.

Há casos conhecidos na história em que alguns estados tentaram separar-se da União e formar a Confederação. O resultado final foi a sangrenta guerra civil que custou milhares e milhares de vidas.

De qualquer forma, os Estados Unidos podem enfrentar uma crise constitucional insolúvel e, por muito tempo, cair no abismo de um novo confronto civil, possivelmente ainda mais destrutivo.

E o mundo ocidental, com a respiração suspensa, estará a olhar para a bagunça americana com medo. Bem, o problema é deles, de qualquer forma.

E embora o problema dos EUA esteja repleto de grandes riscos para a estabilidade mundial, o resto do mundo, comendo pipoca, está a assistir - não sem malícia - a um ataque da doença ruim do Grande Perdedor".

Dmitri Medvedev