terça-feira, janeiro 16, 2024

Anabismotomia da revolução . 2. Incisão preliminar: Entre o húmus e a substância purulenta.

Aviso: Este postal é uma espécie de adenda ao primeiro capítulo. Funciona como relance do acontecimento a partir das suas repercussões futuras, antes mesmo da análise das causas anteriores. Serve para documentar como, ao longo dos acontecimentos políticos de determinada índole, há algo que muda e há algo que permanece, servindo de substracto a toda a mudança. As grandes e efectivas transformações ou roturas sucedem não ao nível do transitório/acessório, mas ao nível do substracto, daquilo que suporta e permanece. Assim, perguntar pela génese daquilo a que a História chamou Revolução não é debater ou mercadejar as diversas formas em que o materialismo se manifesta - do liberalismo ao comunismo -, mas, antes, investigar, a fundo, pela origem e estrutura hegemonizante desse materialismo. E o primeiro dado que podemos e devemos anotar é que funciona como uma contra-tradição e uma contra-cultura que reagem como avesso, quer da cultura, quer da tradição.


 

 «A social-democracia construiu toda a sua filosofia sobre as bases do socialismo científico, ou seja, sobre o marxismo. A base filosófica do marxismo, como Marx e Engels disseram repetidas vezes, é constituída pelo materialismo dialéctico. O materialismo dialéctico aceita inteiramente as tradições históricas do materialismo francês do século XVIII e do materialismo alemão de Feuerbach da primeira metade do século XIX, que são absolutamente ateus e decididamente hostis a qualquer religião.» (...)

O marxismo é materialismo. Como tal, é tão irreconciavelmente oposto à religião como o era o materialismo dos enciclopedistas do século XVIII ou como o foi o materialismo de Feuerbach. (...)

Tanto em França como na Alemanha existe uma tradição de luta burguesa contra a religião, uma luta iniciada muito tempo antes da aparição do socialismo (por exemplo, os enciclopedistas e Feurbach). Na Rússia, mercê das condições da nossa revolução democrática-burguesa, esta tarefa recai quase por inteiro sobre os homens da classe operária. (...)

Não tem, portanto, nada de surpreendente que os sociais-democratas europeus se desviem e cheguem mais longe que os anarquistas. Isto é natural e, até certo ponto, desculpável; mas nós, os sociais-democratas russos, não devemos esquecer as condições históricas do Ocidente.»

                -V.I. Lenine, in "A Atitude do Partido Operário perante a Religião" 


Deixem que resuma o essencial da obra citada em epígrafe: quer a revolução francesa, quer a revolução russa inserem-se no âmago das lutas burguesas contra a religião (e estruturas sociais subsidiárias, do feudalismo ao capitalismo), caracterizando-se ambas, segundo o profeta, pelo "materialismo constitutivo". A diferença essencial está na base e no motor da cada uma delas. A revolução francesa é puramente burguesa e tem como agente motriz a burguesia (isto, como veremos, não é completamente verdade, sobretudo na primeira acepção); a revolução russa é democrático-burguesa, quer dizer, a burguesia acciona-a e participa nela, mas a classe operária - entenda-se o "partido operário"- transforma-se no seu motor determinante e exclusivo. Relevo ainda para o substracto refinado da social-democracia russa, graças a uma fórmula avançada de materialismo: o materialismo dialéctico. De certo  modo, este arroga-se o intérprete e depositário duma "tradição" (afinal, isto não é novo: o avesso procura sempre parodiar o direito).  Por outro lado, os sociais-democratas russos do partido operário adoptam um método  pragmático de conquista do poder  e transformação consequente e objectiva das condições sociais, bla-bla-bla, em contraponto aos sociais-democratas europeus, mais inclinados e enredados no abstraccionismo ideológico (fruto da hereditariedade iluminista), bem como a certas eclosões radicais, inconsequentes ou contraproducentes - leia-se, anarquismos e outros radicalismos burgueses. Pronto, basicamente,  para o que aqui interessa, é esta a postura do cavalheiro.

O que importa reter disto é a assumpção da herança genética do materialismo francês e, posteriormente, do alemão (Feuerbach, da ala esquerda hegeliana, terá mesmo forte influência em Marx). Há um trajecto afectivo e concreto, que não é segredo de ninguém, entre a revolução de 1789, a Comuna de Paris e a Revolução Russa (que começa até antes de Outubro de 1917; aí apenas culmina). Depois, como atrás ficou exposto, a consequência necessária - tanto quanto a causa eficiente - do materialismo é o nihilismo. E seja quem for que conduza o cabresto-povo: a burguesia, o partido operário (hoje mais conhecido por comunista), ou os aliões ou glutões da galáxia gutenberg. Podemos lá chegar com mais ou menos bugigangas, mais ou menos portagens, mas o aterro é fatal.

Por outro lado, já que estamos com a mão na massa, vamos dar um saltinho à nossa Nano-Revolucinha dos Cravos. Um belo dia, chovia materialismo a cântaros, o país acordava  encharcado e mirrado até aos ossos, e eis senão quando os neo-portugueses se deparam, entre embrutecidos e aparvalhados, com uma oferta inaudita de três partidos social-democratas no cardápio: O social-democrata marxista (aka PS), o social-democrata marxista-leninista (aka PCP) e o social-democrata não marxista mas progressista (PPD). Ou seja, tínhamos social-democracia para todos os gostos; à franco-germana, à salada russa e â Zé do Pipo. Pouco tempo depois, por via dumas tricas quaisquer, rectangulizado Portugal, a primeira meteu o marxismo na gaveta, a segunda aderiu ao parlamentarismo burguês e a terceira assumiu a essência na sigla, devindo Social-Democrata só (excepto para um maduro qualquer que insistia numa sigla pomposa PPD-PSD (Não ML)). 

E, para a história, um pormenor deveras excitante: «Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota apresentam aos portugueses os estatutos do PPD, um Partido de centro-esquerda, de cariz social-democrata»  .... E prestem atenção aos princípios:

Liberdade, Igualdade e F..., perdão, Solidariedade

Não foi bingo por um triz.


PS: Convém apenas relembrar que este novo "partido progressista" que arribava na Revolucinha era constituído pelos mesmo que corporizavam a "ala liberal" da anterior situação.

24 comentários:

Figueiredo disse...

«...O social-democrata marxista (aka PS), o social-democrata marxista-leninista (aka PCP)...»

É importante que se saiba quem é que controlava e controla os partidos/movimentos políticos de extrema-esquerda, esquerda, e centro-esquerda, em Portugal e na Europa após o fim da Segunda-Guerra Mundial, a partir dos Anos 50.

«...Francisco Sá Carneiro...»

O Partido Social Democrata (primeiramente Partido Popular Democrático) foi fundado/criado na Cidade do Porto por um grupo de Patriotas-Republicanos antes do golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974, ao contrário do que se diz o dr. Francisco Balsemão e outros nomes associados não fundaram o dito cujo, isso é revisionismo e oportunismo promovido pelos liberais/maçonaria.

O Partido Popular Democrático e depois Partido Social Democrata, surge para criar uma força política de cariz Patriota e Republicana, nunca foi liberal/maçónico*, capaz de se opor ao Partido Socialista que esse sim é um partido liberal/maçónico e a ligação à «CIA» em Portugal.

Quanto à «...social-democracia para todos os gostos...», isso era o guião da época fornecido pelo dr. Henry Kissinger e o dr. Frank Carlucci.


* O facto de alguns elementos que fundaram o PPD/PSD na Cidade do Porto terem sido mações, não pode condicionar a nossa interpretação sobre a história deste partido, nem ser a favor ou contra; a Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926 e o Estado Novo também tiveram nas suas fileiras e estruturas elementos que aderiram à Maçonaria.

Anónimo disse...

Uma boa resenha para perceber como os neo-portugueses se transformaram em rectanguleses em poucos dias.
O processo de rectangularização está concluído. Recebem melhor o refugo das sociedades asiáticas e africanas do que receberam os retornados, esses sim que fugiam da violência.

muja disse...

A diferença essencial está na base e no motor da cada uma delas.

É mero palpite, mas arriscaria alvitrar que a Igreja Católica tinha uma preponderância em França que a respectiva, ou respectivas, russas (já?) não tinham, nas respectivas alturas... E que isso há-de concorrer em grande parte para a diferença.

dragão disse...

«A diferença essencial está na base e no motor da cada uma delas.»

Essa tese é do Lenine, não é minha. Só estou a reportá-la.

Quanto à Igreja Católica, espere para ver... Mas prepare-se bem. Não só a Igreja: a nobreza, o próprio rei... aquilo é um descalabro geral. Ainda pior que na Rússia, num certo sentido. E os seus amigos também andam lá pelo meio... :O)

dragão disse...

Figueiredo,

a informação da fundação é directa à página do PSD. Debata lá isso com eles. De qualquer modo, eu sou testemunha da época e, que me lembre, foi aí que surgiu o PPD.

Mas, já agora, mate-me a curiosidade:
se foi fundado antes do 25 das Petas, foi sob que pretexto e com que intuito?

muja disse...

Se eles não andassem lá no meio é que era de admirar!

Parece que até andam no meio das toupeiras em Nova Iorque...

Eu li algures que foram os norte-coreanos que ensinaram os palestinianos a fazer túneis.

Mas agora fiquei desconfiado... Vai a ver-se a ainda foi alguma toupeira nova-iorquina...

dragão disse...

«Eu li algures que foram os norte-coreanos que ensinaram os palestinianos a fazer túneis.»

Totalmente inverosímil. Se ainda fossem os vietnamitas... :O)

muja disse...

Pode não ser verdade, mas será assim tão inverosímil?

Quem ensinou os vietnamitas? Eheheheh!

Li algures, eventualmente no mesmo sítio, que os coreanos têm aquilo tudo bem furado para resistir à democracia por via aérea...

dragão disse...

Bem, que sei eu?!...

Tem o meu apoio. Assim sendo, estou com os coreanos. É preciso não esquecer, em memória dos medievais, que a via aérea é, por excelência, a via do demo. O Maligno movimenta-se à maneira dos gases fétidos. Daí que exala e é precedido sempre dum tremendo mau odor.

passante disse...

O partido social democrata alemão do início do século XX era _o_ partido marxista, e vestia de vermelho, cor que ainda mantém. Metade da bibliografia leninista é o russo a desancar teológicamente o alemão (Bernstein, creio) por reformismo.

Nesses anos as faixas de pano das manifestações - na altura não havia tele-objectivas para filmar cartolinas A4 seguras numa mãozinha, eram faixas de cinco metros em três ou quatro varapaus - diziam "Paz, Pão, Terra", para apelarem a soldados, operários e camponeses.

Por cá nos idos de 74 até o PPD reciclou os desiderata. É procurar fotos, mas creio que mais à esquerda se alongava a lista - tipo "Paz, Pão, Terra, Liberdade, Habitação" (havia uma canção do Sergio Godinho) - e o PPD usava uma versão curta.

Figueiredo disse...

Eu não escrevo por escrever, você é da época mas outros também o são ou foram, e ainda o Sr.º Dragão não era nascido, e já andavam outros metidos na política.

Não vou debater o que quer que seja, eu sei a verdade sobre a origem do PPD/PSD, mas se tem dúvidas fale com pessoas dessa época - antes do 25 de Abril de 1974 - ou com os seus descendestes, que faziam parte ou conheceram o grupo Patriota-Republicano composto por Francisco Sá Carneiro, Miguel Veiga, Mário Cal Brandão, António Macedo, Mário Machado, e Artur Santos Silva (Pai), que na Cidade do Porto fundaram o PPD/PSD que seria oficializado após o 25 de Abril.

«...se foi fundado antes do 25 das Petas, foi sob que pretexto e com que intuito?...»

O intuito era criar um partido político social-democrata de carácter Europeu, o pretexto está relacionado com a progressiva abertura do Estado Novo promovida pelo Sr.º Presidente do Conselho, Marcello Caetano, e com o golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974, ou acha que o PPD/PSD e o PS surgiram naquele período por coincidência?

dragão disse...

«O intuito era criar um partido político social-democrata de carácter Europeu»

Uma vez que sabe a verdade, tenha a bondade de esclarecer os que a não sabem: esse "carácter europeu" dessa social-democracia, segundo o seu depoimento, consistia em quê, exactamente?...

passante disse...

Já agora ...

> lutas burguesas contra a religião

Isso é o que eles dizem.

O que fazem é definir uma nova teologia e novos deuses.

Que adoram fanáticamente, e aos quais não admitem blasfémia ou heresia.

Meh, tanta coisa para ir dar no mesmo.

Vivendi disse...


Filosofia alemã de topo!!!
Hans-Hermann Hoppe

Democracia: O Deus que falhou.

Em Democracy: The God That Failed ("Democracia: O Deus que Falhou"), Hoppe compara monarquias dinásticas com repúblicas democráticas. Segundo o seu ponto de vista, na monarquia dinástica, o rei é como o dono do país porque o seu poder passa de geração a geração da sua família, enquanto um presidente eleito é como um zelador temporário ou inquilino. Ambos tem incentivo para explorar o país em seu próprio benefício. Mas o interesse do rei contra os cidadãos é contrabalançado pelo interesse de manter o valor do capital da nação a longo prazo, assim como o dono de uma casa tem interesse em manter o valor de seu capital, a casa, diferentemente do inquilino. Já os eleitos democraticamente têm o incentivo de pilhar o máximo possível de riqueza dos cidadãos produtivos.

Anónimo disse...

Uma coisa a vida ensinou-me. É na pratica quotidiana, nas acções e seus resultados práticos, que vemos as verdadeiras intenções ou objectivos, o resto é paleio. É basicamente o que entendo o que o Dragão demonstra eloquentemente, o intrincado e o maquiavelismo da coisa.
E o que eu vejo? É que tanto a esquerda como a dita direita portuguesa, mas não só, embora possam por vezes dar a ideia de que caminham por estradas "diferentes" e com o objectivos "diferentes", os resultados práticos finais são o mesmo.
Penso que um bom exemplo foi a adesão de Portugal à União das Repúblicas Socialistas Europeias, em que por espanto (para parecer bem e dar a ideia de que era uma excelente opção), o único partido que foi contra (como convinha) foi o pcp.
Todos os outros violaram a constituição e traíram o resto da população impunemente. Nem vale a pena enumerar as vezes que a constituição foi violada por uma minoria que tem desgovernado a país.
Portanto para mim dizer que este ou aquele partido, ceita, etc, foi criado com esta ou aquela intenção soa a nada.
Ainda ontem soube que os eleitos democratas komissários da URSE, vão propor acabar com os carros com mais de 15 anos, e altruisticamente dar aos pobres a opção de pedir emprestado aos pobres banqueiros ou optar por ir a pé trabalhar.
Viva a "Liberdade, Igualdade e F..., perdão, Solidariedade."
Carlos

dragão disse...

«O que fazem é definir uma nova teologia e novos deuses.»


É mais uma nova teologia sem deuses. Em vez da fé, fezes em reciclagem.

E não adoram: idolatram. Afinal, trata-se dum neo-primitivismo mascarado de puguessismo. Mas convém não estragar o suspense.

:O)

Figueiredo disse...

Já lhe respondi, não vou estar sempre a repetir/escrever a mesma coisa.

O PPD/PSD consiste em duas facções, a liberal/maçónica representada pelo dr. Francisco Balsemão, dr. Aníbal Silva, dr. Marcelo Sousa, e o dr. Pedro Coelho mais o seu o seu bando, e uma facção Patriota-Republica representada pelo Sr.º Dr.º Francisco Sá Carneiro (assassinado), Sr.º Dr.º Miguel Veiga (já falecido, infelizmente), o Sr.º Dr.º Alberto João Jardim, e o Presidente Rui Rio.

Você está certo quando escreve «...Liberdade, Igualdade e F..., perdão, Solidariedade...».

passante disse...

> o interesse do rei contra os cidadãos

Isto é um logro republicano. O monarca precisa do povo para se defender dos senadores (de faca "sic semper tyrannis" em riste), o povo precisa do monarca para se proteger dos senadores que de outro modo o sugariam sem piedade.

Já não era novidade no tempo dos romanos, que passaram séculos neste jogo, mas as raposas republicanas continuam a repetir a mesma treta ao galinheiro amnésico.


passante disse...

> teologia sem deuses.

Hrm. Eles dizem isso, mas acredita nesse truque?

Está a negar a divindade, por exemplo, da Ciência, cujos abundantes milagres tornam possível a vida na Terra e a cura das ressacas?

Já viu a hagiografia e os templos? Se for pronunciado "negacionista", tem alguma madeira* preferida para a estaca e lenha da fogueira?

(* produzida de forma sustentável, com compensação de CO2, garantia de 'fair-trade', etc. :-)

"If it looks like a duck, swims like a duck, and quacks like a duck, then it probably is a duck."

Vivendi disse...

> "o interesse do rei contra os cidadãos"

Justamente, o Rei tem de saber manter equilíbrios.
O Rei que governa contra os cidadãos é um rei condenado a prazo.


Mário Soares abriu o país à CIA, à UERSS e ao ROS.
Guterres inaugurou o pântano.
Sócrates foi o destruidor das finanças.
António Costa foi o destruidor social de Portugal com uma invasão totalmente descontrolada e onde a grande maioria dos portugueses com a moeda € não conseguem mais comprar solo nacional.

Na escolástica Ibérica um só Rei que fizesse as desgraças acima e em tão curto espaço de tempo era um Rei condenado à justiça divina.

A teoria do tiranicídio no de rege et regis institutione de Juan de Mariana : critérios e exigências de justiça política

https://lume.ufrgs.br/handle/10183/256702





dragão disse...

Caro Passante,

Longe de mim negar quaisquer uma dessas verdades evidentes. Estaria até a renegar-me a mim próprio.

Essa, aliás, tem sido, modo geral, a minha posição dos últimos anos. Só que ultimamente o cepticismo e o auto-revisionismo apoderaram-se de mim. Uma miséria!

Estou mais pessimista: não creio que mudem só de divindades de culto e de religião. Creio que regridem ao fetichismo, à superstição e ao voodu. Transmigram mentalmente à pré-história e aos rituais do paleolítico baixo. Muito baixo.

Quanto á madeira do auto-de-fé, se me é dada escolha no cardápio, pode ser Ipe, sff. Uma excelente madeira para mobiliário, decks, instrumentos musicais e... autos-de-fé. Nisso é até a melhor de todas. Sobretudo, porque não é navegável nem combustível.

passante disse...

> regridem ao fetichismo

É bem capaz de ter razão.

Não sei se viu aquele episódio do Monty Python ( https://www.youtube.com/watch?v=LfduUFF_i1A ) do jogo de futebol entre filósofos gregos e alemães.

Ocorre-me que se devia reeditar, talvez com gregos e escolásticos contra uma selecção das últimas décadas. Para ver quem manda ;-)

O homem do https://existentialcomics.com também tem muitos bonecos com alguma piada, se bem que tenda a acreditar no profeta Marx (sem ser fanático, também o ridiculariza). Um bom formato para diálogos curtos, que os tempos não andam para mais.

dragão disse...

Esse episódio dos Monty está algures num postal do Dragoscópio.

Essa ideia da reedição seria excelente. Teríamos qualquer coisa como uma equipa de gigantes com anões às costas contra uma equipa de pigmeus e homúnculos. :O)
O Heidegger, esse, ficava no banco, dos gregos. Amuado com o treinador por colocar os da escolástica a jogar.

Vivendi disse...

A Escolástica medieval e a escolástica ibérica são filosofias que se inspiraram nos ideais dos filósofos gregos Platão e Aristóteles, indo além com uma fundamentação cristã.

E sempre foram pelo bem comum.

Salazar, percebeu o conceito muito bem! Um dos melhores produtos da secular Universidade de Coimbra.
(Como é possível que não se estude o pensamento de Salazar em profundidade???)

Além de um completo dominador da teoria foi ainda um excecpional continuador prático do grande legado da verdadeira matriz da civilização europeia, e tudo a bem da Nação!

Foi um jogaçoooooooo!!!!!!

Alemanha, a Europa toda de rastos... e em ruínas... arrebentadas pelas ideologias e filosofias anti-homem e pela esperança no novo homem socialista.

E Portugal, década após década, sempre no seu esplendor (e a civilizar nesse tempo a África) e com a nossa Espanha com eles no sítio após ter tropeçado feio na armadilha internacional da guerra civil.

Isto é que foi um jogo da pesada, não é as paródias britishs.

Escolástica Ibérica, Simmmmmmm!!!!