domingo, julho 08, 2012

A Torah e o Talmud já não servem?

Num artigo do Washington Post, acerca dum contencioso que parece estar a instalar-se entre judeus laicos e judeus ultra-ortodoxos, pode ler-se a certa altura:

« “Jews need to study the Bible. That is what makes us unique as a people,” Yerach Tucker, a 30-year-old spokesman for the ultra-Orthodox community »


Bem, o mínimo que se pode dizer é que, para ortodoxos, estão muito modernos estes judeus seminaristas. Então agora estudam a Bíblia?:.. Não admira que os laicos se insurjam e vociferem em altos brados. A seguir atiram-se a quê, estes roedores peregrinos -  ao Alcorão?...



PS: É evidente que tudo isto tem que ser descontado à estupidez atávica e à incultura endémica da espécie americana, em geral, e do plumitivo autor desta pérola em particular

58 comentários:

muja disse...

Existe talvez uma diferença entre aquilo que nós chamamos Bíblia e eles Bible:

Da wikipedia:

The Bible (...) is any one of the collections of the primary religious texts of Judaism and Christianity.

Da wikipedia.pt:

Bíblia (...) é o texto religioso de valor sagrado para o Cristianismo

Não que a wikipedia seja autoridade alguma, mas é um indício.

De qualquer forma é muito interessante o artigo. Estou curioso para ver como é que eles vão dar a volta a esse sarilho...

zazie disse...

Eles têm o Tanakh que é a Bíblia hebraica.

Mas isso deve ter a ver com o facto dos ortodoxos defenderem os textos antigos que não são a mesma coisa que o judaísmo rabínico.

zazie disse...

hummm... grande maluqueira. Espreitei no google e é coisa do judaísmo messiânico (o que quer que isso seja) e foi um tal Stern quem publicou a Bíblia deles

http://en.wikipedia.org/wiki/David_H._Stern

dragão disse...

Zazie, eles, pura e simplesmente, não podem chamar-lhe Bíblia. Hão-de chamar-lhe outra coisa qualquer lá na língua deles. O Festival das luzes (do célebre hanuckah) decorrente daquela birra do Judas Macabeu, significa essa vitória na recusa de assimilação pela cultura grega. Ora, se eles têm esse pó milenar à cultura que os ocupou e oprimiu,decerto não vão pôr-se a usar palavras da mesma. Digo eu.


:O)

Anónimo disse...

ó Zazie, pelo menos desde Isaías há judaísmo que não seja messiânico?

zazie disse...

ehehe

Podes crer. Também fiquei parva mas lá wiki diz que são sincretistas.

Juntam evangelismo com judaísmo.

http://en.wikipedia.org/wiki/Messianic_Judaism

zazie disse...

eheh

só seitas

http://urj.org/worship/wisdom/messianics/

zazie disse...

Claro que há judaísmo que não é messiânico. A partir do Messias que eles negaram.

":OP

Para o que é, a wiki chega. Toma lá uma lista das variantes que existem

http://pt.wikipedia.org/wiki/Religiosidade_judaica

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

sto tem piada porque vem dos ultra e estes são os anti-sionistas. São os religiosos.

E ainda tem mais piada o facto dos judeus ateus estarem contra. Porque esses só por ADN é que tinham direito à Terra Prometida.

Como já lá estão, esta cena deve chateá-los.


ahahahaha

muja disse...

Que cenaça...

Judeus que acreditam em Cristo mas não se dizem cristãos!

Enfim, se os povos tivessem um elemento que os representasse, o desta gente não poderia ser outro que não a plasticina...

Mas talvez eu possa tornar-me um cristão islamita! Sou cristão mas acredito que Maomé foi o derradeiro profeta e trouxe o último update da palavra do Senhor. É o que em jargão informático se chama um a patch.

Ahahaa!

Sou um cristão com patch islão 2.0! Cristo é Deus-Filho mas Maomé é que sabe! Ahahaah

zazie disse...

Sim, mas isso é muito antigo. Isto deve ser uma seita moderna.

Também tens lugar entre os judeus islâmicos, deixa lá. E até hás-de ter mais porque aquilo é farinha do mesmo saco

":OP

muja disse...

Isto tem piada porque vem dos ultra e estes são os anti-sionistas

Não sei se estes ultras são anti-sionistas... Há uns que são, mas são poucos. Cheira-me que estes são ultra mas é do subsídio...

Curiosamente, li no outro dia que eles exigiram mais Mil milhões de euros à Alemanha de "reparações". Resta saber que alemães é que vão pagar. Se os da Bavaria ou os alemães de Larissa e Alcochete...

Anónimo disse...

Zazie, Zazie, se vamos pela wiki e lhe chega, então tá bem... Vamos lá a ver se entendo mal ou não: a essência do judaísmo está no messianismo. (ponto). Se depois há seitas isto e aquilo é outra coisa, agora judaísmo e messianismo são uma identidade. O modelo desde sempre da identidade hebraica tem a ver com o êxodo e o alcançar a Terra Prometida. Exílio e fé num tempo a vir, não é na eternidade. É bom não esquecer, quanto a seitas, que na própria auto-ironia hebraica se diz que onde houver dois judeus, há três partidos...

zazie disse...

ò pá, arranja um nome e ponto.

Mais que fazer que aturar chatos.

És parvo ou fazes-te? acaso os judeus acreditam em Cristo?

Não, não acreditam, excepto estes que misturaram tudo.

Os ultra são anti-sionistas. E são-no precisamente porque nos textos sagrados não vem lá escrito que Israel ia ser dada pela ONU.

muja disse...

Não são todos Zazie. Aliás, creio que nem a maioria.

Quer dizer, isto também não é ciência exacta, há uns quantos que se dizem anti-sionistas mas também não são anti-Israel per se.

No fundo, só ilustra o carácter plasticínico e o pragmatismo que sempre acaba por triunfar naquele povo. Muito embora isso pareça estar a mudar agora que finalmente arranjaram poiso próprio...

zazie disse...

Mas estes messiânicos devem ter sido muitos mais do que se pensa.

Na Monarchia Lusitana conta-se uma coisa com piada.

Como eles continuavam a ter tanto poder por cá, dizia-se que assim não era possível convencê-los da profecia de Jacob, onde se dizia que o Messias só viria quando eles deixassem de ter ceptro e reino

";O)))

muja disse...

Vai ser curioso assistir ao conflito entre o nacionalismo hebraico e o internacionalismo de que sempre foram os maiores paladinos por esse mundo fora.

Creio que esse conflito é maior ameaça ao estado de Israel do que todo o terrorismo islâmico junto.

Vão provar um pouco do próprio veneno. Ehehe

muja disse...

onde se dizia que o Messias só viria quando eles deixassem de ter ceptro e reino

Então agora é que ele não vem de certeza. Agora que têm reino e o ceptro nunca foi mais rico e poderoso.

Ehehehe

Anónimo disse...

Zazie, não sei se estás no metro ou não, anónimo é como zazie, não é por aí. Podia dizer que és uma chapada ignorante, que o és, pelo menos sobre este assunto, mas não, digo que és superficial. Vais à net, apanhas um bocadito aqui e ali e como todos os superficiais, chamemos-te assim, és atrevida. Derradeiro conselho: quando não sabes, cala-te e, sobretudo, não disfarces a tua superficialidade chamando chato e parvo a quem apenas pretendia juntar alguma coisa à discussão.

zazie disse...

Via levar aí, como às galinhas e desorelha.

zazie disse...

E que querias tu juntar, ó rabeta? querias dizer que os judeus acreditavam que vinha um messias e quando veio disseram que não era?

ò palerma, toda a gente sabe isso. O que tu não sabias, nem eu nem os restantes, é que existiam uns judeus que dizem que acreditam em Cristo e se chamam, por isso, e não pela parvoeira que disseste, messiânicos.

Percebes, palerma? tu, nem com wiki nem sem wiki. Vieste apenas chagar.

E tens ar de ser o padreca ateu.

zazie disse...

E olha, já que és doutorado em judiaria, explica lá então o que é esta notícia.

O que é isso dos judeus precisarem de estudar a Bíblia e que se referem?

Força.

Isso é que era acrescentar alguma coisa e não desconversar por ser cretino.

Anónimo disse...

Zazie, a menina para além de ignorante é ordinária. Conversa acabada.

muja disse...

Ahahaha

Zazie, mais valia escrever o nome a vermelho. Pode ser que marrem menos...

zazie disse...

Eu não disse?

O sabichão tinha tanta coisa a contar ao mundo mas entupiu.

eheheh

Ricciardi disse...

«Judeus que acreditam em Cristo mas não se dizem cristãos!» muja
.
Qual é a novidade?
.
Por acaso os muculmanos não acreditam em Cristo? Não é Cristo para eles um profecta de Deus, e dentre eles o maior depois de Maomet? Não são os mulculamnos que acreditam que poderá ser Cristo o messias ou, nas palavras muculmanas, o profecta do 7º ciclo que virá nos fins dos tempos?
.
´Rb
Rb

zazie disse...

A novidade é que os judeus não os aceitam como judeus à conta disso.

muja disse...

Oh Rb, não confunda as coisas. Existe um elemento cornológico no meio disto tudo.

Os muçulmanos acreditam em Jesus-profeta e, possivelmente mas não sei ao certo, em Jesus Cristo, filho de Deus e Messias Redentor.
Acontece é que acreditam também que, depois de Cristo, Deus enviou a última versão da Sua palavra aos homens através do profeta Maomé. Como tal, e sendo a última versão, partem do princípio que é a mais correcta e actual segundo a vontade de Deus.

Com os judeus a coisa é diferente. Não sou nenhum expert em teologias, mas quer-me parecer que, em acreditando em Jesus Messias na terra, o Judaísmo não pode simplesmente ficar como é. Se Jesus é verdadeiro, então o judaísmo passa automaticamente a cristianismo. A profecia cumpriu-se, o Messias desceu à terra, e portanto uma nova Era começa em que, naturalmente, as palavras do Messias têm primazia sobre as profecias antigas, sobretudo as que já se cumpriram.

Este Judaísmo messiânico não faz sentido nenhum, sobretudo persistindo em se denominar judaísmo. Se acreditam em Cristo são cristãos.
Os muçulmanos são cristãos 2.0 se quiser. Acreditam que têm uma versão posterior e mais actual da palavra de Deus do que a em que se baseia o cristianismo. Não há absurdo nenhum. Maomé veio depois de Cristo e trouxe a palavra actualizada do Senhor.

Da perspectiva do Islão, os judeus estão atrasados em duas versões na palavra do Senhor e os cristãos uma! No fundo, têm é que fazer o upgrade!

Ehehehe

muja disse...

E como a Zazie diz, os judeus têm dificuldade em aceitar estes messiânicos como judeus. E faz sentido que assim seja, porque em acreditando em Cristo, deixa-se de ser judeu.

Do ponto de vista da religião como é lógico... Depois há a questão étnica. Que eles sempre afirmaram ou negaram conforme lhes dá jeito e vai ter piada ver como é que eles resolvem o imbróglio.

zazie disse...

Ah, mas não se trata apenas de aceitar teologicamente.

Trata-se de lhes recusarem cidadania em Israel.

dragão disse...

«Da perspectiva do Islão, os judeus estão atrasados em duas versões na palavra do Senhor e os cristãos uma! No fundo, têm é que fazer o upgrade!»

Então,sendo assim, o islamismo é um progressismo... É simultaneamente evolucionista e optimista.

zazie disse...

O Maomé fede. Phónix.

Se eu quisesse comprar profeta exótico, comprava um dos Monty Python.

zazie disse...

E nem imagino que sentido faça para um ateu andar com estas coisas.

Mas pronto; cada um com o seu exotismo.

Eu admito que também tenho um fraquinho por sushi.

Ricciardi disse...

Não oh Muja, eu apenas queria dizer que a crença em Cristo não obriga necessariamente a seguir o cristianismo. Porque sãp crenças diferentes. O cristianismo advoga que Cristo é Deus-filho. Os muculmanos advogam que Cristo é um profecta como Maomet. Maomet veio ou terá vindo para precisamente corrigir aquilo que os homens fizeram da palavra da Cristo atraves do cristianismo.
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Se leres o Alcorão (podes fazer download na net) verás que todo o livro fala mais de cristo do que de maomet. É estranho, mas é verdade.
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Eu dei-me ao trabalho de filtrar palavras. E encontrei a palavra Cristo muitissimas vezes. Encontrei referencia a Jerusalém uma unica vez em todo texto - de onde se vê a importancia que Jerusalem tem para os muculmanos. A palavra Judeus aparece com a mesma frequencia que a palavra Cristo. Sempre em tom depreciativo, claro.
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Rb

muja disse...

Pois Rb, eu nunca li o Alcorão. Aquilo que sei foram muçulmanos que mo contaram.

Mas a crença em Cristo também depende. Não é um absurdo os muçulmanos acreditarem em Jesus e não serem cristãos, precisamente porque veio depois um profeta com instruções novas que, por isso mesmo, legitimam as antigas como verdadeiras, embora mal interpretadas como diz o Rb.

Agora, com os judeus é diferente porque a fé deles tem como pilar (talvez não o único, mas ainda assim) essencial a vinda do Messias. Ora a partir do momento em que vem o Messias, e que eles acreditam que esse Messias é Jesus, então o pilar está abalado. A religião não pode ficar como estava.
E se Jesus é o Messias, então eles têm que seguir a palavra do Messias. Ora o que é o cristianismo senão a palavra de Jesus, como é transmitida pelo Evangelho?
Quem acredita que Jesus é/foi o Messias é, por definição, cristão. Pode fazer uma interpretação própria da palavra de Cristo, e por isso há e houve tantas seitas cristãs. Mas não deixa de ser cristão.

O que estes judeus dizem é que acreditam em Jesus, acreditam que é o Messias, mas continuam a professar a religião judaica que diz que o Messias ainda há-de vir! Ao contrário dos muçulmanos, que têm a palavra de Maomé para desatar o absurdo, estes tipos não. Por isso é que a crença deles é sincrética e a dos muçulmanos não.

Cá para mim eles são é tolos e chauvinistas, e isto é a prova que se o judaísmo é uma religião, um judeu não é apenas (nem sobretudo) definido pela religião que professa. É etno-cultural. Isso é bem ilustrado pelo facto de os capelães messiânicos no exército gringo se recusarem a usar uma cruz e quererem usar as tábuas como os rabis, como diz lá no artigo do Dragão. E vai ver que qualquer dia descobrem uns judeus islamitas e vai ser a mesma coisa.

muja disse...

Então,sendo assim, o islamismo é um progressismo... É simultaneamente evolucionista e optimista.

Voilá. Mas sabe que eu fiz essa pergunta uma vez a um muçulmano. Um tipo bacano marroquino que conheci em Paris. O tipo explanou-me toda a doutrina dos gajos. A páginas tantas diz ele que tudo o que aconteceu, acontece e há-de acontecer, juntamente com o que se sabe e há-de saber, vem no Alcorão.

E eu, vai de lhe atirar com a evolução. E ele diz-me: está tudo lá. Se nós não conseguimos ver, é porque ainda não sabemos interpretar correctamente e é falha nossa, porque está lá tudo. Se a ciência descobriu a evolução, então nós é que somos cegos porque ela sempre esteve no Corão, mas nós é que a não vimos lá.

Eheheh. E com esta me desarmou. Isto tanto dava para a evolução como para a mecânica quântica!
Era um tipo impecável o Aldrouan. Nunca me tentou doutrinar. Dizia ele sobre o facto de eu dizer que não acreditava em Deus: Tu respeitas-me e respeitas a minha crença, e até queres aprender sobre ela, por isso, talvez Allah tenha um caminho e um propósito para ti, diferente do que tem para mim e nós muçulmanos e cristãos. A vontade de Allah é insondável.
Talvez - dizia-lhe eu. Talvez...

zazie disse...

Não são messiânicos. Esses são os ortodoxos.

A treta dos messiânicos só apareceu aqui porque ninguém entendia (nem entende) o que é isso da necessidade de ler a Bíblia.

Ora esses, sim, têm uma Bíblia publicada em 2002.

Mas isto do artigo deve ser a Torah, no sentido de "Bíblia hebraica".

Não sei, se calhar já falam assim por causa da América

":OP

muja disse...

E nem imagino que sentido faça para um ateu andar com estas coisas.

O mesmo sentido que faz para um cristão andar com as coisas das mitologias. É cultura. É humano. Logo, é interessante.

Além disso, todos os muçulmanos que conheci eram tipos impecáveis. Marroquinos, argelinos, turcos... É lógico que isso ajuda bastante...

muja disse...

Estava a confundir fontes já. A cena dos capelães não vem no artigo do Dragão, mas sim no da wikipedia sobre os judeus messiânicos:

The US Navy made a decision that Messianic Jewish chaplains must wear as their insignia the Christian cross, and not the tablets of the law, the insignia of Jewish chaplains.

zazie disse...

Que têm as "mitologias" a ver com uma fé?

............

Ia perguntar-lhe se isso foi por queca que se pegou, mas já não pergunto

":OP

muja disse...

Rabbi Eric Tokajer, a spokesman for the Messianic Jewish movement, responded that "This decision essentially bars Messianic Jews from serving as chaplains within the U.S. Navy because it would require them to wear an insignia inconsistent with their faith and belief system.

Está a ver o absurdo, Rb?

Ahahah

zazie disse...

Os messiânicos nem vinham à baila. Foi apenas por causa da Bíblia.

..............

Eu só mandei a boca porque uma fé não é folclore, propriamente.

E acho estranho como um português que nem tem a religião cultural que lhe pertence, vai andar a defender outra sem acreditar sequer em Deus.

Só isso. Culturalmente, ok. Tudo pode ser interessante. Ou pelo menos ter por lá qualquer coisa. Mas o islamismo tem mais de gigantescas destruições culturais de várias civilizações do que o inverso.

zazie disse...

Mas isto é mais problema meu. Também me faz muita confusão os budistas da Avenida de Roma ou os pagãos da Lapa.

muja disse...

Mas qual fé?

Se eu for ateu, então para mim também uma mitologia, ou não?

Muito embora não pretenda fazer essa redução. As mitologias são mais que mitos e contém em si cultura e até conhecimento, como já a li escrever.

Também já disse que o facto de não acreditar em entes supernaturais, não significa que não consiga ver a beleza e o interesse em criações culturais baseadas nessa ideia.

muja disse...

Ah, ok. Já estou a compreender melhor...

zazie disse...

Pensei que tinha estado a defender a superioridade do islamismo sobre o cristianismo e judaísmo.

Mas é claro que não podia ser pois nem sequer leu o Alcorão.

.......
Ok. Não é da minha conta.
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Também me faz confusão aquelas velhas que andam a vender protestantismo pelas esquinas.

Enfim... são animações de rua.

zazie disse...

É isso. Sou um bocado básica em matérias espirituais.

Portanto, ainda me faz mais confusão quem nem é dado a grandes fezadas comprar outras estrangeiras.

É apenas isso.

zazie disse...

E isto precisamente pela razão que v. invocou- a cultural.

Ora a nossa cultura é católica. Não entendo como se pode comprar culturas e religiões à boleia, do cu de judas e nem conhecer a sua.

muja disse...

Pois, por isso mesmo. Por não conhecerem a deles, é que vão comprar outras!

Eu conheço a minha (bom, o que conheço - que isto hoje em dia, sei lá o que me não disseram ou ensinaram). E gosto dela. Não a trocava por outra.

Mas olhe que partilhamos mais com os muçulmanos - com os mouros vá - do que o que a maioria da gente pensa.

Um exemplo é a música.

Diabos me levem se o fado não tem raízes na música árabe andaluz. Tanto instrumentalmente como na forma característica de cantar. Não é completamente evidente, sobretudo se nunca se tiver ouvido uma e outra com atenção.

Mas o flamenco por exemplo, é de caras. Muito me irritam aqueles bacocos que acham que o flamenco é coisa cigana... São burros. Para eles flamenco é os Gipsy Kings ahahah. Coitados...

Ricciardi disse...

Muja,
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Na verdade as três religioes do Livro (Cristianismo, Judaismo, Muculmanismo) são messianicas.
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Mesmo o cristianismo, que acredita ao mesmo tempo que Jesus foi o messias e Deus-Filho. Mas acredita, como as outras duas, que virá novamente nos fins dos tempos. Os judeus e os muculmanos profetizam um messias para esses tempos.
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Os doutores da Igreja fizeram de Cristo o messias judaico e alegam que será o mesmo dos fins dos tempos (a 2ª vinda de cristo/messias).
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A julgar pelo Novo Testamento a coisa bate certo com as profecias judaicas de como devia ser o Messias. Aliás, a preocupação nos textos do Novo Testamento em fazer acontecer os sinais do messias é extrema. Jesus diz várias vezes que tem de fazer isto e aquilo para que as profecias se cumpram.
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A minha versão é que se trata apenas de arranjos feitos à medida pelos escribas para fazer de Cristo o messias.
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Mas isso sou eu que digo. Que sou um cristaozinho sem dignidade. Lá está, o facto de ser Cristão não quer dizer que siga o cristianismo. Porque uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa eheh.
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Quer dizer, uma coisa é dar crédito ao Exemplo de Cristo, outra coisa é dar crédito aos doutores da Igreja.
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Isso, sinceramente, não consigo. Pronto, sei lá, sou desconfiado por natureza. Para mim toda a gente é culpada sem necessidade de provas. Eu acho que são todos trapaceiros e falsários. Todos. Quem conta um conto acrescenta um ponto. E o novo testamento está cheio de pontos.
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O novo e todos os outros. Aquilo é que deve ter sido inventar caraças. É o espirito da carneiragem.
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Olha lá, Maomet, aos 40 anos de idade deu-lhe para ter visões. Pronto é lá como Ele. Ele achou estranho ter visões e quando lhe apareceu o anjo Gabriel (sim o mesmo anjo que apareceu a Maria) o rapaz pensou que estava maluco. A sério. Então foi a mulher dele que lhe deu força para acreditar nas suas visões.
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Oh Sara, filha, estou a ver coisas. O anjo diz-me para deixar os negócios e passar a conquistar terras e mais uma série de coisas, incluindo repor a verdade perdida nos cristãos. Os judeus mantem-se fieis à palavra antiga, dos antigos, e não saem daquilo, porque esses gajos não acreditam nem em cristo, nem em mim. Sara, filha, o anjo diz-me para fazer um retiro e formar um exercito para alargar o islão. Achas que estou louco?
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Bem Maomet tens um bocadinho de febre, a coisa já vai nos 42º, mas acho que deves ir em frente. Vai.
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E ele foi. Eis que um dia encontra o seu exercito de fieis a cair de bebados e disse: apartir de hoje fica proibido o alcool na nossa tropa... foi mesmo assim que nasceu a proibicao de beber.
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E depois nomeou uns tipo para decorarem o que ele ia dizendo. A ideia era depois escrever um livro de aventuras. E escreveram.
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Maomet foi morto e os escribas, puseram o espirito dele a viajar 40km pela noite. Como um avião a jacto, o espirito do profecta saiu disparado para Jeruslaém e foi desta cidade, afiançam, que subiu aos céus.
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O Alcorão passa metade do tempo de leitura a malhar em Cristo-Deus, embora o reverenciem como profecta e de entre todos os profectas está entre os 7 maiores - ao nivel de Moises. No intervalo dessa malhação, para interter, malham nos judeus.
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Ora num, ora noutros. Mas o texto tem uma diferença fundamental com o Novo testamento. Enquanto este é texto aonde se explora a ideia do Amor ao próximo, no Alcorão explora-se a ideia do Ódio ao próximo. Sendo o próximo todo aquele que não dá crédito a Maomet.
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Rb

Ricciardi disse...

O Alcorão diz, por exemplo, que Jesus não foi crucificado, mas abduzido por Alá e elevado aos céus. Quem acabou na cruz foi Judas, transformado, como punição, em sósia de Cristo.
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Quando digo q o Alcorão êh uma mensagem de ódio, quero dizer q os interpretadores da Palavra o usam para esse efeito.
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Na verdade, a mensagem original ateh êh de conciliação com os outros povos... a não ser q estes não se convertam. Mas o texto em si êh maravilhoso. Só quem não o leu êh q pode discordar.
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Agora, o Deus do judaísmo, êh um deus diferente do Cristão, e o Deus do cristianismo êh muito diferente do Deus de Maomet. O Deus de Maomet êh mais parecido com o Deus do antigo testamento.
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A razão desta aparente diferença no mesmo Deus devem do facto de os textos serem não de inspiração divina, mas de inspiração bem humana. Êh q foram escritos em tempos diferentes. Um tipo no meio de uma guerra não pode deixar de escrever de forma mais violenta, prinipalmnte quando se fala do inimigo.
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Eis o motivo pelo qual considero mais os textos do Novo Testamento alegadamente feitas ah imagem da vida Cristo. Porque mesmo numa época de guerra ou subjugação a mensagem êh claramente de amor ao
próximo, mesmo aos inimigos.
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Rb

Ricciardi disse...

E é precisamente porque a mensagem de Cristo se centra no amor ao próximo, na caridade e no perdão, e não na punição de quem não segue as normas do Deus judeu do «quero-posso-e-mando», que identifico a mensagem de Cristo com o Budismo.
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Ora, sendo o Budismo 600 anos mais antigo que o Cristianismo, e sendo Jesus um tipo culturalmente evoluido em termos religioso-filosoficos, parece-me claro q deverá ter absorvido parte dos ensinamentos Budistas ritualizando-os e compatibilizando-os com o Deus da cultura aonde nasceu - o judaismo.
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Na prática Cristo quis dar um dimensão sobrenatural ao Budismo que não é religião e usou o conhecimento da sua própria cultura para o fazer.
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Cristo não formou uma religião, mas sim uma filosofia. A religião foi engendrada depois Dele por gentes que usaram as profecias antigas dos judeus e as colaram em Cristo. As vezes de forma forçada.
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Isso pode observar-se claramente nos outros evangelhos que não formam o canone da Igreja e que a igreja rejeitou no primeiro concilio por volta do ano 300 dc.
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Quem se perguntar como foram selecionados os textos perceberá a dimensão de textos que foram sonegados e, principalmente, a quantidade de palavras acrescentadas ou omitidas.
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Quem se perguntar porque é que Marcion foi perseguido pelos doutores da igreja.
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E Valentino ou Valentim (ano de 145 dc)?
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Este foi de tal forma calado que a Igreja queimou os seus escritos durante seculos. Formou exercitos para sonegar Valentim. As cruzadas não foram mais do que uma forma militar de procurar e destruir informação essencial.
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Alguns monjes escondiam-nos em jarros de barro. Em 1945 foi descoberto um desses jarros no medio oriente por dois irmãos mineiros... e descobriu-se o «Evangelho da Verdade» de Valentim que é uma preciosidade.
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«A essência do pensamento Valentiniano é: A salvação está no auto-conhecimento (a gnose). Com influências, nitidamente, neoplatônicas, desenvolveu uma complexa cosmogonia onde Deus, neste caso, Pai Inefável, está acima do Deus inferior, chamado de Demiurgo, o Pai invisível.

Este Inefável, segundo os Gnósticos, é apresentado como um ente amórfico sendo a combinação andrógina da Mente (ou Nous) e pensamento (ou Ennoia ou Epinoia) A Mente é o princípio masculino e o pensamento é o princípio feminino. Na versão Valentiana, o princípio masculino é chamado de Demiurgo e o feminino de Sophia.

O Inefável delegou ao Demiurgo o poder criador para que pudesse separar a Luz das Trevas. Já Sophia tem a Gnosis, que o Demiurgo não possui. Em resumo, Demiurgo criou a matéria e Sophia o espírito.

O Pleroma seria o grande palco desse jogo cósmico. O Demiurgo, com ciúme de Sophia, tenta subjugá-la e toma-lhe a Gnosis, mas Sophia cria o Pleroma e foge para lá. Na esperança de salvar os seus filhos (os espíritos) do julgo da matéria, envia uma parte da Gnosis, chamada Cristo.

O Cristo, na visão gnóstica, é um ente que guia os seres para o abrigo da Pleroma, fugindo da escravidão da matéria através da reencarnação. Lembra um pouco a visão budista da libertação da matéria.»
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Rb

zazie disse...

ahahahaha

Só o nosso morgadinho para explicar religião assim

":O)))))

«Mas o texto tem uma diferença fundamental com o Novo testamento. Enquanto este é texto aonde se explora a ideia do Amor ao próximo, no Alcorão explora-se a ideia do Ódio ao próximo. Sendo o próximo todo aquele que não dá crédito a Maomet.»

Mas é que é mesmo. Até nas iluminuras e nas mesmas lendas que existiam entre os católicos, a selvajaria tem de lá estar.

aj disse...

a última vez que comi uma sandes de demiurgo por acaso sabia-me um bocado a plemora, mas atribui a umas gnosis mal descascadas que estavam misturadas com as sophias no meio da salada. acabei por petiscar antes um inefável bitoque; a francesinha, essa sim, é um mito.

zazie disse...

Olha, quem é ele- o nosso despastor de culinária

":O)))

Beijocas

Ricciardi disse...

Oh aj, assim de repente, deu-me a impressão de que, fazendo o pino, comerias demasiado pelo orifício de cima.

Êh que Comer uma sophia por acidente numa salada não abona muito a favor, convinhamos.

Uma francesinha nao eh mito, come-se bem com uma sophia de entremeada.

Um demiurgo nunca experimentei. Mesmo com sabor a plemora. Deus me livre dessa gnosis.
.
Rb

muja disse...

Chiça, oh Rb, V. agora lixou-me bem. Sabe que me acontece sempre o mesmo quando me ponho a ler sobre os gnósticos: chego a meio e já não sei a quantas ando. Aquilo é uma salganhada que ninguém entende.

Não é de espantar que nunca tenha pegado. Já viu os padres a matraquear as sophias e os demiurgos e os pleromas nas missas? A malta antes de adormecer ainda tinha tempo para se perguntar se não teria malhado um copito a mais e vindo ao consultório do Sr. Doutor por engano em vez de vir à missa.

Agora isso dos muçulmanos e do ódio é que V. não me convence. Venha lá no livro o que vier, não é isso que eu vejo nas pessoas. E repare que não é só nas que conheci. De coisas que leio, e que se vêm na televisão. É lógico que se V. achar, por exemplo, que os palestinos odeiam os israelitas por causa do Corão, e não porque decidiram montar arraial no quintal deles, então também nada que eu diga o vai fazer mudar de opinião. O mesmo em relação ao Irão, por exemplo.

Mas isso dos muçulmanos odiarem as outras gentes, porque são muçulmanos, não me convence.