quarta-feira, abril 19, 2006

Rescaldo Verde, ou Do Pintelhério Mirabolante - II.


Interrogo-me se valerá a pena gastar o meu precioso tempo, a meias com o meu vulgar latim, a explicar a toda esta boa gente
1. Que não sou anti-semita (tanto árabes como judeus inspiram-me uma venerável neutralidade, lá na terra deles);
2. Que não sou judeofobo (tenho mais que fazer que andar a odiar e, ainda menos, a invejar judeus, até porque não lhes reconheço nem malefícios únicos nem talentos que mereçam especial ciúme);
3. Que, tão pouco, sou anti-sionista (acho muito bem que Israel exista e que Israel se defenda, como reconheço idêntico direito a qualquer outro país e, já agora, também aos próprios palestinianos que se sentem ocupados abusivamente).

Estes factos elementares são facilmente perceptíveis a grande parte das pessoas que usualmente me lêem, pelo menos aquelas dotadas daquilo que Aristóteles define como "intelecto activo". As outras, que não percebem o facto, debalde se tentaria compenetrá-las da explicação.

Uma coisa é certa: quem me conhece sabe que eu adoro tabus, caruncho santo e vacas sagradas. Estas, ainda mais, quando dão à luz bezerros dourados.

E, naturalmente, é um preceito básico para qualquer lutador que se preze: Onde mais gritam é onde mais lhes dói. Descoberto o ponto sensível, é aí que mais se lhes deve bater. Posso esquecer muitas coisas, mas isto nunca esqueço.
Em todo o caso, para verem a que nível hilariante se toureiam bacocos, sempre vos digo que quase toda a informação que fui expondo acerca do tal "anti-semitismo" (que serviu, aos mentecaptos de plantão, para me passarem atestados histéricos de judeofobia) foi, pura e simplesmente, retirada de sites como este:

Um site genuinamente sionista, pois é. Como Vosselências podereis comprovar, estão lá os que eu referi e muitos mais. Afinal, eles, os supremacionistas hebraicos, é que têm elaborado o mapa exaustivo destas pintelhices. Pretendem com elas fundamentar uma das suas teses basilares: a de que os gentios, sobretudo europeus, padecem duma disfunção mental congénita, duma tendência monstruosa para odiar judeus. Só isso, em seu soberano entender, pode explicar os tais "diagnósticos negativos" omnipresentes ao longo da civilização. Para eles, trata-se com efeito de promover o "judeu" ao estatuto de pura e absoluta vítima. De prejudicado milenar. O judeu é odiado porque é superior, mais inteligente, mais bem sucedido, melhor. No fundo, interessa-lhes criar um estado de excepção. Parece que isso dá lucro. A todos os níveis.
Mas, notem bem, que eles façam isso, até merecem a minha admiração, pela audácia, pelo engenho, pela astúcia. Que os outros vão nisso e chupem tão grosseiras frescuras é que, pelo contrário, merece o meu mais completo desprezo e o meu mais solene escarro. Diante de tamanhas larvas mentais, não me espanta que o mundo ande como anda: de Pôncio para Pilatos, de Cila para Caribdis, do nazismo saloio do Manel para o nazismo toino do Jaquim.
Contra tamanhos produtos do materialismo determinista, Deus impõe-se necessariamente. Refluimos para Ele, em desespero. Realmente, só por milagre divino é que uma vara destas poderá alguma vez evoluir acima da bosta onde, com tanta volúpia, refocila.

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